Chapter 03
"Muitas pessoas merecem mais do que recebem."
— Pretty Little Liars.
Sharon Benson
Tentava aceitar bem que Francisco estava de volta.
Ele caiu do céu, justo no momento que mais precisava de dinheiro, pensei várias vezes em ir atrás dele e contar a verdade, mas orgulho falou ainda mais alto.
Eu queria mostrar que sem a ajuda dele a Âmbar progrediu e se tornou uma mulher incrível sem a ajuda dele.
Mas sei que com o rumo que a minha vida está tomando não posso continuar.
Penso que ele sabia sobre as minhas dívidas já que me entregou um cheque de 900 mil reais, eu não pensei duas vezes, o peguei e coloquei dentro do meu bolso.
Um dos seguranças dele desceu para abrir a van pra mim, antes que eu pudesse sair, Francisco segurou no meu braço, então o encarei.
— Por favor, não vá embora, pegue a nossa filha e a traga até mim — implorou.
— Tá bom — concordei.
Eu sempre soube que chegaria aquele momento, mas sinto que tem algo por trás disso, essa necessidade de me ver e conhecer sua filha.
Quero só ver onde tudo isso dará, mas defenderei a minha filha com unhas e dentes.
A diretora me contou que a Âmbar estava sofrendo bullying desde do dia que entrou no colégio, mas preferiu se calar pra não me preocupar.
Minha garotinha foi tão forte, eu amo a força dela que é tão grande como a minha.
Imediatamente a tirei do colégio, sei que com o pai dela, ele irá pagar um ótimo colégio e sinto que aquelas garotas vão sofrer pior do que a humilhação que fizeram com ela hoje.
Âmbar Smith
Lorena me levou pra sua casa que era no colégio, sua família a anos tinha uma casa aqui e trabalhava.
Lorena não era velha parecia ter entre 30 a 35 anos, ela vendia roupas, então me arrumou um conjunto de lingerie de renda cor creme que tinha até uma etiqueta por ser nova e um vestido rosa bebê de alcinhas finas num comprimento médio.
Ao terminar de tomar um banho me vesti, as roupas serviram direitinho em mim.
— Muito obrigada pela ajuda — agradeci.
— Não precisa agradecer Âmbar, você tem potencial, nunca mais deixe ninguém te humilhar — falou me encarando.
— Obrigada por toda a ajuda — agradeci.
A diretora veio falar comigo, avisando que as garotas estavam conversando com o orientador do colégio primeiro.
Então contei tudo o que está acontecendo, desde do primeiro dia que pisei no colégio e até mesmo sobre as ameaças de deixarem a minha mãe sem emprego, então a diretora disse que tomará as providências.
Estava conversando um pouco com a Lorena, ela me contava sobre o seu sonho ser estilista e em como que de repente todo aquele sonho desabafou.
Vejo a minha mãe entrando com a minha mochila nas costas, sua expressão era preocupada.
Percebi que o brilho dos seus olhos verdes estavam vermelhos, parecia que tinham acabado de chorar.
Ela nada disse, apenas me puxou para um abraço apertado e sussurrou no meu ouvido "Confie em mim, agora ficará tudo bem minha filha".
Eu não entendi bem aquelas palavras, mas algo dentro de mim me dizia que ela tinha um plano e isso incluiria mudança de vida.
Agradeci a Lorena pela ajuda, ela colocou o uniforme limpo que ainda estava molhado.
Minha mãe não dizia nenhuma palavra, apenas andávamos de mãos dadas, ela me guiou até uma mini van preta, a encarei com uma expressão confusa.
— Mãe de quem é essa van? — perguntei.
— Confie em mim — pediu — Siga o meu plano e tudo irá se resolver — mandou.
Apenas concordei com a cabeça, vi dois homens de terno preto na frente, me lembrava muito os seguranças da novela "Amores Verdadeiros", admito que eles eram bem bonitos, mas nada chegava aos pés do ator Sebastián Rulli.
Me surpreendi ao ver o grande produtor musical Francisco Gusman Smith na minivan, ele me encarava com uma expressão meio confusa parecia que ele tinha uns mistos de sentimentos misturados dentro de si.
Não consigo explicar, eu sabia ser ele porque ele é o produtor musical da Roller Band e de mais de 500 bandas e artistas solos, além disso, é um dos produtores mais ricos da atualidade.
— O que esse senhor faz aqui na van? — perguntei.
— Olha a educação que te dei filha — Minha mãe falou chamando a minha atenção — Ele é o seu pai filha — revelou.
Sinto que as minhas pupilas dilatadas, não consigo acreditar no que a minha mãe estava falando.
Aquele homem não tinha nada parecido comigo a não ser os olhos azuis intensos.
De repente comecei a chorar, sempre sonhei em ver o meu pai perto de mim, mas só consegui abraçar a minha mãe enquanto ela falava ao meu ouvido que tudo ficaria bem.
— Peço que se acalme minha filha — Meu pai pediu.
— Onde estamos indo? — perguntei, tentando me acalmar um pouco.
— Indo buscar a sua irmã no colégio — respondeu.
— Porquê? — perguntei confusa.
— Registei você e a sua irmã — respondeu.
— É estranho te ver aqui, já que a minha mãe nunca quis contato com você — revelei — Mas, porque como nos encontrou? — perguntei.
— Eu não menti, descobri há alguns meses o paradeiro da Sharon, sempre amei ela e não tenho vergonha de admitir isso — falou olhando pra minha mãe.
Percebemos que chegamos no colégio da Luna, ela já estava no portão a nossa esperada.
Então explicamos o que realmente estava acontecendo, Luna ficou animada por finalmente ter um pai e eu ainda tentava digerir toda aquela situação.
Em alguns minutos chegamos na nossa casinha, apesar de tudo foi o local que eu fui mais feliz e via a minha mãe sempre sorrindo no seu trabalho.
— Arrumem as coisas de vocês, apenas pegue o necessário, quando chegar na mansão do Francisco tenho certeza que ele comprará tudo novo pra vocês — Sharon mandou.
— A senhora vai também mamãe? — Luna perguntou com uma expressão confusa.
— Me perdoa filhas, mas ao lado da Francisco terão uma vida melhor, ele irá cuidar de vocês e dar tudo que eu nunca pude dar a vocês — Sharon falou entre as lágrimas — Eu irei resolver umas coisas, depois irei atrás de vocês em Buenos Aires, eu prometo isso — explicou desviando o olhar.
Eu e a minha irmã ficamos sem reação, aquilo estava acontecendo, era muita coisa pra ser assimilado em poucos minutos.
Ela apenas nos abraçou em conjunto, e novamente sussurrou a frase que ambas conhecíamos: "Tudo ficará bem, mamãe sabe o que está fazendo, confie em mim."
Juntámos as coisas que sabia que iríamos sentir falta, Luna provavelmente pegará só as suas bijuterias, já eu era uma pasta enorme tinha várias fotos do Simón e várias músicas compostas por mim e algumas fotos.
Na minivan.....
Precisava distrair a minha mente então fiquei cantando, mas logo me lembrei do fato de estar numa mini van ao lado do meu pai e minha irmã.
— Tem um talento natural para música assim como eu na sua idade — Meu pai me elogiou.
— Mamãe me contou mesmo — falei dando meio sorriso.
— Reconheço bem as músicas da Roller Band, por acaso é fã deles? — Meu pai perguntou curioso.
— Pai — Luna o chamou — Ela sabe o que a Âmbar fez, ela pegou escreveu o nome do Simón na parede do quarto com tinta, e quando ele veio fazer show com a banda dele a gente não tinha dinheiro para ir, então pulamos o muro aí demos de cara com um dos seguranças, ele foi até gentil e nos colocou pra fora — falou com uma expressão nostálgica.
Luna sempre topou todas as minhas loucuras, é a minha melhor amiga e sempre será.
— Meu sonho é conhecer Matteo Balsano — Luna falou com uma expressão envergonhada.
— Lógico, você tem queda por mauricinhos — zombei.
— Vocês poderem conhecer o famoso que quiser, farei tudo que estiver ao meu alcance — Meu pai falou sorridente.
Depois de seis horas.....
Nunca tinha andado de avião, admito estar um pouco nervosa, mas na primeira classe estava sendo bem servida.
Luna ficou animada ao voar pela primeira vez, seus olhinhos verdes brilhavam enquanto admirava a vista da janela.
Pra me acalmar fiquei pensando na conversa que tive com a minha mãe quando tinha 10 anos, ela me contou que descobriu que um detetive estava atrás dela, que podia ter sido obra do meu pai, que em breve quando nos encontrar eu e a minha irmã teríamos que ir morar com ele.
Enquanto a minha mãe iria resolver os assuntos que deixou pra trás.
Por sorte já tínhamos chegado, foram 6 horas de viagem, fomos direto para uma enorme mansão.
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