PRÓLOGO
PRÓLOGO
31 de outubro de 2018
SHIBUYA.
Em uma teia infinita de realidades, o multiverso entrelaça seus incontáveis fios, cada um representando um universo moldado por escolhas, caminhos e possibilidades divergentes.
Esses fios coexistem, mas raramente se cruzam.
Ainda assim, existem momentos — raros e caóticos — em que as barreiras entre eles se tornam frágeis, e um único passo pode levar a um mundo completamente diferente.
Esses momentos são chamados de pontos de convergência, onde o destino, o acaso e o caos colidem.
A cidade estava um completo caos.
Shibuya, normalmente vibrante e caótica, estava caótica naquele instante por um motivo muito diferente dos turistas que lotavam suas ruas, ou os moradores que se aventuravam pela cidade.
O som de passos apressados ecoava pelas ruas enquanto Sora Gojo corria.
Ela estava ferida, o sangue escorrendo por pequenos cortes em seus braços e alguns em seu rosto pálido, marcas das lutas contra as maldições que enfrentara ao longo do caminho.
Ela havia se perdido de sua equipe enquanto lutava, como se as maldições quisessem a isolar.
Sora lidou com todas elas.
Não sem consequências, se seu estado fosse indicativo de algo.
Ainda assim, Sora Gojo não parou.
Ela não podia parar.
Em algum lugar naquela cidade esquecida por Deus, Satoru Gojo estava.
Sora balançou a cabeça enquanto se lembrava dos humanos clamando, dizendo apenas uma coisa: "Tragam, Satoru Gojo."
Ela sabia que ele estava ali.
Ele tinha que estar.
Ela quase conseguia sentir sua energia amaldiçoada, ela só precisava o encontrar.
A respiração de Sora vinha curta, seus pulmões ardiam, e os pensamentos eram um turbilhão em sua mente.
Onde ele poderia estar?
Ele descobriu quem estava por trás de tudo isso? O destruiu?
As perguntas se repetiam como um rio de incertezas, a ansiedade apertando seu peito.
A cada passo dado, ela sentia a distância entre eles diminuindo, como se algo a guia-se diretamente até ele.
Não havia lógica alguma, era puro instinto.
Era o conhecimento que ela tinha da energia amaldiçoada que o irmão mais velho carregava.
Sora dobrou uma esquina e logo visualizou uma silhueta muito familiar.
ㅡ Megumi! ㅡ a voz dela saiu rouca, quase como um grito desesperado.
Ele se virou tão rápido que ela pensou que ele quebraria o pescoço e, por um momento, parecia que o peso do mundo havia desaparecido dos ombros do mais novo, quando seus olhos encontraram os dela.
ㅡ Sora.
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Sora correu como se os próprios ventos a impulsionassem e o abraçou com força, ignorando a dor em seus próprios músculos cansados.
ㅡ Você está bem? Está machucado?
ㅡ Estou bem ㅡ ele respondeu, com uma hesitação que a fez se afastar para estudá-lo melhor.
Ele estava vivo. Isso era o importante naquele momento.
ㅡ Alguma notícia sobre o Satoru?
Megumi abriu a boca, mas foi Nanami, que Sora nem havia notado, quem respondeu, surgindo de trás do jovem de cabelos espetados com uma expressão séria.
ㅡ Ainda não sabemos. Mas ele provavelmente está em algum lugar enfrentando as maldições de nível especial.
Antes que Nanami pudesse terminar, Sora já estava se movendo, começando a correr pra longe dele.
ㅡ Gojo, espere! ㅡ Nanami chamou.
ㅡVocê não pode sair correndo por aí sozinha! Precisamos nos reagrupar antes de agir!
Mas ela não escutou.
Ela nem ao menos olhou pra trás enquanto disparava pelas ruas.
Tudo o que importava para ela, era chegar até ele.
A estação de trem de Shibuya parecia um campo de batalha.
Sora mal conseguia respirar quando desceu as escadas.
A energia amaldiçoada correndo por alí era esmagadora, fazendo cada passo parecer um desafio.
Mas nada disso importava quando ela quase conseguia sentir a presença do irmão dela.
Nada a impediu.
Nenhuma maldição foi em seu encontro.
Era como se ela estivesse sendo atraída para aquela estação específica.
Como se a quisessem lá.
Ela nem se importou se era uma armadilha.
E então os olhos de Sora, azuis puxados para o lilás, tão diferente dos olhos magníficos de seu irmão mais velho, finalmente encontraram a cena diante dela.
ㅡ Satoru ㅡ um sussurro incrédulo.
Ele estava ajoelhado, o Reino Prisão já começando a envolvê-lo, a o prender.
Seus olhos, normalmente cheios de confiança inabalável, estavam fixos nela. Sua cabeça virada para que ele pudesse olhar em sua direção.
Havia algo ali que ela não reconhecia: preocupação.
Satoru nunca pareceu tão preocupado.
E não era preocupação por si mesmo, mas por ela.
ㅡ Você demorou o suficiente, Mini Gojo.
Uma voz que fez sua pele arrepiar disse.
Sora conhecia aquele apelido.
Ela conhecia aquela voz.
A jovem desviou a atenção de Satoru por um instante, e então o viu.
Suguru Geto.
Não, não era ele.
Ela sabia disso antes mesmo de encarar o sorriso frio e os olhos cheios de desprezo. Mesmo antes de olhar para aquela coisa que ocupava a cabeça agora aberta de Suguru.
Aquela coisa era uma presença tão errada, que fazia o ar parecer mais pesado.
A coisa, a maldição, sorriu.
ㅡ Então você é a famosa Sora Gojo. A promessa brilhante que nunca saiu da sombra do irmão. Você parece bastante patética pra mim ㅡ a coisa deu uma risada enquanto se escondia novamente, fechandoa cabeçade Suguru. ㅡ E pensar que esse corpo costumava pensar que você tinha a capacidade de ser tão forte quanto seu irmão.
Sora apertou os punhos, tremendo de raiva e impotência. Tremendo em choque ao ver o rosto de um homem morto que já havia significado tanto para seu irmão.
ㅡ Não dê atenção à ele ㅡ Satoru disse, a voz firme, mas baixa. Mesmo agora, preso e ajoelhado, ele era a figura mais imponente que ela já havia visto. ㅡ Sora, me escute. Você precisa se teletransportar e ir embora agora.
Ela deu um passo à frente, ignorando as palavras dele. Ignorando qualquer perigo.
ㅡ Satoru, eu-
ㅡ Você precisa ir embora, Sora! ㅡ ele elevou o tom dessa vez, a intensidade na voz dele perfurando seu coração como uma lâmina. ㅡ Está tudo bem. Você pode ir. Eu vou cuidar disso.
Ela balançou a cabeça, lágrimas enchendo seus olhos lilases.
ㅡNão! Não vou deixar você aqui!
A coisa que ocupava o corpo de Suguru riu.
Foi quando Sora sentiu outra energia amaldiçoada.
ㅡ Sora ㅡ Satoru chamou, sua voz agora mais calma, gentil, como se ela não precisasse se preocupar com nada. ㅡ Eu quero que você se lembre sempre disso: Você não precisa ser como eu. Nunca precisou. Você é a primeira Sora. E isso é o suficiente.
Aquilo parecia uma despedida.
Por que parecia uma despedida?
Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, aquela maldição cujo nome ela não sabia riu, uma outra risada se juntando à ele.
Aquela maldição que chegava ela conhecia.
Mahito.
ㅡ Como é adorável. A irmãzinha fraca tentando salvar o irmão não tão invencível ㅡ a maldição de cabelos azuis ironizou.
A coisa ocupando o corpo de Geto inclinou a cabeça, a diversão clara em seu rosto.
ㅡ Diga-me, Mini Gojo, como é assistir o homem que você idolatrou por toda a sua vida, ser derrotado? É como ver um deus cair, não é?
Sora se lançou para frente, mas aquela coisa já esperava isso, porque mandou uma maldição na direção dela, a forçando a usar o Vermelho.
ㅡ Sora, fuja! ㅡ Satoru gritou daquela vez.
Satoru nunca a mandou fugir.
Nunca.
O Reino Prisão pulsou uma última vez, e antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, alcançá-lo, ele se fechou.
Com seu irmão olhando para ela por todo o momento.
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor.
Sora Gojo caiu de joelhos no chão, os dedos arranhando o piso frio enquanto olhava para o cubo onde seu irmão estivera segundos antes.
Ela havia visto seu irmão vencer batalhas contra maldições capazes de destruir cidades, observou-o manejar sua força como se fosse uma extensão de sua vontade.
Satoru Gojo era invencível.
Satoru Gojo era o mais forte.
Satoru Gojo havia prometido nunca deixá-la para trás.
Enquanto ela estava diante daquele cubo miserável, em uma estação de trem em Shibuya, encarando sua forma aprisionada, Sora sentiu uma rachadura nos alicerces de sua fé.
A maldição que ocupava o corpo de Geto, estava certa.
Era como ver um deus cair.
Seu deus.
Aquele que ela acreditava mais do que qualquer coisa.
Aquele em quem ela acreditou por toda a vida.
E quando aquela coisa voltou seu olhar frio para ela, zombador e implacável, ela percebeu que estava à beira de um precipício.
Quando Sora Gojo era apenas uma garotinha, ela achava que seu irmão era a pessoa mais incrível do mundo.
Ela ainda se lembrava da primeira vez que o encontrou.
Ela já tinha ouvido histórias sobre ele, sussurradas na casa dos pais — o garoto com poder ilimitado, portador do Infinito e dos Seis Olhos ao mesmo tempo, o orgulho do clã Gojo, o prodígio destinado a mudar tudo.
Mas, para ela, aos quatro anos, essas eram apenas histórias.
Ela não esperava que ele fosse real.
Quando Satoru Gojo finalmente apareceu diante dela, ela ficou tímida demais para encará-lo naqueles olhos, que as pessoas em sua volta falavam com tanta reverência.
Suas pequenas mãos agarravam a barra do vestido enquanto ela o espiava por entre os cílios.
Ele parecia incrivelmente alto, sua presença avassaladora mesmo aos 16 anos.
Seus cabelos, brancos como o dela, brilhavam sob a luz do sol, e seus olhos azuis, descobertos naquele dia, cintilavam com algo que ela ainda não entendia.
Ele olhou para ela, inclinou a cabeça e deu aquele sorriso casual e torto que mais tarde se tornaria tão familiar para ela
ㅡ Oi, garotinha ㅡ ele disse, abaixando-se levemente para ficar na altura dela. ㅡ Então, você é minha irmãzinha, não é? Bom te conhecer finalmente.
Seu rosto corou, e ela mal conseguiu murmurar uma resposta. Ele riu e bagunçou seu cabelo branco, em um tom mais puxado para o loiro do que o dele.
ㅡ O gato comeu sua língua? ㅡ ele provocou. ㅡ Não se preocupe. Você vai se acostumar comigo.
Sora pensava naquele momento com frequência. Com o dia que ele adentrou sua vida.
Na época, ela não percebia o quanto aquilo significaria, o quanto moldaria sua vida.
Para ela, Satoru era maior que a vida, uma figura tão radiante e intocável que era difícil para ela, acreditar que eles fossem irmãos.
Ela não era nada como ele. Não era tão divertida ou confiante, não era tão poderosa.
E ainda assim, ele sorriu para ela como se ela também fosse importante.
Nos anos seguintes, Satoru foi mais uma presença distante do que uma pessoa em sua vida.
Ela o via esporadicamente, ouvia seu nome com mais frequência do que sua voz.
Ele trouxe um amigo nos primeiros meses, um que a chamava de Mini Gojo e convocava maldições inofensivas para a entreter. A mente infantil de Sora, desejou ter um amigo tão legal quanto Suguru Geto quando tivesse a idade do irmão.
Mas nos anos seguintes, Satoru estava sempre ausente, na escola de jujutsu ou em missões, fazendo coisas que ela nem começava a entender.
Ele nunca a contou o que havia acontecido com seu amigo de cabelos escuros, quando ela o perguntou naquela época.
Porém, quando ela tinha cerca de oito anos, tudo mudou.
Foi naquele ano que Satoru começou a visitá-la com mais frequência.
Ele não era mais apenas o herói intocável que ela idolatrava, ele era seu irmão.
Ela se lembrava de como o olhar dele escureceu na primeira vez que ficou tempo suficiente para ver como os anciãos do clã a tratavam, como seus pais a tratavam.
Como a pressionavam, como se ela fosse apenas uma ferramenta a ser moldada. Uma ferramenta que deveria ser exatamente como o irmão mais velho.
Ela não precisou dizer nada, ele viu tudo em seus olhos, no jeito como ela se encolhia sob os olhares, nos pequenos ombros que carregavam fardos pesados demais para uma criança.
ㅡ Arrume suas coisas ㅡ ela se lembra que ele disse um dia, com um tom firme, mas gentil. Ela piscou, confusa.
ㅡ Por quê?
ㅡ Porque você vai embora comigo.
Ele não deu a ela chance de protestar, não que ela fosse.
Pra ela, Satoru não era alguém com quem se discutia, ele era alguém em quem se confiava.
Mudar-se com ele foi como entrar em um mundo completamente diferente.
O apartamento dele era caótico de um jeito que fazia seu coração se sentir mais leve.
Megumi e Tsumiki, duas crianças órfãs que Satoru decidiu acolher, já moravam lá, e Satoru cuidou dos três à sua maneira imperfeita.
Ele não era o guardião mais convencional, ele estava frequentemente ausente, envolvido em missões. Mas ele prometeu que sempre voltaria.
E ele sempre voltou.
Sora se lembrava de esperar na porta, seu coração acelerando toda vez que ouvia os passos familiares dele no corredor.
Ele entrava no apartamento, jogava os óculos escuros na superfície mais próxima e os cumprimentava com um sorriso, geralmente trazendo alguma lembrancinha.
ㅡ Sentiram minha falta? ㅡ ele perguntaria, como se já não soubesse a resposta.
Sora o abraçaria, Tsumiki seguiria seu exemplo, enquanto Megumi apenas o encararia com seus bracinhos cruzados, fingindo sentir desgosto com a volta do mais velho.
Mesmo quando ele não estava lá, sua presença permanecia.
Havia conforto no jeito que ele organizava tudo, garantindo que uma pessoa confiável estivesse lá para cuidar deles.
Havia calor no jeito que ele conversava com ela antes de partir, brincando para que ela ficasse de olho em Megumi e de ligar para ele se algo acontecesse.
Sora cresceu naquele apartamento de quatro quartos estranho e bagunçado, onde o amor se expressava na confiança em Satoru, no cuidado silencioso de Megumi e na gentileza acolhedora de Tsumiki.
E, embora às vezes ela se ressentisse com a ausência de Satoru, ela nunca duvidou do cuidado dele.
Ele não era perfeito, longe disso na verdade.
Ele cometia erros, esquecia coisas e, às vezes, voltava para casa estressado demais para esconder isso dela.
Mas ele sempre voltava, e isso era o suficiente.
Tinha que ser suficiente.
O silêncio após o cubo se fechar era ensurdecedor.
Sora Gojo estava congelada em meio aos destroços da estação, seu peito arfando, sua garganta dolorida de um grito desesperado que ela nem lembrava de ter soltado.
Os sons exteriores, não chegavam até ela.
Seu mundo havia colapsado em um único momento, uma única imagem: Satoru, aprisionado, preso, perdido para ela.
Ela segurou a cabeça com força, suas unhas cravando no couro cabeludo, como se pudesse arrancar a dor para fora.
Aquilo não era real.
Não podia ser real.
Só podia ser um pesadelo. Não havia outra alternativa.
O peso do fracasso pressionava contra seu peito, sufocante.
Ela era inútil.
Uma fraca inútil que nunca conseguiu fazer qualquer coisa.
Pela primeira vez em sua vida, ela sentiu verdadeiramente a imensa distância entre ela e seu irmão, não apenas em força, mas em tudo.
Satoru sempre fora o inabalável, o mais forte.
Ela era apenas... sua sombra defeituosa.
Uma fraca inútil que não conseguia proteger a família.
Sua respiração engasgou, e sua visão ficou turva com lágrimas que ela não notou que estavam caindo.
Satoru Gojo era invencível.
Ele não podia a deixar daquele jeito.
Mas enquanto sua mente afundava no desespero, uma risada lenta e zombeteira a trouxe de volta à realidade.
Mahito avançou, sua figura esguia iluminada pelas luzes piscantes da estação.
Seu sorriso era largo, seu tom repleto de escárnio.
ㅡ Olhe para você. Perdida. Impotente. Patética em todos os sentidos.
As palavras a atingiram como um golpe.
Ela o encarou, seus punhos se cerrando ao lado do corpo.
Ele estava certo.
E ela nem podia tocá-lo, não podia o vencer.
Sua energia amaldiçoada oscilava inutilmente ao seu redor, indomada, desconexa.
O sorriso de Mahito se alargou enquanto ele avançava, seu corpo distorcido mudando no ar.
Sora mal conseguiu reunir um Vermelho para repelí-lo, seus instintos assumindo o controle.
Ela o lançou para o outro lado da estação, estilhaçando azulejos e espalhando destroços.
Mas antes que ela pudesse recuperar o fôlego, outra voz cortou o caos de sua mente. A voz calma e controlada que fez um frio percorrer sua espinha.
ㅡ Um esforço impressionante. Mas insuficiente.
Aquela coisa avançou, sua presença esmagadora.
Com um movimento de mão, ele convocou uma maldição diferente de qualquer coisa que Sora já havia sentido.
O ar ao seu redor se deformou e retorceu, como se o próprio tecido da realidade estivesse se dobrando.
ㅡ Permita-me apresentar a maldição de nível especial, que surgiu do medo nascido do terror do vazio, do que há de desconhecido no universo. Ela te manterá ocupada enquanto meus planos continuam.
A maldição avançou em sua direção, distorcendo o espaço ao redor dela.
Sora se levantou, lutando para se manter firme, mas cada movimento parecia puxá-la em centenas de direções ao mesmo tempo.
Ela cerrou os dentes, invocando o Azul para puxar a distorção de volta para si, enfrentando a força com a sua própria.
ㅡ Devolve o meu irmão! ㅡ o grito veio do fundo de seu âmago.
Ela ia morrer de qualquer jeito. Mas se ela conseguisse alcançar o cubo, pegar o irmão de volta, tudo valeria a pena.
Qualquer sacrifício valeria a pena, até mesmo sua própria vida.
A estação tremeu enquanto as duas forças colidiam, seu Azul contra a distorção de espaço da maldição.
Sora empurrou com mais força, ignorando a tensão em seu corpo, até que Mahito reapareceu, sua risada cortando sua concentração.
ㅡ Você é fraca demais, pequena Gojo.
Mahito avançou novamente, mas desta vez, Sora estava pronta.
Ela buscou foco, canalizando sua energia amaldiçoada e invocando a força destrutiva de Roxo.
A colisão do Vermelho e Azul criou uma onda de energia amaldiçoada roxa que atravessou a estação, obliterando Mahito em um clarão ofuscante.
Por um momento, houve silêncio.
Sora ofegou por ar, seu corpo tremendo pelo esforço.
Um Roxo era seu limite por dia, dois em casos muito raros.
Ela não era forte como o irmão, jamais foi.
O falso Geto estava intocado, o cubo amaldiçoado brilhando em sua mão.
ㅡ Muito bom, Mini Gojo. ㅡ ele disse, quase divertido. ㅡ Mas você não pode salvá-lo.
A visão de Sora se turvou.
Ela estava tão perto, a poucos passos do cubo, de Satoru.
Ela sabia que sua força estava acabando.
O Infinito que ela lutara para manter de pé tremulou e se enfraqueceu após ela usar o Roxo. Mesmo antes daquele momento, ela sempre lutou de forma terrível para manter o Infinito de pé.
A maldição do falso Geto voltou a se aproximar, distorcendo o espaço ao seu redor até que ela não sabia mais o que era para cima ou para baixo.
ㅡ Não ㅡ ela sussurrou. Sua voz falhou enquanto o desespero que ela havia tentado suprimir voltava com força total.
Ela não podia falhar. Ela não podia deixar aquilo acontecer.
Ela precisava pegar o irmão de volta.
ㅡ Você sempre foi fraca.
As palavras cortaram mais fundo do que qualquer lâmina.
Sora sentiu seus joelhos cederem, sua energia amaldiçoada girando fora de controle.
A maldição fez o espaço ao seu redor começar a se romper, uma fenda se formando no próprio tecido da realidade. Sora não conseguia fazer nada.
Ela não podia.
Ela não queria.
Tudo o que ela queria era escapar daquele pesadelo terrível.
Tudo que ela queria, era desaparecer.
Pra longe daquele pesadelo sem fim.
Para longe das mãos de Mahito, tão próximas de a tocar.
Para longe do corpo de um homem morto que já significou alguma coisa.
Para longe do irmão aprisionado que ela nunca conseguiria salvar.
Ela queria desaparecer daquela estação.
Daquela cidade.
Daquele país.
Daquele mundo.
Ela queria ir embora.
Ela queria que tudo acabasse.
Sora Gojo juntou as mãos para um último esforço para se teletransportar.
A maldição distorceu o espaço.
Sora começou a cair por entre a fenda formada.
A última coisa que ela viu, foi o sorriso presunçoso do falso Suguru Geto, e o cubo amaldiçoado que prendia seu irmão, em sua mão.
Todo o resto que se seguiu foi escuridão.
E então, o mundo de Sora Gojo se despedaçou.
I. Oie pessoas. O que acharam do prólogo? Gostaram?
II. Não sei se fez muito sentido, mas foi uma combinação de fatores que fez com que a Sora fosse para outro mundo. Espero que isso tenha sido possível de visualizar aqui no prólogo.
III. Eu mudei algumas coisas do cânon pra que a história fizesse mais sentido, então qualquer dúvida é só me falar.
IV. Enfim, por hoje é só, mas nós nos vemos em breve.
Byee ♡
19.01.2025
Duda.
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