OO6. chapter six
Caminhei entre os corredores da escola até o ginásio, ja havia colocado o uniforme de educação física que consistia em um shorts-saia azul escuro e a blusa com a logo de Midtown no centro. Assim que cheguei, fui até as arquibancadas e me sentei ali observando os outros adolescentes fazerem o alongamento que o professor havia pedido.
— Maya, deita no tapete. – o mais velho ali chamou minha atenção e eu o olhei
— torci o pé, professor. – expliquei e ele negou com a cabeça
— inventa outra desculpa senhorita Mitchell, essa é antiga, agora deita no tapete. – o professor insistiu, respirei fundo e me levantei
— ninguém merece – murmurei e me deitei no tapete deixando as minhas pernas dobradas, senti alguém segurar meus pés e uma dor subiu pelo meu corpo. — aí – resmunguei
— são só 15, você consegue. – a voz de Riley chegou aos meus ouvidos
— obrigada pelo incentivo, mas se eu conseguir ao menos três serão muitas. – brinquei e ela sorriu, passei minha mão para debaixo da minha cabeça e comecei a fazer força para que meu corpo subisse.
Ja havia perdido as contas de quantas eu havia feito, o suor escorria pela lateral do meu corpo e meu pé doía ainda mais. Tinha certeza que aquele professor me odiava com todas as forças dele.
— 14 e 15. – Riley contou e saiu de cima de mim, suspirei aliviada quando o peso já não me incomodava mais e me levantei caminhando com dificuldade até a porta do ginásio
— aonde vai sem a minha autorização, Maya? – O homem perguntou e eu bufei virando apenas o rosto para ele
— ir cuidar do meu pé, já que graças a você ele está doendo mais ainda. – respondi no mesmo tom
— detenção depois da aula. – exclamou, fechei as mãos com força e me virei andando até o homem
— desculpe, o que depois da aula professor? – pisquei fazendo com que meus olhos saíssem de seu azul natural para um roxo
— não ouviu? Para sua casa, oras. – sorri satisfeita e assenti com a cabeça, me virei novamente e sai do ginásio voltando para a enfermaria
— Tia voltei – gritei assim que entrei no espaço
— ele te fez fazer exercício, não é? – ela perguntou e eu assenti, me sentei na maca ali e com sua ajuda tirei o tênis do meu pé que agora se encontrava inchado — vai ter que usar a muleta
— eu sabia – joguei a cabeça para trás e ouvi a risada da mulher que rapidamente enfaixou meu pé melhor. — amanhã eu trago o outro par
— tudo bem. – a mulher murmurou e saiu da minha vista, mas assim que apareceu novamente as muletas estavam em suas mãos, me entregou e eu as ajeitei embaixo dos meus braços. Assim que o sinal do almoço tocou eu sai de lá
Andei com a muleta devagar até o refeitório, ainda não havia me acostumado com elas, avistei Riley na mesma mesa de ontem e fui em direção a garota, assim que me sentei eu suspirei. Coloquei as muletas ao meu lado apoiando-às na mesa
— Caubói, me dá seu bolinho? – olhei para Lucas com um sorriso, o garoto olhou para mim e depois para o doce em sua bandeja, negou com a cabeça e me entregou. — ha hur, obrigada
— não me livro de você nunca mais. – ele negou com a cabeça
— ainda bem que sabe. – sorri vitoriosa e me ajeitei no banco, abrindo o pacote do mini bolo de chocolate
— Por que está de muleta? – Peter perguntou
— o professor de educação física me fez fazer 15... abdominais o nome? – olhei para Riley que assentiu — e para isso, a Riley precisava apoiar o corpo dela sobre o meu pé e adivinha? Só piorou
— Pensa pelo lado positivo, eu pelo menos estou inteira. – Michelle falou e eu a olhei
— eu só queria minha casa. – murmurei e deitei minha cabeça sobre a mesa
— não vai trocar de roupa? Os meninos provavelmente observaram até sua alma por você ter passado com o uniforme. – Lucas alertou
— vou trocar agora e também pegar meu celular, pega mais dois bolinhos para mim eu sei que sua próxima aula é comigo. – olhei para o garoto
Me levantei e fui em direção ao vestiário feminino.
PETER PARKER
Após o almoço eu fui até o meu armário e assim que o abri, um papel caiu de dentro, franzi a sobrancelha confuso e me abaixei para pega-ló ainda desconfiado.
Sorri ao ver que se tratava do desenho que eu havia pedido para Maya, observei cada detalhe e parei no canto da folha que além de sua assinatura tinha o seu número anotado com lápis de escrever.
Bela tática, peguei meu celular e o anotei mesmo sabendo que provavelmente não a chamaria por vergonha.
"Parece que toda minha timidez some e eu quero dizer tudo" quem em pleno século vinte e um, diz isso? Vou voltar novamente para meu conta de fadas onde quase não nos falamos.
Deu certo com a Liz, não deu?
Mas ela não é a Liz, babaca. Meu cérebro me lembrava deste pequeno detalhe.
— Ta pensativo hoje, Parker. Na verdade sempre está, mas hoje está mais. – ouvi a voz de MJ e virei meu rosto para olhá-la
— ah, oi Michelle. – dei um sorriso ladino para a garota e dobrei o papel, mas antes que eu o guardasse novamente no armário ela o puxou da minha mão. — cadê a educação?
— ela deixou o número dela aqui, você vai mandar pelo menos uma mensagem, não é? – ela me olhou e eu neguei com a cabeça. — vai sim
— eu to com vergonha, Michelle. Você acredita que eu disse assim "parece que toda minha timidez some e eu quero dizer tudo" – fechei os olhos com força e cruzei os braços
— fofo, nojento, mas fofo. – respondeu se encostando no armário
— eu não acredito que vou dizer isso... você pode me ajudar? – a garota gargalhou e eu a olhei confuso — eu to falando sério, por quê ninguém me leva a sério?
— desculpa, é que é estranho logo você me pedir ajuda. – ela ajeitou a mochila em seu ombro — mas eu ajudo, primeiro deixa a timidez de lado, chama ela para sair esse final de semana.
— sempre bom lembrar que eu nunca sei o que dizer, ou seja, eu vou te levar também. – disse, convicto das minhas palavras e a morena me encarou, visivelmente confusa
— você ta louco, Peter? Eu iria estragar o clima total. Me da seu celular – pediu esticando uma de suas mãos, retirei o aparelho do bolso e entreguei para ela — Pelo menos o contato já está salvo. – murmurou e depois de alguns segundos me devolveu
— eu não acredito nisso, Michelle. Eu vou para casa e não vou mais voltar para a escola, tenha uma boa tarde. – respondi após ver a mensagem que ela havia mandado. "Oi Maya, você estava linda hoje. A propósito, adorei o desenho. Beijos Peter. <3"
Fiquei evitando os meus amigos o resto do dia, o máximo que consegui. A garota havia visualizado a mensagem e não me respondeu.
No mesmo instante que o sinal tocou indicando que a aula finalmente havia acabado eu corri, mas dessa vez para chegar em casa rapido. Assim que cheguei, me joguei no sofá.
— oi Peter, tudo bem? – Tia May perguntou, aparecendo na sala
— sim. – forcei um sorriso
— desembucha. – a mulher caminhou até o sofá e levantou minhas pernas as colocando sobre seu colo.
— o que você faria se conhecesse a pessoa a um dia, mas parecesse que a conhece desde seu nascimento? – disparei — é para um trabalho da escola
— quem é a garota? – ela me olhou
— Maya Mitchell.
— filha da Katy Mitchell? – May perguntou e eu a olhei confuso
— de onde você conhece ela? – perguntei
— ela morou um tempo na rua da frente, mesmo após se mudarem não perdemos o contato. Realmente você tem bom gosto. – Tia May falou
— eu conheci ela ontem, Tia. – coloquei a almofada sobre meu rosto
— eu e seu tio Ben fomos iguais. Isso é o destino, Peter. – ela puxou a almofada do meu rosto — cabe a você, segui-lo ou ir por outro caminho. – a mulher fez um leve carinho em minha canela, mas arregalou os olhos de repente. — droga, meu bolo de carne.
Se levantou correndo e foi até a cozinha, respirei fundo e tossi por causa da fumaça que se espalhava pela casa.
— vai acionar o alarme de incêndio desse jeito. – disse e senti um pano de prato atingir minha cabeça, ri
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