Capítulo Dois: Provas e Perigo
Meu corpo está totalmente imóvel, travado na mesma posição há sabe-se lá quantos segundos. Me sinto incapaz de olhar para qualquer outra coisa, que não a mulher à minha frente. Percebo o quanto a sua pele é clara, evidenciando os ossos delicados do seu rosto e os olhos escuros.
Axel, provavelmente percebendo o meu estado semi-catatônico, toma a frente.
— Nos disseram que a senhorita poderia nos ajudar com informações acerca dos assassinatos que vem acontecendo nessa área.
A mulher arqueia uma sobrancelha, fitando o meu parceiro.
— Muitas coisas acontecem por aqui, mas nunca houve um assassinato sequer neste local.
Ax arqueia uma sobrancelha.
— Então a senhorita está desatualizada, temos três corpos no necrotério para confirmar isso. E, coincidentemente, eles foram encontrados perto daqui.
A vampira abre um sorriso maldoso e coloca os braços atrás das costas, inclinando um pouco o corpo em direção ao meu parceiro.
— O senhor está sugerindo que algum de nós é o responsável por tais assassinatos?
— Deixarei a senhorita interpretar como quiser. — meu parceiro responde com firmeza, apesar de eu ter reparado no leve estremecimento do seu corpo ante a aproximação da vampira.
— Existem certas coisas que, se interpretadas erradas, podem trazer graves... Consequências para os envolvidos. — o seu olhar é afiadíssimo.
Reparo que uma simples fita vermelha segura o seu penteado, e que ela ostenta um pingente pendurado. Sinos, sinos dourados. Consigo escutar o leve som, abafado pela música ao nosso redor, do tilintar deles.
— Uma ameaça? — Ax semicerra os olhos.
— Ameaças são para covardes ou idiotas. Não sou nenhum dos dois. — a mulher inclina a cabeça para o lado, parecendo quase angelical. — Sou mais, digamos, prática.
— E a senhorita tem usado muito essa sua habilidade ultimamente? — meu parceiro questiona novamente, visivelmente desconfiado.
— Velhos hábitos são difíceis de mudar. — outro sorriso perverso decora a sua expressão e cerro os punhos mais uma vez, tentando evitar os arrepios pelo meu corpo.
Parece que aquela história, de que nenhuma mulher jamais conseguiu me afetar com apenas um gesto, acaba de virar pura falácia. O olhar e os sorrisos dessa vampira fazem as minhas mãos comicharem de vontade de descobrir o que ela esconde por baixo desse quimono.
Como se fosse atraída pelos meus pensamentos, ela me lança um olhar de curiosidade e me obrigo a vestir a minha melhor expressão profissional, apesar dos meus olhos não conseguirem fitar outra coisa, que não os seus lábios rubros. Qual será o gosto deles?
Cereja, aposto em gosto de cereja. Doce, viciante e pecaminoso.
Droga, se concentre, Nikolay! Você parece um idiota pensando assim.
— O senhor está aqui para investigar, ou para me olhar como se estivesse diante de uma fera?
A sua fala parece me despertar do torpor e desvio a atenção da sua boca, pensando que não estou aqui para esse tipo de coisa. Mas fixar os seus olhos castanhos escuros me deixa igualmente hipnotizado.
— Dizem que as feras mais belas são as mais selvagens. — abro um sorriso de lado. — Então, acredito que a senhorita possa sim estar envolvida com o que aconteceu. — meneio a cabeça para a multidão que, a essa altura, já voltou a dançar. — Apenas pela forma como eles agiram, posso apostar que você é muito respeitada e deve saber, nos mínimos detalhes, o que acontece na área.
A vampira abre um sorriso, a mistura perfeita entre malícia e inocência, que faz o meu corpo se acender como se estivesse em brasas.
Puta que pariu, se essa mulher fizer uma simples menção de colocar a boca sobre mim, sou capaz de mandar a minha ética profissional para os confins do inferno.
— Te digo o meu nome, se você me disser o seu. — ela murmura.
Estendo minha mão em direção a ela e abro um sorriso.
— Nikolay Delyon.
Ela devolve o cumprimento. Quando nossas mãos se tocam, sinto como se a minha pele tivesse sido colocada sobre uma fogueira. E pior: como se eu não tivesse forças para sair dela. Como se quisesse permanecer sendo queimado pelo fogo contido nesses olhos pela eternidade.
— Lisie Yamazaki. — ela me lança um olhar ferino. — Então quer dizer que sou suspeita por três homicídios? E eu achando que a vida não poderia ficar mais divertida.
Ser suspeito por assassinatos é algo divertido para vampiros? Bem, quem pode julgar? Acho que se eu fosse imortal, teria o mesmo senso de diversão.
— Apenas se a senhorita não puder nos apresentar provas contundentes do contrário. — Axel responde, parecendo totalmente alheio ao que está acontecendo comigo.
Lisie volta a olhar para o meu parceiro.
— Provas? Danna disse que vocês estavam atrás de pistas, não de provas da minha inocência. — ela responde, parecendo levemente contrariada.
— A proposta é a mesma. Com exceção de que, além de pistas, queremos garantias de que a senhorita não está por trás do que aconteceu. — rebato, colocando as mãos atrás da cabeça em um movimento despreocupado. — Para falar a verdade, se você for a assassina, peço que se entregue a mim neste momento. Tenho uma aposta para ganhar.
Ela solta uma risada baixa, que entra pelos meus ouvidos como a mais deliciosa música que já ouvi.
— Me entregar a você? — ela morde o lábio inferior distraidamente. Sinto o meu corpo ficar tenso com o simples gesto. Tensão essa que não possui relação nenhuma com medo. — Ah, os mortais... Quanta soberba para tão pouco tempo de vida.
— Engraçada a sua escolha de palavras, deseja nos confessar algo? — arqueio uma sobrancelha e abro um sorriso sarcástico.
A vampira semicerra os olhos e me mede de baixo para cima lentamente com o seu olhar. Uma onda de luxúria me faz lhe lançar uma piscadela quando ela chega até o meu rosto.
— Gosta do que vê? — pergunto casualmente.
— Nada mais me surpreende hoje em dia. — ela responde no mesmo tom.
Mas a forma como ela mira os seus olhos em mim novamente, como se estivesse me dando uma segunda olhada, me faz soltar um risinho de escárnio. Mentirosa.
— Vocês desejam provas acerca da minha inocência? Muito bem, eu as darei. — ela vira de lado, fazendo menção a voltar a andar. — Um de vocês pode me acompanhar para conversarmos em particular.
Axel meneia a cabeça em negativa.
— Ou nós dois juntos, ou nenhum. — a vampira lança um olhar afiado ao meu parceiro. — Compreenda que não podemos correr o risco de ficarmos sozinhos com a senhorita, sem sabermos as suas intenções.
A expressão dela se torna sombria.
— Acredite, se eu quisesse matá-los, poderia fazer isso aqui e agora. E ninguém poderia me impedir.
Engulo em seco, pensando que ela diz a verdade. Nenhuma dessas pessoas se importaria se ela rasgasse os nossos pescoços neste exato momento. Na verdade, acredito que eles até ficariam felizes com a refeição de graça. Ou seja: estamos fodidos, de qualquer forma.
— Eu vou. — falo, recebendo um olhar de desaprovação de Axel. — Não temos escolha, então, se for um pescoço a correr o risco, prefiro que seja o meu.
Eu nunca deixaria nenhum dos meus se machucar. Axel, Candice ou Darion. Ninguém. Estou acostumado com a morte, já vi todas as suas formas em uma centena de rostos diferentes e prefiro enfrentá-la uma última vez na vida, do que vê-la nos rostos das pessoas com quem me importo.
— Escolha interessante de palavras. — a vampira abre um sedutor sorriso de lado.
Essa mulher, essa vampira, com certeza é antiga. Se eu fosse um homem de menos convicção, mais fraco, provavelmente já estaria de joelhos aos pés dela, implorando para tomar a minha vida apenas para senti-la contra o meu corpo.
Ela volta a caminhar suavemente, os movimentos calculados como os de um felino. Como os do tigre branco ao seu redor. E, como se eu estivesse sendo puxado por cordas invisíveis, a única coisa que faço é andar a uma distância segura dela. Ainda assim, não deixo de reparar como ela é pequena perto de mim, mal chegando a altura do meu peito. O que é uma ironia, já que ela poderia quebrar o meu pescoço com apenas um braço.
As pessoas voltam a abrir espaço para ela, como uma rainha andando em meio aos seus súditos. Engraçado como uma figura pequena e aparentemente frágil pode impor tanta autoridade e exalar tanto poder. Confiança. Medo.
Nós deixamos a parte principal da boate e descemos uma discreta escada em caracol, escondida em um canto escuro. A vampira me guia por um longo corredor repleto de portas e entra na última à esquerda. A porta continua aberta, em um convite, e não tenho outra escolha, que não aceitá-lo.
Me vejo em uma espécie de escritório. Ele é todo decorado com cores claras, como branco e salmão, as paredes são pintadas com imagens de flores de cerejeiras; a mobília consiste em uma mesa de escritório de madeira clara à esquerda e uma cadeira simples, um conjunto de sofás cor creme está disposto exatamente no centro do escritório e, entre eles, uma mesa com papéis que, em um olhar rápido, percebo serem escritos em japonês. Uma leve iluminação amarelada, vinda de duas luminárias mais ao fundo, mantém o aspecto aconchegante do escritório.
O ambiente cheira a algo doce, como incenso, e exibe vários quadros de vales montanhosos nas paredes. Atrás da mesa, cuidadosamente colocado sobre um mancebo de madeira, está um kimono azul com detalhes brancos, exibindo símbolos japoneses. Ao lado da peça, sobre um suporte, vejo uma elegante katana de bainha preta, com detalhes vermelhos trançados na empunhadura, e o incenso cujo cheiro impregna o local.
A vampira indica um sofá e se senta sobre o outro, disposto de frente para ele. Me sento no local indicado e fito a mulher à minha frente com seriedade, apesar de sentir o meu corpo totalmente tenso. Por que eu tenho a sensação de que essa história não vai acabar bem?
— Então, o que você sabe sobre os assassinatos?
Ela apoia as mãos elegantemente sobre o colo. Se eu fosse compará-la a algo neste momento, seria a uma princesa. Mas não uma princesa comum, e sim uma espécie de princesa guerreira. Que empunha uma katana ao invés de um cetro.
— Bom, digamos que ouvi, de fato, sobre esses assassinatos e deduzi que não tardaria para algum investigador aparecer. — ela me lança um olhar meticuloso e abre outro sorriso doce. — Embora eu admita que estou satisfeita por ter esperado que vocês viessem a mim. — semicerro os meus olhos, embora o duplo sentido das suas palavras tenha me afetado mais do que considero seguro. O meu corpo estremece em resposta. — Afirmo que ninguém aqui possui qualquer participação nesses assassinatos e estou buscando por... Informações sobre o que aconteceu.
— Conhece as vítimas? — tiro o meu celular do bolso e o coloco sobre a mesa de centro, exibindo as fotos dos três corpos.
Lisie parece analisá-las minuciosamente.
— Nunca os vi em minha vida. — ela responde.
A firmeza na sua declaração é o suficiente para que eu não insista na pergunta.
— Tem certeza de que ninguém aqui matou um humano por acidente e, para se livrar das provas, jogou o corpo em uma vala?
É uma opção a se considerar, ainda que seja estranho que ninguém tenha notado um vampiro arrastando corpos para fora da boate em três dias distintos.
Ela me lança um olhar firme, os seus olhos brilham como dois cristais.
— A mais absoluta certeza. Uma das minhas regras é de não haver mortes aqui e meus seguranças teriam pego qualquer um que tivesse matado um humano, por acidente ou não.
— Você espera que eu simplesmente acredite nas suas palavras?
Ela dá de ombros elegantemente.
— Não me importa o que você acha, estou dizendo a verdade e minha moral é inquestionável.
— Uma vampira falando de moral? — arqueio uma sobrancelha. — Isso é algo realmente inédito.
Ela solta uma risada baixa.
— Humano, eu sei mais sobre moral e honra do que vocês jamais serão capazes de saber. — o seu olhar desvia rapidamente para a katana, antes de voltar para mim. — Sou uma vampira de duzentos anos, lutei ao lado dos samurais do Shinsengumi quando os seus ancestrais nem sequer sabiam usar uma faca. Não queira questionar a moral de alguém que viveu e lutou apenas com a força do aço.
O impacto da sua declaração, das suas palavras, do seu olhar, é o suficiente para me fazer arregalar os olhos de surpresa. Uma samurai? Nunca imaginei que mulheres lutavam naquela época, muito menos que uma delas viraria uma vampira e estaria sentada de frente para mim neste momento.
Isso é realmente muito... Foda!
Engulo em seco, tentando afastar a admiração da minha mente para pensar em uma resposta.
— Posso até mesmo acreditar na sua moral, mas não posso acreditar nas suas palavras.
Ela dá de ombros novamente. Incrível como todos os seus movimentos são elegantes, por mais corriqueiros que sejam.
— Posso ser muito persuasiva quando quero. — o seu olhar se torna perigoso, sem desviar do meu.
Cruzo os braços sobre o peito.
— Sua persuasão não funcionará comigo, acredite. Quero provas, provas concretas de que você não está envolvida, ou conseguirei um mandado para tê-las.
A sua expressão ainda é calma, embora os seus olhos continuem perigosamente brilhantes. Como uma tempestade prestes a desabar.
— Você quer provas? — afirmo com a cabeça. — Muito bem, irei dá-las.
Em um piscar de olhos, ela está de pé à minha frente. Tomado pela surpresa do movimento repentino, meu corpo instintivamente recua e bato as costas no encosto do sofá.
Lisie me segura firmemente pelo queixo, me fazendo olhar em seus olhos, agora rubros, e para as suas presas pressionando o seu lábio inferior. Inesperadamente, não sinto medo. Não sei se isso é causado por toda a energia de mistério e sensualidade que a rodeiam, mas o meu único pensamento é de que quero essas presas no meu pescoço. Na minha pele. Quero sentir a sua boca sobre mim, a sensação de tê-la sobre a minha carne. Mesmo que isso signifique que ela pode tomar a minha vida.
Como se fosse capaz de ler os meus pensamentos, o sorriso no seu rosto se alarga. Ela se adianta na minha direção.
— Não me culpe pelo que estou prestes a fazer. Você me pediu uma prova e me recuso a participar desse jogo sem ganhar algo em troca. — ela sussurra no meu ouvido.
Antes que eu possa dizer algo, afastá-la de mim ou até mesmo puxá-la para mais perto, sinto suas presas mordiscarem o lóbulo da minha orelha. Os seus lábios começam a descer, sua língua desliza suavemente pela minha pele, me enviando os arrepios mais intensos que já senti na minha vida.
Não consigo evitar a ação praticamente visceral de agarrar a sua cintura e apertá-la com força quando o seu toque desce pelo meu pescoço e para em cima da minha jugular. Suas presas roçam o local, como se para me provocar, e sinto uma necessidade desesperadora, que me tira toda a lógica.
Deixo escapar um gemido rouco quando ela crava as presas no meu pescoço com força. Não resisto ao impulso de puxá-la para mais perto de mim e minhas mãos sobre a sua cintura tremem quando ela suga suavemente o meu sangue.
Porra, isso é tão bom quanto um orgasmo.
Deixo minha cabeça pender fracamente para o lado, lhe dando mais espaço, enquanto Lisie coloca as pernas ao lado das minhas e senta sobre o meu colo. Uma mão sua explora o meu peito nu por dentro do trench coat, enquanto a outra agarra os meus cabelos com selvageria. Não gosto que mexam neles, mas neste momento? Sinto que ela pode fazer o que quiser de mim.
Não resisto em segurar a sua cintura com força, descendo para a sua bunda e agarrando-a, enquanto minha outra mão sobe até os seus cabelos e solta, com um movimento único, a fita que os prende, fazendo-os cair suavemente e roçar o meu rosto. O som dos sinos chega fraco aos meus ouvidos.
O cheiro de lavanda da sua pele e dos seus cabelos parece me sufocar de forma inebriante, como se eu estivesse me afogando em vinho tinto doce. Se for isso, então não quero encontrar um meio de sair daqui.
Ela continua bebendo o meu sangue em delicados goles, fazendo as suas presas roçarem deliciosamente sobre a minha pele. Deixo escapar um palavrão e outro gemido quando ela as afunda ainda mais na minha pele e agarro os seus cabelos com força. A vampira solta um suave gemido em resposta e, se não fosse a leve fraqueza que a perda de sangue começa a me causar, eu seria capaz de deitá-la sobre esse sofá e fazer de tudo, apenas para ouvi-la gemer o meu nome desse jeito.
Nem a perda de sangue e a vertigem que me atingem são capazes de me fazer resistir, de afastá-la. Não, se esse for o meu fim, então poderão escrever na minha lápide: "aqui jaz Nikolay Delyon. Morto, mas prazerosamente feliz."
Estou prestes a fazer o meu último pedido de vida, algo relacionado com "não deixem Candice escolher a frase que será escrita na minha coroa de flores", quando Lisie se afasta com um movimento lento. O calor causado pela sua boca subitamente já não está mais sobre a minha pele, me fazendo soltar um longo suspiro irritado.
Fecho os olhos e deixo a minha cabeça tombar para trás, ainda perdido na sensação de prazer que arrepia o meu corpo, me deixando mais relaxado do que se eu tivesse bebido dez taças de vinho. Aposto que essa coisa de mordida de vampiro deve ser algo viciante.
Quem está girando a porra do mundo?
— Céus, acho que nunca experimentei um humano assim. — ela murmura, mais para si do que para mim.
— É o que costumam dizer sobre mim. — sussurro em resposta.
Abro um sorriso convencido, ainda tentando parar a vertigem. Abro os olhos lentamente e mordo o lábio inferior com a visão à minha frente: Lisie ainda está sobre o meu colo, os cabelos castanhos soltos lhe caem até pouco abaixo dos ombros e completam a sua aparência angelical de uma forma que deixaria o melhor dos pintores totalmente frustrado, por não conseguir reproduzir a imagem em uma pintura; os olhos tão vermelhos quanto os seus lábios, um pouco manchados com o meu sangue, e as presas à mostra.
Não, não somente uma Deusa da Morte. Talvez uma Deusa da Sensualidade também. Uma Deusa que pune os homens com olhares pecaminosos e sorrisos sensuais.
Ela lambe os lábios de forma que me faz soltar uma respiração pesada e inclina o corpo contra o meu, deslizando a língua pelo meu pescoço, em cima dos furos sobre a minha pele. A ação me faz estremecer mais uma vez e a vampira solta um risinho em resposta. Mas que porra, pareço um adolescente virgem.
— O que você... Fez comigo? — pergunto, minha voz um tanto fraca.
— O que você gostaria que eu tivesse feito desde o segundo em que me viu. — ela sussurra contra o meu ouvido e abro um sorriso malicioso. — E o que eu gostaria de ter feito também.
— É comum chamar uma pessoa para jantar, antes de tomar o sangue dela.
Lisie solta uma risada e volta a olhar para mim. Meus olhos estão semicerrados, mas faço o esforço de abri-los totalmente apenas para ter a visão completa dela. Essa mulher, vampira, ou o que seja, deve ser capaz de deixar uma dezena de homens aos seus pés.
— Pensarei a respeito. — ela me lança um olhar malicioso.
— Fez isso apenas porque queria provar de mim?
Ela sai em um movimento elegante do meu colo. Coloco o dedo polegar e o indicador sobre os meus olhos, sentindo as marcas no meu pescoço começarem a pulsar e queimar. Acho que agora vem a parte não tão boa da coisa.
Mas o que é a vida, se não houver um pouco de dor?
— Não apenas, mas também. — os seus olhos voltam à cor castanha. — Acabo de te dar as provas de que precisa sobre a minha inocência. Compare as marcas no seu pescoço com as de suas vítimas, e saberá que não fui a responsável por tomar a vida de nenhuma delas.
Isso tudo apenas para me dar o que pedi? Essa com certeza foi uma artimanha digna do Diabo. Embora eu não possa reclamar muito, pois assumo que saí com um certo bônus disso tudo.
Mas se todas as provas que recebo fossem me dadas assim, acho que eu já estaria morto a essa altura.
Morto, mas fodidamente feliz.
E quem queria ver a Lis seduzindo o Nikolay? 😂 😂
Gente, eu simplesmente amo o quão direto o Nik é, esse comportamento dele contrasta muito com o da Lis que conhecemos e gosto muito disso. Vamos ver o que vai ser desses dois :3
Não se esqueçam de votar e até o próximo <3.
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