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Capítulo 38

Talvez algumas vezes

Cometemos erros, mas tudo bem

Quanto mais as coisas parecem mudar

Mais elas continuam as mesmas

Oh, não hesite

Garota, coloque seu som para tocar

Me diga sua musica favorita

Vá em frente, relaxe

Safira e jeans desbotado

Espero que alcance seus sonhos

Apenas vá em frente, relaxe

Você se encontrará em algum lugar, de alguma maneira

(Put your records on - Corinne Bailey Rae)

- Danny, é sempre um prazer estar com você. Tivemos oportunidade de nos encontrarmos em alguns eventos, mas é a primeira vez que tenho a chance de entrevista-la. - Sally mostrou-me um sorriso acolhedor. - Esse ano sem dúvida foi um ano de grandes emoções. Dois Grammys, a turnê mais rentável e bem sucedida do ano, brigas com empresário, processo, um amor... - deu uma olhada em sua ficha. - Vamos começar com o Grammy. Qual foi a sensação de conseguir esse prêmio tão desejado por todos os artistas? - iniciou a entrevista.

- Eu posso dizer que, naquele momento, significou como se finalmente fosse uma prova de que eu tinha realmente valor como artista. Mas hoje, depois de tudo o que eu tenho vivido, penso que muitas vezes, não só eu, mas acredito que muitas pessoas fazem isso, é querer que outras pessoas, ou fatos, acontecimentos determinem o seu valor como pessoa, como artista. Eu me sentia tão obcecada em ganhar aquele Grammy, pensava que só seria realmente levada à sério se eu tivesse um daqueles na minha estante. - Sally concordou comigo, dizendo que muitas vezes ela mesmo se sentia daquela forma.

Sally fez mais algumas perguntas envolvendo minha relação com os fãs, o que havia mudado após o Grammy, e o que havia me levado a mudar minha maneira de ver as coisas.

- Após terminar sua turnê você passou pequenas férias em Tulsa. Como foi a sensação de voltar a cidade que você viveu e que tanto te inspirou?

- Mudou a minha vida, completamente. - respondi sem conseguir conter o sorriso. Neste momento dei uma pequena olhava para Taylor que sorria de volta. - Posso dizer que em Tulsa me perdi e me reencontrei. Me livrei de hábitos que não me faziam bem, percebi como eu amo aquele lugar, e como esse tempo todo ele nunca saiu de mim...

- E encontrou um amor. - completou minha frase, mesmo não sendo aquilo que eu iria dizer. -Taylor Harper, empresário, músico e cantor. Algumas fontes disseram que vocês se conheceram ainda pequenos. É verdade?

- Sim, nos conhecemos quando eu me mudei para Tulsa. Éramos vizinhos. Taylor me ensinou a tocar violão, me encorajou a cantar. Quando era mais nova tinha muita vergonha, achava que minha voz não era boa. Taylor me ajudou muito. - Eu não conseguia não ter um sorriso de orelha a orelha quando eu falava dele.

- É a primeira vez que você fala dele abertamente. Por que não antes? Houve bastante especulação sobre vocês...

- Exatamente por isso que decidi falar. Quando você não fala, parece que você dá voz a outras pessoas, pessoas que não fazem a menor ideia do que você está vivendo. Nós nos reencontramos depois de todos esses anos, precisávamos de tempo e de espaço para que pudéssemos entender tudo o que estava acontecendo conosco. Por isso quisemos evitar a exposição, mas que acabou vindo à publico mesmo assim.

- E é sério? Estão namorando?

- Bem, eu não fui pedida em namoro, mas acho que sim... - descontraí a situação rindo. - Eu fiquei tanto tempo sem me relacionar, as pessoas ainda pedem as outras em namoro? -perguntei divertidamente olhando para Sally, depois para as outras pessoas ao nosso redor. Taylor olhava pra mim com a maior expressão de "Só você mesmo, Danny."

- Sou casada há 19 anos, Danny. Sei menos do que você. - caímos as duas na gargalhada. - Mas falando sério, é possível ver o quanto você está feliz.

Depois de mais algumas perguntas entramos no assunto "Gerry Thomas". Eu havia conversado com Sally antes da entrevista que Gerry era um assunto delicado, mas que eu queria falar sobre: Para que não houvessem surpresas na hora, falei com ela tudo o que tinha acontecido de fato. O processo; a tentativa de estupro. Até porque a informação que ela tinha era apenas que Gerry havia me acusado de assédio. Foi difícil confessar aquilo para uma outra pessoa, mas me deu coragem para que eu pudesse falar no ar. Sally não conseguiu esconder seu espanto ao ouvir minhas palavras, mas foi muito acolhedora. Ficamos um tempo decidindo qual seria a melhor forma de abordar aquele assunto, me deixando mais à vontade para falar.

- Gerry Thomas: Ele recentemente a processou por assédio sexual. Confesso que fiquei bem surpresa quando li a notícia. Foi divulgado logo depois à audiência, que ele confessou que tinha inventado toda a história. Fato que ele mesmo fez questão de esclarecer depois em sua rede social em forma de vídeo. Mas eu quero saber de você, o que de fato aconteceu?

Procurei uma melhor posição na cadeira, me sentindo totalmente desconfortável. Esfregava os dedos enquanto respirava fundo. Sabia que precisava falar sobre aquilo, e eu sabia que já tinha superado, mas falar sobre aquilo sabendo que todos iriam ver, me deixou nervosa. Naquela fração de segundos pensei que eu poderia ser mal intrerpretada, e pior, ainda ser culpada pelo que tinha acontecido. Afinal de contas, era isso o que acontecia com as mulheres vítimas de assédio ou estupro. A sociedade de um maneira ainda surpreendente, arruma um modo de culpar quem sofre o abuso.

- Eu e Gerry sempre tivemos uma relação conturbada em que ele não enxergava limites entre o profissional e pessoal. Mas eu achava que seria apenas uma fase, que se eu volta e meia relembrasse à ele que éramos apenas amigos ele entenderia, mas isso não aconteceu. - dei uma longa pausa.

Levantei o olhar e encontrei Taylor. Ele me dava o seu olhar mais incentivador que era capaz além de sussurrar "Está tudo bem...", e eu sabia que ele me apoiaria se eu quisesse falar ou não. Então senti a coragem tomando conta de mim. Eu tinha um cara incrível do meu lado que dava todo o suporte que eu precisava para passar por aquele momento terrível. Mas ao contrário de mim, muitas mulheres não tinham apoio nenhum, muitas vezes nem da família, principalmente quando o assédio vinha de dentro de casa. Então não, eu não poderia me calar. Não podia calar a voz delas. Respirei fundo mais uma vez...

- E isso acontece com muitas de nós: acabamos sendo permissivas demais, dando um poder maior ao que eles realmente tem. Eu acabei deixando. Deixei Gerry controlar minha vida em níveis que passavam de apenas um empresário. E eu achei que mesmo assim ainda tinha controle sobre tudo. Mas eu não tinha...

Apertei meu dedos mais uma vez e olhei para Taylor que balançava a cabeça para mim positivamente, me incentivando a continuar.

- E quando eu achei que estava tudo sobre controle, que finalmente havíamos nos entendido... no dia do meu aniversário , durante a minha festa Gerry Thomas tentou me estuprar.

Foi possível perceber o espanto por parte da equipe, mesmo sendo sutil. Claro, eles eram profissionais.

- Graças a Deus ele foi impedido, e não conseguiu o que queria. Ele estava bêbado, mas sei que estava consciente do que estava fazendo. - passei a mão pelo cabelo respirando fundo mais uma vez. - E então eu percebi que eu permiti que as coisas chegassem naquele ponto. Não estou dizendo que a culpa é minha, e eu preciso aproveitar este espaço e dizer... - parei de olhar para Sally e me dirigi à câmera. - A culpa nunca é da vítima sobre qualquer tipo de assédio ou estupro, nunca é! E a nossa sociedade precisa entender isso. Mas no meu caso, sei que se eu tivesse dado um basta desde o início, talvez procurado ajuda, eu não teria passado pelo que eu passei.

- Você é muito corajosa por abrir seu coração e contar o que aconteceu com você, Danny. Nem consigo imaginar o quanto foi difícil para você. Mas eu também te agradeço por isso. Porque muitas pessoas estão vendo esta entrevista agora, e infelizmente, viveram ou vivem a mesma experiência trágica. E isso, você usando a sua voz, mostra que elas não estão sozinhas. - disse Sally com toda sinceridade. Era possível ver como ela estava mexida com aquilo.

- E foi só por isso que eu quis contar o que vivi. Meu primeiro instinto foi colocar uma pedra, não falar mais sobre isso, e deixar que o assunto morresse. Porque é isso o que nós fazemos. Colocamos embaixo do tapete e deixamos que esses caras vivam livremente e tranquilos para que possam fazer com quantas mulheres quiserem. Mas basta disto! Estou movendo contra Gerry um processo por tentativa de estupro, e quero que ele pague pelo que ele fez. E que todas que passaram e passam por isso se sintam encorajadas a denunciar seus agressores também. - logo após minha fala, Sally pediu o comercial. Estávamos todos ali muito comovidos com tudo.

A equipe me trouxe um copo com água enquanto eu levantava da cadeira. Taylor e Flávia correram para me abraçar. Me sentia exposta, mas sabendo que por um bom motivo.

- Você foi tão corajosa, tão forte! - exclamou Taylor me dando um abraço apertado. -Tenho tanto orgulho de você! - agora segurava meu rosto com as mãos e colava seus lábios nos meus.

- Você não tem noção da dimensão da sua atitude, Danny... - disse chorosa me puxando dos braços de Taylor. - Isso vai ajudar tanta gente... A Nanda... pedi para a Nanda assistir. - Um dos motivos que me incentivaram a falar era Fernanda, prima de Flávia que havia sido abusada sexualmente pelo tio há anos atrás, quando ainda era adolescente. Ela se sentia culpada pelo que fizeram com ela, e nunca quis denunciá-lo. Apesar de Flávia e eu termos conversado com ela tantas vezes sobre aquilo, mesmo tendo acontecido no passado.

Depois de alguns minutos, estávamos novamente nos lugares da entrevista, agora mais calmos para que pudéssemos continuar.

- Voltamos com Danny Keisting, e revelações muito importantes e pertinentes foram feitas aqui, e eu espero do fundo meu coração que não sejam esquecidas. - disse enquanto trocava seu papel com as próximas perguntas. - Mas continuemos, recentemente terminou sua turnê: Quais são os planos para o futuro? Álbum novo, turnê nova...

- Na verdade Sally, eu quis aproveitar esta entrevista também para anunciar que eu darei uma pausa na carreira. - Sally não conseguiu evitar o olhar de surpresa, pois isso eu não tinha contado antes. - Preciso deste tempo para pensar um pouco em mim, e naquilo que eu quero. Desde os meus 18 anos que trabalho sem parar, sem férias. E eu tenho aprendido que às vezes nós precisamos parar toda essa correria que vivemos, e olhar para dentro de nós mesmos e perguntar quais são as nossas necessidades, aquilo que deixamos de lado por não ter tempo. Então eu vou descansar, vou me divertir, pensar em novos projetos, ser melhor para mim, para as pessoas que eu amo. Esse é o meu objetivo agora. - disse com um sorriso nos lábios deixando transpassar agora minha tranquilidade ao pronunciar aquelas palavras.

Não falei sobre a gravadora e as divergências que havia tido para não ter problemas. James havia conseguido um acordo de eu não lhes dar um novo cd, mas também não gravar com outra nenhuma até a vigência do contrato, e eles tinham sido sensatos comigo, não iria falar deles. Também não falei de um possível novo álbum nem de qualquer outro plano porque se eu estava querendo viver o momento, não faria uma promessa de alguma coisa ao vivo.

Me senti aliviada após a entrevista, pois ela tinha saído do jeito que eu queria: pude dizer e esclarecer tudo o que eu precisava, e ao mesmo tempo ela foi leve e agradável, mesmo com o assunto delicado que era Gerry. Todas as perguntas tinham sido pertinentes e em nenhum momento me senti desconfortável, ou obrigada a responder algo que não queria. Tive certeza de que não poderia te escolhido pessoa melhor para dar aquela entrevista que não fosse Sally. Estava muito grata à ela, e fiz questão de ao final da entrevista dar-lhe um belo abraço agradecendo por ela ter tornado mais fácil eu conseguir me expor daquela maneira.

- Então você não tem certeza se estamos namorando porque eu não te pedi, senhorita Keisting? - Taylor perguntou ironicamente enquanto voltávamos para dentro de casa depois que toda a equipe de Sally havia ido embora.

- E não é assim? O cara pedir a garota em namoro? - perguntei tentando permanecer séria.

- E depois eu que sou o velho. - Taylor comentou ao revirar os olhos e rir logo em seguida. - Mas já que é assim... - Taylor se ajoelhou diante de mim.

- Tay, você não precisa... - ele me interrompeu.

- Shhh, me deixar falar. - Pegou a minha mão. - Já somos namorados. Nós nunca precisamos de convenções. Porque o que eu penso você sabe e vice-versa. Mas já que você quer que eu pergunte... quer dividir uma pizza comigo esta noite? - Taylor mordeu o lábio tentando conter o riso mais uma vez. Agora era minha vez de revirar os olhos, me soltar de sua mão e sair andando fingindo indignação.

- Você me fazendo de boba, vou comer a pizza toda sozinha. - Taylor me alcançou aos risos, e com a mão na minha cintura entramos em casa.

***

Lucy havia ficado maravilhada com a minha casa. Olhava cada detalhe com os olhinhos brilhantes que só ela tinha. Estava encantada com o tamanho, com a quantidade de quartos, de banheiros, do jardim, e da piscina, que ela quis entrar quase no mesmo instante que chegou. No dia seguinte fomos à praia Taylor, Lucy e eu. Flávia tinha ido se encontrar com Max. Foi um dia especial para mim, aquela praia que eu tanto adorava, poder dividir com eles. Eu me sentia extremamente leve. Passeamos na areia, mergulhamos o quanto pudemos e depois de um tempo eu e Taylor fomos sentar um pouco na areia enquanto Lucy não cansava de mergulhar.

Senti que era o momento de contar à Taylor sobre os meus planos da gravadora. Disse todos os detalhes que havia pensado, e até coisas que ainda não estavam claras, e que queria que ele me ajudasse a pensar neles. A gravadora, o item seguinte da minha lista mental, e ao dizer aquele projeto em voz alta e ainda mais para Taylor, sentia que era o primeiro passo para que ela saísse do papel e tomasse forma.

- Isso é genial, baby! Certamente ajudaria muitos artistas. Mas pensando assim por alto, vai ser uma senhora grana para que você consiga... - o interrompi.

- Eu não, nós. - o corrigi, e ele pareceu surpreso. - Eu sei que você tem o pub e sua carreira de músico, mas eu queria que isso fosse um projeto nosso. - Taylor ficou sem falar por uns segundos, o peguei de surpresa, claramente. - Claro que tenho algumas ideias, mas quero que tudo seja pensado e planejado por nós. Quer dizer, se você topar...

Me senti um tanto apreensiva, pois não sabia se Taylor aceitaria. Afinal, era um grande passo para nós, termos um projeto daquele tamanho estando juntos há pouco tempo.

- Não sei o que dizer... - o que só me deixou ainda mais nervosa. - Você querer que eu faça parte de algo assim com você, digo, que construamos algo deste tamanho. Eu não poderia me sentir mais honrado! As histórias que poderemos transformar, e juntos... - disse emocionado segurando meu rosto e colando nossas testas. - Quando eu acho que não posso amar você ainda mais, você vai e me surpreende. - disse já colando seus lábios nos meus, enquanto sentia todo o seu amor por mim através de seu beijo.

Olá pessoal! Comemorando porque desta vez não demorei tanto assim para voltar, só um pouquinho. haha

Espero que gostem mesmo do capítulo, pois é muito especial para mim. Escolhi abordar um assunto muito sério, que as mulheres passam diariamente. E muitas aceitam não denunciar. A cultura de estupro é muito real e forte na nossa sociedade e precisamos lutar contra ela.

Quero muito saber o que estão achando, por isso por favor, não deixem de comentar. Esse feedback é sempre muito importante.

Beijos beijos,

Helena Yara Araujo

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