𝟏𝟖. Uma Escolha a Ser Feita
𝟏𝟖. Uma Escolha a Ser Feita
▋ Anfiteatro Subterrâneo — Noite
TODOS ELES DESCEM AS escadas estreitas e então adentram um anfiteatro subterrâneo, eles se vêem diante de uma visão apavorante.
Milhares de bruxos e bruxas estão reunidos, alguns já sentados em bancos de pedra. A atmosfera é tensa — alguns deles parecem nervosos, mas curiosos. Outros, animados, outros parecem prontos para uma briga. Alguns acólitos de máscara orientam a multidão.
Credence e Nagini entram no anfiteatro perplexos e intimidados pela visão, eles são levados pela onda de pessoas que penetram ainda mais fundo no auditório.
Nagini tenta conter Credence, o segurando por um dos braços.
— Eles são sangues-puros — ela alerta. — Matam gente como a gente por esporte.
Credence se solta do aperto de Nagini e continua andando em frente, ela hesita, mas depois o segue.
Mais atrás, Jacob olha em volta a procura de Queenie, que ele havia visto sendo mostrada na bola de cristal na casa de Nicolau Flamel — ele escondeu esse pequeno detalhe de seus dois amigos — ao longe, sentido-se atraído como um imã, ele vê uma cabeça loura conhecida — sua Queenie. Ela estava sendo acompanhada por um acólito a um lugar na primeira fila.
— Queenie — Jacob sussurra para si mesmo, deixando Newt e Margot seguirem em frente e então some pela multidão sem que eles o vejam.
Ele abre caminho pela multidão, tentando chegar desesperadamente até Queenie.
Como que sentindo-se atraída também, Queenie se vira e vê Jacob vindo em sua direção. Ela o olha em completo deleite.
— Jacob! Querido, você está aqui! — ela exclama feliz e surpresa. — Oi!
— Oi, amor — ele responde aliviado, finalmente chegando até onde a mesma se encontra e ficando ao seu lado. — Oi.
Queenie joga os braços ao redor do pescoço de Jacob, querendo sentir seu calor tão familiar e acolhedor.
Ele a abraça de volta, mas parece incerto, olhando para todos os lados, querendo sair logo dali.
Queenie se reprime nos braços de Jacob, lendo seus pensamentos.
— Ah, querido, eu sinto muito, nunca devia ter feito isso, eu te amo tanto...
Jacob suspirou olhando para Queenie logo a sua frente, ele estava tão aliviado por tê-la ao seu lado novamente.
— E você sabe que eu te amo, não é? — Queenie concordou veementemente com a cabeça, o que fez Jacob sorrir. — Que bom. Agora vamos dar o fora daqui.
Ele tenta puxá-la de volta para o lugar de onde ele havia vindo, mas ela o puxa de volta.
— Ah, espere aí — ela diz séria, num murmuro. — Só um minutinho. Pensei que talvez pudéssemos ouvi-lo primeiro. Sabe como é, só ouvir, só isso.
Jacob franze a testa, olhando sem entender para Queenie.
— De que você está falando?
Ela então apenas sorri e puxa um Jacob confuso para sentar ao seu lado na primeira fila, segurando sua mão. Jacob olha em volta, sentindo-se nervoso, vendo todos aqueles sangues-puros ao redor deles.
Enquanto isso, mais ao longe dentro do anfiteatro, Margot e Newt se infiltram na multidão.
Margot olha ao redor procurando por Credence e os demais, mas já não os vê mais no mar de pessoas. Newt, perturbado, olha fixamente para ver o quadro maior.
— É uma armadilha — Margot sussurra para Newt logo ao lado.
Ela observa Queenie ao longe, vê Tina também ao longe com mais alguns Aurores — o que a faz sentir-se aliviada em saber que a mesma estava bem, mas, ao mesmo tempo, aquilo a fazia criar ainda mais pânico dentro de si.
Todos eles estavam ali... sem exceção.
— É — Newt concorda logo ao lado. — Queenie... a árvore genealógica... tudo serviu de isca.
Ele olha ao redor, ainda tentando observar tudo. Newt nota alguns acólitos se deslocando, cobrindo todas as entradas.
— Vá procurar os outros — ele sussurra para Margot, que segura de repente uma das mãos dele. — Vai ficar tudo bem — ele tenta a acalmar.
— O que vai fazer?
— Pensarei em alguma coisa — ele responde e então os dois partem para lados diferentes pelo anfiteatro.
Margot anda lentamente, observando ao redor e procurando por Jacob e Credence, mas então as luzes diminuem e a multidão começa a aclamar.
Grindelwald aparece no palco e então a plateia explode em prazer. A histeria cresce e ele fica parado ali, como um demagogo, ou então um astro hollywoodiano, Margot não conseguia dizer ao certo qual dos dois.
Mas Margot decide não parar, ela continua andando por entre as pessoas, procurando por seus amigos.
Ela então vê Queenie e, a uma curta distância, Credence.
De quem se aproximar primeiro? Ela pensa por um segundo e então vê Jacob ao lado de Queenie, ela não estava sozinha, o que era um alívio. Ela então resolve se aproximar de Credence.
Mas ao começar a marchar decidida em direção de Credence, um acólito repentinamente se põe em frente dela, impedindo que ela fosse até o garoto.
Eles se olham nos olhos e por um instante Margot pensa em sacar sua varinha, mas dando mais uma olhada ao redor, ela sabe que perde por uma tremenda desvantagem numérica. Então sob o olhar do acólito, ela senta-se em um banco não muito longe de onde Credence está.
Todos eles estão ali; Queenie parece extasiada, enquanto Jacob afunda no banco logo ao lado, completamente assustado... Kama está cético, olhando para tudo aquilo sem entender... Credence, hipnotizado, enquanto Nagini olhando para todos os lados enquanto tem suas costas guardadas pela parede, ela não confia em ninguém... Leta está ao longe, observando Grindelwald, imaginando o que ele faria...
Grindelwald levanta uma das mãos, pedindo para a multidão se aquietar.
— Meus irmãos, minhas irmãs, meus amigos e amigas: a grande dádiva de seus aplausos não é para mim — ele diz, com o anfiteatro agora completamente calado, todos querendo o ouvir. — Não. É para vocês mesmos.
Ele para e então olha ao redor, ele vê Credence e sorri, seu sorriso cresce ainda mais quando vê Margot logo ao lado.
— Vocês vieram hoje aqui movidos por um desejo ardente e por saberem que o modelo antigo não nos serve mais... — ele volta ao seu discurso, observando os rostos ao redor. — Estão aqui hoje porque anseiam por algo novo, algo diferente.
Margot se sente desconfortável ali, os sangues-puro ao redor dela suspiram em deleite com as palavras de Grindelwald.
— Dizem que eu odeio Les Non-Magiques. Os Trouxas. Os Não-Maj. Os Sem-Feitiços — vaias e assobio da grande plateia são música para os ouvidos de Grindelwald. — Eu não os odeio. Não odeio — ele continua e a multidão cai em silêncio. — Pois eu não luto por ódio. Digo que os Trouxas não são inferiores, mas diferentes. Não são inúteis, mas de distinto valor. Não são descartáveis, mas têm uma disposição diferente — ele faz uma pausa, ele olha mais uma vez ao redor e então para com os olhos em Newt. — A magia só floresce em raras almas. É concedida àqueles que vivem pelas coisas superiores — ele termina sua sonda ao redor do anfiteatro e então se vira, voltando a olhar para aqueles que realmente querem o ouvir. — Ah, e que mundo incrível podíamos criar, para toda a humanidade. Nós, que vivemos pela liberdade, pela verdade...
Os olhos dele encontram os de Queenie na primeira fieira.
—... e pelo amor.
Queenie suspira em êxtase, era aquilo que ela queria. Seu coração e alma almejavam por aquilo.
— Chegou o momento de partilhar minha visão do futuro que nos aguarda, se não nos rebelamos e assumirmos nosso lugar por direito no mundo.
Uma mulher então aparece no palco e, com uma reverência, ela estende um instrumento mágico em formato de crânio a Grindelwald.
Todos estão em completo silêncio, Grindelwald é iluminado pela luz dourada que emana do crânio em suas mãos. Ele traga profundamente pelo tubo e seus olhos rolam para cima. Ele então exala e... é extraordinário. Um gigantesco manto parece se deslocar e desenrolar de seus lábios pelo teto alto de pedra, trazendo imagens em movimento na fumaça — a plateia ofega com as imagens.
Há milhares de pés em marcha, calçando pesadas botas... explosões, homens correndo com armas...
A luz da visão brincava no rosto de cada pessoa ali, todos hipnotizados e temerosos.
Há então uma explosão nuclear, o que abala a todos no anfiteatro. É uma visão apavorante. A multidão sente, fica aterrorizada. Há gritos, até que a visão esmaece, deixando murmúrios de pânico ao redor.
A visão se desbota e então todos se voltam para Grindelwald.
— É isto que combatemos! Este é o inimigo... sua arrogância, seu desejo de poder, sua barbárie. Quanto tempo passará até que eles voltem as armas contra nós?
Ao redor, os Aurores parecem alarmados com o rumo daquilo tudo, eles passam despercebidos por alguns, mas não por outros. Eles vão se infiltrando na multidão, abrindo-se em leque.
A multidão se aquieta, agitada, em expectativa. Esperam por uma revelação nova e extraordinária.
— Nada façam enquanto eu falo disto. Vocês devem permanecer calmos e manter suas emoções — Grindelwald volta a dizer, fazendo uma pausa e olhando ao redor, para os Aurores. — Há Aurores aqui, entre nós.
Há então um arquejar coletivo. Cabeças se viram, procurando pelos Aurores, que olham em volta, em pânico.
Eles estão em menor número por uma ampla margem e a multidão é hostil.
— Aproximem-se, irmãos bruxos! — Grindelwald volta a falar, dessa vez com os Aurores ao redor. — Juntem-se a nós.
Sob vaias e assobios crescentes, os Aurores sabem que não tem alternativa senão avançar e se mostrar.
— Não façam nada. Nada de força — Teseu Scamander diz ao seus companheiros Aurores. — Se lembrem, não é ilegal ouvi-lo. Usem o mínimo de força com a plateia. Não devemos ser o que ele diz que somos!
Um jovem Auror mais à frente olha nervoso ao seu redor, os bruxos e bruxas são hostis. Uma jovem ruiva o encara, ela da um passo em sua direção — ele continua parado, se contendo — ela dá outro passo e então começa a mexer em sua varinha guardada.
O jovem Auror fica inquieto, mas sabe que está em perigo ali.
— É verdade que eles mataram muitos dos meus seguidores — Grindelwald volta a falar repentinamente. — Eles me prenderam e torturaram em Nova York. Eles culminaram seus companheiros bruxos e bruxas pelo simples crime de buscar a verdade, de querer a liberdade...
Ele está deliberadamente brincando com os sentimentos instáveis dos bruxos e bruxas que o seguem. A bruxa ruiva de mais cedo levanta sua varinha alguns centímetros, apontando para o Auror a sua frente. Ele pode sentir o desejo latente dela por violência.
— Sua raiva... seu desejo de vingança... é natural — Grindelwald continua, brincando com suas palavras.
E então acontece, a bruxa ergue sua varinha por completo em direção ao Auror, mas antes que ela possa fazer algo, o jovem Auror lança uma maldição primeiro.
Para o horror dos companheiros dela, a jovem bruxa cai morta ao chão.
— Não! — Grindelwald grita e corre em direção da bruxa morta.
Gritos enchem o auditório. Grindelwald ascende na multidão, que lhe dá passagem. Ele então se ajoelha e puxa o corpo flácido da jovem bruxa — uma de suas seguidoras — , ele olha ao redor, para os companheiros dela.
— Levem esta jovem guerreira de volta à sua família — ele diz e dois dos amigos dela se compadecem, carregando o corpo da bruxa para longe dali.
Grindelwald não vê, as pessoas ao redor também não, muito comovidas e enraivadas para perceber um pequeno Pelúcio se rastejando pelos chãos e indo em direção à Grindelwald.
— Desaparatem — ele diz ainda ao chão. — Vão embora. Saiam deste lugar e espalhem a mensagem: não somos nós os violentos!
Todos então começam a desaparatar, a maior parte da multidão. Enquanto isso, Teseu e os Aurores observam a partida dos sangues-puros, Teseu conduz os Aurores mais à frente, em direção à Grindelwald.
— Vamos pegá-lo — Teseu diz, olhando fixamente para Grindelwald.
Eles começam a descer os degraus do anfiteatro. Grindelwald dá as costas ao avanço dos Aurores, saboreando a briga que ele ainda tem pela frente.
— Protego diabolica — ele murmura e então gira, traçando um circulo protetor de fogo negro em torno de si.
As saídas ao redor se fecham.
Alguns dos seguidores de Grindelwald seguem em frente e atravessam o círculo.
— Aurores, unam-se a mim neste círculo, jurem a mim sua eterna lealdade, ou morram — ele diz com um sorriso no rosto. — Só aqui conhecerão a liberdade, só aqui conhecerão a si próprios.
Alguns Aurores tentam escapar, mas Grindelwald lança uma muralha de chamas no ar, perseguindo os Aurores em fuga.
— Ajam conforme as regras! Sem trapaças, crianças.
Margot vê que não a outra saida se não a guerra ali, vendo que o acólito que estava em sua frente havia sido consumido pelo fogo, ela anda pé ante pé até Credence.
Nagini pega Credence e tenta arrastá-lo para longe, mas ele está de olhos fixos em Grindelwald.
— Ele sabe quem eu sou — ele murmura, sem piscar.
— Ele só sabe sua origem, não quem você é — Nagini responde em desespero, tentando fazê-lo enxergar a verdade.
Grindelwald sorri para Credence ao longe, através do fogo, mas então ele perde sua visão, pois Margot entra em cena, ficando entre ele e Credence, suas costas viradas para Grindelwald, seus olhos completamente fixados no garoto a sua frente.
— Você... — Credence sussurra, olhando para Margot em frente a ele.
Ela havia o defendido nos metros em Nova York, havia tentado salvar sua vida. Assim como também havia ajudado Tina na Nova Salém.
— Por favor, não tente me impedir.
Margot nega com a cabeça, ela sabia que estava sofrendo um grande perigo ali, mas também sabia que enquanto estivesse entre Credence e Grindelwald, o bruxo não tentaria nada contra ela.
Nagini olha esperançosa para Margot.
— Não vou te impedir, vá lá — Margot diz, sussurrando para Credence. — Talvez você descubra mesmo quem você é com ele. Eu sei bem como é isso — ela diz e Nagini a olha sem entender, ela pensou que ela estava ali para tentar impedi-lo.
— Você sabe? — Credence pergunta e Margot concorda com a cabeça.
Ela estende a mão minimamente na direção de Credence, há um espelho redondo e pequeno nas mãos dela.
— Pegue. Leve com você — ela diz, ele a olha por um segundo, mas logo pega o objeto e o guarda.
Margot então sai do meio do caminho de Credence, dando-o total passagem e liberdade para ir até Grindelwald.
— Margot, não! — Tina grita ao longe, ela não podia deixar Credence ir.
Credence se decide, ele anda até as chamas, sendo bem recebido por elas e então, se colocando ao lado de Grindelwald.
Nagini está arrasada, ela não acredita que ele escolheu Grindelwald ao invés dela, ela é obrigada a recuar pelo fogo em constante expansão.
Queenie deixa Jacob, que a tenta impedir, mas não consegue.
— Querida, não! — ele grita.
— Vem comigo! — ela grita em desespero.
— Você está louca — Jacob murmura, vendo Queenie entrar nas chamas, ela lê a mente dele e parece hesitar por um momento, mas depois entra no fogo negro.
— Não! Queenie, não faça isso!
Ela grita e Jacob cobre o rosto, apavorado, enquanto ela passa pelo anel de fogo e se junta ao lado de Grindelwald.
— QUEENIE! — Tina grita em desespero, seus olhos cheio de lágrimas.
Queenie desaparata.
Tina retalia, lançando uma maldição para Grindelwald, mas o círculo de fogo ataca em lanças mais violentas.
Grindelwald conduz as chamas como se regesse uma orquestra, sua varinha batuta, enquanto as forquilhas de fogo atingem Aurores que tentam desaparatar ou fugir do fogo.
Meia dúzia de Aurores perde a cabeça e corre pelas chamas até Grindelwald, juntando-se a ele.
Todos estavam juntos em um lado do anfiteatro, Newt e Teseu lado a lado, Tina junto a alguns Aurores e Jacob, Leta não muito distante e então, do outro lado, completamente sozinha, estava Margot.
— Senhor Scamander — Grindelwald diz, se voltando para Newt. — Acha que Dumbledore lamentará sua morte? — ele pergunta, pronto para reger sua orquestra em direção à Newt.
— Grindelwald! Pare!
Grindelwald se vira e então vê Margot.
— Margaret Murray — ele murmura, deixando todos de lado e dando as costas, indo em direção à Margot, que desce as escadas sem medo algum em seu rosto, indo em direção à Grindelwald. — Tive bastante tempo em procurar saber sobre a senhorita depois de nosso último encontro.
— Margot! — Newt grita desesperado, tentando passar pelas chamas, mas sem sucesso.
Margot olha de relance para Newt, mas logo volta a encarar Grindelwald. Ela agora se via cara a cara com o homem, apenas as chamas negras os separando.
— Causei tão boa impressão assim? — ela perguntou e viu o rosto de Grindelwald se iluminar.
— Você sabia que era eu ali — ele disse e ela concordou. — Por que não disse a ninguém?
Margot deu de ombros.
— Não queria acreditar que era verdade — ela respondeu. — Não queria acreditar que Percival estava morto.
— Ah, seu tutor — ele diz, quase tocando as chamas e chegando até ela. — Um bruxo admirável.
— E que você matou — ela pontua entre dentes.
— Eu não gosto disso, Margaret. Mas é por um bem maior — ele diz calmamente. — Junte-se a mim.
— Não — ela responde prontamente.
Margot se aproxima ainda mais das chamas, sua pele ardendo com a quentura, suas roupas começando a chamuscar.
— Você é um mentiroso manipulador. Você realmente não gosta disso — ela diz apontando ao redor. — Você ama isso.
Grindelwald olha para Margot a sua frente, para a certeza nos olhos dela e para a ousadia. Ela não sente nem um pouco de medo dele.
— Você me lembra uma pessoa — ele diz de repente.
— Algum lacaio da língua solta? — ela pergunta e ele ri.
— Eu mesmo quando mais novo — ele diz e ela faz uma careta para aquilo. — Você sabe que não vou te matar — ele pontua e Margot sorri vitoriosa.
— Sei?
Sim, ela sabia.
Grindelwald havia a visto com Credence mais cedo, ela viu o olhar no rosto do menino. Ele não sabia o que Margaret havia feito, mas sabia reconhecer uma manipuladora tão boa quanto ele quando via uma.
Ele precisava de Credence, precisava que ele confiasse nele. Mas o garoto também parecia confiar em Margot... ele não podia matá-la.
— Sabe — ele respondeu convicto. — Mas ainda posso matar seu amigos — ele diz, voltando a regir sua osquestra, suas mãos voltando a se movimentar, as chamas voltando a dançar ao redor.
Margot puxa sua varinha e avança na direção de Grindelwald. As chamas se dissipam, não encostando nela, fugindo do toque da bruxa, mas continuam rondando Grindelwald.
— Margaret Robbin Murray. Uma jovem jovem bruxa nascida trouxa! — ele diz a todos pulmões, fazendo as chamas dançarem ao redor, tentando atingir os que restam, mas Margot se põe entre eles e as chamas, que tentam não a acertar. — De uma família completa de Não-bruxos, uma raridade entre aqueles que são descartáveis. Uma Sangue Ruim que vale a pena apostar.
Margot dança junto com as chamas de Grindelwald, dançando conforme sua música. Ela o encara com um ódio latente.
— Não sabe o que esta Sangue Ruim é capaz de fazer — ela diz, apontando sua varinha na direção de Grindelwald, que repele as maldições com facilidade.
Era como brincar com uma criança levada e que não se cansava nunca, Grindelwald repelia as maldições com facilidade. Ele a derrubaria morta facilmente se quisesse, mas era divertido e admirável ver a convicção no olhar dela e como ela avançava sem ter medo das chamas, ou da morte.
As labaredas ainda dançavam ao redor da sala, mas agora em menor quantidade. Grindelwald parecia mais interessado em Margot e no que ela disparava contra ele enquanto os dois dançavam sua valsa mortal.
— Ela o está distraindo — Teseu murmurou para Newt. — Precisamos ir!
Newt olhou para Margot, ele estava admirado por sua bravura, mas não podia a deixar ali. Ele não sabia por que Grindelwald parecia não querer matá-la, mas ele não podia acreditar que aquilo duraria muito mais.
— Não posso deixá-la — ele murmura enquanto alguns Aurores desaparatam para longe dali.
Teseu não dá muita escolha a Newt, o agarrando pela gola e desaparatando para longe dali.
Margot continua disparando contra Grindelwald, seus gritos são canção para os ouvidos dele. Há suor pingando da testa dela, enquanto suas mãos se jogam contra as labaredas, sua pele pinica com as queimaduras.
Eles dançam até a exaustão, até Margot finalmente cair ao chão, sem conseguir mais dançar.
As chamas se dissipam e Grindelwald olha ao redor.
— Seus amigos te abandonaram — ele murmura. — Você morreria mesmo por eles?
Margot levanta os olhos e mira Grindelwald de baixo, caída ao chão.
— Você quer ver? — ela pergunta e ele sorri, logo em seguida explodindo em labaredas azuis, sumindo do anfiteatro e deixando apenas fogo negro para trás.
O fogo sobe queimando tudo, deixando apenas um rastro de destruição para trás. O fogo é forte, ele explode para todos os lados, fazendo a construção desabar aos poucos.
Margot tenta se proteger com sua varinha, mas ela já está exausta...
— Detesto Paris — Grindelwald murmura, ainda observando Margaret, antes de desaparatar e deixar um rastro de puro caos para trás.
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