0.2 | "IDIOTA!". "VADIA!'.
AS SEMANAS SEGUINTES não foram fáceis. Não é nada simples conter um demônio sedento por sangue e Dean Winchester é basicamente isso.
A marca precisa ser alimentada. A única maneira de fazer isso é matando. Crowley tem proporcionado boas vítimas, mas a verdade é que quanto mais Dean mata, mais a marca deseja sangue. A pilha voltou a aumentar, e mesmo comigo empenhando muito esforço, tem sido uma missão complicada.
— Você não precisava ter feito isso – Resmunguei mal-humorada, arrastando o corpo pelo pé em direção a uma lixeira localizada no fundo de uma casa noturna. – Porra, era só ter nocauteado ele.
— Qual a graça disso?
Parei com o corpo em frente a lixeira e o encarei, uma carranca em meu rosto.
— Que tal eu não precisar limpar a sua merda? – Perguntei aborrecida. Indiquei a lixeira. – Pode fazer as honras?
Dean revirou os olhos e abriu a lixeira, ele pegou o cadáver do segurança da boate e o jogou lá dentro.
— Ele me provocou, a propósito.
Acendi o isqueiro e joguei dentro da lixeira.
— Ele só mandou que você não tocasse na dançarina, qual é a porra do seu problema?
Comecei a caminhar em direção a saída do beco. Dean não saiu do lugar, então olhei por cima do ombro:
— O que diabos você está esperando? – Perguntei.
— Não vou embora.
— Você não pode ficar, acabou de detonar o segurança – Cruzei os braços. É como ter um adolescente rebelde.
— Não vou seguir você como a porra do seu cachorro.
— Dean, você sabe que ainda não legalizaram o homicídio, não sabe? – Ergui uma sobrancelha. – As pessoas vão chamar a polícia quando perceberem.
— Não me importo.
— Mas deveria – Me aproximei dele. – Porque isso só vai fazer com que seu irmão chegue mais perto.
Há algumas noites, um cara ligou para Dean, dizendo que havia sequestrado o irmão dele. O loiro não deu a mínima, mas as fofocas no mundo demoníaco correm depressa e se Sam estivesse morto, nós saberíamos. Tudo o que posso dizer é que ele deve estar por ai, procurando por Dean. E agora Dean também sabe que o irmão está cada vez mais perto, no entanto, não parece muito incomodado com isso.
— Eu já mandei que ele me deixasse em paz.
— Claro, e você acha mesmo que ele vai obedecer?
— O que mais você quer que eu faça?
— Que tal começar não agindo como um cão raivoso só para começar? – Zombei.
Dean revirou os olhos fazendo pouco caso da situação. Bufei frustrada agarrei sua camisa, puxando-o comigo.
— Vamos lá, agora essas são as regras...
— Você não pode me dizer o que fazer!
— A partir de agora sim, eu posso – Falei soltando-o quando paramos em frente ao carro dele. – Regra número um: limpe essa lixeira que você chama de carro, eu sou uma dama e não vou andar nesta carroça.
Dean riu com desdém.
— Como se você fosse viajar comigo.
— É, garanhão, eu estou indo com você e isso não é uma opção – Apontei para ele. – Segundo regra: você não sai da minha vista. Você é inconsequente demais para andar por aí sozinho.
Se aproximou lentamente de mim, seu corpo de movia com uma sensualidade perigosa, quase como um predador acuando sua presa. Eu percebi isso e recuei, meu corpo ficando pressionado contra o carro dele.
— Você tem tanta sorte por ser gostosa, do contrário eu já teria acabado com você por ser tão irritante – Ele cuspiu as palavras em tom baixo. – Mas a minha reputação não é de ser paciente, gatinha, e você está chegando no meu limite.
— Estou fazendo isso pelo seu bem – Refutei em tom baixo. Ele riu com escárnio.
— Demônios não fazem nada que não seja exclusivamente pelo seu próprio bem, você não me engana – Ele agarrou meu rosto. – Então me diga, o que você ganha?
Engoli em seco, meus olhos desviando dos dele. Eu estava com um gosto amargo na lingua e eu sei que é o gosto do medo.
— Não é óbvio? – Encobri meu tom de voz trêmulo com uma risada sensual, esperando que ele não percebesse o efeito que estava causando em mim. – Não quero perder meu amigo com benefícios.
Ele revirou os olhos e soltou uma risada irônica. Para meu alívio, Dean se afastou de mim. Voltei a respirar.
— Você não chega nem perto de me convencer com esse seu papinho furado – Dean resmungou dando a volta e indo até o lado do motorista.
— Você está ferindo os meus sentimentos – Falei abrindo a porta do passageiro e entrando no carro mesmo que ele não tivesse me convidado abertamente.
— Como se vadias como você tivessem sentimentos.
Revirei os olhos e o observei entrar e bater a porta.
— Posso não ter sentimentos, mas tenho cérebro – Cruzei os braços e o encarei com o canto dos olhos. – Afinal, tem sido essa vadia aqui que vem livrado a sua bunda durante semanas.
— O que você quer em troca? Um beijinho?
Ele debochou.
— Beija minha bunda, idiota.
— Vadia.
— Dirige logo para longe daqui, o cheiro está ficando horrível e eu não quero ter que lidar com a bagunça quando encontrarem o cara carbonizando na lixeira.
— Você gosta mesmo de dar ordens, não é?
— O que eu posso fazer? Tenho fetiche por homens obedientes, agora vamos logo.
Aínda não expressão rabugenta, Dean fez o que pedi. O motor do carro rugiu quando ele acelerou para longe do clube. Tivemos sorte, foi bem na hora que a porta de metal dos fundos se abriu.
ESPIEI MAIS UMA vez através de uma pequena fresta da cortina. Tudo limpo, aparentemente.
Respirei fundo e finalmente aliviada. Nos últimos dias tenho sido assolada pela sensação de que Sam Winchester está muito perto de morder minha bunda. Eu sei que ele está atrás do irmão, ouvi falar de todos os demônios que ele tem matado só para estar mais perto de Dean. Eu não dúvido que ele acabaria com a minha raça em segundos se isso significasse que ele teria Dean de volta.
Por falar nele, o próprio acabou de sair do banheiro com uma toalha pendendo frouxa no quadril enquanto seca os cabelos cor de areia.
— Você tem sempre que usar tão pouca roupa quando estamos sozinhos? – Perguntei, desviando o olhar para a janela agora totalmente coberta pela cortina.
— Isso nunca foi um problema para você – Ele de jogou na cama e apoiou um braço atrás da cabeça.
— Não é quando meu pescoço não está em jogo – resmunguei empurrando seu pé quando ele tentou me provocar.
Dean revirou os olhos.
— E sou eu quem precisa relaxar?
— A diferença é que eu não mato quando estou estressada – Zombei. – Eu bebo e fodo como alguém normal.
— Claro, porque você é alguém normal e não um maldito demônio.
— Somos dois, meu chapa – Dean tem uma grande resistência em aceitar sua verdadeira natureza agora. Parece difícil para ele ter se tornado algo que ele perseguiu e repúdiou por tantos anos.
Ele mostrou os dentes com um rosnado baixo.
— Para alguém que diz ter um instinto de autopreservação tão bom, você não parece muito preocupada em me deixar irritado.
Ele tem razão. Talvez eu estivesse sendo estúpida por cutucar tanto esse dragão adormecido. Eu só não sei explicar. Aínda sinto medo dele, principalmente quando vejo suas nuances de violência, quando o vejo matar com tanta brutalidade tão facilmente. Mas acho que encontrei alguma segurança no fato de que agora ele é como eu. Nada me apavora mais do que a idéia de Sam encontrá-lo e torná-lo humano outra vez, porque assim não teremos mais nada.
Fiz como sempre faço e escondi meus pensamentos em baixo de uma grossa camada de sarcasmo.
— Oh, você sabe que eu gosto de provocá-lo – Murmurei, voltando-me em sua direção. – É mais divertido quando você fica selvagem.
Ele revirou os olhos, mas não me afastou quando comecei a me aproximar mais dele, engatinhando por cima da colcha puida do motel de merda em que estávamos. Quando estava encima dele, quase alcançando seus lábios, meu telefone tocou no bolso de trás.
— Que merda – Xinguei me inclinando e apoiando o rosto contra o pescoço dele.
— É só não atender, nós dois sabemos quem é.
Eu grunhi e peguei o celular mesmo assim.
— O que você quer? – Perguntei ao atender a ligação.
— Fale assim com seu Rei mais uma vez e seu próximo trabalho será limpar ladrilhos no inferno!
Respirei fundo e controlei meu tom de voz. Por mais dramático que Crowley seja, ele não faz ameaças vazias.
— Desculpe, majestade – Falei, enxugando o máximo possível do sarcasmo em meu tom de voz. – Como posso servi-lo?
— Passe para Dean Winchester.
Franzi as sobrancelhas.
— O quê?
— Eu sei que ele esta com você, e o desgraçado não tem retornado minhas ligações. Passe agora.
Coloquei o telefone no viva voz e virei para Dean.
— Qual diabos é o seu problema?
Crowley estava mesmo furioso.
— Uma trilha de corpos? Quem você está tentando virar? João e Maria ou Bonnie e Clyde?
— Em minha defesa, não tive nada a...
— Calada! – Crowley vociferou, obedeci imediatamente, me encolhendo um pouco. – E você, loiro de neve? Nem um pio?
Dean estava em total silêncio. Seus olhos estavam fixos em mim agora. Duas orbes profundamente verdes, brilhando enquanto me encaravam. Achei que ele não responderia, que ele simplesmente iria de levantar e de afastar, mas então ele fez justamente o oposto. Dean apanhou o aparelho da minha mão e o aproximou dos lábios.
— Se falar assim com ela de novo, será você quem vai limpar ladrilhos no inferno – Sua voz soou baixa, carregando àquele tom ameaçador que só ele consegue tornar assustadoramente sexy. Depois, simplesmente desligou o celular e o jogou para o lado.
— Dean...
— Minha paciência com Crowley está acabando – Ele resmungou. – Não sei o que ele está pensando, mas estou bem perto de cravar meus dentes nele.
— Isso foi meio quente – Murmurei, observando-o com aqueles olhos escuros e a expressão de raiva. – Gostei de vê-lo me defendendo.
Suas grandes mãos estavam em meus quadris.
— Não se acostume com isso – Zombou. – Você já é bem crescidinha para ter alguém cuidando de você.
Ele nos girou rapidamente na cama, ficando por cima. Seus lábios estávam em meu pescoço, com seus beijos e mordidas sendo espalhados por toda parte. Fechei os olhos e gemi, as palavras atrevidas na ponta da minha lingua haviam desaparecido, sendo substituídas pelos suspiros de prazer.
Dean cravou seus dentes em uma mordida particularmente dolorosa. O calor de sua lingua depois amenizou a dor quando ele lambia o local. Senti meu núcleo vibrando com a ação, Dean sabe bem como me deixar excitada. Empurrei sua toalha, deixando-o nú encima de mim, seu corpo grande e quente pressionado contra o meu.
O som de tecido rasgando me trouxe de volta da névoa de prazer quando me dei conta de que Dean estava rasgando minha blusa para se livrar dela.
— Eu poderia tirá-la, você sabe – Falei tentando parecer aborrecida, mas ele riu. Ele sabe que não dou a mínima para a blusa.
— Qual seria a graça?
Não respondi, estava ocupada me livrando das calças antes que ele as rasgasse também. Dean beijou meus seios, deslizando a língua pelos mamilos. Ele mordeu um deles e o puxou entre os dentes com certa força e isso me fez puxar seus cabelos com igual força.
Ele continuou trabalhando com a boca enquanto levava sua mão entre minhas pernas. Dean acariciou meu clitóris, provocando como sempre faz. Ele alcançou meu núcleo e enrolou um dedo dentro de mim, bombeando devagar. Apertei mais minhas pernas envolta dele, puxando-o para mim e suspirando quando ele bombeou mais forte.
— D... Dean... – Gemi, seu aperto em meus quadris se tornando mais forte. Dean sabe usar as mãos para me fazer gozar e ele sabe que mesmo sendo rude assim eu o recebo tão bem.
— Mais alto, baby, acho que ainda não te ouviram no quarto do lado.
Oh, tem isso também. O bastardo é tão exibicionista. Ele ama quando grito seu nome tão alto que fazem as paredes finas tremerem. Ele gosta quando sou apenas uma massa choramingando em suas mãos. Honestamente, não me incômodo em ceder, ele torna o sexo incrível e é o melhor que tive nos últimos 100 anos. Não é algo que eu queira perder.
— Dean! – Exclamei mais alto, apertando minhas paredes envolta dos dedos dele. Ele riu, aquela maldita risada rouca e provocadora bem no pé do meu ouvido.
— Agora sim, gatinha, deixe todos ouvirem...
Então eu gritei outra vez, depois outra e depois mais uma até estar tremendo e convulsionando nos dedos dele. Enquanto me recuperava da primeira onde, Dean já estava empurrando a cabeça romba de seu pênis para fundo dentro de mim. Eu ofeguei, já acostumada com o tamanho dele, mas sempre me surpreendendo. Ele começou a bater forte e rápido, um ritmo brutal como sempre. Nada é delicado entre nós, nunca foi e nem nunca vai ser.
As vezes ele diminuía o ritmo, só para me provocar e fazer chorar com o clitóris super estimulado. Minhas unhas devastando a pele bronzeada de suas costas eram o suficiente para que ele continuasse com o ritmo punitivo, batendo rápido e forte. Eu podia sentir mais um orgasmo batendo na porta, pronto para ser liberado. Assim como Dean, que estava perto. Ele afundou seu rosto na curva do meu pescoço, mordendo a pele fina para ocupar a boca e conter seus gemidos.
Fui levada por outro orgasmo, apertando-o dentro de mim com tanta força que ele não aguento muito mais tempo. Dean gozou logo demais, seu corpo pesado me pressionando contra a cama.
Nossas respirações normalizaram lentamente.
— Você sabe que ele vai me matar agora, não sabe? – Perguntei baixo depois de um tempo em silêncio. Meu tom era sério, carregado com algo sombrio.
— Deixe ele tentar.
— Dean...– Suspirei enquanto me afastava dele e me sentava na cama. – Não é assim que funciona. Crowley atura as suas merdas, não as minhas. Ele me colocou para viajar você, agora é como se eu o tivesse colocado contra ele.
— Você não me colocou contra ninguém, Crowley que é um pé no saco – Dean bufou e se afastou para pegar a garrafa de whisky. – Se alguém me fez enjoar da comédia romântica que ele inventou na cabeça dele, foi ele mesmo.
Mordi meu lábio inferior, me colocando a observar seus movimentos.
— Não vai fazer diferença – Dei de ombros. – Acho que vou ter que dar no pé agora. Sumir por um tempo, deixar a poeira baixar.
— Sem esse papo – Ele resmungou voltando para a cama. – Ele não vai machucar você.
— Quem pode garantir isso?
— Eu estou garantindo – Dean afirmou.
Revirei os olhos, soltando um suspiro.
— Olha ele todo sentimental – Falei, tentando esconder o que sua proteção significava para mim. Dean soltou uma risada zombeteira.
— Só quero fazer Crowley pagar por ser uma pedra no meu sapato – Ele tomou um gole da bebida. – além disso, você tem feito um trabalho duro em manter meu irmãozinho intrometido fora do meu caminho e longe do meu rastro. Considere isso como um pagamento. Odeio dever favores a demônios.
Peguei o copo de sua mão e tomei um gole, sustentado seu olhar. Não houve palavras de agradecimento ou mesmo sorrisos. Não é assim que as coisas funcionam entre nós.
Mas ainda assim elas funcionam.
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