009
CAPÍTULO NOVE
❛ parte um: crepúsculo ❜
A VIAGEM DE volta para a casa de Elexia foi relativamente tranquila e consistiu principalmente de conversa fiada, o que Elexia apreciou. Rosalie parecia estar fazendo tudo ao seu alcance para garantir que ela estivesse o mais confortável possível e a garota Reedus simplesmente não conseguia entender o porquê. Para ela, ela era apenas a garota nova de Baltimore.
Para Rosalie, ela era o mundo.
Quando o carro parou na frente da residência Reedus, a voz suave de Rosalie chegou aos ouvidos de Elexia. — Seu pai não está em casa.
— Uh, não. — Elexia balançou a cabeça. — Tem alguns dias ele não chega em casa até as primeiras horas da manhã e às vezes ele pode chegar em casa às nove da noite. Depende do que está acontecendo no trabalho a cada dia.
— Okay. — Rosalie assentiu, sua garganta de repente apertada. — Eu te acompanho até a porta.
Ela saiu do carro antes que Elexia pudesse dar uma resposta e abriu a porta do passageiro para deixá-la sair. O sorriso suave e levemente atordoado que Elexia lhe deu era de tirar o fôlego - não importa quantas vezes ela a tivesse visto fazer isso.
Foram apenas alguns passos até que elas estivessem em frente à porta marrom, e Elexia se virou para encarar a loira.
— Você gostaria de entrar?
Elexia estaria mentindo se dissesse que não estava nervosa para fazer essa pergunta. O relacionamento dela e de Rosalie só tinha sido dentro da escola até hoje e ela não tinha certeza de como lidar com isso ainda.
Cada osso e nervo do corpo de Rosalie gritava para ela dizer não; mas não importava, porque a palavra "sim" saiu de seus lábios antes que seu cérebro pudesse corrigi-la.
O sorriso suave no rosto da garota de olhos castanhos se transformou no sorriso mais largo que Rosalie já tinha visto e era difícil se conter quando tudo o que ela queria fazer era envolver Elexia em seus braços e nunca mais soltá-la.
A porta se abriu com um rangido que fez Elexia se encolher mentalmente e ela deslizou para dentro com facilidade. A garota Hale ficou surpresa com a mudança completa de seu comportamento quando ela estava dentro do conforto de sua própria casa. Ela nunca a tinha visto tão relaxada.
A casa era uma planta baixa quase aberta, com a cozinha toda branca à esquerda e a sala de estar em tons quentes à direita. Era aconchegante e cheirava a especiarias de abóbora; lembrando Rosalie de Elexia. Realmente não era uma casa tão espetacular - o que fazia sentido, visto que um homem de meia-idade que trabalhava a maior parte do tempo tinha vivido nela sozinho nos últimos anos.
Elexia tirou o moletom e abriu uma pequena porta de madeira ao lado de Rosalie para guardá-lo. A garota Reedus estendeu a mão para pegar a jaqueta de Rosalie, que pendurou ao lado da dela.
— Você gostaria de comer alguma coisa? Eu poderia preparar um lanche rápido ou algo assim. — Elexia perguntou enquanto tirava as botas.
— Não, estou bem, obrigada. — Rosalie deu um sorriso, antes que este fosse substituído por um sorriso brincalhão.
— O quê? — Elexia perguntou, impassível, cruzando os braços enquanto olhava para Rosalie.
— Elexia, você cozinha?
As bochechas de Elexia ficaram rosadas enquanto ela olhava para os pés. — Sim.
Rosalie riu. — Você é adorável.
Os olhos castanhos de Elexia rolaram de brincadeira antes que ela entrasse na cozinha e pegasse alguns biscoitos para lanchar enquanto falava com Rosalie. Ela sorriu quando a garota de olhos dourados se sentou na ilha da cozinha em frente a ela.
— Então, você nunca me contou como foi sua viagem para La Push.
— Oh. Desculpe. — ela sorriu sem jeito. — Foi bom. Como eu disse, eu e Bella fizemos amizade com um garoto que nos contou algumas histórias. Na verdade, ele mencionou sua família.
Elexia nervosamente levantou os olhos dos biscoitos para o rosto de Rosalie, imaginando se ela deveria ter ficado de boca fechada sobre as histórias. Os ombros de Rosalie ficaram rígidos, respondendo à pergunta de Elexia.
— Que histórias? — ela perguntou, cansada.
— Elas eram estúpidas. — Elexia respondeu calmamente. Rosalie não respondeu. Elexia estava preocupada que ela a tivesse ofendido. — Eram apenas histórias bobas, Rosalie. Eu não acredito em nada disso.
— Elexia.
— Rosalie, sério, está tudo bem. Ele era só uma criança que provavelmente ouviu histórias estranhas dos pais, só isso.
— Elexia, me conte sobre o que eram as história. — sua voz era firme e Elexia estava quase assustada.
— Vampiros. — Elexia suspirou. — Só histórias idiotas. Vampiros não existem.
— Não são apenas histórias. — Rosalie sussurrou. Ela estava tão quieta que Elexia quase nem a ouviu.
— Eu- o quê? — ela ficou surpresa.
— Você foi honesta comigo, e é hora de eu ser honesta com você. — Rosalie olhou para Elexia com sinceridade nos olhos. — Eu sei que você pode pensar que eu sou um monstro depois disso ou você pode até pensar que eu sou louca, mas é verdade... Vampiros existem. Eu sou uma. Eu não espero que você aceite isso ou acredite nisso, mas você merece saber.
A garota Hale estava tensa como sempre, com as mãos fechadas em punhos sobre a mesa e seus olhos em conflito enquanto ela olhava freneticamente para o rosto de Elexia, tentando ler cada pequena mudança em suas feições.
— Okay. — Elexia assentiu lentamente. — Eu sei que você não vai me machucar. Eu-eu sei que você se importa comigo. Eu posso dizer. Você me ajudou hoje, você estava lá por mim. Eu não vou te afastar, mesmo que ser uma vampira seja a coisa mais bizarra que eu já ouvi. Eu não vou correr para as colinas.
— Você realmente me surpreende. — os ombros de Rosalie relaxaram e suas mãos se abriram enquanto ela soltava um suspiro.
Elexia sorriu, satisfeita que Rosalie parecesse mais confortável. — Eu só tenho... Perguntas sobre essa coisa toda.
Rosalie lançou-lhe um olhar penetrante. — Posso ou não responder, mas tentarei, até onde sei.
— Ok, justo. — Elexia assentiu e Rosalie ficou definitivamente chocada com o quão casual ela estava sendo sobre toda a situação. — Há quanto tempo você está viva?
— Quase cem anos. Eu tinha dezoito anos quando fui transformada.
— Quem te transformou?
— Carlisle.
Foi como se uma luz tivesse se acendido na cabeça de Elexia. — Agora tudo faz sentido.
Rosalie riu levemente. — É mesmo?
— Sim. Não sei explicar o porquê, simplesmente acontece.
— Estou chocada com o quão calma você está agora, Elexia.
— Bem, acho que é óbvio que você não me machucaria. Acho que é a única coisa que está me mantendo calma agora. Ah, e também choque. A menos que você seja um psicopata de verdade que esteja me atraindo para algo. O que, a propósito, se você for, é foda fazer isso com uma garota grávida, espero que saiba disso.
— Elexia, estou falando sério. Não tenho nenhuma intenção de machucar você. Na verdade, essa é a última coisa que eu quero. Mas como você sabe que eu não vou te machucar acidentalmente um dia? Ou pior.
— O garoto que nos contou as histórias sobre sua família em La Push disse que vocês não machucam seres humanos e, em vez disso, caçam animais. Então, não estou realmente preocupada. Acho que você tem autocontrole suficiente para não me machucar, Rose.
Se o coração de Rosalie pudesse bater, ela tinha certeza de que teria acelerado significativamente ao ouvir o apelido que Elexia deu a ela.
— E eu tenho mais uma pergunta. — Rosalie assentiu. — Como seus olhos mudam de cor?
Rosalie riu. — Claro que você notou isso. Nossos olhos ficam mais escuros quanto mais tempo ficamos sem comer. Quando eles estão completamente pretos, é importante que comamos.
— Você não está com fome. — Elexia observou, encarando os olhos dourados de Rosalie.
— Não, não estou com fome. — Rosalie balançou a cabeça.
— Ah! E o sol? Vampiros não queimam no sol?
— Achei que você tivesse dito que a pergunta sobre meus olhos seria sua última pergunta. — Rosalie sorriu.
— Desculpe. — Elexia respondeu timidamente. — Só estou tentando me sentir mais sã sobre tudo isso e entender melhor como é sua vida.
— Eu entendo, Lex. Só estou brincando com você. Pergunte-me qualquer coisa.
— Você tem audição aguçada, não é? Você sabia que eu estava grávida antes de eu te contar, porque você consegue ouvir o batimento cardíaco dela. — Elexia percebeu.
— Sim, eu sabia que você estava grávida. No segundo em que te vi no refeitório no seu primeiro dia de aula, ouvi o coração dela bater.
— O que há de especial nos vampiros que não seja de conhecimento geral?
— Se por conhecimento comum você quer dizer o que os humanos mostram em histórias e filmes, então o fato de alguns vampiros terem habilidades especiais seria uma daquelas coisas que não são de conhecimento comum.
— Habilidades especiais? — Elexia perguntou; Rosalie assentiu. — Dê-me exemplos.
— Edward pode ler mentes, Alice pode ver o futuro e Jasper pode ler emoções.
— Ok, talvez eu esteja um pouco assustada. Mas não com você, com sua família. Edward ouviu todos os meus pensamentos nos últimos meses e Jasper sentiu todas as minhas emoções, o que é assustador. Mas Alice me intriga. Ela pode ver o futuro? Ela pode ver meu futuro?
— Ela viu você e Bella chegando em Forks, é por isso que eu sabia que deveria esperar por vocês. Mas ela não viu sua gravidez, e foi por isso que fiquei chocada quando ouvi o coração dela batendo pela primeira vez.
— Foi por isso que vi você e Alice discutindo no refeitório naquele dia?
Rosalie riu e olhou para a mesa. — Sim. Não se preocupe, eu não estava discutindo porque não me importava com o bebê. Eu só fiquei chocada e pensei que Alice tinha mentido para mim.
— Você tem que me apresentar a Alice um dia desses.
— Sim, sim. — Rosalie revirou os olhos.
As bochechas de Elexia ficaram vermelhas com a brincadeira de Rosalie; um sorriso incontrolável se espalhou de uma orelha a outra.
— Ouvi seu pai chegando. — Rosalie disse de repente.
— Você consegue ouvir isso?
Ela sorriu para o espanto de Elexia. — Sim. É melhor eu ir agora. Mas foi muito bom passar um tempo com você hoje.
— Vejo você na escola? — Elexia se levantou de um salto quando Rosalie se levantou e foi até o armário para pegar sua jaqueta.
— Claro.
Elexia assentiu. — Boa noite, Rosalie.
— Boa noite, Lex.
Elexia abriu a porta para Rosalie e viu seu pai entrando na garagem e ela ficou chocada novamente como Rosalie o ouviu antes mesmo que ele estivesse perto da casa. Ela também ficou chocada ao ver que seu carro foi devolvido ao seu lugar de estacionamento habitual. Ela nem mesmo o ouviu ser deixado.
A garota Reedus esperou na porta até que o carro de Rosalie saísse da garagem. Austin caminhou até a porta com um olhar confuso no rosto, pronto para perguntar a Elexia o que estava acontecendo.
A dupla pai e filha sentaram-se juntos na sala de estar e, imediatamente, Austin falou.
— O que aconteceu hoje? Você está bem?
E então, Elexia explicou ao pai o que ela também havia dito a Rosalie. No final, ela acrescentou que Rosalie tinha sido uma grande amiga para ela e foi para casa com ela. Austin pareceu satisfeito com esse detalhe.
Depois da conversa com o pai, ela subiu as escadas para dormir, algo de que tanto precisava depois do longo dia que teve.
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