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Capítulo 14

Seja sob sol (Seja sob sol)

Ou debaixo de chuva (Ou debaixo de chuva)

Minha alma geme por você

- Geme Geme - Blitz


A Mônica andava com um bom humor que nada conseguia abalar.

Uma valiosa lição que ela aprendeu com a vida, era que não existe felicidade, e sim momentos felizes, pequenas luzes que se acendem inesperadamente como vaga-lumes piscando na escuridão da noite. Depois de conhecer o Eduardo, sua vida mais parecia um pisca-pisca de árvore de natal e desde a tarde no Parque da Cidade, ela começou a acreditar que, enfim, o destino decidiu aliviar sua barra.

E pensar que ela quase perdeu tudo por medo.

Com a timidez fora de cena, o Eduardo mostrava para a Mônica que era mais maduro que sua aparência inocente e ingênua sugeria. Quando ele explicou que, é lógico que preferia passar as tardes com ela, mas não podia abandonar o trabalho com o pai, sua decepção foi internamente ofuscada pelo orgulho da responsabilidade que isso demonstrou.

Todo esse equilíbrio e sensatez sumiam na hora dos amassos. Quando os dois começavam a se beijar, ele ficava tão faminto e exaltado quanto ela. Ou talvez, nem tanto, porque nunca tinha tentado avançar o sinal. Ela podia relaxar e aproveitar os beijos e os carinhos sem medo de que a mão dele fosse parar onde não devia. E era tão bonitinho como ele tentava disfarçar a excitação. Era só para não deixá-lo envergonhado que ela fingia não perceber como a calça dele ficava volumosa durante as despedidas.

Ela saiu do quarto e desceu as escadas cantarolando, mas se interrompeu ao chegar na sala de jantar. Normalmente, a Mônica fazia suas refeições sozinha, naquele dia, por estar acordando mais cedo que o usual, não tinha como fugir dos pais na mesa do café.

— Você anda sumida. — Foi a resposta fria da mãe ao seu bom dia. Seu pai continuou a ler o jornal.

— Aproveitando os últimos dias de férias. — A Mônica pegou um pãozinho e começou a passar manteiga.

— Por que você não come uma fruta? Você sabe quantas calorias tem um pãozinho desses? — A mãe retorceu os lábios.

— A mesma que tinha da última vez que nós tomamos café juntas e você fez questão de me passar essa valiosa informação. — Ela largou a faca e se obrigou a morder e a mastigar o pão devagar.

— Você acha que vai ser jovem e ter um metabolismo acelerado pra sempre? Você devia começar a educar sua alimentação desde agora.

— Eu agradeço a preocupação, mas eu não gosto de me preocupar com coisas que eu nem sei se vão acontecer. Vai que eu morro amanhã? Eu não comi o pãozinho à toa.

— Você diz cada absurdo, menina. — O pai dobrou o jornal. — Já que você está nos agraciando com a sua companhia encantadora nessa manhã, eu gostaria de aproveitar para avisar que eu e a sua mãe vamos passar o carnaval na casa do Horacinho Bianchi em Angra, e eu dispensei os empregados.

Uma comunicação fria e indiferente, sem nenhuma consideração com seus planos. A Mônica não deveria estar com a garganta e o peito apertados dessa maneira, o comportamento do pai era o mesmo de sempre, mas depois de ver o cuidado e carinho que os pais do Eduardo tinham com ele, ela voltou a ser criança por alguns minutos, no tempo em que ela acordava esperando que alguma fada tivesse visitado sua casa durante a noite e transformado aqueles dois adultos insensíveis no pai e mãe que ela sempre quis ter.

— Obrigada pela comunicação. — Ela se endureceu para que eles não vissem a rachadura nas suas defesas.

Com o apetite perdido, a Mônica largou o resto do pão e se preparou para levantar.

— Um minuto, por favor. — O pai levantou o dedo, e esperou que ela lhe desse sua atenção novamente. — O pai do Ivan me falou que vocês não estão mais saindo.

A Mônica respirou fundo e escondeu as mãos trêmulas debaixo da toalha de mesa. Quando o pai tirava o dia para lhe atormentar, ele gostava de fazer o trabalho bem feito.

— Nós optamos por sermos amigos. — Seu tom de voz saiu mais calmo que o turbilhão atacando seu peito. — Tem certas coisas que não dá pra forçar.

— Relacionamento não é uma delas — o pai replicou, sentado rigidamente na cadeira.

— Relacionamento é a mais importante delas. — Ela balançou o dedo do pai para a mãe. — Se o senhor acha que isso aí é o que eu quero pra mim, o senhor tá muito enganado.

— Não existe nada de errado com um relacionamento que atende aos interesses de ambas as partes. — O pai lhe lançou um olhar tão gelado que sua pele se arrepiou como se eles estivessem de volta à Alemanha em pleno inverno, e não nos 40 graus do Rio de Janeiro. — Você não esquece que depois da sua formatura, a nossa obrigação com você termina. Você conta com o fundo de aplicação que o seu avô deixou para montar seu consultório, mas ele só vai ser suficiente para te amparar por alguns meses. Se você fosse tão inteligente quanto gosta de pensar que é, agarrava a oportunidade de se unir a um rapaz de boa família e com o futuro garantido. Aí, você ia poder brincar de médica à vontade.

— Eu não vou brincar de médica! — A Mônica bateu a mão na mesa. Ela tentava não cair nas armadilhas do pai e gritar, mas, às vezes, era impossível.

— Quando o seu avô fez isso comigo, foi difícil. Hoje eu entendo a lição que ele quis me ensinar. Você é mulher, tem outras opções. Devia aproveitar.

A Mônica respirou fundo, levantou e pegou a bolsa que pendurado na cadeira.

— Eu não espero que o senhor compreenda o que move uma pessoa a querer ajudar às outras, e se a sua obrigação comigo vai terminar com a minha formatura, considere-se também livre para esquecer que eu existo.

Ela caminhou para a garagem com o corpo tremendo. Se ela pudesse, se o fundo que o avô lhe deixou não fosse tão restrito, ela abria aquele portão e ia embora sem olhar para trás. Mas, por enquanto, ela precisava abaixar a cabeça e aceitar as esmolas que o pai lhe jogava. O que ele fazia só porque se a colocasse na rua agora, não pegaria bem na frente dos amigos. Tudo em nome da aparência.

A Mônica jogou sua bolsa no banco traseiro, e apoiou as mãos na porta aberta, tentando controlar sua respiração, se obrigando a relaxar o maxilar trancado. Ao invés de entrar no carro, ela andou até o fundo do jardim. Ela ia se atrasar, mas não queria que o Eduardo a visse nesse estado.

O Eduardo.

Só lembrar que ele estava esperando fez um pouco da tensão deixar seu corpo.

Sentada no chão, de pernas cruzadas, ela encostou as palmas das mãos no solo, esvaziando a sua mente. Alguns minutos absorvendo a energia boa da natureza pela terra, pelo sussurrar delicado do vento nas árvores e pelo perfume das flores, afastaram os sentimentos ruins e aquietaram seu coração. Com suas emoções controladas e centrada, ela se levantou, calma, pronta para ir encontrar seu menino.


A Mônica se ajeitou na cadeira e empurrou os óculos escuros mais para cima, observando o Eduardo dentro do mar.

Desde que chegaram, há quase meia hora, ele foi dar um mergulho e ainda não tinha voltado. O mar estava calmo, uma imensa piscina de ondas suaves, e ele lá, parado com a água na altura da cintura, de costas para a praia. A cada cinco minutos, ele afundava, molhava a cabeça e voltava a ignorar tudo atrás dele como se não estivesse no meio de uma multidão numa das praias mais movimentadas do Rio.

Que ele estava chateado, era óbvio. A Mônica só não conseguia descobrir o porquê.

Não era porque ele queria ter ido com os amigos para o clube. Quando ele se despediu do grupinho na porta do prédio, a Mônica sugeriu convidá-los para virem para a praia com eles, mas o Eduardo garantiu que preferia ficar sozinho com ela.

Não devia ser por causa dos olhares fulminantes que uma certa loirinha amiga dele lhe lançou, porque a Mônica disfarçou o incômodo e a curiosidade, não perguntou nada e eles vieram o caminho todo conversando e rindo e cantando junto com o rádio.

Também não podia ser alguma coisa que ela falou depois que eles chegaram, porque eles mal trocaram duas palavras. O Eduardo abriu a cadeira de praia e disse, 'Seu trono, minha princesa', ao que ela respondeu, 'Obrigada, meu príncipe'. Ela esticou uma toalha na areia e tirou a saída de praia. Foi quando o Eduardo tirou a camiseta, avisou que precisava de um mergulho e foi correndo para a água.

Não tinha outra explicação, ele se chateou com seu biquíni, que, por acaso, era o mais comportado que ela possuía. De todos os defeitos que ela esperava, ciúmes por causa de um biquíni, não era um deles. O que ele queria? Um maiô? Ou uma Burca? Até o momento, ele não tinha dado sinais de ser possessivo ou ciumento, mas isso não queria dizer que esse não era o primeiro.

Antes de conhecer o Tony, a Míriam tinha sofrido horrores nas mãos de um namorado ciumento. A Mônica acompanhou de perto o relacionamento doentio, e seu coração quase parou de bater com a possibilidade de que ela e o Eduardo podiam estar indo para esse caminho. Essa última semana foi maravilhosa, mas que outra justificativa havia para esse comportamento infantil de lhe dar as costas e ignorá-la esse tempo todo?

C'est des conneries!

Ela se levantou e, depois de pedir a um casal para vigiar as coisas deles, andou para o mar deixando pegadas fundas na areia. Ela não veio a praia com o Eduardo para ficar sentada sozinha com a cabeça queimando com teorias e conjecturas que podiam nem ser verdadeiras. Ela respirou fundo ao chegar perto dele, primeiro ela ia descobrir o que estava acontecendo, para depois reagir.

— Eduardo? — Ela encostou a mão no ombro avermelhado por causa do sol, e ele deu um pulo. — O que tá acontecendo?

— Nada — ele respondeu sem virar a cabeça, dando um passo para o lado, se afastando dela.

Ela suspirou e tentou novamente.

— Por que você veio pra cá?

— Eu queria dar um mergulho. — Ainda sem contato visual.

— Foi alguma coisa que eu disse? Ou que eu fiz? — Ela esfregou as mãos pelos braços, com frio sob o sol inclemente e água que nem estava tão gelada assim. — A gente pode ir embora, se você quiser.

— Não. — Ele reagiu e se virou, agarrando sua mão com força. A Mônica voltou a respirar. — Eu não quero ir embora. Você não fez nada. — ele terminou levando sua mão até os lábios.

— Então me conta o que tá acontecendo? — A pergunta o fez se fechar de novo e voltar a estudar a linha do horizonte como se fosse tirar de lá a resposta de todos os segredos da humanidade.

— Eduardo, a gente tá namorando? — Ela mudou de tática. O Eduardo não queria ir embora, e ela não queria ficar com ele ali na praia daquele jeito, e para resolver o problema ela precisava saber a causa.

Ele virou a cabeça num movimento rápido e com um meio sorriso enfeitando os lábios. Meio sorriso era melhor que nada.

— Você tá me pedindo?

— Não, claro... — Ela endireitou os ombros. Que se dane. — Tô, sim. Você quer namorar comigo?

— Impossível dizer não a um pedido tão romântico. — Ele lhe deu outro beijo na mão. — Eu aceito, senhorita.

Esse momento deveria ser comemorado com mais do que um beijo na mão, e o Eduardo parecia ter relaxado e estava com aquele sorriso brincalhão que sempre a fazia sorrir de volta, mas quando ela tentou se aproximar, ele se afastou novamente. Ela se segurou para não agarrar os ombros dele e sacudi-lo. Irritação não era como ela conseguiria respostas, e ela seguiu com a voz mais calma que pôde.

— Então, como sua namorada eu tenho direito a estender a sua promessa de não mentir sobre as coisas importantes, pra também não me esconder nada importante. Você tem ideia do nó que você tá dando na minha cabeça me dizendo que tá tudo bem ao mesmo tempo em que nem me deixa chegar perto de você? Eu quero te ajudar, mas pra isso você tem que conversar comigo. Por favor?

Ele suspirou e deixou os ombros caírem, mas continuou calado e a Mônica desistiu. Pressão funciona até certo ponto, se ele não queria falar, ela precisava respeitar.

— Eu vou voltar... — Ela apontou para a areia, com o rosto virado para ele não ver o quanto aquela relutância a magoada.

— Eu tive um sonho. — Ele segurou seu braço e ela voltou para o lado dele.

— Você teve um sonho. E?

— Um sonho... — Ele ficou com o rosto ainda mais vermelho do que o vermelho que sol já tinha queimado. — Com você. E com a praia. Um sonho meio... caliente.

Tu hablas español? —Uma brincadeira foi tudo o que ela conseguiu, tamanho o alívio ao finalmente entender o que estava acontecendo.

— Não. — Ele cruzou os braços. — Eu achei que você queria saber o que tá acontecendo?

— Eu quero. — Ela o encarou séria. Ela não podia assustá-lo agora que ele tinha começado a falar. — Você teve um sonho comigo e a praia, e quando você me viu de biquíni você ficou... incomodado.

— É essa a palavra que a gente vai usar? — Ele deu uma risada e fez uma concha com as mãos juntando um monte de água e jogando na cabeça.

— Não, você tem razão. A gente vai usar a palavra certa. — Ela acompanhou as gotinhas de água descendo pelos ombros magros e se segurou para não levantar a mão e acompanhar a trilha delas com os dedos. — Você ficou excitado.

Ele concordou com um aceno curto, os lábios cerrados.

— E eu não sei quem foi que disse que água fria ajuda. Mas é uma porra de uma mentira porque eu tô aqui a um tempão e nada.

Ela não queria rir, ela não podia e não devia rir. Mas a gargalhada explodiu pelos seus lábios apertados sem qualquer consideração ao que era apropriado. Ele a olhou de lado com um sorriso sem graça, mas parecendo aliviado por ter conseguido falar.

— Eduardo... — Ela ficou de frente para ele e tentou se aproximar, mas ele a impediu com as duas mãos nos seus braços.

— Não, eu não quero que você ache que eu não te respeito.

Ela se soltou das mãos dele e aproveitou uma onda para deixar os corpos se colarem, sentindo contra a sua barriga a causa de toda aquela confusão. Seus braços subiram e se enroscaram no pescoço dele, com firmeza. Ao perceber que ela não ia se afastar, ele se rendeu e envolveu sua cintura e a apertou contra ele com um grunhido que entrou pelos seus ouvidos e a deixou meio tonta.

— Respeito e tesão não têm nada a ver um com outro — ela sussurrou, para que as palavras fossem só para ele. Ela precisava fazê-lo enxergar que era uma reação normal e deveria ser encarada com naturalidade entre eles. — Você já demonstrou que me respeita. E eu ia ficar preocupada se você não ficasse excitado perto de mim.

— Pra você é fácil. — As palavras saíram abafadas contra o seu pescoço. — Mulher não têm esse problema. Você não sabe como é vergonhoso. Você acha que eu não preferia estar sentado com você esse tempo todo?

— Eu sei. — Ela lhe deu um beijo rápido e um passo para trás. — E a minha presença aqui não tá ajudando, né?

— Não muito — ele concordou, com uma risada fraca.

— Eu vou te esperar lá na areia. — Ela sorriu para que ele visse que dessa vez ela estava indo na boa. — Tenta nadar. Exercício ajuda a espalhar o sangue pra outras partes do corpo.

— Boba. — Ele bateu a mão contra a marola e espirrou um monte de água nela.

A Mônica deslizou em direção à areia com o corpo leve. Era um ótimo sinal, eles terem conseguido desembaraçar esse pequeno nó juntos, e com tanta facilidade. E talvez, um dia, quem sabe, ele matasse sua curiosidade e lhe contasse sobre o sonho. Quando a água chegou na altura dos seus joelhos a Mônica olhou por cima do ombro, para checar se o Eduardo estava acompanhando sua saída do mar. Ele estava.

— Isso não vai ajudar. — Ela apontou o dedo para ele, rindo.

— Uns minutos a mais não vão fazer diferença — ele gritou de volta. — E tá valendo super a pena.

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