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Capítulo 7


Será só imaginação?

Será que nada vai acontecer?

Será que é tudo isso em vão?

- Será - Legião Urbana


— Dudu, você tá dormindo?

Era uma pergunta que merecia uma resposta malcriada, mas era a voz da sua mãe e nunca era uma boa irritá-la.

— Não. — Ele abriu os olhos, sem ânimo.

Ela estava sentada na beirada da cama e não parecia chateada.

— O seu pai disse que você chegou às duas e quinze.

O pai roncava refastelado no sofá com a televisão ligada quando ele entrou em casa na noite anterior. O Eduardo tentou não acordá-lo, mas ele deu um pulo e sentou no sofá assim que ouviu o suave clique da tranca na porta. Ele não tinha ficado bravo com o atraso de quinze minutos. A mãe era outra história.

— Desculpa. Não vai acontecer de novo.

— Quinze minutos é aceitável. — Ela passou a mão pelos seus cabelos. — Mas não faz disso um hábito, tá bom?

— Tá.

— Você bebeu?

Ele se retorceu por dentro. Mães e suas perguntas perigosas.

— Um pouco, mas eu não fiquei bêbado. — Não era exatamente verdade, mas a água que a Mônica o obrigou a beber, combinada com o susto de achar que estava ferrado, mataram um pouco do porre e ele tinha conseguido se passar por normal na frente do pai. E mesmo no auge da bebedeira, ele não fez nada que a mãe pudesse reprovar, então, ela não precisava saber de todos os detalhes.

— Eu sei que você é um menino responsável, meu filho, é só preocupação de mãe. Eu sinto muito, mas você nunca vai se livrar disso. — Ela sorriu, e o Eduardo não conseguiu se sentir incomodado com a inquisição. — A gente tá indo pro clube. Você quer que a gente te espere?

Ir com eles, significava ter que levantar correndo nesse minuto e se espremer no banco de trás do carro com o avô e os dois irmãos.

— Eu vou depois, de bicicleta.

— Vai com cuidado. — A mãe se abaixou e lhe deu um beijo na testa. — Seu pão tá no forno.

O Eduardo virou de lado e fechou os olhos. Os sons da bagunça da sua família se arrumando para sair vinham de longe, e quando o avô entrou no quarto que eles dividiam, o Eduardo fingiu dormir. Ele ainda não estava pronto para a realidade, ele queria se segurar à noite anterior mais um pouquinho. Ao ouvir a porta da frente enfim se fechando, e com o silêncio reinando na casa, o Eduardo deu vazão à enxurrada de lembranças da noitada mais incrível de sua vida, que começou e terminou com uma rejeição.

Quem diria que a menina mais linda da festa, também era bem-humorada, inteligente e simples? Talvez fosse a educação francesa, a experiência e a cultura de outro país que davam a ela aquele ar de sofisticação e maturidade que a destacava no meio das outras.

E o Eduardo podia jurar que a conexão bacana não tinha sido só da sua parte, mas sem a neblina do álcool embaçando o julgamento, uma outra explicação mais razoável para ela ter passado a noite inteira do seu lado era óbvia.

Tédio.

Ele era novidade e serviu de distração na falta de algo melhor para fazer. Se a Mônica tivesse sentido um décimo da atração que ele sentiu, um detalhe insignificante como ele ser mais novo não seria impedimento.

Quando ele deu a dica de que gostaria de um outro encontro, ela se fechou e se preparou para lhe dar uma desculpa qualquer. Esses sinais ele conhecia bem, ele tinha levado foras demais para não ter se tornado um especialista em reconhecê-los.

Ele abraçou forte o travesseiro contra o peito. O papo na festa não significou nada para ela. Nem a carona. Muito menos o telefone rabiscado às pressas.

O Eduardo levantou a mão olhando os números borrados. Não fazia diferença, ele não pretendia ligar mesmo. Ou ela ia dar outro fora, ou usá-lo como distração novamente, e por mais que a vontade de revê-la fosse grande, seu orgulho era maior, e era melhor essa história terminar por aqui mesmo.


O clube estava lotado, típico de um domingo de verão, e o Eduardo foi direto até a piscina de crianças para encontrar a mãe.

— Eu já cheguei.

— Não some. A gente já vai almoçar. — Ela não levantou os olhos da Kátia concentrada em usar uma pazinha para encher um balde com a água da piscina.

— Eu vou sentar com o pessoal. — Ele apontou o canto onde a sua mãe estava cansada de saber que ele e os amigos ficavam.

Tomara que o Renato tenha resolvido dormir a tarde inteira. A festa ia ser o assunto principal da conversa dele, e o Eduardo não estava nem um pouco a fim. Seus ombros relaxaram quando não viu o melhor amigo entre os rapazes sentados no chão em volta das meninas esticadas nas espreguiçadeiras.

Como sempre, a Cris foi o ímã dos seus olhos. Ela era bonita e chamava atenção com seus longos cabelos loiros e olhos azuis, a pele clara, mas que no verão ganhava um tom dourado de sol, tornando seu corpo ainda mais atraente. Estranho. O coração do Eduardo não se comportou como a torcida do Flamengo, nem mesmo por ser a primeira vez em que eles se encontravam depois do fiasco da festa de sexta-feira.

— E aí, Dudu? — O Zé Luís foi o primeiro a vê-lo.

Depois de um oi geral para a galera, ele procurou um lugar para sentar. Normalmente, ele teria se espremido em qualquer espacinho perto da Cris, mas isso não era mais importante, e ele sentou em qualquer lugar.

— Você sumiu. — A Cris abaixou os óculos escuros o suficiente para olhá-lo por cima da armação. — A gente sentiu sua falta ontem de noite.

— Eu fui numa festa. — O Eduardo deu de ombros.

— O Renato disse mesmo, que vocês tinham uma festa pra ir em Ipanema — o Afonso esticou o assunto que o Eduardo queria evitar a todo custo. — Maneira?

— Normal — ele usou um tom seco para ver se o papo parava por aí.

— Qualé, Dudu? Aposto que estava cheia de gatinhas. — O Zé Luís deu um soco de leve no seu braço.

— Bom, isso é. — Seu olhar encontrou com o da Cris por um segundo antes de ela se deitar de barriga para baixo e virar o rosto para conversar com a Soninha. E se o Eduardo um dia encontrasse o inventor desse tal de biquíni fio dental, ele ia dar a ele o prêmio Nobel, o Oscar e todos os outros troféus e medalhas do mundo pela melhor invenção do século. — Eu vou dar um mergulho.

Ele não era de ferro e ia passar vergonha na frente dos amigos.

A água não estava gelada, mas estava fresca o suficiente. Depois de dar algumas braçadas na piscina cheia demais para nadar em linha reta e bater o pé sem querer numa senhora, ele desistiu e foi procurar pelo pai.

Ele o encontrou sentado na beirada da parte rasa, tomando conta dos dois filhos menores que brincavam de luta aquática com os amigos. O Eduardo sentou do lado dele com o olhar perdido na brincadeira dos meninos. Não tinha muito tempo que ele brincava com os amigos da mesma idiotice.

— Tá tudo bem? — O pai cutucou sua perna.

— Tá, por quê?

— Não sei. Você parece que tá triste. Foi a festa de ontem?

— Não, pai, tá tudo beleza.

— Aposto que ele levou um fora. — O Alex se meteu na conversa, com aquele talento de parecer que estava prestando atenção numa coisa quando, na verdade, estava ligado no que não devia. — Também, quem vai querer namorar um mané feio desses?

O Eduardo não se ofendeu. Esse tipo de gentileza era rotina entre ele e os irmãos.

— Alexandre, isso não é jeito de falar com seu irmão. — O pai não levou o comentário na brincadeira. — Pede desculpas. Agora.

— Desculpa. — O Alex revirou os olhos, sem sinceridade nenhuma.

— E o seu irmão não é feio. Qualquer menina ia ter muita sorte de namorar ele.

A intenção do pai era a melhor possível, mas a voz mais alta que o necessário atraiu a atenção das pessoas em volta, e o Eduardo desejou estar em qualquer lugar, menos ali.

— Eu voltar pros meus amigos. — Ele se jogou dentro da piscina.

Pela primeira vez, o Eduardo estava sem lugar no clube, e a culpa dessa inconveniência era toda da Mônica que tinha tomado posse de todos os seus pensamentos. Nem a tarde passada nas mesas de sinuca, pingue-pongue e totó, nem a companhia dos amigos conseguiram espantar as lembranças da noite anterior. E a tentativa de voltar a canalizar seu interesse para a Cris foi um fracasso. Comparada com a Mônica, ela era imatura e artificial, e o Eduardo não conseguiu enxergar o que ele tinha visto nela, além da beleza física. Quando ela riu parecendo uma galinha cacarejando, o Eduardo perdeu a paciência consigo mesmo e seu novo nível de exigência astronômico. Cara, se ele fosse comparar toda menina que ele conhecesse com a Mônica, ele nunca mais ia ficar com ninguém! Ele voltou para casa pelo caminho mais longo, pedalando furiosamente querendo se cansar o suficiente para cair logo no sono.

Na segunda, a Mônica ainda foi o primeiro pensamento ao acordar, e ele se preparou para outro dia em que ela não ia sair da sua cabeça.

As tardes de férias eram passadas trampando com o pai. O Eduardo fazia de tudo um pouco e na sexta, ganhava a mesada em dobro. Ele já tinha cansado de tentar transformar o emprego em algo permanente, mas o pai exigia que ele se dedicasse aos estudos em primeiro lugar. Quem sabe depois de fazer dezoito anos ou entrar na faculdade? Era o que o pai sempre prometia.

O Eduardo entrou na sapataria com a esperança de que o trabalho o distraísse, mas aconteceu o contrário. Ele via o rosto da Mônica em todas as meninas de cabelo comprido passando pela rua, e não conseguia parar de inventar fantasias idiotas, tipo, que ela tivesse perguntado ao Marcelo sobre ele e fosse na loja fingindo que era coincidência, e acabasse confessando que na verdade foi um plano armado só para vê-lo porque ela estava com saudades.

Como o tempo era o melhor remédio para curar corações partidos, a cada dia da semana, ficava mais fácil não pensar nela. E na sexta, ao se espremer no sofá com a família para assistir à novela das oito, o Eduardo até conseguiu não passar o tempo todo imaginando o filho da mãe que ia ter a sorte de ser o alvo daquele sorriso lindo naquela noite.

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