16. Euphoria
As palavras de Jungkook ainda ecoavam na mente de Julia mesmo depois de já estar acomodada em seu quarto no hotel que ficariam naquela semana. Um dia teria mesmo que resolver aquela situação toda, mas agora que havia mais um obstáculo – um que arriscava sua segurança – tinha medo de assumir os próprios sentimentos. Não conseguia imaginar uma oportunidade para começar aquela conversa.
Tomou um banho longo, pensando nas consequências de sua decisão, independente de qual fosse. Se decidisse por desistir do que sentia por ele, teria que sair da empresa. Vê-lo todos os dias seria uma tortura constante, tinha certeza que não seria forte para isso. E assumir o que sentia poderia resultar num escândalo de nível internacional, envolvendo fãs, mídia e toda a carreira dele. Nenhum deles teriam paz e a ameaça feita com uma foto ensanguentada seria apenas a primeira de muitas.
Saiu do chuveiro no mesmo instante que ouvia uma batida a porta. Sorriu imaginando que seria Lola. Aquela era sua primeira viagem na equipe do BTS, com certeza ela estava querendo uma noite de fã que investiga todo o bastidor apenas para no dia seguinte não precisar surtar enquanto trabalha.
– Jungkook! – exclamou ao dar de cara com ele, parado ali, usando seu pijama e exibindo um sorriso triunfante. Ele não esperou que ela abrisse caminho, fez isso sozinho e ao fechar a porta se recostou nela. Foi o tempo de Lola sair do próprio quarto e bater na porta. Jungkook colocou a mão na boca de Julia e fez sinal de silêncio. Hoje ela era dele.
Eles ouviram claramente quando os passos de Lola se afastaram da porta de seu quarto e desapareceram no fim do corredor. Estava curiosa para saber o que aquela doida queria fazer àquela hora da madrugada, mas havia um braço forte segurando a porta e a proximidade daqueles lábios a deixava sem força para reagir com mais energia.
– Solte a porta, fazendo favor? – pediu fechando os olhos com força, fingindo raiva, mas apenas para não ser obrigada a encarar aqueles lábios.
– Me obrigue. – a voz dele, sussurrada tão perto, a atingiu em algum ponto abaixo do umbigo e ela forçou os olhos para continuarem fechados. Se abrisse não teria forças para resistir. Para ganhar tempo – e espaço – se afastou da porta, e de Jungkook, e abriu os olhos finalmente, assumindo uma postura de autoridade com as mãos na cintura e o cenho franzido.
– Sou mais velha que você, tem que me respeitar. – falou. A voz estava firme, o que ela achou um bom sinal, significava que estava a uma distância segura.
Era sempre assim. Perdia o rumo quando ele invadia seu espaço pessoal e ficava sem saber como reagir, sendo obrigada a assumir a postura de mais velha para conseguir sua autoridade novamente. O fato de trabalhar na equipe de figurinistas do grupo mais badalado do momento não excluía a proximidade que tinha com os garotos, com aquele em especial, já que o conhecia desde antes da fama. Tinha aquele emprego graças a ele. E tinha conseguido algo parecido para sua melhor amiga.
– O que foi noona, te deixei nervosa? – perguntou ele com um sorriso brincando nos lábios. Deu um passo na direção dela e parou, imitando sua postura, as mãos na cintura.
– Você deveria estar dormindo tranquilamente, amanhã o dia vai ser bem cheio, seu empresário sabe que fica andando sem rumo pelo hotel? – respondeu em tom de bronca, dando um passo para trás para manter a distância. O sorriso dele se abriu mais e ele deu outro passo na direção dela, as mãos ainda na cintura.
– Sou jovem o suficiente para aguentar um dia de ensaio mesmo sem ter dormido muito. Dormi o suficiente no voo para cá. Não lembra? – deu mais um passo na direção dela. Ela deu mais um passo para trás e sentiu algo bater em sua panturrilha. Olhou para baixo e viu que era a borda do edredom caríssimo daquela que seria sua cama pela próxima semana. Não deveria ter feito isso, quando voltou para frente, ele estava ainda numa distância segura, mas três ou quatro passos mais próximo. Podia sentir o cheiro do perfume dele e do xampu que havia usado para lavar o cabelo.
Lançou um olhar rápido para as mechas molhadas e se arrependeu imediatamente. Desde que havia contado para Lola que tinha um fraco por homens de cabelo comprido, tinha começado a reparar em como os dele estavam crescendo. Desconfiava que houvesse ouvido a conversa, mas não tinha como provar. Lembrou-se de como ele continuava impassível, dormindo tranquilamente na cadeira, enquanto ela fazia sua maquiagem. Voltou à realidade dando mais um passo para trás. Mas bastaram dois passos mais longos para que ele a alcançasse no mesmo momento que as pernas dela bateram na cama.
Antes que perdesse o equilíbrio, sentiu o braço dele passar rapidamente por sua cintura e a segurar. Estavam perigosamente próximos de novo. Podia ver cada traço desenhado dos olhos castanhos dele, tão próximo que estavam.
– Cuidado, pode acabar caindo, noona.
Por que ele tinha que sussurrar? Não podia falar como uma pessoa normal? O ar saia da boca dele e batia quente em seu rosto, cheirando a menta fresca. Seu coração começou a bater acelerado, aumentando conforme o nervosismo crescia dentro de si, mas não conseguia se desvencilhar daquele abraço e daquela proximidade. Estava presa na armadilha dele.
– Obrigada por me segurar, já pode me soltar. – involuntariamente estava sussurrando também. Os olhos dele desviaram dos seus e encararam os lábios dela. – Kookie... – ela sussurrou em tom de aviso. Ele voltou a encarar os olhos dela significativamente. Tinha um crush em Julia desde o fim da escola, quando se separaram por alguns meses para que pudesse finalmente virar o idol que era agora. O fato de ela ter seguido o caminho da estética e da maquiagem só ajudaram na hora de indicar alguém para formar a equipe que cuidaria dele e dos irmãos. Ficaram se encarando mais um tempo, presos no olhar um do outro, cada um com uma memória diferente de como alimentaram aquela amizade e aquele crush por anos sem nunca terem saído da zona da provocação. Era a primeira vez que ficavam tão próximos e sozinhos.
A tensão era palpável. Julia sentiu os dedos da mão dele se abrirem para maior apoio de suas costas. Foram milésimos de segundos entre esse gesto e a percepção de que ele começava a soltar o peso dela para que deitasse de costas na cama.
– Jungkook. – ela falou com a voz um tom mais alto, em aviso.
– O que foi, noona? Ficou nervosa? – ele repetiu a pergunta, dessa vez sem o sorriso. Sabia do poder que tinha sobre ela e, apesar de nunca ter tentado nada, aproveitava disso para conseguir as coisas. Era hora de sair da zona de conforto e conseguir o que realmente queria.
Quando os lábios dele tocaram o dela, Julia sentiu que não tinha mais forças para resistir. Entreabriu-os, convidativa, sentindo cada detalhe dos lábios e da língua dele contra a sua. Fechou os olhos, se entregando. O beijo dele tinha o sabor de muitas coisas coloridas, menta e luz solar. Não sabia explicar como chegou a essa conclusão, mas era exatamente o sabor que estava sentindo enquanto correspondia aquele beijo. Sentiu a cabeça apoiando no colchão enquanto um dos braços dele o mantinha sobre ela sem que a pressionasse.
Seu corpo começou a reagir sozinho. Suas mãos alcançaram a cintura do rapaz, levantando a camiseta para que sentisse os músculos que ele escondia tão bem dos fãs. Como se aquilo fosse um comando, ele se levantou e terminou de tirar a camiseta, jogando-a para longe em segundos para voltar a beija-la com mais intensidade. Suas mãos respondiam como que no modo automático, como se conhecesse cada milímetro daquele corpo. De fato conhecia, mas apenas em seus sonhos.
As mãos desceram pela lateral do corpo dele e pararam no cós da calça de moletom escuro que ele usava. Podia sentir ela se esticando gradativamente conforme a intensidade dos beijos aumentava. Parou uma das mãos ali, acariciando-o de leve por cima da calça. Ele gemeu baixinho em sua boca e ela sorriu.
– O que, te deixei nervoso, donsaeng? – sussurrou. Ele gemeu novamente afastando os lábios dos dela e desceu com beijos pelo pescoço. Apoiou uma das pernas entre as dela, pressionando-a de leve. Sentiu seu corpo piscar em resposta, mas não deixou de acariciar a ereção dele contra a calça. Os beijos dele continuaram descendo pelo colo, deixando o caminho fervendo onde segundos antes os lábios dele haviam tocado. Sentiu necessidade da boca dele na sua de novo, mas não conseguiu puxa-lo para si, pois ele havia se afastado.
Olhava para baixo, malicioso, esperando que ela entendesse o que aquele olhar significava. Apesar de estar usando apenas uma regata simples e uma calça de moletom, sabia que estava vestida demais. Apoiou-se nos cotovelos e levantou o corpo para sentar. Levantou os braços para ele e sorriu quando ele soltou um muxoxo ansioso antes de fazer exatamente o que ela queria. Sentiu o ar frio do quarto no colo e os mamilos endurecerem mais ainda. Puxou Jungkook para si e o beijou novamente, com fome e desejo que não queria admitir, mas tinha fazia anos.
A mão dele encaixou-se perfeitamente em um dos seus seios enquanto ele refazia o caminho de beijos pelo pescoço. A sanidade começou a deixar seu corpo no mesmo instante em que a boca dele alcançou um dos mamilos e a chupou com força. Gemeu em resposta, as mãos puxando-o para si para diminuir ainda mais a distância entre seu corpo e o dele. Ainda beijando um dos seios dela, ele desceu as mãos pela cintura, empurrando o elástico da calça dela para baixo. Afastaram-se de novo, dessa vez se livrando das duas calças, os dois sem nada por baixo delas. Ela sorriu surpresa.
– Que menino levado...
–Eu, né?
Riram juntos, rolando na cama ate que finalmente se encaixassem um no outro. Pararam com Jungkook por cima, os braços apoiados em cada lado da cabeça dela. Ficaram se encarando por longos segundos, ambos presos nas memorias que compartilhavam. Como quando ele dormiu em seu colo a caminho do aeroporto, separado dos outros meninos porque havia perdido hora e tivera que ir com parte da equipe. Ou quando ela precisou retocar sua maquiagem durante o show em Chicago e ele apoiou as mãos na cintura dela, como se fosse a coisa mais casual do mundo, próximo demais e ao mesmo tempo tão longe porque tinha muita gente ao redor. Ela se lembrou de como ele a consolou no voo até ali, segurando sua mão e arriscando a própria imagem num lugar da área econômica. Não podia negar, estava apaixonada por ele.
Lentamente ele completou a distância que havia entre eles e a beijou devagar, com carinho. Ela sentiu de novo o sabor quente de coisas coloridas e luz quando suas línguas se tocaram. Deixou sua mente ir embora com aquele beijo. As mãos dele desceram por seu corpo, marcando sua pele para sempre, ate uma delas parar entre as pernas dela. Ela as abriu em resposta e ele passou a acaricia-la enquanto continuava beijando-a. sentiu o corpo esquentar, o quadril se movendo no ritmo imposto pelos dedos dele. Gemeu na boca dele quando um dedo a penetrou suavemente, uma onda de prazer subindo devagar dali até seu cérebro. Puxou-o para si, arranhando as costas dele de leve, com medo que ele parasse, mas ele entendeu apenas como um convite para introduzir outro dedo. Ela gemeu de novo, desesperada por mais. Respondendo a seu comando silencioso ele aumentou o ritmo, beijando o corpo e parando num dos seios enquanto a sentia perdendo a consciência de si mesma em sua mão.
Antes que ela chegasse ao seu limite e gritasse por mais ele a penetrou com tudo, sem aviso prévio. Apoiou as mãos ao lado dela de novo enquanto aumentava o ritmo das estocadas, perdendo ele mesmo a noção de tudo quando ela moveu o quadril de encontro ao seu, como se seu corpo tivesse sido perfeitamente programado para ele. Sentiu as pernas dela se fecharem ao redor de si e o apertarem ali, o ritmo alcançando um nível difícil para ele descrever. Gemeu abaixando o corpo ate a testa tocar num dos ombros dela. Mas ela sabia ser tão impiedosa quanto ele e o apertou mais, o calor do corpo dela o envolvendo completamente. Perderam-se um no outro em seguida, gemendo juntos e arfando com força para recuperar o ar.
Julia ainda sentia o corpo tremendo e os pés formigando quando abriu os olhou e sentiu o peso do corpo dele contra o seu, esgotado. Só então se deu conta de que haviam transado sem camisinha.
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Vocabulário:
- noona: tratamento informal entre um homem e uma mulher quando ela é mais velha. Significa irmã, mas também é considerado um tratamento carinhoso entre amigos.
- donsaeng: significa irmão mais novo, tratamento informal de uma mulher mais velha para com um homem mais novo quando eles tem uma amizade.
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