Atualmente, Meridian.

𝒟amon Torrance.

Minutos antes.

Os murmúrios das amigas da Aurora ecoaram no ambiente, e uma faísca possessiva acendeu nos olhos de Kai. Ele trocou um olhar significativo com Michael e, de maneira decidida, acenou com a cabeça. Com a agilidade típica, passou a mochila para o Mori enquanto eles rapidamente pegavam a corda.

Eu e Will nos aproximamos da mesinha da cabeceira dela, onde Will entregou-me uma minúscula escuta, adquirida por Michael. Com cuidado, escondemos o dispositivo na parte inferior, garantindo que ela não perceberia, enquanto os outros meninos secretamente guardavam uma caixa no guarda-roupa dela.

──── Ei, envie a mensagem. Estamos prontos para descer. ── Michael sussurrou quando Kai começou a deslizar pela corda.

Era como nos velhos tempos do ensino médio, a adrenalina e a excitação pulsavam, mas desta vez, com uma pitada extra de possessividade. Assenti com determinação, pronta para enviar a mensagem. Seria o início de uma pequena surpresa que os meninos tinham preparado.

A mensagem foi enviada, e o suspense no ar crescia. Kai, Michael e Will se posicionaram com uma mistura de intensidade e possessividade, aguardando o momento em que Aurora seria surpreendida. Era como se estivessem se preparando para reivindicar o que era deles, e a atmosfera estava carregada de eletricidade, prometendo um encontro que ela jamais esqueceria.

Agora

O aperto de minhas mãos ao redor de Aurora era possessivo, firme e intransigente, minhas unhas pressionando de leve contra sua pele, mas forte o suficiente para ficarem marcadas. Senti o calor de sua pele sob minha palma, a fragilidade de sua resistência, sentia minha mão queimar ao tocar ela outra vez.

Três malditos anos esperando para pôr as minhas mãos nela, porra. Essa espera apenas alimentou o fogo que ardia dentro de mim, um desejo intenso e uma raiva que haviam crescido durante nosso tempo de separação.

A presença sólida de Will, Kai e Michael completava o círculo ao redor dela, as máscaras sombrias ocultando suas expressões, um silêncio tenso pairando no ambiente. Aurora lutava, sua determinação evidente, mas ela estava encurralada, era até divertido vê-la tentar escapar de nós, era como um gatinho tentando sair das garras de um leão. Nenhum esforço seria suficiente para escapar disso, nunca seria e nunca será.

──── Sentimos tanto a sua falta, Aurora. ── Murmurei, minha voz carregada de uma intensidade que fazia o ar se eletrizar se misturando com uma pitada de sarcasmo. Minha mão deslizou suavemente pelo contorno de seu rosto, brincando com as mechas de seu cabelo, um gesto que era ao mesmo tempo possessivo e sedutor, uma demonstração do meu domínio sobre ela.

──── Estamos de volta, diabinha, e não pretendemos ir a lugar algum. Faremos da sua vida um inferno, como prometi aquela noite. ── Sussurrei, minha voz rouca de desejo e raiva. ──── Cada dia que passamos naquela cela, cada humilhação que enfrentamos por sua causa, será devolvida a você em dobro, e nós vamos adorar te fazer pagar.

Ela não cedia facilmente, e isso era tão bom, sua determinação tentando resistir à tormenta que se aproximava era deliciosa de se ver. Era como um desafio, e eu nunca recusava um desafio.

──── Vocês acham que são alguma coisa? Acham que vão me quebrar? Vocês são apenas sombras do meu passado que eu fiz questão de enterrar. ── Ela retrucou, tentando manter sua voz firme e seus olhos desafiadores. A coragem dela era admirável, mas a verdade é que ela não compreendia completamente a magnitude de nossa presença. ──── Voces não tem mais o poder que tinham em Thunder Bay a anos atrás. São apenas riquinhos que estão putos por não conseguirem ter tudo sob controle, mas adivinhem, vocês não podem controlar todo que acontece!

Aí estava ela, a garota por quem me apaixonei, a que me fez passar por um inferno e que pagaria por isso. Aurora era como uma fada de luz nas minhas mãos, e o meu passatempo favorito era levar ela ao limite da sua escuridão. Mas isso foi até o momento em que ela usou a escuridão contra nós, contra mim. Meus olhos a estudaram com intensidade enquanto eu continuava a segurar seu pescoço, o apertando com mais força.

──── Sua força de vontade é admirável, feyfey, mas também é burra pra caralho. O destino é inescapável. Você é nossa, e já deixamos claro que não há escapatória, nunca haverá escapatória para você, Aurora.

──── Ah, sim. Vamos garantir que você pague por cada mísero dia que passamos na prisão, você pode não ter nós colocado lá, mas tem tanta culpa quanto ela. ── Ao meu lado, Will não pôde resistir em adicionar sua voz à conversa, um tom sinistro se escondendo por trás da máscara, sua voz ressoando como um eco do meu próprio descontentamento.

Kai se aproximou, sua postura imponente acrescentando peso às palavras de Will, sua presença dominadora destacando nossa determinação. ──── Você pensou que poderia nos enterrar, Aurora. Mas vamos ressurgir das cinzas e consumir tudo o que é seu.

──── Não será um conto de fadas como foi antes daquela noite, Rory. Será o seu pior pesadelo, um pesadelo que durará para tudo o sempre, estaremos lá, te observando em todos os momentos da sua vida miserável. ── Michael, o último a falar, manteve sua voz fria e calculista, sua expressão mascarada revelando apenas a intenção obscura em seus olhos.

Vi a luta nos olhos dela, mas também vi algo mais. Havia uma centelha de coragem, uma determinação teimosa, e sua expressão mostrou um toque de desafio. Não seria fácil, mas ela não estava disposta a desistir sem lutar. Ela enfrentaria esse tormento, mas nunca, encontraria a luz no fim desse túnel obscuro.

O jogo acabara de começar, e não havia dúvida de que seria uma partida intensa. O futuro estava imerso na escuridão, mas dentro dessa escuridão, uma chama de esperança continuava acesa, uma chama que, embora fraca, queimava com a promessa de um novo começo.

──── Saíam! ── Disse, segurando o pescoço dela com mais força, a fazendo inclinar o rosto para cima enquanto a minha outra mão estava a prendendo contra mim. Minha voz soava sombria, cheia de promessas sinistras enquanto a forçava a enfrentar a realidade de seu novo pesadelo.

A escuridão havia retornado às nossas vidas, e era como se o mundo todo estivesse prestes a ser engolido por ela. Era uma promessa que não seríamos capazes de quebrar, não importasse o quanto ela lutasse.

Os três começaram a sair da garagem. Antes que todos estivessem do lado de fora, Will lançou um olhar em minha direção e acenou com a cabeça, transmitindo a mensagem silenciosa de que eu teria o tempo que precisasse.

Nós quatro compartilhávamos o desejo ardente de vingança, mas para mim, era algo mais. Eu ansiava vê-la pagar por tudo o que nos fez. Era um anseio até mesmo doentio, uma necessidade que pulsava em minhas veias e clamava por vingança.

──── Agora somos apenas nós dois, você gosta disso querida? ── Perguntei pressionando meu pau nela. Odiava ficar duro só de ver ela chorar, mas era tão fodidamente quente.

Ela negou com a cabeça, com os olhos azuis fixos no meu rosto, aproveitei que estávamos sozinhos e empurrei ela até o capô do carro dela e a fiz deitar nele, ficando com os peitos pressionados no metal gelado e aquela bunda do caralho exatamente onde eu queria.

Coloquei minha mão na cabeça dela, pressionando o rosto dela de lado para que ela pudesse me ver.

Conseguia ver a respiração acelerada e se duvidasse conseguia até mesmo ouvir o coração dela martelando contra o peito, mas ela está quieta, como a porra da boa garota que sempre foi.

Ela sabia que se tentasse lutar agora eu não iria embora tão cedo.

──── Vou dizer só uma vez, Aurora, e é melhor você prestar muita atenção. ── Comecei a dizer lentamente enquanto olhava para ela. ──── Você é minha, sempre foi e sempre será, você nasceu para ser minha e eu juro que se aquele filho da puta ao menos pensar em deixar outro chupão no seu pescoço, ou em qualquer parte do seu corpo ele vai morrer, qualquer homem que tocar em você morre, entendeu?

──── Não sou sua Damon, não sou de ninguém porra! ── Ela disse se mexendo, tentando sair das minhas garras.

──── Não seja burra, garotinha, você é minha! Não minta para si mesma, e me obedeça, você não vai gostar de ter o sangue daquele merdinha nas suas mãos, vai? ── Ela negou rapidamente, fazendo o cabelo se espalhar cada vez mais pelo capô do carro.

Porra, eu poderia fuder ela agora mesmo.

──── Então seja a porra da minha boa garota e se comporte. ── Sussurrei puxando ela pra cima pela cintura, grudando o corpo dela no meu outra vez. ──── Estamos indo embora agora, mas vamos voltar, não precisa sentir saudades.

Lentamente, um sorriso malicioso tomou conta do meu rosto e eu subi minha máscara rapidamente enquanto meus lábios encontraram o pescoço de Aurora. Senti o arrepio percorrer a sua pele e a sua ligeira contorção nos meus braços, como uma dança de resistência que só servia para acender ainda mais o fogo dentro de mim.

Aposto que se colocasse meus dedos dentro da calça dela a sentiria molhada pra caralho, como ela sempre ficava.

──── Damon! ── Ela exclamou, desesperada para se libertar, mas eu a segurei com firmeza, minhas mãos como garras, determinadas a mantê-la sob controle.

──── Conte que estivemos aqui e você pagará caro. ── Sibilei em seu ouvido, minhas palavras carregadas de ameaça e desejo. A soltei de repente, dando dois passos para trás, como se estivesse afastando um predador de sua presa. ────Tenha bons sonhos, pequena Dauphin.

Minhas palavras deixaram um rastro de enigma no ar, e meu sorriso persistiu enquanto saí pela porta da garagem. A primeira parte do nosso plano estava completa, mas o jogo estava apenas começando. E não importava o quanto ela resistisse, no final, ela sempre seria minha, e eu faria questão de que ela soubesse disso.

Entrei no carro com um sorriso malicioso que não podia ser contido. A porta se fechou com um som sólido, isolando o interior do veículo do mundo exterior. A garagem ficava para trás, e com ela, a primeira etapa do nosso plano.

Com um movimento firme, retirei a máscara do meu rosto, revelando minha expressão sombria. O ar fresco da noite invadiu meus pulmões, e o odor da vingança pairava no ar. Ao meu lado, Will e Michael fizeram o mesmo, seus rostos agora expostos, revelando olhares de satisfação que compartilhávamos.

──── Tudo feito. ── Anunciei, minhas palavras soando como um cântico sinistro de vitória.

Will se inclinou para frente, seu sorriso perverso destacando seus olhos escuros. ──── Funcionou, foi como roubar doce de criança, não é mesmo? ── Disse ele, seu tom um eco do meu próprio deleite.

Michael assentiu, sua expressão impassível ocultando a intensidade de suas emoções.

──── Nós precisamos de um gole de bebida urgente. Damon, sabe onde está a álcool. ── Kai, ao volante, dirigia com uma destreza impressionante. Seu olhar se encontrou com o meu no espelho retrovisor.

A noite estava em nosso favor, e as ruas vazias nos abraçavam em silêncio. Contudo, enquanto a sede de álcool queimava dentro de mim, meus pensamentos eram incontrolavelmente arrastados de volta para Aurora.

Oh, Aurora, a garota que me fizera sofrer tanto, a mesma que agora estava prestes a enfrentar o peso de sua própria escuridão. Meu desejo por vingança era avassalador, mas também existia uma obsessão doentia por ela. Aquela mulher, que uma vez me fez sofrer tanto, agora me assombrava.

Will interrompeu meus pensamentos, percebendo minha distração. ──── Não fique pensando nela agora. ── Disse ele com um tom de advertência, embora seu sorriso perverso ainda estivesse intacto. ──── Se concentre na vitória que alcançamos esta noite.

Assenti, mas a imagem de Aurora permanecia gravada em minha mente, como um veneno corrosivo que percorria minhas veias. A primeira parte do plano estava completa, mas o que estava por vir seria ainda mais sombrio e perigoso.

Enquanto as ruas passavam rapidamente do lado de fora da janela, eu não conseguia evitar a sensação de que nossa jornada estava apenas começando. Aurora era uma chama tóxica em minha vida, e eu estava prestes a me queimar com ela. Nosso futuro juntos era um pesadelo, um jogo perverso de obsessão e vingança, e eu estava disposto a ir até o fim para garantir que ela pagasse por cada momento de sofrimento que me causou. E só pararia quando ela estivesse quebrada.

Ou quando ela estivesse com a barriga cheia dos meus filhos.

⛸️ ᝰ 01﹕❛ Era pra esse capítulo ter sido postado ontem, mas tive que resolver umas coisas que não consegui escrever, escrevi em cima da hora, então me perdoem caso não esteja tão bom.

⛸️ ㅤ Acabei de perceber que escrever capítulos no ponto de vista masculino/do Damon é o meu pior pesadelo.

⛸️ ㅤ Espero que tenham gostado! ❜