0.3 | OLÁ, QUERIDA.
— SÓ NÃO SINTA tanto a minha falta – Sorri maliciosa enquanto o provocava. Dean revirou os olhos e ligou o carro.
— Não ter alguém infernizando meus miolos? Baby, pode ter certeza que não será um problema.
— E não faça nenhuma merda enquanto eu estiver fora, Winchester – Apontei um dedo para ele. Isso me rendeu outro rolar de olhos vindo dele.
— Claro, mãe – Zombou.
Me afastei do carro, observando-o manobrar e deixar o estacionamento. Assim que seu Impala sumiu de vista, atravessei a até outro carro estacionado. Não tive dificuldade em abriu a trava e rapidamente cortar os fios do alarme de segurança.
Enquanto estava dirigindo, apanhei meu celular.
— Ei – Cumprimentei assim que Lorrie atendeu logo no primeiro toque. – Estou a caminho.
— Você é rápida – Notei o sorriso dela do outro lado da linha.
— O que preciso é urgente, você sabe – Resmunguei.
— Claro que não sei, você nunca me conta nada.
— Conto o que você precisa saber, bruxinha curiosa – Zombei. Lorrie é ótima no que faz, mas é tão intrometida que me dá nos nervos. Ela tem sorte por ser útil, isso acabou me levando a desenvolver certo afeto por ela.
— Não vai mesmo me dizer o que é tão urgente assim dessa vez?
— Quem sabe – Suspirei. – Chego antes de escurecer. Até logo.
Não espero por sua resposta, já estou desligando o aparelho e jogando-o no banco do passageiro.
LORRIE É uma bruxa que conheci há alguns anos atrás. Ela não é exatamente como uma amiga. Não existem essas coisas nesse ramo.
Isso tem sido uma troca de favores por muito tempo. Eu a ajudo em algumas ocasiões, como caçadores em seu rastro, enquanto ela me paga por isso entrando em ação quando preciso de algum feitiço ou maldição. No final, ambas temos aquilo que queremos.
Como previsto, antes que o céu fosse completamente tingido de preto lá estava eu em frente a casa dela. Bati na porta, mesmo que ela já soubesse que eu estava chegando. Não demorou muito para que ela atendesse.
— Você chegou rápido – Ela comentou enquanto me observava afastar da batente e entrar em sua casa.
— Estou com pressa – Falei. – E preciso voltar logo.
— Então vai parar com o suspense e me dizer o que é tão urgente que fez você me ligar?
— Preciso da sua ajuda com um caçador – Me joguei em uma das poltronas e cruzei uma perna por cima da outra.
— Quer dizer... acabar com a ameaça? – Perguntou.
— Aínda não – Suspirei. Matar Sam Winchester não é a melhor idéia no momento, não sei como Dean reagiria. Ele pode surtar ou pode não dar a mínima, é totalmente imprevisível e eu não estou nada afim de descobrir. – É só... alguma coisa pra cobrir rastros, fazer parecer que estamos indo para outro lado...
— Estamos? – Ela ergueu uma sobrancelha questionadora. – Tem alguém com você?
Eu me levantei, minhas pernas inquietas fazendo com que eu andasse de um lado para o outro impaciente.
— Não faz diferença – Respondi na defensiva.
— Oh, vamos lá... nos conhecemos há trinta anos? Você sabe que pode me dizer.
Franzi as sobrancelhas enquanto pensava. Talvez ela tenha razão, mas algo não parece certo. Lorrie costumam se importar tão pouco com o que faço quanto eu com ela.
— Quem você é? A Oprah? – Zombei. – Não sei quando ficou tão curiosa, mas não importa para você.
Percebi algo vacilar em sua expressão. Seus olhos escorregaram para a porta rapidamente e logo voltaram para mim. Lorrie sorriu, msd havia tensão naquele sorriso, algo como nunca vi antes.
— Está esperando alguém? – Perguntei indicando a porta.
— Quem? Eu? – Revirou os olhos. – Não seja ridícula. Reservei minha tarde só para isso.
Caminhei lentamente em sua direção. A alteração fe comportamento aínda mais óbvia.
— Você só parece meio... nervosa – Falei, cuidadosamente chegando muito perto.
Foi quando aconteceu. A porta da frente abriu-se de repente e minha primeira reação foi avançar sobre a bruxa e puxá-la para mim com uma lâmina pressionando seu pescoço.
— Raven... – Ela grasnou.
— Cala a merda da boca – Mandei, pressionando mais a lâmina contra sua pele, meus olhos fixos na porta. Sua sombra surgiu primeiro, depois a dos lacaios. Mas eu já sabia quem era, mesmo sem ver seu rosto.
— Olá, querida.
Cada pelo do meu corpo se arrepiou de medo. Eu sabia que ele estava aqui por um único motivo. Crowley não surgiría aqui sem motivo nenhum, só para uma conversa.
Foi uma armadilha.
— Sua vadiazinha – Rosnei entre os dentes pressionado a lâmina mais fundo. – você me entregou!
— Eu não...– Ela gemeu de dor, se contorcendo nos meus braços. – Raven, eu...
— Ela foi bem útil, na verdade – Crowley sorriu enquanto entrava na casa e mandava que fechassem a porta.
— Ele me procurou.... antes de você me ligar, você precisa entender que é a porra do rei do Inferno....
Cortei sua garganta antes que ela terminasse sua justificativa patética. Soltei seu corpo que desabou no chão imediatamente enquanto Lorrie se contorcia engasgando com o próprio sangue.
— Ah, mas é claro que eu entendo – Falei em tom cínico, me abaixando para encarar seus olhos enquanto ela morria. – E por sua causa, traidora de merda, agora nós duas estamos ferradas.
Eu me levantei, respirando fundo para manter a expressão firme. Ergui o queixo e encarei Crowley, ele estava sorrindo, no entanto, eu sei que isso não significa muita coisa. Já o vi fazendo coisas terríveis com um grande sorriso no rosto.
— É disso que eu estou falando! – Ele apontou para mim. – Matar você vai ser um enorme desperdício de material.
— Vai me dizer por que armou uma arapuca para me pegar? – Perguntei, ignorando suas palavras anteriores.
— Seu cão de guarda não permitia – Ele revirou os olhos. – Boa jogada, a propósito. Foi muito esperto da sua parte puxá-lo para o seu time. Qual o próximo passo?
— Eu não tenho um time – Afirmei, porém sei que não vai mudar nada na cabeça dela. – Só segui suas ordens e o mantive longe de problemas.
— Longe de problemas? Ele continua deixando uma trilha de corpos!
— E o que quer que eu faça? Ele aínda tem vontade própria. Eu estou tentando!
Crowley estalou os dedos e dois de seus capangas avançaram em minha direção. Não resisti, já sabendo que seria pior se tentasse.
— Não sou conhecido por oferecer segundas chances – Crowley voltou a falar. – E você falhou. Isso quer dizer que estou demitindo você.
Respirei fundo, tentando manter a calma.
— O que vai fazer comigo? – Perguntei.
— Lembra quando disse que faria você limpar ladrilhos no inferno? – Ele riu. – Isso foi antes de você me irritar, então agora, querida, você está muito ferrada.
Ele estalou os dedos novamente, com isso comecei a ser arrastada pelos capangas dele.
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