0.1 | EU NUNCA FUI ESCOTEIRA.
MEUS DEDOS agarraram com força os fios macios de cabelo, puxando-os com força, trazendo-o para mais perto entre minhas coxas.
Meu corpo arqueou, tomado pelo prazer intenso que queimava por minhas veias. Um orgasmo potente explodiu, me fazendo gritar e me contorcer para tentar me afastar dele, porém as mãos fortes agarraram minhas coxas e me mantiveram no lugar.
Quando ele sentiu que havia sugado o suficiente, finalmente me libertou e rolou para longe de mim. O corpo grande e forte caiu ao meu lado na cama, se ajustando contra os travesseiros. Ele correu os dedos pelos fios loiros e os deixou ainda mais arrepiados do que eu já havia deixado. Nos lábios ele ostentava um sorriso malicioso, beirando a zombaria.
— Eu disse que você me daria mais um – Ele murmurou, soando satisfeito demais com seu maldito ego inflado como um balão.
Eu revirei os olhos em sinal de desprezo. Ainda estava sem fôlego para falar e responder sua prepotência, aínda sentindo meu corpo completamente desossado e exausto.
Dean Winchester se levantou, o estúpido sorriso no estúpido rosto bonito dele. Ele cruzou o quarto completamente nú, sem se incomodar em vestir qualquer coisa para se cobrir, afinal, não tem nada alí que eu já não tenha mapeado por completo com a minha lingua. Dean foi até a bancada e apanhou uma garrafa de whisky, se servindo de uma dose em seguida. Ele tomou um gole do líquido âmbar e estalou a língua. Vesti um sutiã e a calcinha enquanto o observava.
— Uma bebida? – Perguntou, olhando para mim e erguendo o copo, eu balancei a cabeça positivamente aceitando.
Dean serviu outro copo e voltou para a cama. Eu estava realmente grata pela bebida. Minha boca estava seca e minha língua parecia uma lixa pesada dentro da boca. O whisky gelado trouxe uma deliciosa sensação para meu corpo, algo revigorante.
Meu celular acendeu na cômoda ao lado. Não me dei ao trabalho de me mover para verificar quen estava ligando. Eu já tenho uma boa idéia de que pode ser e não tenho nenhum interesse em falar com ele.
— Não vai ver quem é?
Dean questionou, jogando-se ao meu lado no colchão.
— Eu já sei quem é – Resmunguei. Ele também deve saber, porque riu.
— Você deveria falar com ele antes que Crowley apareça na merda da sua porta.
Eu gemi, deixando o copo na comoda e me virando na direção do loiro.
— Sabe o que vai acontecer se eu atender aquele telefone? – Perguntei, segurando seu maxilar anguloso com meu polegar e dedo do meio, formando uma moldura no rosto bonito. Minhas unhas longas e pontudas cravaram na pele das bochechas dele, mas Dean gosta de um pouco de dor. Eu continuei quando o mesmo revirou os olhos e não me respondeu: – Eu vou dizer a você o que vai acontecer, Big boy. Eu vou mentir que não faço idéia de onde está o garotão de ouro dele, já que jurei não transar com Dean Winchester. Então ele vai saber que estou mentindo e, ai sim, vai aparecer na merda da minha porta.
Apertei cada vez mais meus dedos, até Dean segurar meu pulso, enviando-me um olhar como sinal de alerta. Puxei seu rosto para mim, dando-lhe um selinho rápido e então o soltei.
— Não é culpa minha se no segundo em que você me viu estava em minha cama.
Eu ri enquanto dava de ombros. O maldito está certo. No segundo em que coloquei meus olhos nele, sabia que precisava dele. O homem é uma maquina. Ele estava no bar, quebrando a cabeça de um cara com o taco de bilhar, ele simplesmente parecia a coisa mais sexy que eu havia visto.
— Tanto faz, isso não era para ter acontecido de qualquer maneira – Suspirei. – Crowley vai encher a porra do meu saco.
— Você só precisa mentir, garotinha, não deve ser algo tão difícil para um demônio.
— Bem, diga-me você isso, agora é um de nós – Eu o provoquei, arrastando minhas unhas pelo peito dele, exatamente encima de sua tatuagem anti possessão. Tão irônico. Literalmente um deboche do destino.
— Não brinque com a sua sorte – Ele se afastou da cama, buscando suas roupas espalhadas pelo quarto e começando a vestir-se pelas calças.
— Você sabe que eu não tenho medo de você.
— Você deveria.
— Porque você é tão malvado – Zombei. Dean realmente não me assusta. Mesmo eu já tendo visto ele matando mais pessoas, em especial demônios, em uma única noite do que qualquer outra pessoa. Isso meio que me excita mais do que assusta.
Ele não respondeu, apenas terminou de se vestir, pronto para desaparecer na estrada e se afastar do radar do irmão. Sam Winchester estava quase alcançando o pote de ouro, então Dean precisava manter alguma vantagem.
— Até mais tarde, Big boy – Acenei quando ele estava saíndo pela porta.
— Você está ficando grudenta, sabia?
— Seguir você é meio que o meu trabalho, então eu não posso perder essa bunda bonita de vista, você sabe.
— Seu trabalho dos sonhos, hein.
Ele pegou a jaqueta e deixou o quarto.
Eu estava sozinha, ficaria aqui por algumas horas e então sairia para ir atrás dele. Diria a Crowley que o fim de semana do Winchester foi a mesma coisa de sempre com bar, mulheres e algumas brigas. Foi quando a porta abriu-se novamente.
— Então você não está transando com ele?
Porra.
— Ops – Escapou entre meus lábios. Eu estava sendo sarcástica, mas eu entendo a problemática da situação. Promessas ao rei do inferno não são exatamente do tipo que podem ser quebradas.
— O que foi que eu disse a você? – Ele esbravejou.
Eu me levantei, erguendo as mãos.
— Certo, mas você sabe que pode questionar meus métodos, mas não os meus resultados, hein?
Crowley esfregou o rosto com as mãos em um movimento frenético e claramente aborrecido.
— O que houve com "palavra de escoteiro"?!
— Eu nunca fui escoteira.
Peguei minha camisa que estava no chão ao lado da cama e a vesti.
— Pelo menos tem feito seu trabalho direito – Ele resmungou indo até a mesa de bebidas e se servindo de uma dose pura de conhaque. – O rastro dele diminuiu, estou conseguindo manter Alce uns bons quilômetros atrás.
— Ótimo, então todo mundo feliz.
Vesti minhas calças.
— Não vai escapar tão fácil – Ele apontou o dedo em minha direção, o líquido em seu copo balançando com o movimento. Eu revirei os olhos. – Sem essa merda para mim, mocinha.
— Legal, então agora quem você é? Meu pai? – Debochei, cruzando os braços. – Eu sei que não deveria ter feito isso, mas está feito. O trabalho está sendo feito como você queria, então todos estão ganhando.
Crowley apertou a ponta do nariz com os dedos. Havia uma veia saltando em sua testa. Eu poderia avisá-lo sobre isso, mas acho que ele já sabe.
— Ouça, Raven – Ele virou-se totalmente para mim, encarando-me muito sério. – Não podemos deixar que o irmão encontre ele. Se isso acontecer, todo o meu trabalho duro vai para... bem, para o inferno! Você não conhece os Winchester como eu, então vou deixar algo bem claro: eles não desistem. Se Sam colocar as mãos no irmão, nós o perdemos.
— Não vai ficar sem seu garotão, Crowley, relaxa – Falei.
— Será que vou precisar desenhar para você? – Ele se aproximou, seus olhos estávam vermelhos agora. – No momento ele só é instável, mas está conosco. Se ele voltar para o irmão, ganhamos um inimigo. Um inimigo com um faro para rastrear demônios como um cão de caça. Sabe aquela linda espada que ele carrega como um maldito bebê? Ele não vai pensar duas vezes antes de cortar você com ela.
Certo, talvez eu tenha compreendido a urgência na voz dele agora. Mantê-lo discreto, longe de problemas, vai manter seu rastro limpo, assim seu irmão não pode encontrá-lo e ele continua do nosso lado. Nunca cruzei o caminho dos Winchester anteriormente, mas já ouvi histórias. Eles são como o bicho papão embaixo da nossa cama. Um frio correu minha espinha ao pensar nisso.
— Entendi – Murmurei, meu tom dessa vez livre de qualquer sarcasmo. Eu havia mesmo entendido a gravidade da situação. – O quão perto ele está?
Perguntei, sabendo que para àquela veia na testa dele estar tão aparente, algo aconteceu.
— Alce tem me feito ligações – Ele encheu o copo novamente. – Tenho tido que despistá-lo mais do que achei que teria.
— Me mantenha informada – Terminei de vestir as botas e apanhei minha jaqueta. – Se depender de mim, Sam não vai se aproximar nem dez quilômetros do irmão.
— Essa é minha garota – Ele soou aliviado. – Finalmente usando a cabeça.
Não demorei para deixar o hotel, dirigindo na direção que eu sabia que Dean havia tomado. Minha mente estava naquilo que Crowley disse. Os Winchester não desistem. Isso significa que Sam não vai parar até encontrar o irmão, e quando encontrá-lo, fara tudo para transformá-lo outra vez no que ele era antes. Eu não preciso de muito para dizer com certeza que a primeira coisa que Dean faria, seria ir atrás de quem se aproveitou dele enquanto estava nesta fase. Ele me mataria sem pensar duas vezes, como Crowley afirmou.
Meu instinto de autopreservação é acionado ao máximo. Eu preciso me proteger, preciso ter certeza de que Dean não saia da minha vista e não cause problemas. Sinto minha cabeça doer, sabendo que isso será um trabalho bem difícil.
⸸
ESTACIONEI ATRÁS do bar. O Impala estava visível, então já sabia que era este o lugar. Dean estava na rota para a Califórnia por alguna razão, já é noite e um bar como esse é literalmente a cara dele.
Passei pela porta e o lugar é o puro caos. Luzes vermelhas, rock alto e muita gritaria. Tentei localizar o Winchester antes de me acomodar alguns metros á distância para observá-lo ao longo da noite, contando que ele não arrumasse nenhum problema que eu precisasse mediar. Eu o avistei próximo ao balcão, ele estava bebendo e flertando, típico de Dean. Por enquanto, nada o que fazer.
Meia hora havia se passado desde que cheguei. Se ele notou minha presença, não demonstrou. Temos esse jogo onde eu o observo e ele finge que não percebe. Foi assim que ele descobriu que eu o estava seguindo. Entreguei que era enviada por Crowley, afinal eu não tinha razões para proteger o bastardo.
Eu havia pedido uma bebida, o gelo derretia lentamente dentro do copo. Senti alguém se aproximar pelo lado mais escuro do bar e eu sabia que não era Dean.
— Posso pegar outro para você? –
Minha primeira impressão era de que o tom de voz áspero e baixo era sexy, quando lancei um olhar avaliativo ao homem, constatei que o mesmo é realmente atraente. Eu adoraria arrastá-lo até meu carro em qualquer outro dia, mas não hoje. O alerta de Crowley ainda flutua em minha mente, a preocupação correndo pelo meu sangue. Não é hora para me distrair, eu preciso me concentrar em Dean.
— Estou bem, obrigada – Pisquei para ele, dispensando-o. O homem não pareceu compreender o sinal.
— Não vejo uma companhia – Ele sorriu, inclinando-se mais em minha direção. – Uma garota como você, parecendo tão delicada... não deveria estar sozinha em um lugar como este.
Mordi a ponta da unha, ele caindo vários níveis na minha concepção. Se antes eu o achavam atraente, agora ele só tem um péssimo papo.
— Eu sei me cuidar muito bem – Falei. – Não se preocupe.
Agora seu corpo estava quase colado no meu.
— Posso cuidar de você também...
Sua mão pousou em minha cintura, o toque calejado meu causou arrepios. Me virei rapidamente, agarrando sua cabeça e o puxando para baixo com um movimento único. Bati sua testa contra a mesa de madeira e a mantive pressionada por alguns segundos antes de afastá-la e depois descer mais uma vez com força. Me abaixei, olhando seu rosto ensanguentado e os olhos arregalados.
— Porra, você é louca! – Ele tentou se afastar, mas obviamente minha é muito superior a dele. Espetei sua bochecha com uma unha e então a arrastei lentamente por sua pele, abrindo um corte fino e alongado.
— Eu disse que sabia me cuidar – Lembrei a ele, colocando a ponta da unha em meus lábios, apenas para sentir o gosto do sangue dele. Seus olhos se arregalaram ao ver meus olhos completamente pretos. – Agora, você tem três segundos para sumir da minha frente antes que eu arranque seus olhos.
Então ele correu. Tão rápido que realmente desapareceu na multidão em segundos. O lugar estava tão cheio e com tanto barulho que apenas as pessoas mais próximas perceberam qualquer movimentação, elas também estavam tão bêbadas que não se preocuparam em intervir.
Peguei meu whisky e tomei um gole, meus olhos procurando Dean no lugar onde ele deveria estar no bar.
— Merda – Xinguei ao não avistá-lo em lugar nenhum.
— Isso foi excitante.
Me virei rapidamente quando sua voz soou vinda de trás de mim. Lá estava ele, o sorriso nos lábios, os cabelos balançados, parecia delicioso.
— Foi, é? – Ergui uma sobrancelha.
— Eu estava preparado para arrastar aquele filho da puta para fora pelas bolas, mas você fez um ótimo trabalho, baby.
Eu ri, deslizando a língua entre meus lábios, coletando as gotas de whisky que escaparam do copo.
— Bem, obrigada – Estendi meu copo vazio em sua direção. – O que acha de buscar uma bebida para me recompensar.
— Posso pensar em muitas outras maneiras de recompensar você – Ele sussurrou, me encurralando contra a parede ao lado da mesa.
— Alguém aqui não sabe manter suas calças – Ergui o queixo para olhá-lo nos olhos.
Ele lambeu os lábios devagar e inclinou a cabeça em minha direção.
— Meu carro, agora.
— Nem uma bebida primeiro? – Fiz um biquinho.
— Você já bebeu o suficiente.
— Como você é cavalheiro – Provoquei, revirando os olhos, mas eu o obedeci.
Eu precisava manter meus olhos em Dean, sem perdê-lo de vista e sem permitir que ele deixasse um rastro de corpos que levaria seu irmão até ele. Qual é a melhor maneira de fazer isso se não com ele encima de mim?
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