Ato 7 - Deixe-me Ir Alpha
Me levanto depressa aquela luz me assusta e tento fazer com que Heather me siga mais ela se solta de minha mão sorrindo. Um vento forte bagunça seus cabelos e fico paralisado pela mais bela visão da minha vida. Heather está radiante e feliz, como nunca tinha visto antes.
— Minha Luna vamos embora daqui por favor. Imploro para que ela se afaste da luz.
— Alpha Kallyas eu sempre te amarei e amarei nossos filhotes. Cumpra a promessa que me fez. Cuide delas e seja muito feliz. Estarei sempre cuidando de vocês, te desejo toda a felicidade. Ela caminha em direção a luz e eu não consigo caminhar nem correr em sua direção, tento desesperadamente me mover e alcança-la mais tudo é em vão. Heather desaparece diante de meus olhos e novamente sinto o gosto salgado das lágrimas descerem por minha face.
Vejo duas lobas caminhando em direção ao portal feito de luz e energia ancestral, a loba branca é a minha amada Heather, já a segunda ao se virar consigo sentir o poder da própria deusa Lua vindo dela. Seus olhos emitem uma paz, uma sabedoria e um poder mágico infinitos. Seus olhos e pelos são prateados como a Lua é em noites de Lua cheia, em segundos seus olhos se tornam vermelhos como rubis. E juntas elas atravessam o portal...
De repente, eu acordo. Dessa vez, de verdade.
Tudo foi tão real e intenso. Mas era apenas um sonho.
O cheiro forte de ervas e álcool invadem as minhas narinas. A dor se espalha por todo o meu corpo. Sinto como se uma manada de Alphas furiosos estivesse passado por cima de mim. O barulho irritante do monitor cardíaco.
Puxo minha mão direita para passar por meu rosto e percebo que o acesso está me prendendo ao soro e outros medicamentos, pendurado ao lado da minha cama.
— Alpha Winter, você acordou. Uma voz que não reconheço de imediato me pergunta curiosa. Pisco até meus olhos se acostumarem á claridade e, com certa dificuldade, reconheço minha mãe, minha irmã e uma Lycan toda vestida de branco. Ela se aproxima até estar bem ao meu lado. — Como se sente, Alpha Winter?
— Muito cansado. Respondo com a voz raspando. Minha língua parece estar adormecida e com um gosto estranho se formado em minha boca, sinto um pouco de náuseas. — E por favor não me chame assim, não sou o líder desta cidade. Meu pai fez questão de deixar isso tudo para trás quando perdeu para um Renegado... Digo na tentativa de esclarecer mais uma vez, pois ser descendente de dois maiores Alphas da região não me traz nenhum orgulhoso. Mesmo sendo criado dentro de um antigo código de conduta Lycan.
— O Alpha deve uma crise nervosa muito forte e perdeu a consciência. Ela me informa. — Mas agora está bem e o Alpha não corre mais nenhum perigo. O Alpha nos deu um tremendo susto, sabia?
Eu respiro devagar. Não me sinto exatamente bem no momento, mas confio na Lycan toda de branco, com certeza uma especialista vinda de fora da cidade de Eys, pois percebo a sua dificuldade em falar a nossa língua. Reparando melhor em seus traços, acabo os reconhecendo uma loba de Jade.
Só tem uma sensação no fundo da minha alma que me incomoda. Uma intuição, um sentimento ruim. Contra tudo dentro de mim que implora por simplesmente aceitar e permanecer em paz, eu decido investiga-la.
— Cadê minha companheira? Ouço minha voz perguntar.
A médica Lycan suspira devagar e se senta na cadeira de acompanhante onde antes estava minha mãe, não olho em seus olhos ou na direção onde está a minha família com medo de já saber a resposta através de seus olhares. Mas depois de alguns segundos decido olhar na direção da médica e pela sua expressão, eu sei que não quero ouvir o que ela tem para me dizer.
— Sua companheira teve diversas complicações durante o parto e precisou passar por uma delicada cirurgia e esteve internada na UTI... Eu e as bruxas verdes cuidamos do caso dela!... Ela prosseguiu falando, adicionando termos médicos simplificados. Tentando encobrir a dura verdade com palavras de conforto como para amenizar o baque. Ela me explica que Heather tinha uma condição pré-existente no coração, além de ter hemofilia Lycan, nem é uma doença contagiosa (apesar de ser hereditária). Seu sangue não coagulava direito, por isso, a hemorragia não parava. Ela teve vária paradas respiratórias e cardíacas durante a cirurgia, além de traumatismos abdominais por causa da manobra de Kristeller. Que agravou muito por causa do processo brutalizado do parto, e ela sente muito, sente muito, sente muito mesmo pelo ocorrido.
— Mas sua companheira não resistiu. Ela veio a óbito há poucas horas. Sentimos muitíssimo Alpha Winter e...
Ela ainda está falando, está tentando me consolar, mas eu não consigo escutar mais nada.
Grito de dor, uma dor tão profunda que atinge a minha alma em cheio.
— É mentira... Só pode ser mentira... Minha Luna não... Não a Heather... Não ela por favor me diz que é um engano. Me diz que é mentira.
Minha mãe e minha irmã se abraçam chorando eu as olho e vejo através de seus olhos que a médica não está mentindo. Minha companheira, minha Luna, minha Heather foi embora e me deixo aqui morrendo de dor.
Eu começo a arrancar o soro do meu braço e me debater sobre o leito, sinto meu sangue escorrendo por todo o meu braço. Tento me levantar desesperadamente. A pressão do quarto começa a baixar drasticamente, sinto o meu poder sair de controle, gotas de água e suar também começam a congelar por todo o hospital.
— Onde está minha companheira? Preciso ver Heather...
— Alpha Winter por favor acalme-se, isso não fara bem ao Alpha.
Meu rosto expressa confusão e dor, lágrimas abundantes caem dos meus olhos e caem como pedras de gelo. Passo minhas mãos por meu rosto e cabelo que estão ficando congelados também.
— Ela não pode me abandonar, não agora. Heather por que?
Sinto uma agulha entrando na minha pele e meus olhos ficando pesado. Ela me segura para que eu não caia do leito e me deita devagar no mesmo. Escuto choro e um sussurro ao longe antes de voltar a perder a consciência novamente.
— Sinto muito Alpha Winter mais isso é para o seu próprio bem e sua segurança também. Seu poder é grande demais e todos correm perigo por causa de sua instabilidade. Eu e as bruxas cuidaremos de você daqui por diante.
1088 Palavras
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