CAPÍTULO CINQUENTA E QUATRO
❛ parte três: eclipse ❜
ESTAVA CHOVENDO TORRENCIALMENTE enquanto Elexia caminhava da física para o refeitório. Só com a sorte de Elexia, ela teve que caminhar para fora para ir do prédio de ciências para o refeitório. Alice estava ao seu lado, segurando sua mão. As duas estavam encharcadas quando entraram no almoço.
Apesar do que deveria ter deixado qualquer outra pessoa brava e frustrada, as duas meninas estavam sorrindo e rindo durante toda a caminhada, pulando na chuva. O primeiro instinto de Elexia teria sido ficar chateada, mas a alegria de Alice a deixou feliz também.
A escola não estava tão ruim quanto antes. O trabalho estava lentamente se tornando cada vez menor, já que os professores estavam tão cansados da escola quanto os alunos. Alice e Elexia passaram toda a aula de física rindo e conversando baixinho uma com a outra.
A escola estava vibrante com alunos animados, falando sobre baile, faculdade e formatura. O baile era neste fim de semana, e Elexia não tinha certeza se iria. Ela não era necessariamente contra, mas também não estava pulando de alegria.
Edward e Bella estavam sentados com o grupo de amigos de Bella no refeitório, como sempre faziam. Elexia e Alice encontraram Melody em sua própria mesa, como sempre faziam.
— Ei. — Melody cumprimentou melancolicamente. Uma mecha de seu cabelo na frente estava presa para trás, emoldurando seu rosto redondo lindamente.
— O que houve com você? — Elexia questionou, levantando uma sobrancelha para a atitude de sua melhor amiga.
— Tenho uma redação para fazer que esqueci completamente. É para entregar amanhã e eu definitivamente vou ser reprovada. — Melody suspirou, pegando a comida na bandeja.
— Você sabe que não precisa mais se preocupar com isso, certo? — Alice riu. — Ametista pode lidar com isso para você.
— Oh. — Melody se animou. — É, eu continuo esquecendo.
Elexia riu baixinho, balançando a cabeça. Melody frequentemente esquecia a natureza de sua situação.
Desde que Melody confessou a Elexia o que sentiu quando conheceu Emmett pela primeira vez - e depois de acidentalmente descobrir seu dom, que era terrivelmente doloroso - ela mudou. Não de um jeito ruim, mas a maneira como ela estava agindo a lembrava de si mesma, quando conheceu Rosalie. Ela estava muito... Nervosa.
Emmett estava muito feliz por ter conhecido Mel e não queria nada mais do que conhecê-la, mas Melody estava um pouco sobrecarregada com o fato de ter um companheiro. Ela não esperava encontrar um, e especialmente não tão cedo. Emmett estava mantendo distância, não querendo deixá-la desconfortável, mas Elexia também podia ver que estava machucando-o estar tão distante dela. Melody não ficaria na casa dos Cullen, como o plano era inicialmente. Ela ficaria na casa de Elexia.
— Espero que a chuva pare logo. Por mais divertido que tenha sido antes, não quero ter que sair de novo e me molhar ainda mais. — Elexia reclamou. Ela já estava ficando com frio por causa das roupas molhadas.
— Eu posso... — Alice começou, antes de se interromper ficando em branco, seus olhos distantes. Elexia reconheceu a expressão instantaneamente; ela estava vendo algo. Estendendo uma mão reconfortante, ela a colocou no ombro de Alice, enquanto Melody olhava para ela, preocupada.
Alice acordou depois de alguns momentos, finalmente se concentrando novamente na cena ao seu redor.
— O que aconteceu, Al? — Elexia perguntou, esfregando seu ombro para acalmá-la. Ela não era Jasper, mas com certeza poderia tentar.
— Era Victoria. Eu vi Victoria. Ela está vindo. — Alice sussurrou.
Elexia sentiu todo o sangue sumir do seu rosto.
O resto do dia de Elexia foi gasto com ela ficando nervosa após a visão de Alice no refeitório. Alice também estava distante no resto das aulas que elas compartilhavam juntas. Melody estava além do medo, visto que Victoria estava vagamente relacionada à razão pela qual ela não era mais um ser humano, permanentemente mudada.
Era a vez de Elexia dirigir para casa hoje. A viagem não foi diferente do que elas costumavam ser, exceto que Alice parecia estar evitando o assunto Victoria toda vez que Elexia ou Melody insinuavam isso. Ela balbuciou sobre Edward e um carro na Itália e querer fazer algo divertido com Bella e Angela.
Elexia parou na frente da casa dos Cullen e observou Alice sair. Emmett estava parado na porta da frente, apenas olhando para o carro com um olhar de dor no rosto. Melody rapidamente olhou para suas mãos no colo. O caminho até a casa dos Reedus foi muito tranquilo, o som suave de música tocando.
— Você tem muita lição de casa hoje? — Melody perguntou enquanto elas entravam pela porta, apenas tentando puxar assunto.
— Infelizmente, tenho um monte de trabalho de inglês. — Elexia suspirou. — Achei que os quilos e quilos de trabalho acabariam, considerando que estamos em meados de maio, mas não.
— Eu vou te ajudar para que passe mais rápido. — Melody deu um pequeno sorriso.
Elexia olhou para ela com um sorriso espelhado. Ela amava Melody tanto.
Elas subiram as escadas sem falar, um acordo tácito de que não iriam discutir a visão de Alice até que Alice quisesse falar mais sobre isso. Elas imaginaram que ela estava discutindo com os Cullen em casa, e elas saberiam o que estava acontecendo em breve de qualquer maneira. Elas entraram no quarto de Elexia para ver Rosalie lendo um livro na cama dela. Gaia estava cochilando em seu berço.
— Oi, Rose. — Elexia a cumprimentou, caminhando até ela para dar um beijo rápido em seus lábios.
Melody deu um sorriso para Rosalie. — Oi, Rosalie.
— Oi, Melody. — Rosalie sorriu de volta enquanto as duas se sentavam na cama.
— Tenho um monte de trabalho de inglês que Melody vai me ajudar a fazer. Quer nos ajudar? — Elexia inclinou a cabeça em questionamento.
— Claro. — Rosalie assentiu. — Sua mãe ligou, a propósito.
Elexia olhou para cima com os olhos arregalados. Ela não tinha notícias da mãe há meses. — O que ela queria?
Rosalie lançou um olhar cúmplice para Elexia; um olhar que dizia que ela sabia que Elexia finalmente havia parado de tentar reavivar seu relacionamento com a mãe - ela finalmente havia aceitado que Abbie nunca foi uma boa mãe e nunca seria.
— Ela estava apenas ligando para deixar você - ou eu acho que eu, já que atendi - saber o que estava acontecendo na vida dela, como um check-in. Ela e Mark estão se divertindo muito em Baltimore. — Rosalie informou Elexia com um tom sarcástico, sem entrar em muitos detalhes, pois era inútil e irrelevante. Tudo o que Abbie delirava era sobre o quão ótima era sua vida. Ela não se preocupou em perguntar a Rosalie como Elexia ou mesmo Gaia estavam.
Elexia olhou para baixo, esperando a decepção vir, mas isso nunca aconteceu. Ela estava acostumada com sua mãe sendo assim. Embora sua viagem de aniversário para a Califórnia tenha sido um pouco legal e talvez até tenha feito parecer que ela iria começar a tentar, mas no segundo em que a viagem acabou, ela voltou aos seus velhos hábitos. Mas, novamente, Elexia estava acostumada. Ela experimentou isso durante toda a sua infância.
Abbie sempre fazia parecer que Mark estava chateado porque Elexia engravidou aos dezesseis anos, quando, na verdade, Elexia sabia no fundo que Abbie era quem não estava feliz. Abbie teve Elexia quando ela e Austin tinham dezoito anos. Elexia ainda se lembrava do que sua mãe disse a ela quando ela disse que queria ficar com a bebê.
— Você tem apenas dezesseis anos. Você não pode ter esse bebê, Elexia.
— Mas você era adolescente quando me teve.
— Exatamente. Eu não deveria ter feito isso.
Elexia saiu correndo do quarto de Abbie chorando depois disso. Na manhã seguinte, Abbie disse a ela que era só porque ela tinha bebido muitas taças de vinho naquela noite. Por um longo tempo, Elexia fingiu que aquela conversa nunca aconteceu. Mas ela estava cansada de fingir.
Elexia olhou para cima de onde seus olhos estavam focados em seu cobertor, saindo de seus pensamentos e olhando para Rosalie. Com um mero encolher de ombros, ela descartou sua mãe completamente.
— Deveríamos começar esse trabalho antes que eu espere muito e decida que não quero mais fazê-lo. — Elexia disse intencionalmente, pegando sua mochila do chão e tirando seu trabalho de inglês.
Melody riu enquanto Elexia lhe entregava uma das peças de trabalho, outra para Rosalie e uma para ela. — Dividir e concordar, hein? — ela disse, com um sorriso no rosto.
— Dividir e concordar de fato, minha querida Melody. — Elexia disse sarcasticamente, pegando três lápis de sua bolsa e dando a cada um o seu. — Vamos começar, moças.
Silenciosamente, todas começaram a trabalhar no trabalho à sua frente, embora Rosalie olhasse para Elexia preocupada de vez em quando. Embora ela soubesse que Elexia estava se curando e crescendo da dor que passou com Abbie, ela sabia que uma parte dela sempre doeria.
Elas tinham acabado de terminar quando Austin entrou pela porta da frente, o que significava que era hora do jantar. Embora Rosalie e Melody não pudessem jantar, elas ajudaram Elexia a fazer frango para ela e Austin.
Mais tarde, quando a exaustão do dia se instalou, Elexia tomou banho e trocou de roupa para dormir, vestindo uma camiseta amarela e leggings. Juntando-se a Rosalie e Melody em seu quarto, ela buscou uma sensação de normalidade em meio à incerteza que nublava seus pensamentos.
— Você falou com Emmett ultimamente, Mel? — a pergunta de Elexia ficou no ar.
O olhar de Melody caiu, um sinal revelador de sua turbulência interior. — Não. — ela admitiu suavemente, seus dedos mexendo na bainha de seu vestido floral.
Elexia trocou um olhar cúmplice com Rosalie, entendendo as emoções não ditas que permaneciam entre Melody e Emmett. A conexão crescente deles, juntamente com a nova identidade de Melody como vampira e os resquícios de seu passado humano, criaram um delicado equilíbrio de emoções.
A mão de Rosalie acariciou gentilmente o cabelo ainda úmido de Elexia, um gesto silencioso de conforto e apoio. — Está tudo bem, Mel. — ela disse tranquilizadoramente. — Não tenha pressa. Emmett entende.
Melody assentiu, com um leve sorriso nos lábios. — Obrigada, Rose.
Elexia sentiu o peso dos pensamentos não ditos pairando no quarto, um entendimento não dito passando entre elas. Ela se mexeu um pouco, inclinando-se para o toque reconfortante de Rosalie enquanto a noite as envolvia em seu abraço silencioso.
— Sinto falta dele. — Melody sussurrou, quebrando o silêncio que havia se instalado.
A mão de Rosalie parou em seu movimento gentil, seu olhar suavizando enquanto ela olhava para Melody. — Eu sei que você sente, Mel. — ela disse, empática. — Não é fácil, especialmente com tudo o que está acontecendo.
— É só que é... Tão difícil. — Melody suspirou. — Meu corpo quer estar com ele e eu sinto a necessidade de estar com ele, mas eu simplesmente... Não consigo.
Elexia assentiu, seu coração se compadecendo de sua amiga. — Emmett entende. — ela tranquilizou Melody, ecoando as palavras anteriores de Rosalie. — Ele é paciente e se importa profundamente com você.
Melody ofereceu um pequeno sorriso agradecido, seus olhos refletindo uma mistura de emoções. — Eu só não quero estragar as coisas. — ela admitiu, sua voz tingida de vulnerabilidade.
— Você não vai. — Rosalie disse firmemente, seu tom não deixando espaço para dúvidas. — Aconteça o que acontecer, vocês vão descobrir juntos.
Elexia estendeu a mão, colocando uma mão reconfortante no braço de Melody. — Você não está sozinha nisso, Mel. — ela disse, sua voz cheia de sinceridade. — Estamos aqui por você, não importa o que aconteça.
— Acho que você deveria falar com ele. — Rosalie sugeriu suavemente, quebrando a breve tranquilidade do momento. — Emmett se importa com você, Melody. Ele não vai te julgar por precisar de tempo para resolver seus sentimentos.
Melody assentiu, seu olhar fixo no canto do quarto de Elexia. — Eu sei, mas... É difícil explicar.
Elexia se mexeu, apoiando-se nos cotovelos para olhar diretamente para Melody. — Você não precisa explicar tudo imediatamente. — ela disse gentilmente. — Apenas diga a ele que você ainda está descobrindo as coisas. Comunicação é a chave, certo?
Melody ofereceu um de seus sorrisos fracos e nervosos. Ela estava grata pela compreensão delas. — Vocês duas estão certas. — ela admitiu. — Falarei com ele em breve. Só preciso organizar meus pensamentos.
— Eu acho que você está se segurando por medo e, embora eu entenda, não acho que isso seja nada bom. Você não pode deixar seus nervos governarem sua vida. — Rosalie disse honestamente, sua voz cheia de preocupação genuína. — Eu sei que tudo o que você está passando agora é realmente estranho e esquisito, especialmente sabendo que você tem um companheiro, mas você está se impedindo de ter a melhor coisa do mundo.
Elexia rapidamente assentiu em concordância com sua noiva. — É, Mel. Você se lembra, quando você era humana, e nós tivemos aquele dia de neve na praia? Você estava me dizendo o quanto você ansiava por ter um amor como eu e Rose, e que você estava com medo de nunca encontrá-lo. Bem, você encontrou. E ele está esperando por você. Ele esperaria para sempre por você.
Melody respirou fundo com as palavras de Elexia. Ela se lembrava daquele dia. Ela ainda sentia isso. Ela nem sabia por que estava com tanto medo de estar com Emmett, quando ele era tudo o que ela sempre quis. As palavras de Elexia foram quase um tapa na cara, mostrando a ela o quão boba ela estava sendo.
— Eu sou tão estúpida. — Melody sussurrou, seu coração de repente apertando pela dor que ela devia estar causando a Emmett.
— Não, Melody, você não está. — Rosalie balançou a cabeça. — Você está passando por muita coisa.
— Eu acho... Eu acho que preciso ir ver Emmett. — Melody suspirou.
Elexia estava lutando contra sua excitação, segurando seu sorriso ao revirar os lábios. — Lembre-se, mesmo que você se sinta melhor agora, você ainda não precisa se apressar. Vá no seu próprio ritmo.
Melody assentiu. — Eu vou. Eu prometo. Eu realmente preciso vê-lo.
Nem Elexia nem Rosalie conseguiram dizer mais nada antes que Melody desaparecesse pela janela.
Uma noiva olhou para outra com um brilho divertido em seus olhos dourados. — Sabe, ela foi incrivelmente impressionante por se segurar dele por tanto tempo. Um vínculo de companheirismo é tão forte para um vampiro que dói fisicamente ficar longe por mais tempo.
— Melody tem um senso de controle realmente assustador. — Elexia falou. — É quase bom demais, a ponto de ser ruim para ela.
— Bem, Emmett não tem absolutamente nenhum senso de controle, então eles vão se equilibrar muito bem. — Rosalie brincou. — Ele vai ajudá-la a correr mais riscos e ela vai ajudá-lo a ser mais responsável.
— Eu realmente não acho que ninguém possa ajudar Em a ser mais responsável. — Elexia lançou um olhar penetrante para Rosalie.
— Isso é verdade. — Rosalie assentiu. — Mas, devo dizer, estou realmente impressionada com Emmett por ser tão composto com toda a situação de Melody.
— Eu também. — Elexia sorriu. — Ele parece um cachorrinho chutado toda vez que o vejo, no entanto. Fico triste de ver Emmett tão quieto.
— Ele estava esperando por ela desde o momento em que se transformou. — Rosalie disse, sua voz cheia de emoções.
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