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0.6 | ÚLTIMA HORA NA TERRA

— ENTÃO, por que ainda estou algemada?

Perguntei quando desci do carro. Eu não estava reconhecendo o local onde eles haviam estacionado. Eu só posso desejar que não tenha cometido um erro mortal confiando em dois caçadores famosos por serem muito bons em matar demônios.

— Porque você é um demônio - Dean respondeu enquanto passava por mim. 

Revirei os olhos e comecei a segui-lo.  Eles pararam e eu também. Observei quando Dean abriu uma porta pesada de ferro que estava meio escondida atrás de folhas de uma arvore.

— Que lugar é este? - Questionei tentando avaliar a situação. 

— É um bunker - Outra vez Dean me respondeu, mas ainda sem olhar para mim. Descemos alguns lances de escada depois. 

— Isso parece com uma biblioteca - Falei quando percebi a grande quantidade de estantes e livros. Tinha uma mesa longa de estudos também. - Vocês moram em um biblioteca?

— Não é uma biblioteca - Sam negou. - Não... completamente. 

— Por que vocês me trouxeram para este lugar? - Perguntei parando de segui-los. Os dois também pararam e se voltaram para minha direção. Finalmente Dean estava me olhando, então sustentei seu olhar. - Sejam honestos comigo. Qual é o plano de vocês?

Ao contrario do que pensei que ele faria, Dean não desviou novamente o olhar, porém ele suspirou parecendo hesitante.

— Vamos, estamos chegando - Foi a única coisa que ele disse antes de se virar e continuar andando até desaparecer por um corredor. Me virei na direção do irmão dele.

— Qual é o problema dele?

Sam também não me respondeu, mas ao contrario do irmão, ele não saiu e me largou ali parada. Sam ofereceu um sorriso tenso e pousou uma mão em meu ombro, me conduzindo através do mesmo corredor que Dean havia seguido.

Foi quando alcançamos uma sala que parecia muito com algum tipo de cela ou masmorra sem janelas que eu percebi o quanto estava ferrada. Meus pés pararam de se mover imediatamente e eu tentei recuar, porém com os dois irmãos parados em frente a porta bloqueando a saída seria simplesmente impossível escapar. Um sentimento venenoso de magoa se instalou dentro de mim.

— Isso é sério? - Perguntei encarando os olhos verdes dele. - Então o plano era me trancar aqui como o seu próprio demônio de estimação? É a sua vingança?

— Vingança? - Dean repetiu erguendo uma sobrancelha. - Não, não tem nada a ver com vingança.

— Então o que significa isso? - Perguntei tentando caminhar na direção deles só para perceber que não poderia fazer isso devido a armadilha do diabo pintada no centro da sala. - Filhos da puta.

Os dois se entreolharam.

— Eu disse que tinha uma divida com você - Dean falou ignorando meu xingamento. - E não foi só sobre tirar você das mãos do Crowley. Tenho uma proposta para você.

— Que tipo de proposta? – Perguntei mantendo minha guarda alta.

— Transformar você em humana de novo – ele repetiu, a voz grave, mas havia um toque de sinceridade ali que era difícil ignorar. Dean deu mais um passo em minha direção, hesitante, como se estivesse pisando em terreno desconhecido.

— Eu não acredito em você — soltei, firme. — É impossível.

— Eu fui curado.

— Você já era humano, é diferente – Apontei para ele, tentando manter o controle das minhas emoções naquele momento. – Esse nem é o meu corpo de verdade. Não vai funcionar e vocês sabem, isso tudo é alguma piada bizarra de vocês!

Sam, que havia ficado calado até então, deu um passo à frente, cruzando os braços e me encarando com um olhar estranho para mim.

— O que aconteceu com ela? – Ele perguntou, finalmente quebrando o silêncio. – Com a garota?

— Ela morreu – Respondi, a voz saindo mais fria do que eu pretendia. — Foi de... causas naturais.

Dean ergueu uma sobrancelha.

— Causas naturais?

— A garota se encheu de cogumelos em alguma festa das fadas e foi parar na emergência – Expliquei com um toque de ironia. – Qual é? Eu fiz um favor a ela! Com a quantidade de convulsões que ela teve provavelmente nunca mais sairia daquela cama.

Sam balançou a cabeça, o desapontamento claro em seu rosto, mas eu não dou a mínima. Dean, por outro lado, apenas suspirou, como se tudo aquilo não fosse nenhuma surpresa. Ele me olhou por um longo momento, e ali, naquele silêncio carregado, eu percebi que ele não estava agindo como eu esperava e isso estava me deixando absolutamente confusa sobre tudo isso.

Nós demônios temos uma visão muito específica sobre como caçadores são. E Dean Winchester... bem, ele tem uma reputação. Quando conheci sua versão demoníaca ele era exatamente o que se espera de um demônio sem fugir dos clichês. Enquanto que em sua versão humana eu esperava a mesma coisa. Eu esperava que ele estivesse me arrastando até algum lugar para me torturar e castigar por me "aproveitar" dele quando vulnerável. Eu esperava que ele não tivesse qualquer consideração, se posso chamar desse jeito. Mas eu estou vendo outra coisa. Nos olhos dele eu estou vendo emoções.

Por que ele está tornando tudo isso tão difícil?

— Você não precisa acreditar em mim agora, Raven – ele disse, sua voz mais suave. – Mas pense nisso. Nós temos uma chance aqui... e ela é sua, se quiser.

Dei um passo para trás, sentindo a intensidade daquelas palavras me atingirem. Parte de mim ainda queria lutar, escapar, mas outra parte... outra parte se perguntava como seria. Já faz tanto tempo que eu nem me lembro mais de como é estar do outro lado. Eu tive uma vida interrompida há muito tempo e eu sei que grande culpa do que aconteceu foi minha, eu não era uma santinha nem mesmo quando humana, mas ainda assim. Eu era jovem, eu fui enganada e perdi minha humanidade. Passei décadas no inferno e só consegui sair de lá depois de precisar corromper totalmente meu caráter.

Não vou mentir. Olhando para dentro de mim agora, essa segunda chance seria bem-vinda. Mas não é uma decisão tão óbvia quanto pode parecer.

Demorei para responder, aínda pedida em pensamentos. Dean deve ter imaginado que eu estava considerando a proposta e virou as costas, pronto para deixar a cela, e Sam o seguiu até a saída. Dean parou na porta, lançando um último olhar sobre o ombro.

— Volto para saber sua resposta. A decisão é sua.

A porta se fechou, e o som ecoou pela sala. Sozinha, eu finalmente me permiti sentir o peso de tudo aquilo, a dúvida e a curiosidade brigando dentro de mim. A decisão era minha, e eu sabia que, de uma forma ou de outra, dando certo ou errado, aquela escolha mudaria tudo.

EU PERDI UM pouco da noção do tempo enquanto estava naquela sala. Sem janelas ou qualquer relógio, eu não tenho como saber por quanto tempo estou aqui. É claro que foi um upgrade muito melhor quando comparado com onde eu estava antes. Só por não estar em um esgoto eu já fico muito mais feliz.

Quando a porta se abriu novamente revelando o Winchester mais velho, eu estava sentada no chão, mas não me preocupei em me levantar para recebê-lo. Dean caminhou para dentro e fechou a porta, não dizendo nada. Eu sabia que teria que ser eu a quebrar o silêncio, porque ele não o faria.

— Isso é interessante, nunca experimentamos essa posição antes – Comentei. Percebi Dean revirando os olhos, mas um sorriso relâmpago cruzou seus lábios por meio segundo antes que ele fosse capaz de contê-lo.

— Você sempre tem algo a dizer, não é? – Ele perguntou.

— Você me conhece.

— Até demais.

— Isso não era um problema para você antes.

Dean ficou apenas alguns centímetros atrás das linhas da armadilha do diabo, mas se abaixou, apoiando o cotovelo nos joelhos, para ficar mais ou menos na minha altura.

— Você sabe o que estou fazendo aqui, Raven. Então não vamos falar sobre coisas que já não existem mais.

— E o que foi que nos trouxe até aqui não foram essas coisas, Dean? – Questionei. – Você pode até tentar fingir que nada aconteceu, mas os efeitos colaterais estão por toda parte.

— Você está errada.

— Eu eu sou um efeito colateral, Dean – Inclinei minha cabeça, mantendo meus olhos fixos nos dele. – E o simples fato de você estar me mantendo aqui e com uma proposta como a que você fez ou invés de só ter me matado, é a maior prova disso.

— Eu disse porque estou fazendo isso. Não quero ter uma dívida com um demônio.

— Então quer me transformar em humana para não sentir que está fazendo algo errado devendo a um demônio? – Fiz uma careta zombando da linha de raciocínio dele.

Ele não respondeu, mas eu sei o que está passando na cabeça dele. Eu me levantei, Dean também. Caminhei até a borda da armadilha, ficando muito perto dele.

— O que você vai fazer se eu disse que não quero voltar a ser humana de novo? – Perguntei em tom de voz baixo.

Seu maxilar tremeu levemente e ele desviou o olhar.

— É impossível negociar com você, não é?

— Responda a pergunta – Eu exigi.

— Não posso soltar você – Disse. – Você ainda é um demônio, não posso...

Ele parou de falar e quase rosnou de frustração.

— É tão difícil você só fazer a escolha certa? – Dean me encarou furioso.

— A escolha fácil, você quer dizer – Rebati. – mais fácil para você! Você só quer tirar essa culpa.

— Você não sabe do que está falando.

— Você só quer se livrar do peso de ter se envolvido comigo, com um demônio – Praticamente cuspi as palavras na cara dele. – Dean Winchester, o caçador mais fodão que já andou pela terra e pelo inferno, dormindo com um demônio. Você não esta suportando ter feito isso, tem nojo de si mesmo e quer corrigir.

Ele fez algo que não imaginei que ele fosse se atrever a fazer. Dean cruzou a armadilha, entrando nela junto comigo.

— Eu fiz muita coisa errada, dormir com você com certeza foi uma delas – Ele afirmou. – Eu nunca faria isso se também não fosse um demônio. Nunca.

Ergui o queixo, tentando parecer igualmente imponente, mas Dean parece muito maior se sobrepondo acima de mim agora. Ele continuou:

— Sam também quer saber a minha razão. Meu irmão não entende porque quero curá-la. Ele não entende porque não posso exorcizar você de volta para o inferno, ou só fazer um acordo para você abandonar a casca e sumir do mapa.

Ele inclinou a cabeça, seu hálito quente cobrindo meu rosto enquanto. Pensei que ele continuaria, que ainda faltava palavras em seu discurso, porém ele só continuou alí, analisando meu rosto de perto como se estivesse procurando alguma coisa. Ele parecía frustrado, como se não tivesse encontrado o que procurou. Quando ele estava prestes a se afastar, eu dei um passo em sua direção.

— Por que você quer me transformar em humana? – Perguntei novamente.

— Porque tenho uma dívida com você – Ele começou e fez uma pausa, porém eu o interrompi:

— Qual é? Você já...

— Sinto que estou em dívida com você porque eu a deixei ir – Ele me cortou rapidamente. Suas palavras me fizeram me calar imediatamente. Fiquei interessada. – Porque por mais bizarro que fosse, eramos uma dupla. Eu disse que não deixaria Crowley tocar em você, eu garanti que você estaria segura e falhei. Quero proteger você, mas ao mesmo tempo... você é isso o que você é.

— E você repudia isso.
Falei quando ele ficou tempo demais em silêncio.

— Somos completamente diferentes – Ele concordou. – Mundos diferentes, objetivos diferentes. Matar, ferir... isso faz parte do que você é. Se você continuar como demônio, não posso garantir sua proteção.

— Quer que eu me torne humana para me manter por perto – Murmurei, um sorriso pretencioso se espalhou em meus lábios. – Você gosta de mim.

— Não foi o que eu disse – Ele finalmente se afastou.

— Foi claramente o que você quis dizer.

Ele me ignorou, abrindo a porta.

— Volto em uma hora. É bom que você tenha uma resposta.

Depois disso, a porta bateu. 

Eu não precisava de uma hora. Minha decisão já estava tomada e talvez Dean já soubesse da resposta, mas eu esperei. Observei ele sair e a porta fechar e não disse nada. Essa provavelmente será minha ultima hora na Terra.

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