A cada dois passos, uma lágrima
Dois passos e mais uma lástima
O caixão preto ao lado
Eu andando, completamente calado

Seu sorriso apenas na memória
Sua vida virou uma grande história
Como pode uma menina assim
Ter esse pecaminoso fim?

Queria gritar, agonizar com essa dor
Sentindo aqui dentro apenas terror
Não sei como pôde deixar o mundo
Esvaziou de si o sentir vagabundo

Flores jogadas sem atenção
Apenas feitas por obrigação
Sua morte confirmou o breu
Que minha vida escorreu

O fogo levou seu corpo vazio
Derreteu o organismo frio
Matou toda minha esperança
Sobreviveu a última lembrança

Sua última mensagem sóbria
A carta de despedida, em teoria
Seu último suspiro de vida
Saber que tive a sua única despedida