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O22. twenty two

MAYA MITCHELL

Respirei fundo ao senti o ar condicionado do local atingir minha pele, minhas mãos esfregavam uma na outra

O nervosismo era aparente em todo meu corpo, senti uma mão no meu ombro olhei para o lado e sorri sem mostrar os dentes

— relaxa, eu to aqui – ele disse, me passando uma proteção e eu soltei todo o ar que estava preso fazendo o garoto sorrir

— Peter você fica, Maya você vem – ouvi a voz de Happy e virei meu corpo para o outro lado

— bom dia, Happy - sorri para o homem que estava parado em frente a uma porta de vidro

— bom dia Maya, sr. Stark está te esperando vamos? - disse dando um sorriso no final e eu assenti

— eu não posso ir? – Peter perguntou e Happy negou

— se ele não entrar eu não vou entrar – disse como se fosse óbvio e Happy abriu a porta, sorri vitoriosa e entrei com Peter

Segui o mais velho até uma sala toda de metal por dentro que mais parecia um cubo gigante, sentei na cadeira que o ele mandou sentar e Peter parou do meu lado

Duas mulheres entraram na sala com uma maleta a morena a abriu e revelou uma agulha enorme

— não, isso não por favor – implorei virando para Happy

— eu só sigo ordens – ele respondeu

— vocês não vão me furar – olhei para as duas a minha frente que guardaram as coisas e saíram da sala

— Maya! – Peter chamou minha atenção e eu dei de ombros — você precisa cooperar também, não acha?

— não.

— fiquei sabendo que ja usou seu poder querida Mitchell, acho que vamos ter um problema – ele disse entrando na sala

— eu não quero nenhuma agulha em mim, aceito qualquer experimento. Agulha, não – disse olhando firme para o homem

— quem dá as ordens, sou eu – parou na minha frente

— quem pode te matar se fizer algo que não me agrade, sou eu – respondi dando um sorriso cínico no final

— ok – ele se ajeitou e andou de um lado para o outro na sala – você ganhou, mas eu preciso do seu sangue. Tem alguma idéia de como tirar?

— me dá um soco – disse por fim

— você prefere levar um soco ao invés de tomar uma picada? – perguntou confuso

— você não tem idéia de quantas picadas eu levei até ficar assim – apontei para mim

— Happy segura ela, meninas entrem – Tony disse e logo os braços do mais velho passou ao redor da minha cintura me prendendo na cadeira

— me solta – gritei e logo senti meu sangue sendo sugado aos poucos — Peter – fechei meus olhos

— vai ser rápido eu prometo – o homem de máscara disse, tentei me mexer na cadeira mas não consegui, meu corpo todo estava preso nela

Senti agulhas perfurando meus dois braços e uma dor imensa no corpo, era como se tudo voltasse

— ta doendo, para por favor – implorei, sentindo as lágrimas escorrendo pela lateral do meu rosto

— solta ela – ouvi e logo senti meu corpo parando no chão, encostei meus joelhos e minhas mãos logo a frente — você ficou louco Tony? Perdeu a cabeça

— Pepper amor, eu precisava do sangue dela pra ajudar – senti braços passando em volta do meu corpo e olhei pra cima

Eu queria, mas não conseguia me mover, as lembranças daqueles meses voltaram na minha mente e tudo o que eu conseguia fazer era chorar

Era tão doloroso, todos os dias mais de duas agulhas entrando no meu corpo. Sendo forçada a fazer coisas que eu não conseguia.

— ei, calma respira. Vem, vamos sair daqui – ele me ajudou a levantar

— Maya, me desculpa eu não...

– você não sabia Anthony, eu te avisei. Você pensa que sabe tudo, mas não, não sabe – me virei olhando para o mesmo — meses em um lugar que eu não sabia aonde era, todos os dias sentindo agulhas entrando em mim e depois ser jogada na porta da minha casa denovo e alguns meses depois isso acontecer. Ninguém aqui sabe, quem sente sou eu, alguma coisa lá fora me faz perder o controle eu me sinto observada e de repente o cara que se rótula meu pai resolve aparecer mandando flores.

Retomei o ar que perdi enquanto falava tudo aquilo

— vamos embora – Peter me puxou

— Happy leva eles – Pepper disse — eu to decepcionada com você Anthony Stark, ela é uma criança

Saiu da sala e eu sai logo depois andando devagar até o carro que Happy usava, passei a mão em cima do meu braço direito e assim que entrei no carro encostei minha cabeça na janela

"eu não vou te abandonar, do anoitecer até o amanhecer
é uma promessa" — Peter

Li no meu celular assim que ele vibrou, sorri e olhei para o menino me encostei nele sentindo novamente a mesma segurança de alguns minutos atrás

— filha é pra você e acho que você vai gostar dessa visita – ouvi minha mãe gritar da sala e me levantei da cama andando devagar até o outro cômodo

— ah, é você – falei — mãe você pode deixar a gente sozinho por alguns minutos?

— qualquer coisa eu to na cozinha – ela disse animada

— eu odeio fazer isso, boa parte do motivo de eu estar aqui é por causa que a Pepper encheu meu saco – ele disse assim que minha mãe desapareceu da sala e eu cruzei meus braços — a verdade é que, se fosse minha filha ali eu não gostaria que fizessem isso com ela e eu vim aqui pra te pedir, ahn, como que fala? – ele disse parecendo nervoso, talvez fosse a primeira vez que tivesse que pedir desculpa para alguém

— desculpa? – falei como se fosse óbvio

— é, então... Maya, eu... você

— você ta aparecendo um adolescente, credo – revirei os olhos, descruzando meus braços

— me desculpa? Eu juro que não faço mais nada que você não queira, mas é que o seu sangue tem uma coisa especial

— acabou? Você pode ir embora agora, sabe hoje é sábado, tenho planos pra amanhã preciso dormir – falei caminhando até a porta da sala

— eu não acredito que vim te pedir desculpa e você me expulsa da sua casa – ele disse sarcástico

— eu não acredito que fui te ajudar e no fim eu tento te matar – respondi no mesmo tom

— ok, já vou – saiu da minha casa e eu bati a porta voltando para o meu quarto

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