Balde de água fria
Edge - 2
Capitulo 2
Por Lena
Quente e enjoado o ar dentro daquele saco escuro em sua cabeça. As mãos algemadas para trás prensadas no quadril, com o corpo esmagado sobre o banco. Era como estar soterrada por trinta cobertores pesados numa noite gelada, céus, o que jogaram em cima dela, 80 quilos de manteiga? Como se fosse esse o maior problema aqui né Luthor.
Sequestrada, ah tenha dó. Pensara Lena, amarrada/esmagada no banco de trás do furgão.
Tá certo que era uma das mulheres mais influentes em toda cidade, quiçá no mundo todo dos negócios no campo farmacêutico, mas, assim, o que ganhariam esses palermas sequestrando-a? A fórmula de um novo Rivotril? O que era uma vergonha já quem do próprio CPF ela lembrava, mas fórmulas químicas, vish, essas sabia de cor e salteado. Será que esses sequestradores a queriam para abrir uma empresa concorrente do Advil? Mas aí era melhor terem sequestrado sua diretora financeira, Samantha Arias. Ela poderia passar os boletos e informações relevantes para um rombo e aí crescer uma empresa rival no mercado.
Agora ela, Lena, que só deu sorte de sacudir um tubo de ensaio que que deu certo? Gente, o que esses homens tinham na cabeça, tudo o que ela fazia era recriar as mesmas fórmulas mais baratas, puxando um detalhe ali acolá, e pesquisar nomes de dinossauros para batizar seus gatos, tenha santa paciência! Não era ela a fazer dinheiro, eram seus contadores.
Meu Deus, como a humanidade pode ser tão jumenta?! Como esses homens acham que ela podia valer alguma coisa?
"O valor de uma empresa está nas pessoas, mas é um papel assinado que vende todas elas." Oh discursinho chato!
Tinha de pensar em algo para sair dali, ou o que fariam com ela, olha não muito, afinal ela nem valia lá essas coisas, a mente da morena se foi em todos os possíveis cenários, mas antes que pudesse ir para os mais aterradores, escutou uma DELAS dizer:
- Este vestido me engorda? – Perguntou a voz de Andy, logo seguida do som de um tabefe.
Ah Deus queira que não sejam suas amigas da onça nesse furgão.
- ANDREA ROJAS!!! – Berrou Lena dentro do saco antes de o tirarem de sua cabeça, para ver quem eram as sequestradoras desse circo. Andy e Sam sentadas sobre ela de bruços no banco. – EU VOU TE MATAR, ANDY!!!
- É muito errado achar fofo você ameaçar sua bestie de morte, usando apelidinho? – Riu Sam, antes da motorista do furgão se pronunciar:
- Vai se tratar Samantha! – Repreendeu Alex dirigindo para sabe-se lá Deus onde.
- Tenho horário na segunda às 10 horas, quer que eu marque? – Disse Kelly no banco do carona.
- Tem pra casal, essa aqui precisa urgentemente de atendimento médico. – Sam apontou para a Luthor o qual ainda se encontrava abaixo dela no banco.
- EU VOU LIGAR PRA POLÍCIA SUAS LOKAS!!! – Rugiu a morena na iminência de uma força quase sobre-humana erguendo as duas colegas de suas costas. Porém foi impedida, uma vez que Kelly pulou para trás e se sentou nas costas de Lena, somando seu peso ao das duas elefantas sobre ela. – Droga. – Murmurou sem ar vencida na força, e ao perceber que mesmo que conseguisse ligar para a polícia, a diretora da mesma se encontrava na direção do veículo.
Ah por Deus, o que essas loucas estariam tramando? Mais que rápido sua mente criou uma conexão sagaz, certa e lógica, para não dizer obvia, mas dessa opção se desfez o mais rápido possível, pois de todas as alternativas preferia que fosse qualquer outra, que não a da possibilidade de talvez reencontrá-la, a loira que gostaria de não ter conhecido.
Voltas e mais curvas, para onde?
Perguntou-se Lena inutilmente torcendo para não ser a opção temida, que esmagada por três mulheres, estava rendida naquele banco, podendo unicamente sentir o corpo repuxar nas curvas, e perceber as luzes passando do lado de fora. Um pequeno solavanco foi o anunciante de uma parada, e o deligar do motor ao tilintar de chaves chamado o término daquela torturante viagem.
- Chegamos, vamo lá gente, movimento, movimento. – Disse Alex como a líder duma equipe de assalto do FBI. – Rápido e fácil gente.
A porta de trás deslizou abrindo espaço para o frio ar da noite, com cheiro de grama úmida recém cortada, e o familiar aroma de uma vida que gostaria de esquecer.
Eram os fundos de um ginásio, aquele ginásio. Um homem alto as recebeu, trajado a rigor de paletó e gravata borboleta e a câmera pendurada no pescoço.
- James, você tá com elas?! – Rosnou Lena para o gigante de gravata borboleta.
- Foi mal, mas dessa vez elas tem razão. Tá tudo pronto lá dentro, é só ir. – Avisou James ao cumprimentar a irmã e a cunhada ruiva. – As roupas estão nos armários, as da Lena estão no seu Andy.
Roupas? Então foi ele no alarme de casa, pensou a Luthor que fora arrastada para dentro do edifício de tijolos alaranjados, que a essa hora da noite eram rubros, quase terra.
Tudo menos o que estava pensando, pelo amor de Deus não!
Implorava em sua mente, suplicando um basta naquele desespero aflitivo de novamente retornar ao passado, que com gosto esquecera a anos. Porém cada passo arrastada para dentro daquela boca do inferno era o fim do esquecimento, e o começo de uma lembrança ademais terrível.
Sem poder fugir, carregada em cada braço por Andy e Sam, que cantarolavam alegremente o hino da faculdade. Lena foi abduzida para dentro dos soturnos corredores do vestiário, naquela cor enjoada dos azulejos, entrecortados da penumbra alaranjada das luzes da rua. O forte cheiro de cloro da piscina olímpica do campus, com notas de roupa úmida, com o perfume das sequestradoras.
Dois passos para dentro da área dos chuveiros e POOOF! Foi jogada num dos boxes.
- Toma um banho e se troca. – Disse Andy.
- Tá loka?! Eu não vou! Eu vou embora daqui! – Rosnou a Luthor, antes de levar um balde de água e ficar completamente ensopada.
- Meu Deus chefinha, me desculpa, é que eu escorreguei. – Disse Sam, interpretando um arrependimento digno de Oscar da novela das sete(ou seja péssimo).
- Tá demitida! – Rugiu Lena, quase cuspindo fogo.
- Você me demite todo mês. – Resmungou Sam entediada, pegando mais um balde cheio.
- Porque todo mês você apronta comigo. – Lena tomou outro balde, e antes que pudesse explodir de ódio, Alex segurou o terceiro banho.
- Gente. Deixa eu falar com ela, a sós; – Pediu Alex, num tom mais fúnebre que órgão em velório. As outras se afastaram, indo tomar banho do outro lado do vestiário. O som dos chuveiros abafados se fez, enquanto Alex tirava a jaqueta pesada a deixava no banco junto da arma, aprumando-se no box ao lado da morena.
- Não vai começar a tomar banho aqui do meu lado né? – Disse a Luthor, um tanto inconformada daquela situação.
- De roupa não. – A ruiva cruzou os braços, e após um breve segundo de silencio deu continuidade as explicações mais que necessárias. – Eu não sabia mais o que fazer.
O tom da diretora da polícia soou pesado, como se as sombras do vestiário pudessem falar em conjunto ao vapor fantasmagórico. O que até acalmou um pouco mais a morena, que estava prestes a cometer um crime naquele chuveiro. Explodir por algo idiota é burrice, agora se controlar diante do assombroso, é uma arte por poucos dominada.
- É sobre a minha irmã. – Continuou a ruiva, severa tanto no olhar quanto na fala.
E só aquela constatação foi o bastante para dar uma descarga nos sentimentos de Lena, e levar tudo pelo ralo.
- Então não é comigo. – Dispensou a Luthor, sem o mínimo de paciência se dirigindo a saída, até ter o braço puxado pela diretora.
- Lena por favor! – E as lagrimas da ruiva paralisaram a morena. – Por favor; a Kara não tá bem.
E o que poderia ser "não estar bem" para a rainha do baile de outrora?
***
"Turma de 2012"
Era o que estava escrito na enorme faixa cafona no palco da quadra de basquete, ao aroma do forte inseticida do armário de enfeites guardados, plástico, borracha e talco de bexigas, perfumes passados da terceira borrifada e fritura.
Bom gosto tem nome, e poucos o tem. Lena era a prova viva, parada à porta da boca do inferno daquele evento horroroso. Estava de volta ao pesadelo que fora sua vida acadêmica, o purgatório que compartilhou com ela, a capitão das líderes de torcida, a rainha do baile, Kara Danvers.
Pelo menos a música era boa, se estava para entrar naquela palhaçada, nada melhor que imbuída da armadura daquilo que a acusavam. No refrão de Bad de Michael Jackson ao fundo cintilando as luzes azuis do palco com os fitilhos prateados.
"Because I'm Bad, I'm Bad-
Come On"
"You Know I'm Bad, I'm Bad
You Know It"
https://youtu.be/Jvsmluczx2M
***
Da autora:
Como fomos hj Supercorps? Me contem, não dá pra entender muita coisa por hora né, eu sei. E não se preocupem, explicações estão vindo. Tais como a das duas toneladas de manteiga nas costas da Lena. To loka pra saber oq houve entre Lena e a Rainha do Baile, céus. Como a capitã das lideres de torcida, e a letra de Bad em pessoa, juntas? Ou separadas, pelo q?
Gentem convido vcs pra dar uma olhada nas minhas outras fics Supercorp, Within e Blue Moon, pois se vcs querem um Supercorp diferente de tudo q já viram, estão no lugar certo.
Within - SUPERCORP
***
Blue Moon(ABO) - SUPERCORP
Um grande abração de lobo em vcs lindas, e até o próximo balde de água, opaa não, o próximo Edge. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUUUUHHHHH!!!
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