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0.4 ✟ ⎯⎯⎯ Véus Rasgados

✟⎯⎯⎯⎯⎯⎯ QUATRO
torn veils

  NA MANHÂ SEGUINTE, o Meistre convocou Taliya com urgência. A cozinheira que lhe avisou disse que sua expressão carregava uma preocupação evidente. Ele havia passado a noite mergulhado em escrituras antigas de outros curandeiros da Fortaleza Vermelha, em busca de algo que se assemelhasse ao que a jovem Storm estava enfrentando. Com um misto de hesitação e determinação, ele fez uma série de perguntas que, à primeira vista, pareciam estranhas. No entanto, cada resposta de Taliya apenas reforçava a terrível suspeita do Meistre: ela estava sob o jugo de uma antiga e temida maldição.Suspirou pesadamente, como vinha fazendo nas últimas semanas, e olhou ao redor para se certificar de que ninguém a denunciaria. Com a mão trêmula, segurou a maçaneta e a girou com receio. O Meistre já a esperava, com a mesma carranca mencionada anteriormente.

Com um leve aceno, o Meistre indicou que ela se sentasse. Os segundos se arrastavam dolorosamente, cada batida do relógio ecoando como um martelo em sua mente. Parecia que uma mão invisível estava sufocando Taliya, e o peso da preocupação a consumia como um monstro faminto, devorando sua alma. A angústia apertava seu peito, tornando cada respiração uma batalha. Naquele momento, a ideia da morte parecia uma liberação misericordiosa. No entanto, só de pensar nisso, ela já podia imaginar Aemond a repreendendo, sua voz ecoando em sua mente, trazendo um vislumbre de força em meio ao desespero. É realmente a morte. Taliya está realmente à beira da morte. Enquanto o Meistre falava, explicando a situação com uma voz grave e cheia de preocupação, Taliya só conseguia fixar-se em um único pensamento: seus dias estavam contados. O choque foi avassalador, tornando cada palavra do Meistre um eco distante e irrelevante. 

⎯⎯⎯ O que você disse? ⎯⎯ sussurrou, as sobrancelhas franzidas. ⎯⎯ Eu vou morrer?

⎯⎯⎯ É a Maldição do Dragão, ⎯⎯ repetiu o Meistre, compreendendo o choque. ⎯⎯ É rara, mas não impossível. Acontece com aqueles que passam muito tempo com seres escamosos que soltam fogo. É como um verme que devora seus miolos, destruindo-os de dentro para fora.

"Os primeiros sinais são leves dores nas têmporas, que logo se transformam em uma opressiva falta de ar, como se uma bigorna pressionasse seu peito. Então, você começa a esquecer coisas importantes, como se nunca tivessem existido." O Meistre a olhou com pena antes de voltar a ler o velho livro. "O senso de realidade também se esvai com o tempo, e perguntas como 'Quando cheguei aqui?' tornam-se comuns. É insuportável, disseram os infelizes que foram contaminados, afirmando que prefeririam uma espada cravada entre os olhos a viver com aquilo." Taliya prendeu a respiração, temendo que fosse seu último suspiro. "E então, começam a se contorcer, a gritar, a suplicar por socorro. Seus miolos quase saem pelas cavidades em uma dor miserável. Escamas crescem dentro de seus corpos, e tudo parece transformar-se em chamas em suas veias. Mas logo vem a paz: a morte. É a única cura: morrer." 

  Os olhos castanhos da mulher nem lágrimas conseguiam produzir; estavam secos como folhas no início do outono. Seus lábios, mutilados pelos próprios dentes, e as cutículas, devastadas pelo luto antecipado, refletiam a agonia de sua alma. Ela soltou o ar guardado, e, como se tivesse sido torturada por horas, levantou-se com o corpo febril e dolorido. Agradeceu ao Meistre com um murmúrio e deu meia-volta em um silêncio doloroso. Agarrou a saia de seu vestido e segurou a maçaneta com tanta força que pensou que poderia arrancá-la se puxasse mais. O ar fresco do corredor aberto bateu contra seu rosto pálido, e ela se abraçou tremulamente, buscando algum consolo na brisa fria que penetrava até seus ossos. Andou o mais rápido que pôde em direção ao próprio quarto, evitando os olhares curiosos dos diversos servos que cruzavam seu caminho. Cada olhar parecia uma intrusão dolorosa em sua angústia, e ela ansiava pelo refúgio solitário de sua câmara.

Ela fechou a porta com certa brutalidade, deixando escapar um suspiro sufocado ao se afundar na cama. Segurou o rosto entre os dedos trêmulos, as lágrimas gordas escapando de seus olhos em um fluxo constante que parecia não ter fim. Se pudesse, talvez até a deixaria desidratada com seu lamento silencioso. Pensou em tudo o que perderia quando seu corpo se tornasse apenas mais um alimento para os vermes que habitam a terra, e como seus ossos ficariam solitários em uma pequena cova. Pensou nas pessoas que deixaria para trás, mas principalmente em Aemond: no olhar triste e perdido que ele teria, em como ela o abalaria profundamente e em como não estaria ali por ele. A angústia era avassaladora, e a sensação de impotência a consumia, deixando-a naufragar em um mar de desespero solitário. E assim dormiu, ela teria tempo até o aniversário de Jaehaera e Jaehaerys então não se preucupou.











eu apenas me esqueci 
o caminho de volta.

TW: assédio sexual.


  A FESTA DOS GÊMEOS já havia transcorrido por muitas horas, mergulhando o salão em uma atmosfera de celebração contínua. Aegon, em sua habitual despreocupação, encontrava-se embriagado desde muito antes do início das festividades. Taliya, por outro lado, lutava para manter uma fachada serena, escondendo seus sentimentos conflitantes que fervilhavam sob a superfície. Aemond, caso não estivesse tão absorvido pelos compromissos com outros lordes ou pelos cuidados aos pequenos aniversariantes, teria percebido a angústia da irmã. Um desconforto repentino e avassalador tomou conta de Storm, subindo das pontas dos pés até o topo da cabeça. Sem pensar, ela se ergueu e começou a caminhar para fora do salão. Seus passos eram incertos e erráticos, movidos por um impulso inexplicável, enquanto seus olhos, vazios desde aquela manhã, refletiam um pensamento sombrio.

Ninguém notou sua partida. Ou quase ninguém. Através da névoa da embriaguez, os olhos violetas de Aegon fixaram-se nela, captando seu movimento com uma clareza surpreendente. Cambaleando, pediu licença para se retirar da mesa com uma desculpa esfarrapada. O olhar de seu irmão mais novo passou levemente pelo mais velho, mas Aemond não deu muita importância àquilo. O Targaryen esbarrou em algumas pessoas pelo caminho, mas ninguém ousou repreender o Príncipe. Taliya percorreu os enormes corredores com olhos cinzentos, desprovidos de cor, brilho e sentimento. Mais parecia um fantasma mudo do que um ser vivo. Sua respiração pesada poderia ser ouvida a quilômetros, e seus passos, outrora leves, agora estavam pesados, com os saltos ressoando por todo o lugar.

  Se estivesse sóbrio, teria percebido a confusão em sua expressão e, além disso, questionado por que ela estava caminhando pela parte mais perigosa da fortaleza, onde os aposentos do primeiro filho do Rei ficavam. Incontáveis foram as vezes que Aemond implorou para que Taliya evitasse aquela área, e ela nunca questionou, muito menos desobedeceu. Os corredores escurecidos daquela ala da fortaleza exalavam uma sensação de ameaça constante, e qualquer um que ousasse caminhar por ali sentiria o peso das sombras e dos segredos que aqueles muros abrigavam. O ambiente parecia mais opressivo e claustrofóbico, como se as paredes fechassem em torno de Taliya, sufocando seus pensamentos e intensificando seu desconforto. Aegon era um homem terrível e uma ameaça para qualquer mulher vulnerável. Sua reputação sombria e os rumores que o cercavam tornavam sua presença ainda mais inquietante. O platinado caminhou rapidamente em direção à morena, seus passos ecoando sinistramente pelos corredores vazios.

Quando ele finalmente a alcançou, sua voz rouca quebrou o silêncio, fazendo-a sobressaltar. Taliya virou-se abruptamente, seu coração disparando ao ver o homem que mais temia. A tensão no ar era palpável, e os corredores pareceram se encolher ainda mais, prendendo-os em uma teia de medo e incerteza. A respiração pesada de Taliya ressoava nos ouvidos de Aegon, cada suspiro um lembrete da fragilidade e do perigo iminente que permeava aquele encontro fatídico, Aemond a acalmaria se visse. Mas Aegon não é Aemond, aquilo só o deixou mais excitado. Os olhos confusos e desfocados de Taliya o distraíram por alguns momentos, fazendo-o se perder na imensidão da escuridão de seu olhar. No entanto, tornaram-se opacos ao perceber a dolorosa realidade que se desenrolava diante deles.

⎯⎯⎯ Eu pensei que meu irmão havia lhe dito para não andar por aqui, para não trombar comigo. ⎯⎯ ainda muito atordoada e confusa, as sobrancelhas franzidas e os pelos arrepiados de medo a fez recuar ⎯⎯ Ou talvez você finalmente tenha considerado ter uma noite verdadeira com quem realmente sabe o que faz.

A mão fria e áspera de Aegon segurou o rosto de Taliya. Ela tentou esquivar-se, mas não com a rapidez de uma presa experiente. Ele a encurralou contra a parede, seu olhar nojento e o bafo podre de vinho — que nunca parecia abandoná-lo — invadindo o espaço pessoal dela. A morena não poderia agradecer mais pelas grossas camadas de vestido que era obrigada a usar; isso, ao menos, dificultaria a catástrofe prestes a acontecer. Enquanto Aegon tomava seu tempo analisando o rosto assustado da serva, Taliya tentava recuperar todos os seus sentidospara planejar uma fuga. Cada detalhe daquele momento parecia se alongar eternamente: o brilho cruel nos olhos de Aegon, o toque invasivo de suas mãos, o odor insuportável de sua respiração. E quando finalmente tentou escapar, movendo-se com a determinação desesperada de quem sabe estar em perigo, os braços do Targaryen a apertaram ainda mais.

  O ar fugiu de seus pulmões fracos, e seu coração, já disparado, batia freneticamente, como um pássaro enjaulado lutando por liberdade.Os minutos pareciam eternidades enquanto Taliya sentia a força esmagadora de Aegon sobre si. O silêncio dos corredores amplificava sua agonia, cada batida de seu coração ecoando em seus ouvidos, cada suspiro um grito abafado de desespero. Ela se esforçava para manter a clareza, para encontrar um meio de se libertar, mas a presença opressora de Aegon tornava cada pensamento um desafio, cada movimento uma luta titânica contra a inevitabilidade da escuridão que a cercava. O toque desrespeitoso em seu corpo, em lugares que prefiro não comentar com os senhores,  fez com que Taliya sentisse vontade de arrancar seus olhos com as pontas dos dedos e deixar seu rosto com duas cavidades ocas, com vontade de puxar todos os miolos pelo nariz e torcer que morra mais cedo do que passar pelo mesmo horror que outras mulheres passaram.

  Então, um som distante no fim do corredor quebrou o silêncio sepulcral. Aegon se sobressaltou, virando a cabeça na direção do ruído. Esse momento de distração foi a chance que Taliya precisava. Com um impulso de adrenalina, ela se libertou de seu aperto e correu. Correu como naquela manhã fatídica em que descobriu que estava morrendo, cada passo uma batalha contra o terror que a perseguia. O tempo pareceu passar rápido, e finalmente ela chegou a seu quarto, segura. As mãos trêmulas mal conseguiam abrir a porta, mas, ao entrar, fechou-a rapidamente atrás de si. Correndo para o banheiro, pegou um balde de água guardado no canto e começou a lavar os braços e as pernas incessantemente, com uma agressividade que deixou marcas vermelhas em sua pele macia. Cada esfregada era uma tentativa desesperada de apagar a sensação repugnante do toque de Aegon, de limpar a alma ferida e recuperar um fragmento de dignidade.

  A água fria escorria por seus membros, misturando-se com as lágrimas que caíam silenciosas, cada gota carregando consigo um pouco da dor e do desespero que agora a consumiam. Taliya continuava, quase em transe, até que suas forças se esgotaram e ela caiu de joelhos, ofegante, em meio ao eco do tormento que parecia interminável. A porta de seu quarto foi aberta brutalmente, mas ela não conseguiu escutar. Era Aemond. Ele percorreu o olhar rapidamente pelo quarto e viu o banheiro aberto; não perdeu tempo e correu até lá. Ajoelhou-se ao lado de Taliya, segurando-a com uma suavidade nunca vista antes, como se ela fosse um pedaço de papel que, com um mero sopro, pudesse ser rasgada. A raiva que o platinado sentia era suficiente para que sua testa suasse frio e suas mãos tremessem.

Aemond estava vermelho de raiva, tomado por um rancor profundo por seu irmão. Enquanto segurava Taliya em seus braços, ele se culpava por não ter percebido antes os olhares famintos de Aegon que perseguiam a jovem Storm pelo salão. Seu irmão fora audacioso o suficiente para dizer em voz alta que a desejava, que a faria sentir coisas que Aemond nunca poderia. Naquela ocasião, a fúria de Aemond transbordou. Ele deu um soco brutal na mesa e ameaçou o irmão mais velho, mas suas palavras não surtiram efeito. Quando sua irmã mais velha perguntou pelo paradeiro do marido, o mundo de Aemond girou rapidamente e seu coração parou completamente. Tornou-se óbvio onde Aegon havia ido. Parte dele também se perguntava por que Taliya ousara andar por aquela parte do castelo, mas isso pouco importava no momento em que Aemond viu Aegon com as calças volumosas e o pênis duro. Ele queria matá-lo, e quase o fez.

  Com cuidado, ele tocou o rosto dela, seus olhos fervendo com uma mistura de preocupação e fúria contida. Aemond observava cada detalhe, cada machucado, cada lágrima, e sentia o ódio crescendo como uma chama incontrolável. Ele sussurrou palavras de conforto, tentando acalmar a tempestade interna que parecia prestes a consumi-la, enquanto seu próprio coração batia descompassado com a necessidade de proteger e vingar a mulher à sua frente. Ele se lembrou do que fez com Aegon quando percebeu, e se martirizou ao perceber que deveria ter feito mais. Talvez cortado o pênis dele fora e o impedido de fazer aquilo com alguém novamente, ou pior, matado-o em meio aquele corredor. Olhou novamente para Taliya e a fez olhar para ele.

⎯⎯⎯ O que você fazia por aquela área? ⎯⎯ não havia nada além de cuidado e amor na voz de Aemond ⎯⎯  Eu deveria ter batido mais nele...

⎯⎯⎯ Eu apenas... esqueci o caminho de volta ⎯⎯ murmurou de volta, derretendo no toque do platinado ⎯⎯ Me desculpa.

⎯⎯⎯  Você não fez nada de errado. ⎯⎯ apenas a voz dele era o suficiente para acalmá-la, mesmo que sua pele ainda queimasse com os toques de Aegon ⎯⎯ Vamos passar algo nesses arranhões, e eu ficarei com você enquanto você dorme, que tal? Estarei aqui o tempo todo, e nada vai acontecer com você.

Aemond a levantou suavemente, ajudando-a a sentar-se na beira da banheira. Ele pegou um pano limpo e embebeu-o em água fria, começando a limpar gentilmente as marcas vermelhas em seus braços e pernas. Cada toque era um contraste com a brutalidade que ela havia experimentado momentos antes. Seus dedos trêmulos tentavam transmitir a calma que ele desejava que ela sentisse, mesmo que seu coração estivesse cheio de ódio pelo irmão. Taliya observava Aemond em silêncio, sua presença oferecendo um conforto que ela mal sabia que precisava. Cada movimento dele era carregado de uma ternura que parecia quase sagrada, uma promessa silenciosa de proteção. Ela fechou os olhos, permitindo-se, por um breve momento, acreditar que estava segura.

Eu deveria ter matado ele. Aemond pensou.

⎯⎯⎯  Vou ficar aqui com você ⎯⎯ Aemond repetiu, sua voz um sussurro consolador. ⎯⎯ Nada vai acontecer com você enquanto eu estiver por perto.

Ele segurou a mão dela, e Taliya apertou de volta, como se aquele simples gesto pudesse afastar toda a escuridão que a cercava. Ela sabia que a noite seria longa e cheia de pesadelos, mas com Aemond ao seu lado, sentia que talvez pudesse enfrentar a tormenta e encontrar um novo amanhecer.

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