"Eu aprendi que cada momento é o seu momento. Algumas vezes são momentos confusos, às vezes são lindos, assustadores, ou simplesmente estranhos. Mas são todos seus. Valorize-os."

— Filme A Vida em um Ano.

Âmbar

Ao chegar no shopping ao lado das meninas, fomos a uma loja que vendia roupas de rockeira.

Elas começaram a me mostrar várias roupas, mas nenhuma delas me agradou.

Nunca gostei de roupas tão ousadas que mostrasse demais o corpo, então me inspirei na atriz Taylor Momsen, ela seria a minha principal referência.

— É uma boa ideia, afinal a Hannah Montana é muito kids para inspiração — Jazmin falou.

— Então precisamos ir para outra loja, essa aqui não achará tudo que precisa — Delfina falou.

— Não, calma, algumas coisas aqui servirão futuramente — expliquei.

Ambas as meninas ficaram confusas, me aproximo das cabines, peguei meia calça preta transparente e outro arrastão.

Yam entendeu o meu ponto de vista, então pegou luvas, colares, anéis, pulseiras, brincos e acessórios de cabelo.

Jazmin por ser muito estilosa, sabia de outra loja, ao chegarmos lá, consegui achar várias roupas do estilo que queria.

Passamos numa loja onde comprei uma peruca do jeito que imaginei.

Voltamos novamente para a mansão, fomos direto para o meu novo quarto.

Ele ainda não estava enfeitado, então era bem simples.

Delfina e nem a Yam puderam ficar, então a Jazmin ficou para me ajudar.

Lentamente meu novo visual foi montado, ao me olhar no espelho não me reconhecia, estava tão diferente e, ao mesmo tempo, tão linda.

— O visual ficou perfeito em você — Jazmin falou orgulhosa.

— Obrigada — agradeci.

Estava usando um vestido de tamanho médio, formato de decote V de mangas compridas, meia calças arrastão, botas pretas.

Estava com a maquiagem bem elaborada, nas pálpebras dos olhos tinha sombra preta com um pouco de glitter e um gloss incolor nos lábios.

A peruca ficou bem, a sorte que não estava coçando, era cabelo comprido loiro, ondulados loiros com as pontas rosas escuro e até mesmo algumas mexas.

Admito não ser tão fã de rock, mas penso futuramente na minha mãe e irmã, eu conseguindo guardar esse segredo da minha identidade e fazer sucesso.

Futuramente posso dar uma vida digna para elas, o que li do meu pai ele tem uma ex mulher e uma filha, quando souberem da minha existência, tenho certeza que farão de tudo para tentar me colocar como a vilã da história.

Jazmin ficou tirando foto toda hora, me senti uma modelo fazendo aquelas poses.

Nunca tive amigas antes a não ser a minha irmã, sinto que elas se tornaram minhas melhores amigas e será além do palco.

A noite.....

Meu pai fez questão que eu e a minha irmã, nos arrumássemos, para acompanhá-lo no jantar com a Roller Band no loft deles.

Luna estava bastante animada, então se arrumou meia hora antes, estava usando uma ciganinha azul bebê, calças jeans num tom claro e all star vermelho.

Fez um rabo de cavalo alto nos seus cabelos e deixou algumas mechas soltas da franja.

Ela só fez um delineado gatinho colorido nas pálpebras dos olhos e um gloss com glitter nos lábios.

Ela colocou brincos de argola dourados e uma pulseira cinza com desenhos de lua e sol no pulso esquerdo.

Ela estava sentada em cima da cama mexendo no celular.

Já eu, não sou muito de me arrumar, mas precisava estar à altura da ocasião.

Peguei uma regatinha branca, calças rosa-claro e um par de sapatilha nude.

Não fiz nenhuma maquiagem, afinal ia usar óculos de grau, apenas ajeitei os meus cabelos dando uma leve alinhada nos fios e para finalizar coloquei o colar que a minha mãe deu.

Olhei no espelho conferindo o meu look, como estava com a porta do meu quarto aberta, ele veio entrando.

— Estão prontas meninas? — Meu pai perguntou.

— Sim — respondemos.

Ele estava tão lindo usando uma camisa social branca com alguns desenhos pretos, calça social preta e um sapato marrom.

— Vocês estão tão lindas, minhas princesas — falou sorridente.

— Obrigada, pai — agradecemos.

— Fico tão feliz de vocês serem minhas filhas, sei que ainda têm muita coisa para raciocinar, prometo tentar passar o máximo possível de tempo com cada uma, para podermos nos conhecermos melhor e nos conectarmos a cada dia — falou.

Ele se aproximou de nós, tocando a nossa bochecha e acariciando com carinho.

Emília chegou avisando que estava na hora de ir embora, ela estava usando um vestido de mangas compridas preto, coturno preto, colar com uma caveira desenhada e brincos combinando.

Seus cabelos estavam soltos e lisos, delineado gatinho preto nos olhos e um batom vinho escuro nos lábios, era a sua marca assinada.

Emilia iria conosco, em todos os eventos o meu pai a leva, afinal é o padrinho dela.

No carro fui tudo bem tranquilo, Emília contava histórias sobre a viagem que realizaram para o Brasil, eles pareciam ser tão unidos, sinto medo de um dia não conseguir ser assim com ele.

Meu pai não mudou nada durante os anos, continuava sendo o mesmo das lembranças que a minha mãe contou.

Não sei porquê, mas sinto que futuramente eles vão se reconciliar, se foi um mal-entendido que os separou na adolescência, agora eles são adultos e podem lidar com qualquer barreira que surgir.

Em poucos minutos, chegamos no loft da Roller Band, me sentia tão ansiosa para conhecê-los pessoalmente.

Ele estacionou o carro num estacionamento do prédio, descemos do carro e fomos em direção ao elevador.

Admito estar um pouco nervosa, nunca andei de elevador, estava com medo de parar no meio da trajetória.

Ficar muito tempo na TV deve estar afetando o meu cérebro e desenvolvendo fobias estranhas.

Quando parou, saímos e paramos no apartamento de número 20.

Meu pai estava segurando umas enormes sacolas ele resolveu trazer uma sobremesa pra ocasião, dois bolos de sabores diferentes, um era de brigadeiro e o outro de leite ninho.

A Emília estava segurando o outro bolo e a Luna segurava 2 litros de guaraná.

— Âmbar aperta a campainha fazendo o favor — Meu pai pediu, afinal eu era a única com as mãos vazias.

Apertei a campainha, depois de alguns minutos a porta abriu a porta, revelando a bela imagem do Simón.

Ele estava tão lindo usando uma camiseta branca, jaqueta de couro preta, calças jeans num tom escuro com alguns rasgados no joelho e um all star preto.

— Sejam bem vindos — falou com um enorme sorriso.

Sinto o meu coração palpitar rápido e a minha respiração ficar levemente alterada.

— Sim....m...o...n... - falei gaguejando, tenho certeza que as minhas bochechas estão vermelhas.

A minha visão foi ficando cada vez mais escura, sinto que desmaiarei.

Simón num movimento bem rápido, pegou ela no colo, todos ainda estavam assustados com a situação.

Ele a deitou no sofá e colocou um algodão com álcool no nariz dela, pra ela poder despertar mais rápido.

Acordei com o Simon me encarando, seus lindos olhos castanhos me olhavam de uma maneira penetrante.

— Está bem moça? — perguntou preocupado.

Olho ao meu redor, vendo que não tinha ninguém do meu lado, pelo jeito se afastaram para mim poder tomar um ar.

— Estou sim — respondi levando a mão até a minha cabeça.

— Está sentindo alguma dor? — perguntou.

— Só meio tonta — respondi.

— Em breve o médico do seu pai irá te examinar — avisou.

— Meu pai é muito exagerado, todas as vezes que tenho emoções muito fortes acabo desmaiando — expliquei.

— Deve ter tido uma emoção forte ao observar o quão feio que sou — falou todo brincalhão.

Agora fiquei envergonhada novamente, devido à piscadela que ele me deu, só porque tudo estava correndo normalmente.

— Não é que eu......... — parei de falar ao perceber estar me embolando com as palavras novamente.

— Calma princesa — falou gentilmente — Você é fã da Roller Band né? — perguntou.

Apenas concordei com a cabeça, ele era tão fofinho, mas do que observava na TV, tenho que me conter para não desmaiar.

Luna e Emília se aproximaram de nós, ambas pareciam estar bem preocupadas comigo.

— Deixarei vocês sozinha, até depois — Simón falou saindo.

— Você está bem Senhorita Âmbar? — Emília perguntou.

— Estou sim — respondi — Já disse para não me chamar senhorita, temos a mesma idade — a repreendi.

Emília apenas concordou com a cabeça, Luna se aproximou de mim e se sentou do meu lado.

— Você nos deu um enorme susto na maninha — Luna falou.

— Me desculpe — pedi, lhe dando um forte abraço.