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04 -

A cabra mágica e a casa “assombrada”

A aldrava de bronze na porta era o exato rosto da Medusa, bem, eu imagino que seja. Nunca vi a Medusa e se tudo der certo nunca vou ver. Mas sei que aquilo não era um bom sinal, sentia isso em meus ossos.

Tá fui exagerada agora, mas sempre quis falar isso "em meus ossos". Causa impacto.

Muito bem, voltando.

As tábuas do piso da varanda estalavam sob nossos pés. As persianas das janelas caíam aos pedaços, mas o vidro estava sujo e tinha cortinas escuras do lado de dentro, então era impossível ver o lado de dentro.

Thalia bateu na porta e como o esperado ninguém respondeu. Ela girou a maçaneta e eu revirei os olhos.

— Achou mesmo que fosse estar destrancada? — Eu perguntei com um pouco de ironia. Muita ironia, mas isso não vez ao caso.

— Por acaso sabe abrir a porta? — Thalia perguntou me olhando e eu olhei para Luke.

— Você, como descobrimos, é filho de Hermes. — Eu disse olhando para Luke.

— E o que eu tenho haver com isso? — Luke perguntou olhando para mim.

— Tudo? — Eu disse. — Hermes é o deus dos ladrões também, lembra? Por acaso não prestou atenção nas aulas de mitologia do Thomas?

— Prestei atenção em todas. — Luke disse e eu sorri enquanto o segurava pelos ombros e o colocava em frente a porta. — Odeio fazer isso.

— É uma boa causa. — Eu disse olhando nos olhos dele.

Luke respirou fundo e assentiu. Ele detesta essas habilidades que herdou de seu pai, Hermes, tenho certeza que Thalia herdou alguma coisa de Zeus, no caso a arrogância. Eu devo ter herdado algo do meu pai também, mas se não sei nem quem é meu pai, saber sobre minhas habilidades seria um tanto quanto difícil.

— Isso é muito legal. — Thalia murmurou e Luke me olhou.

— Sei o quanto odeia isso, mas se for para o bem não tem problema. — Eu disse e Luke riu.

— Falou igual a tia Kate. — Luke disse e eu ri.

O interior da casa tinha um cheiro azedo e mórbido, meio maligno. Mesmo assim entrei na casa antes dos outros. Eles não tiveram escolha a não ser me seguir, Luke foi o primeiro a vir atrás de mim, com Thalia em seu encalço. Nós nos deparamos com um antigo salão de baile. No alto, um lustre enorme brilhava com pingentes de bronze celestial, pontas de flecha, pedaços de armadura, punhos de espada quebrada. Tudo isso projetava uma luminosidade pálida e amarelada pelo salão. Dois corredores se estendiam à direita e à esquerda, e havia uma escada na parede do fundo. Cortinas pesadas cobriam as janelas.

O lugar podia ter sido impressionante no passado, mas agora estava destruído. As
placas de mármore pretas e brancas do piso estavam sujas de barro e cobertas de
manchas secas de alguma coisa que eu esperava que fosse apenas ketchup. Em um canto, um sofá foi destruído, as molas pulando para fora. Várias cadeiras de mogno haviam sido destruídas até virarem pequenos gravetos. No pé da escada havia uma pilha de latas, trapos e ossos. E esses ossos pareciam humanos.

Thalia tirou sua arma da cintura. O cilindro de metal parecia uma lata de spray paralisante, mas, quando ela o sacudia, ele se expandia até se tornar uma imensa lança com ponta de bronze celestial. Luke segurou seu taco de golfe, e eu peguei uma de minhas facas, deixando a outra escondida na cintura.

— Talvez isso não seja uma boa... — Luke começou a dizer.

A porta se fechou atrás de nós com um estrondo. Luke correu até ela, agarrou a maçaneta e a puxou. Nada. Colocou sua mão sobre a fechadura e tentou destrancá-la. Dessa vez nada aconteceu.

— É algum tipo de magia — falei. — Estamos presos.

Thalia foi até as cortinas e tentou mover elas, mas o tecido se enrolou em suas mãos.

— Gente! — Thalia gritou.

As cortinas derreteram e se transformaram em uma espécie de lodo oleoso que, na verdade, parecia com imensas línguas pretas. Antes que Luke saísse da porta, eu corri até Thalia e bati nas cortinas com minha faca.

O lodo estremeceu e voltou à forma de tecido por tempo suficiente para que eu pudesse soltar Thalia. A lança dela caiu no chão e eu a puxei para trás, afastando ela das cortinas, que tentaram a pegar novamente. Depois de algumas tentativas frustradas de nos alcançar, aquela coisa se cansou e voltou a ser uma cortina.

Meus olhos estavam arregalados e Thalia tremia em meus braços. A lança dela estava fumegando, como se tivesse sido mergulhada em ácido. Thalia olhou as mãos e olhou para mim arregalando os olhos também.

— Luke! — chamei enquanto se ajoelhava no chão e abraçava Thalia, que parecia fraca.

— Aguenta firme! Vai ficar tudo bem. — Luke disse se abaixando ao nosso lado e revirando a mochila.

Luke encontrou o estoque de néctar que eu e ele fizemos antes de Thalia nos encontrar. Néctar é a bebida dos deuses que podia curar feridas. Nosso canto estava quase vazio, Luke e eu nos olhamos, sabendo que estávamos completamente ferrados caso fôssemos precisar daquilo de novo. Mas assenti para ele e Luke despejou o que havia sobrado sobre as mãos de Thalia. O vapor se dissipou e as bolhas sumiram.

— Você vai ficar bem. — disse deixando a voz o mais suave e doce que consegui. — Descansa.

— Nós...nós não podemos... — Thalia estava com a voz  trêmula, mas ela conseguiu se levantar. Em pé, olhou para as cortinas com uma mistura de medo e náusea. — Se todas as janelas são assim, e a porta está trancada…

— Vamos encontrar outra saída — prometeu Luke.

Aquele não era um bom momento para lembrá-la de que não estaríamos ali se não fosse pela cabra estúpida. Mas eu sentia uma absurda vontade de dizer isso a ela só para irritá-la? Sim, sentia.

Considerei nossas opções: uma escada ou dois corredores escuros. Olhei para o corredor à esquerda e consegui distinguir um par de luzinhas vermelhas brilhando perto do chão. Luzes noturnas, talvez?

Olhei para Luke e percebi que ele pensava o mesmo que eu.

Mas eu percebi as luzes se movendo. Subiam e desciam, ficando cada vez mais brilhantes e próximas. Um rosnado fez os cabelos da minha nuca se arrepiarem. E Thalia soltou um murmúrio estrangulado.

— Hum, gente…

Ela apontou para o outro corredor. Outro par de olhos vermelhos e brilhantes nos espiava, escondido nas sombras. De ambos os corredores ouvimos um CLAC, CLAC, CLAC, como se alguém estivesse tocando castanholas de marfim.

— A escada parece uma ótima opção — Luke disse.

Como que em resposta, uma voz masculina soou de algum lugar lá em cima:

— Sim, por aqui.

A voz era carregada de tristeza, como se desse instruções para um funeral.

— Quem é você? — Eu gritei.

— Depressa — chamou a voz, que não soava nada animada.

À minha direita, a mesma voz ecoou:

— Depressa.

CLAC, CLAC, CLAC.

Olhei novamente naquela direção sem acreditar. A voz parecia ter vindo da coisa no corredor. A coisa com os brilhantes olhos vermelhos. Mas como ela podia vir de dois lugares diferentes?

Então a mesma voz surgiu do corredor à esquerda:

— Depressa.

CLAC, CLAC, CLAC.

Eu já havia enfrentado coisas bem assustadoras antes, tipo cachorros que cospem fogo, escorpiões das profundezas, dragões, sem mencionar um par de cortinas pretas melequentas que tentaram devorar Thalia. Mas alguma coisa naquelas vozes ecoando à minha volta, nos olhos brilhantes avançando de ambos os lados e os estranhos estalos faziam eu me sentir como um cervo cercado por lobos. Todos os músculos do meu corpo estavam tensos. Meus instintos gritavam: Corra!

Então em um impulso eu peguei a mão de Thalia, olhei para Luke e corremos para a escada.

— Amaya… — Thalia começou.

— Vamos! — eu disse.

— Se for outra armadilha… — Thalia disse.

— Não temos escolha! — eu disse correndo escada acima.

Subi a escada arrastando Thalia e Luke. Eu sabia que ela estava certa. Podíamos estar correndo diretamente para a morte, mas também sabia que tínhamos que escapar daquelas criaturas lá embaixo. E depois que aquela cabra nos trouxe pra cá, subir a escada era o menor dos nossos problemas.

Tive a coragem de olhar para trás, e vi os monstros se aproximando, rosnando como gatos selvagens, andando pesadamente pelo piso de mármore com um som que lembrava o de cascos de cavalo. O que eram aquelas coisas, por Hades?

Depois de chegarmos ao alto da escada, continuamos por outro corredor. O fogo tremulante das tochas fixadas nas paredes criava a impressão de que as portas estavam dançando. Olhava para trás algumas vezes apenas para me certificar que Luke estava comigo e Thalia e bem. Em dado momento da corrida, eu pulei uma pilha de ossos, chutando um crânio humano sem querer. E em algum lugar adiante, a voz falou:

— Por aqui! — então soava mais urgente que antes. — A última porta à esquerda. Depressa!

Atrás de nós, as criaturas repetiram suas palavras.

— Esquerda! Depressa!

Talvez elas estivessem apenas imitando a voz como papagaios. Ou talvez a voz que ouvíamos à frente também pertencesse a um monstro como eles, talvez a mãe, ou algo assim. Porém, alguma coisa em seu tom soava real. Parecia a voz de um homem sozinho e infeliz, como um refém.

— Temos que ajudá-lo — anunciou Thalia, como se lesse meus pensamentos.

— Sim — concordei. Era a primeira vez que concordamos em alguma coisa.

Seguimos em frente. O corredor foi ficando cada vez mais deteriorado, o papel de parede parecia descamar como a casca de uma árvore, os suportes para tochas caindo aos pedaços. O carpete estava rasgado e coberto de ossos. Uma luz escapava sob a fresta da última porta à esquerda.

Atrás de nós, o som de cascos ficou mais alto. Chegamos à porta e eu me lancei contra ela, mas ela se abriu sozinha. Thalia e eu caímos de cara no carpete e Luke parou em pé atrás de nós. A porta bateu com força. Do lado de fora, as criaturas rosnavam, frustradas, e arranhavam as paredes.

— Olá — disse a voz masculina, agora muito mais próxima. — Sinto muito.

Minha cabeça rodava, havia batido ela no chão com a força da queda. Pensei tê-lo ouvido à minha esquerda, mas quando levantei a cabeça ele estava em pé bem na nossa frente.

O homem usava botas de couro de cobra e um terno com estampa verde e marrom que provavelmente era feito do mesmo material. Era alto e magro, com cabelos grisalhos e espetados, quase tão revoltos quanto os de Thalia. Parecia um Einstein muito velho, doente e bem vestido. Seus ombros estavam caídos. Havia bolsas sob seus olhos verdes e tristes. Ele podia ter sido bonito no passado, mas a pele do rosto pendia, flácida, como se ele tivesse murchado.

Seu quarto parecia um apartamento conjugado. Diferente do restante da casa, o espaço estava conservado. Encostada à parede dos fundos havia uma bicama, uma mesa com computador e uma janela com cortinas escuras como as do andar de baixo. Na parede à direita havia uma estante de livros, uma cozinha pequena e duas portas, uma para o banheiro, a outra para um grande closet.

— Hããã, gente... — disse Thalia enquanto se levantava.

Ela apontou para a esquerda. Meu coração quase pulou do peito. O lado esquerdo do quarto tinha uma grade de ferro, como uma cela de prisão. Do outro lado estava a atração de zoológico mais assustadora que eu já vi.

O chão de cascalho era coberto de ossos e partes de armaduras e, andando de um lado para o outro, havia um monstro com corpo de leão e pelo vermelho-ferrugem. No lugar das patas ele tinha cascos como os de um cavalo, e a cauda estalava como um chicote. A cabeça era uma mistura de cavalo e lobo, com orelhas pontudas e focinho alongado, e os lábios negros pareciam perturbadoramente humanos.

O monstro rosnou. Por um segundo pensei que ele estivesse usando um daqueles protetores de dentes que os boxeadores usam. Em vez de dentes, ele tinha duas sólidas placas de osso em forma de ferradura. Quando o monstro fechava a boca, as placas faziam o barulho estridente que eu ouvi lá embaixo. Clac, clac, clac.

O monstro cravou seus olhos vermelhos em mim. Pingava saliva das estranhas placas ósseas. Eu queria correr, mas não havia para onde ir. Ainda podia ouvir as outras criaturas, mais duas, pelo menos, rosnando no corredor. Luke me ajudou a levantar. Agarrei a mão dele e encarei o velho.

— Quem é você? — eu perguntei. — O que é aquela coisa na jaula?

O homem fez uma careta. Sua expressão demonstrava tanta infelicidade que pensei que ele estivesse prestes a chorar. Abriu a boca, mas, quando falou, as palavras não vinham dele. Como em uma terrível apresentação de ventríloquo, o monstro falava no lugar do velho, com a voz dele:

— Sou Halcyon Green. Sinto muito, mas vocês estão na jaula. Foram atraídos até aqui para morrer.

Parte 02 de 03

Oi semideuses, como vcs estão?

Um capítulo cheio de emoções pra vcs já se prepararem para o próximo pq vamos conhecer uma pessoa especial nele!

Espero que tenham gostado, não se esqueçam de favoritar e comentar bastante.

Bjs, Ana!!

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