Chapter 16
"E meu mundo mais uma vez está desmoronando."
Âmbar Smith
Rosa estava na minha frente com o seu olhar indiferente, aquela garota me trazia arrepios toda vez que nossos olhares se encontravam.
Ela era bem mais alta que eu, principalmente com o seu coturno preto de salto.
Ela usava um vestido de tamanho médio, cor vinho escuro de mangas longas.
— Pelo jeito nos encontramos novamente, minha querida nerd idiota, por sua causa fiquei de castigo por muito tempo, meus pais até me mandaram pra essa cidadezinha pra ficar no sítio da minha família — falou passando a mão no meu rosto e usando a sua unha pra me arranhar.
Naquele meu momento me a garota que deixei pra trás, voltou a tona, comecei a ficar com medo e sem ação, não conseguia me mover.
— Rosa.......— Comecei a falar, mas fui interrompida ao sentir sendo acertada um muro forte na minha barriga.
Cai ajoelhada no chão e comecei a chorar de tanta dor.
— Ver se olha por onde anda e da próxima vez pare de ser dedo duro, viu sua nerdizinha idiota — falou saindo rindo da situação que me deixou.
Luna Valente
Minha irmã estava demorando demais para vir, os pedidos já tinham chegado.
Resolvi ir no banheiro lhe procurar, vejo ela caída do lado perto da porta banheiro num cantinho de joelhos no chão e pondo a mão na sua barriga.
Me abaixo a sua altura pra ver o que tinha acontecido, ela não disse nada, apenas continuou chorando.
Eu a abracei fortemente e sussurrei pra ela "Calma Âmbar, tudo vai ficar bem agora, eu estou aqui com você."
Simón Álvares
Ao chegar no prédio, nem vi o porteiro, ao entrar no lof fui direto para a cabine de gravação, percebi que a música que compus pra Valentina estava rasgada em pequenos pedacinhos no chão e olho o arquivo vendo que estava tudo apagado.
Na hora nem pensei direito, a minha primeira sugestão foi a Âmbar, afinal ela era a única que sabia da música e poderia ter acesso ao loft.
Mas logo, me arrependi de ter ligado pra Âmbar e a acusado sem provas, apesar de tudo apontar que ela seja a principal culpada.
Nico estava com uma expressão alegre no rosto, pelo jeito correu tudo bem na casa da Jazmin.
Tentei disfarçar a minha frustração,mas foi impossível, afinal ele me conhece faz muitos anos.
— O que aconteceu com você? — perguntou.
— Mostrei uma música que compus pra Valentina, pra Âmbar a filha do nosso chefe, ela veio aqui rasgou o rascunho e até apagou o arquivo — expliquei.
— Novamente você deixou a porta do estúdio aberta, Âmbar não daria o trabalho de fazer isso, ela é nossa maior fã, tenho certeza que ela conhece o valor de uma música — falou — Provavelmente você deixou a porta aberta do estúdio como sempre, talvez um gato entrou pela janela de um dos quartos, às vezes você não sai da página e ele acabou subindo e apagando — sugeriu.
Quando o Nico disse isso, algo naquelas palavras fez total sentido, cada vez me sentia mais mal, por ter xingado a Âmbar e por causa disso perdi sua amizade.
Nunca quis ter amizade com ela , por ser filha do meu chefe e sim porque desde do começo que a vi, senti uma boa energia vindo dela.
— Nico, agora que você falou, tudo está fazendo sentindo, nossa nem devia ter ligado pra Âmbar e a acusado — falei.
— Apenas ligue e peça desculpas pra ela — sugeriu.
Ouvimos o barulho da campainha, vou até a porta atender, provavelmente deve ser a Mary com as compras.
Mas para a minha surpresa, era o porteiro com uma pequena caixinha na mão.
— Chegou pra você esse pacote, senhor Simón — O porteiro avisou.
— Ah sim entendi, obrigado — agradeci.
— Ah antes que me esqueça a senhorita Mary, veio aqui com os homens das compras e abastecer a dispensa — avisou.
— Tá bom, obrigado por avisar — falei fechando a porta do apartamento.
Nico me encarou com uma expressão que queria dizer algo, pelo jeito ambos estamos pensando o mesmo.
Mary começou a agir estranho comigo depois que disse que estava gostando da Valentina, por raiva e ciúmes ela fez isso.
Ela sempre foi muito ciumenta, desde que nós nos tornamos amigos, às vezes ela afastava as garotas de mim.
Nico nada disse, deixei o pacote em cima da mesa e liguei pra Âmbar, iria me desculpar de mil maneiras com ela.
Começou a chamar o número dela, já estava ficando sem esperança de me atender e deixei o celular em cima da mesa e no viva voz.
Abri o embrulho vendo que era o colar de sol que pedi para ajustar do tamanho do meu pescoço.
Pra minha sorte foi no último toque que ela atendeu.
— Âmbar?
— Oi, Simón, aqui é a Luna, irmã da Âmbar.
( Ouvi ela chorando no outro lado da linha)
— Onde está? Cadê a sua irmã? Porque está chorando?
— Âmbar está no chão, pondo a mão no estômago e chorando demais, estamos no McDonald.
— Não se preocupe, mandarei o meu motorista e irei junto até aí, apenas se acalme.
— Tá bom, muito obrigada.
Finalizei a ligação, fui chamar o motorista e sai correndo, sem ao menos avisar o Nico.
Ao saber que a Âmbar estava mal, parecia que o meu coração tinha despedaçado e estava com ele bem apertado.
Senti que o meu mundo estava desabando em vários pedaços.
Âmbar Smith
Estava chorando desesperadamente, a minha irmã me guiou até lá fora, queria que hoje fosse um passeio incrível com ela.
Mas infelizmente acabou saindo do controle, minha irmã estava muito nervosa no telefone.
Nem prestei atenção com quem ela estava falando, estava com muita dor pra fazer isso.
Só percebi que entramos numa mini van prata, pra mim era muito familiar, não sei bem explicar.
Vejo o Simón vindo a meu encontro, ficando de frente pra mim e me abraçou.
E a Luna saiu de lá, deve ter ido pegar os pedidos e pagar.
Ele me entregou um copo descartável de água gelada, bebi aos poucos e fui me acalmando com o seu olhar terno.
— Pode me explicar o que aconteceu com você Âmbar? — pediu, com uma voz tão terna e carinhosa.
— Quando estava saindo do banheiro, acabei esbarrando numa velha conhecida minha na antiga cidade que eu morava, o nome dela é Rosa, entrei em pânico quando a vi, não consegui desviar do soco no estômago que ela me deu, me sinto tão insegura com tudo que acabou de acontecer, tenho tanto medo da próxima vez ser pior, ela sempre praticou bullying, estava irritada por ter delatado ela para a diretora, parece que a família dela mandou ela pra cá como castigo, pra morar num sítio, sabe? — expliquei.
— Entendo, sinto muito por você ter passado por isso, não se preocupe com nada agora e nem nunca, você está segura comigo — falou segurando a minha mão e a pegou dando gentilmente um beijo.
— Obrigada por ter vindo ao meu encontro — agradeci.
— Não precisa agradecer, apenas quero que você me perdoe por hoje mais cedo, estava com a cabeça tão quente, que te acusei de algo que sei é incapaz de fazer — falou acariciando a minha bochecha gentilmente, fechei os olhos e levei a minha mão em encontro com a dele e apenas aproveitei o nosso momento.
Depois de alguns segundos, abri os meus olhos e percebi que os nossos rostos e lábios estavam bem próximos, não sei nem o que aconteceu, só percebi que os nossos lábios se tocarem e se transformou em um beijo calmo e gentil.
Enquanto nos beijamos, me lembrei do meu primeiro beijo, eu era somente uma criancinha e tinha o meu amiguinho de infância, estávamos brincando aí do nada ele me beijou.
Na época foi dessa maneira, afinal nenhum de nós tinha beijado antes.
Fui tirada dos meus pensamentos ao perceber que nos separamos do beijo.
Encarei ele com uma expressão confusa e envergonhada, quando ia dizer algo vejo a minha irmã entrando dentro da van com algumas sacolas nas mãos do Mcdonald.
— Interrompi alguma coisa? — Luna perguntou
— Não, apenas estava tentando acalmar um pouco a sua irmã — Simón respondeu se afastando de mim e sentando na minha frente.
Luna sentou do meu lado, entregando lanche e um copo de suco pra mim e o Simón.
— Obrigada pelo lanche, Luna — Eu e o Simón falamos em perfeito couro.
Simón fez um sinal para o motorista andar, nós três comíamos em silêncio, aquele silêncio estava me matando.
Percebi que paramos na porta da minha mansão, juntamos tudo que comemos na sacola pra poder jogar no lixo.
— Obrigada novamente pela ajuda Simón — Luna agradeceu.
— Não precisa agradecer, sou amigo de vocês, estarei sempre aqui pra ajudar — falou.
— Até logo Simón — falei envergonhada ainda pelo nosso beijo.
Descendo pra van e seguimos em direção ao jardim da mansão.
— Você e o Simón estão namorando? — Luna perguntou, quebrando o silêncio.
— Não — neguei.
— Eu vi vocês se beijando, não queria ter interrompido o momento de vocês, mas a van estava atraindo muita atenção — contou.
— Eu e o Simon nunca vamos ter nada, ele gosta da Valentina e não de mim — revelei.
— Mas acho que tem horas que você esquece, você é a Valentina são a mesma pessoa, devia falar a verdade pra ele logo, não sei porque complicar tanto se ambos se gostam — aconselhou.
— Não é tão simples assim, Âmbar é a nerd tímida e a Valentina a cantora que logo irá estourar na banda, apesar de sermos a mesma, temos personalidades distintas — expliquei.
— Você vai acabar se perdendo no meio disso tudo — falou.
Quando entramos na mansão, o assunto morreu, mas fiquei pensando no que ela disse, às vezes tem horas que me sinto perdida nas minhas duas personalidades.
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