𝟎𝟑. Um Lugar Extraordinário
𝟎𝟑. Um Lugar Extraordinário
▋Maleta de Newt (alguns momentos depois) ── Noite
NEWT E JACOB — AMBOS dentro da maleta —, estavam prontos para sair pela porta, os dois carregando baldes em suas mãos, porém, pararam subitamente quando escutaram o som de saltos nos degraus atrás deles.
Ambos olharam curiosos para os sapatos vermelhos que se fizeram presentes e, logo em seguida, uma Margot em suas roupas chamativas se fez presente também na pequena saleta dentro da maleta de Newt Scamander.
Ela viu os dois homens olhando para ela surpresos e sorriu, logo olhando ao redor.
Dentro da maleta, Margot se sentia como se estivesse dentro de uma pequena cabana. Havia uma pequena cama recostada na parede, equipamento de sobrevivência na selva e várias ferramentas penduradas nas paredes. Haviam também diversos armários de madeira com cordas, redes e potes de coleta. Uma máquina de escrever muito antiga estava ali também, com uma pilha de manuscritos logo ao lado de um bestiário medieval.
Haviam anotações, mapas, desenhos e algumas fotografias móveis de criaturas extraordinárias... Margot sorriu para tudo aquilo e depois olhou na direção de Newt Scamander.
— Esse lugar grita o seu nome, senhor Scamander — ela disse sorridente, colocando seu guarda-chuva ao lado do corpo. — Me desculpe pela invasão, mas eu realmente preciso ter a certeza de que seu Pelúcio não está por aqui.
Newt piscou uma, duas, três vezes e então concordou com a cabeça, dando um pequeno sorriso para Margot também.
— Nos acompanhe, por favor, senhorita Murray.
Ela concordou com a cabeça e seguiu os dois para fora da cabana.
— Vocês podem me chamar de Margot — ela disse e Jacob olhou sorridente para ela, enquanto também tentava olhar tudo ao seu redor, tudo ao mesmo tempo. — É mais fácil do que Margaret e menos formal do que meu último nome.
— Pode me chamar de Jacob também, Margot — ele disse e Margot concordou com aquilo.
Olhando ao redor, o lugar havia aumentado de tamanho.
Margot percebeu que cada uma das criaturas ali tinha o que parecia ser seu próprio habitat, era perfeito e magicamente constituído.
Jacob olhava ao redor em completo assombro, não acreditando no que seus olhos estavam lhe mostrando.
Newt guia os dois até o habitat mais próximo, essa parte se parece muito com um deserto.
Margot arregala os olhos para o magnífico Pássaro-trovão que aparece ali. As asas gloriosas reluzindo com desenhos de nuvens e do sol, brilhando em toda sua magnitude.
— Uau... — Margot deixa escapar, enquanto ainda olhava estupefata para a grande criatura.
Ela reparou que uma das pernas cobertas de penas estava em carne viva, completamente ensanguentada, era evidente que aquele magnífico animal já esteve acorrentado antes.
Quando o enorme pássaro bate as asas, seu habitat é tomado por chuva torrencial, trovões e raios.
Margot se apressa a abrir seu guarda-chuva, acomodando Jacob ali abaixo também, enquanto Newt se protege com sua varinha, criando um guarda-chuva mágico.
— Vem... vem... — Newt chama com as mãos o enorme pássaro acima deles. — Desça aqui... vem... — ele incentivava com um sorriso no rosto dirigido ao grande pássaro, como se o prometesse que nada de mal o aconteceria ali.
Lentamente, o magnífico Pássaro-trovão se acalma, baixando aos poucos para pousar em uma pedra grande na frente de Newt. Ao fazer isso, a chuva diminui e é substituída por um sol forte e quente.
Newt coloca sua varinha de lado e pega no bolso de sua calça um punhado de larvas, o grande Pássaro-trovão observa atentamente cada movimento e, quando Newt acarinha o animal, o mesmo parece se acalmar por completo, se transformando em um enorme e magnífico pássaro afetuoso.
— Ah, graças a Paracelso — Newt diz com um suspiro de alívio. — Se você tivesse saído, poderia ser bem catastrófico.
— Ele é... magnífico — Margot fala, completamente hipnotizada pela beleza do pássaro.
Newt deu um pequeno e singelo sorriso, ainda acariciando a criatura e, como se o enorme Pássaro-trovão a entendesse, o mesmo piscou duas vezes em direção de Margot, o que a fez sorrir ainda mais encantada.
— Já havia lido sobre os Pássaros-trovão, é claro, mas nunca pensei que chegaria a ver um assim tão de perto...
— Ele é o verdadeiro motivo para eu ter vindo à América. Vim trazer Frank para casa.
Margot, ainda encantada, fecha seu guarda-chuva e se aproxima devagar, ela abaixa a cabeça um pouco, não olhando nos olhos do pássaro e ergue minimamente uma das mãos, pedindo por permissão para tocá-lo e, por um momento, parece que o grande pássaro irá recusar o toque, mas logo ele parece mudar de ideia e recosta devagar sua enorme cabeça na palma da mão de Margot.
— Você é magnífico — ela murmura em direção do pássaro, o acariciando devagar. — Com certeza a criatura mais bela que já vi — Margot disse sorridente, ainda acariciando o animal e, quando se virou, viu Newt a encarando boquiaberto. — O que foi? Fiz algo de errado? — perguntou preocupada, recuando um pouco com a mão que acariciava Frank, mas o grande pássaro logo voltou a pedir por mais, aproximando sua cabeça da mão de Margot.
— Não, desculpe-me... não há nada de errado — Newt disse, se recompondo. — Só fiquei surpreso, Frank é um tanto suscetível a estranhos.
Margot concordou, entendendo e, então, apontou para a pata machucada de Frank.
— O que aconteceu com ele? — ela perguntou enquanto ainda acariciava com ternura o animal.
— Ele foi contrabandeado, sabe? Eu o encontrei no Egito, ele estava todo acorrentado — explicou enquanto se aproximava do pássaro, voltando a acaricia-lo. — Não podia deixá-lo lá, tive de trazê-lo de volta.
— Isso é muito bonito — Margot falou e depois olhou nos olhos de Frank. — É um prazer conhecê-lo, Frank.
Frank deitou mais a cabeça em direção da mão de Margot, como se a pedisse por mais carinhoso, coisa que ela fez enquanto ria, completamente encantada por ele.
— Acho que isso quer dizer que ele também está feliz em te conhecer — Newt disse e Margot sorriu ainda mais. — Vou devolver você a seu lugar de direito, não vou, Frank? Aos desertos do Arizona.
Newt, com uma expressão cheia de esperança e expectativa, abraça o enorme pássaro Frank e, depois, sorrindo, pede para Margot se afastar, jogando um punhado de larvas bem para o alto, o que faz Frank voar majestosamente para os alcançar.
Margot ainda olhava encantada para o enorme Pássaro-trovão, Frank, observando a luz explodindo de suas asas, em um reflexo magnífico, quando de repente, escutou o rugido de um animal selvagem que parecia estar com dor de barriga logo ao lado, o que a fez pular de susto onde a mesma estava.
Ela olhou para o lado e viu que quem fazia aquele barulho era Newt, ele pega o balde que estava nas mãos de Jacob para si mesmo e rugi mais uma vez, mais alto.
Margot e Jacob vão até o bruxo, entrando em um território novo e iluminado pela lua.
— Ah... lá vêm eles — Newt apontou.
— Quem está vindo? — Jacob pergunta olhando para todos os lados.
Uma grande criatura avança para o campo, um enorme animal que se parece muito com um tigre-de-dentes-de-sabre, porém, com tentáculos viscosos na boca.
Jacob grita e tenta recuar, mas Newt o segura pelo braço, impedindo-o.
— Está tudo bem, está tudo bem — ele falou, repetindo para que Jacob não ficasse assustado.
O animal vai se aproximando dos três e Newt o acaricia.
— Olá — ele cumprimenta e os estranhos tentáculos viscosos da criatura pousam no ombro de Newt, parecendo abracá-lo. — Você sabe quem é esse, senhorita Murray? — pergunta olhando curioso para Margot, que franze o cenho, chegando mais perto do animal.
— Julgando pelos tentáculos, eu diria que um Arpéu — ela falou com uma mão no queixo. — Mas eu posso estar enganada. Eles, os Arpéus, não estão em extinção?
— Então, estes são o último casal reprodutor que existe — informou. — Se eu não tivesse conseguido resgatá-los, poderia ter sido o fim dos Arpéus... para sempre.
Um pequenino Arpéu trota em direção de Jacob e começa a lamber sua mão, rondando-o, parecendo curioso.
Jacob, ainda um tanto temeroso, arrisca estender a mão e acariciar a cabeça da criatura, que parece ficar feliz com a atenção recebida.
Newt em seguida joga um pedaço de carne do balde em direção ao cercado dos Arpéus, que é rapidamente consumido pelo mais jovem deles.
— Você resgata essas criaturas? — Jacob pergunta, ainda observando os Arpéus no cercado.
— Sim, é isso mesmo — Newt afirma. — Resgato, alimento e as protejo, e estou tentando com muita calma educar meus companheiros bruxos a respeito delas — ele diz com prazer, mas logo olha de relance para Margot, que estava parada logo ao lado prestando atenção na conversa de ambos os homens. — Menos a senhorita Murray, ela já parece bem entendida do assunto.
Margot sorriu e deu de ombros.
— Me chame de Margot.
Newt da um pequeno sorriso contido e sobe uma pequena rampa de estrelas, chamando Jacob e Margot para irem atrás dele.
Eles entram em um bosque de bambu, abaixando-se para passar por entre as árvores.
— Titus? Finn? Poppy, Marlow, Tom? — ele chama, enquanto retira um Tronquilho de seu bolso, o estendendo empoleirado na mão do bruxo. — Ele esteve resfriado. Precisava de algum calor corporal — Newt explica e Jacob leva uma mão ao peito, um "Own" foge de sua boca, encarando o pequenino e fofo Tronquilho.
— E ele agora está melhor? — Margot pergunta enquanto eles avançam até uma pequena árvore banhada pelo sol.
À medida que se aproximam, um clã de Tronquilhos tagarelando aparece entre as folhas.
— Agora sim — Newt responde, enquanto estende o braço para a árvore, tentando convencer o pequeno Tronquilho em sua mão a se unir aos demais na árvore. — Muito bem, pule para lá — ele diz, incentivando.
Mas o pequeno Tronquilho se recusa firmemente a deixar o braço de Newt.
— Estão vendo? Ele tem problemas de apego — Newt diz, olhando para Jacob e Margot. — Vamos lá, Pickett! Não, eles não vão atormentar você... — ele dizia, como se conseguisse compreender o pequenino.
Mas o pequeno Pickett se recusa firmemente, se enroscando nos dedos de Newt, parecendo desesperado para não voltar à árvore.
— Tudo bem. Mas é exatamente por isso que eles me acusam de favoritismo... — Newt murmura, finalmente perdendo sua batalha com Pickett, o colocando em seu ombro.
Margot deu uma pequena risada para aquilo, achando adorável.
— Para onde será que Dougal foi? — ele perguntou, como se conversasse consigo mesmo, enquanto observava um ninho grande, redondo e vazio, ele demonstrava preocupação.
Margot olha ao redor, na grande clareira e anda devagar até um ponto que a chama bastante atenção.
Bom, ela não precisava ser uma grande entendedora para saber que o local completamente vazio e repleto de tesouros, onde parecia antes residir uma pequenina criatura, era para ser a moradia do Pelúcio.
— Ladrãozinho... — ela murmurou enquanto encarava o local vazio.
Margot suspirou, será que eles conseguiriam achar o Pelúcio? Ela esperava que sim, mesmo com toda sua onda de azar de ultimamente.
— Ele não perde a oportunidade de pôr as mãos em algo brilhante, o sem-vergonha.
Margot olhou para trás, se demorando em Newt próximo a ela.
Ela estava tão absorta em seus próprios pensamentos que nem ao menos percebeu o mesmo se aproximar.
— É engraçado, não é? — ela perguntou e Newt a olhou sem entender. — Como uma criaturinha tão pequena consegue ser dona de grandiosos atos catastróficos.
Newt riu daquilo.
— Esses são os Pelúcios.
— Sim, esses são os Pelúcios — Margot riu e concordou.
Eles ficaram mais algum tempo olhando para o lar abandonado do Pelúcio, cada um perdido em seus próprios pensamentos, quando de repente, Newt quebra o silêncio:
— Sinto muito, de verdade, pelos acontecimentos de hoje.
Margot se virou e encarou Newt Scamander de frente.
— Foi realmente um dia desastroso, mas nós vamos recuperar o Pelúcio. Estou tentando ser otimista.
— Nós iremos! — Newt respondeu convicto e então olhou para o guarda-chuva nas mãos de Margot.
Era um guarda-chuva normal, tirando o fato de que no fim de sua haste, local onde Margot agora segurava o mesmo, havia a cabeça esculpida de um animal ali e, mesmo sendo um magizoólogo, Newt não conseguiu reconhecer aquele animal de imediato.
— Oh! — Margot falou, reparando que Newt encarava o guarda-chuva e o trouxe para mais perto, mostrando agora com clareza a cabeça esculpida em cores coloridas, fazendo um enorme contraste no guarda-chuva azul. — É uma Arara — ela disse enquanto apontava para o animal.
— É bastante bonito.
— Obrigada, senhor Scamander — ela agradeceu com um sorriso. — Eu a esculpi exatamente como costumava ser. O nome dela era Kiara, era a Arara da minha mãe.
Newt sorriu e Margot ofereceu o guarda-chuva para o mesmo, vendo que o bruxo parecia querer vê-lo mais de perto.
— Pode me chamar de Newt.
— Tudo bem então, Newt.
Newt olhava atento para a arara esculpida com tamanha precisão e, em tomado momento, quando foi mexer no bico amarelado, a cabeça delicada da arara acabou se soltando do guarda-chuva, o que fez Newt tomar um pequeno susto, pensando que havia quebrado aquele item tão bem feito.
— O guarda-chuva é sua varinha?! — ele perguntou surpreso e admirado.
— Ele serve para outras coisas também — Margot respondeu dando de ombros, achando graça da feição surpresa de Newt.
— Para se proteger da chuva? — ele perguntou, lembrando-se de mais cedo, de como Margot se protegeu do torrencial causado pelo Pássaro-trovão com o guarda-chuva.
— Não! — ela respondeu parecendo ofendida. — Ele obviamente serve para voar também!
Newt por um momento pensou que Margot estivesse brincando, mas então, ele olhou para o rosto sério dela e viu que a mesma não estava, então ele voltou a encarar o guarda-chuva com ainda mais admiração.
— Eu estou brincando com você — ela disse de repente, colocando uma mão no braço de Newt que segurava o guarda-chuva, o fazendo olhar para ela, que ria baixinho. — Me desculpe, apenas não pude me segurar — disse ainda rindo e retirando sua mão, percebendo que havia o tocado sem nem ao menos reparar.
Newt iria rir também, mas, olhando por sobre os ombros de Margot, ele observou Jacob se virar em direção a uma cortina fechada, avançando para uma área cheia de neve.
— Só um minuto! — ele diz de repente, devolvendo o guarda-chuva de Margot e correndo em direção a cortina e Jacob.
O sorriso no rosto de Margot some com a súbita mudança de humor de Newt, ela olha atordoada para onde ele correu e, arrumando seu guarda-chuva — encaixando novamente a arara onde sempre deveria estar —, ela se apressou para ir ver o que havia acontecido.
— Para trás! — ela escuta Newt gritar e, chegando mais a frente, ela vê Jacob também olhando para algo que de início parece pequeno.
Uma pequena massa preta e oleosa suspensa em pleno ar.
Margot se engasga com o próprio ar quando olha para aquela coisa.
— Qual é o problema dele? — Jacob perguntou, apontando para a massa.
— Eu disse para se afastar — Newt repete.
— Mas que diabo é essa coisa?
— É um Obscurus — Newt responde e Margot leva uma das mãos ao peito, sentindo seu coração correr acelerado com aquela mais nova informação.
Ela a esse tempo já alcançou os dois, estando ao lado de Jacob, que olhava para a massa flutuante com curiosidade, quanto a Margot, ela olhava incrédula, completamente abismada.
— O que é essa coisa Obscurial? — Jacob perguntou, num sussurro.
— Não aparece nenhum há séculos... — Margot murmurou, também sussurrando.
— Eu a encontrei no Sudão, três meses atrás — Newt se explica, olhando para Margot, que o encarava sem entender. — Era uma menina... uma menininha que foi aprisionada, ficou trancada e foi castigada por sua magia. Eu só não podia deixar ela lá...
Margot não podia dizer que entendia Newt Scamander por inteiro, pois ela não entendia e, ela também não podia dizer que não sentia medo do que estava ali vendo com seus próprios olhos, porém, ali, dentro daquela maleta, ela viu a prova de que o que Newt Scamander fazia não era nem um pouco errado, muito pelo contrário, ele parecia ter um doce e gentil coração, então aquilo não podia significar algo ruim...
Margot franziu a testa e piscou os olhos, olhando no fundo dos olhos de Newt Scamander, tentando tirar algo dali, qualquer pequena coisa.
Foi quando ele cruzou os braços e ela viu o pequeno Pickett colocar a cabeça para fora de um dos bolsos, que Margot tomou sua decisão.
Ela iria confiar em Newt Scamander.
— Tudo bem — ela responde e Newt então concorda com a cabeça, ele parecia por um momento perdido em um devaneio desagradável, mas logo se afasta e volta em direção da cabana.
— Preciso ir andando, achar todos que fugiram, antes que eles se machuquem — falou, mudando de assunto e com um tom de voz mais frio, mais energético, ele não parecia mais contente ou brincalhão.
— Antes que eles se machuquem? — Jacob pergunta.
Newt concorda com a cabeça, decidido.
— Sim, senhor Kowalski. Veja bem, no momento eles estão em terreno desconhecido, cercados por milhões das criaturas mais cruéis do planeta — disse, fazendo uma pausa e suspirando logo em seguida. — Os humanos.
Newt para antes de entrar na cabana e olha fixamente para uma grande savana cercada que não abriga animal algum.
— Assim, aonde você diria que teria ido uma criatura de porte médio, que gosta de planícies amplas e abertas... árvores... poços d'água... esse tipo de coisa? — perguntou de repente.
— Em Nova York? — Jacob perguntou confuso.
— Sim.
Jacob dá de ombros e tenta pensar em algum lugar.
— O Central Park? Talvez? — quem respondeu foi Margot, o que fez os dois homens voltarem seus olhos a ela, que estava escorada em uma árvore por ali, girando seu guarda-chuva de um lado ao outro distraidamente.
— E onde fica exatamente? — Newt perguntou, perdido.
— Onde fica o Central Park? — Jacob pergunta, dando uma pequena risada, pensando ter sido uma brincadeira de Newt, porém, quando ele percebeu que o homem realmente não sabia, ele logo se alarmou. — Bom, olha, eu mostraria a você, mas não acha que seria uma deslealdade da nossa parte com as meninas? Elas nos hospedaram... fizeram chocolate quente para nós...
Margot deu de ombros.
— Eu sei onde fica o Central Park, claro — ela disse. — Posso te levar até lá se o senhor Kowalski não quiser ir.
Newt fez uma careta, aquilo não agradava muito a ele.
— Você sabe que quando elas virem que parou de transpirar, vão obliviar você em um segundo, não é? — ele perguntou para Jacob, que o olhou sem entender.
— O que quer dizer "bliviar"?
— Vai parecer que você acordou e toda lembrança da magia irá sumir — Margot explicou.
Jacob olhou espantado para ela.
— Eu não vou me lembrar de nada disso? — ele perguntou desesperado, olhando ao seu redor, para todas aquelas coisas extraordinárias.
— Não — Newt e Margot responderam em uníssono.
— Tudo bem, sim... está bem — Jacob murmurou rapidamente, sem nem pensar duas vezes. — Eu irei com vocês.
Newt correu para se preparar, pegando tudo que achou que precisaria, enquanto isso, Margot sorriu para Jacob, o confortando.
— Eu te entendo — ela murmurou num sussurro. — Quando descobri isso tudo, também não quis mais viver sem.
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