0.3 ✟ ⎯⎯⎯ Abismo da Alma Penitente
✟⎯⎯⎯⎯⎯⎯ TRÊS
Abyss of the Penitent Soul
Naquela manhã, Taliya encontrava-se envolvida em um pequeno piquenique ao lado de Halaena e seus filhos gêmeos, Jaehaerys e Jaehaera. Nada de extraordinário marcava o início daquele dia, que se desenrolava sob a luz radiante do sol e o céu azul profundo. Enquanto isso, como era habitual, Aemond dedicava suas horas matinais ao treinamento com Ser Criston, atraindo a atenção de uma pequena multidão que observava atentamente. Normalmente, sua conselheira o acompanhava nessas sessões, observando de longe, mas nos últimos dias, ela parecia estar ocupada demais ou misteriosamente ausente dentro dos enormes muros da Fortaleza Vermelha.
No jardim, apesar da presença atenta de diversos servos e guardas, que pareciam estar alertas para qualquer perigo iminente ainda não revelado, a conversa entre a Princesa e a Lady fluiu de forma surpreendentemente produtiva. Halaena, segunda filha do Rei, irradiava uma lucidez que não se via há tempos, o que trouxe um alívio genuíno ao coração de Taliya. Era um raro conforto poder compartilhar pensamentos e preocupações com uma mulher em quem confiava plenamente, não que sua confiança em Aemond seja fraca, muito longe disso; Mas Halaena entendia os pequenos problemas femininos que o Targaryen não conseguiria. Num gesto afetuoso, Halaena retirou um pequeno bule de chá e o entregou a Taliya, que o recebeu com uma expressão curiosa.
⎯⎯⎯ O que é isso, Minha Princesa? ⎯⎯ encarou o liquido dentro do bule e voltou a olhar para a princesa.
⎯⎯⎯ Chá de folha de louro. ⎯⎯ disse com os lábios levementes levantados em um sorriso inocente ⎯⎯ Para dor.
⎯⎯⎯ Mas... Eu não...⎯⎯ múrmurou confusa, com um péssimo sentimento ⎯⎯ Estou muito grata, Princesa Halaena. Mas posso perguntar por que?
⎯⎯⎯ A libélula, pobrezinha. ⎯⎯ olhou para o horizonte, com seu tom sonhador ⎯⎯ Está piorando.
Taliya suspirou, aceitando o chá e instruindo uma das servas a levá-lo para seus aposentos. Enquanto fazia isso, não conseguia evitar pensar nas possíveis razões para Halaena estar tão bem informada sobre assuntos que ela ainda desconhecia. Seria apenas Aemond compartilhando com a irmã sobre sua recente dor de cabeça, ou havia algo mais? Seus devaneios foram abruptamente interrompidos pelo som da grama cedendo sob os sapatos de Aemond, seus cabelos longos estavam úmidos e meticulosamente arrumados, e seu rosto exibia um leve rubor, resultado da água quente do banho. Um suave aroma de hortelã-pimenta impregnava o ar, uma essência que ele sempre preferiu. um sinal claro de que ele acabara de tomar um banho.
Ele encarou sua irmã, os gêmeos e Taliya com um leve sorriso, enquanto Jaehaera repousava no colo de sua conselheira, capturando sua atenção. Naquele momento, ele não pôde evitar de vislumbrar um futuro incerto, permeado pela política e pela iminência da guerra. Aemond não imaginava que sua mãe se oporia a um casamento com Taliya; ao contrário, acreditava que, diferentemente de seu avô, que o pressionaria a se casar com uma Baratheon, sua mãe o apoiaria nessa escolha. Talvez fosse pela consideração e identificação com a jovem serva, ou talvez por considerar esse casamento menos crucial para a linhagem do trono. Contrariando as expectativas de Taliya, seu Príncipe não se juntou a elas, mas em vez disso, estendeu a mão em um gesto de cortesia.
⎯⎯⎯ Minha irmã, posso sequestrar a Lady Taliya de seu piquenique? ⎯⎯ dirigiu-se a Halaena com um pequeno sorriso nos lábios.
⎯⎯⎯ Claro, irmão. Leve-a! ⎯⎯Sorriu com alguma intenção escondia.
Sem hesitação, Aemond retirou Jaehaera do colo da conselheira e a entregou a Halaena, erguendo Taliya com firmeza pela mão. Guiou-a de volta ao interior da Fortaleza Vermelha com uma determinação incomum, seu rosto carrancudo revelando uma urgência incomum. Apesar das repetidas perguntas de Taliya, o platinado permaneceu em silêncio, sem revelar para onde a levava. Ela sentiu o aroma mofado das passagens ocultas da fortaleza e o vento gélido que percorria os longos corredores, conectando secretamente todos os cantos do castelo. Apesar de anos de convivência no local, Taliya nunca dominara o uso desses túneis para navegar pelo castelo. Apenas quando Aemond abriu uma porta que levava diretamente ao seu quarto, ela reconheceu o ambiente ao seu redor.
A mão gélida e fina do Targaryen soltou-se da de Storm assim que adentraram o quarto, onde o homem prontamente se estirou sobre a vasta e suntuosa cama. Com os braços atrás da cabeça, ele observou a morena, esperando que ela se juntasse a ele. Com um suspiro resignado, Taliya aproximou-se da cama e gentilmente retirou os pés de Aemond, repreendendo-o por trazer sujeira do exterior do castelo para onde ele repousa. Sentada no pé da cama, Taliya encarava Aemond sem constrangimento, ainda perplexa pelo motivo que o levou a arrastá-la por todo o castelo até seu quarto. Um riso leve escapou dos lábios do Targaryen, que começou a falar.
⎯⎯⎯ Eu não precisei de nada em especial, apenas desejava vê-la. ⎯⎯ os ombros de Taliya caíram em desapontamento ⎯⎯ Você esperava algo mais?
⎯⎯⎯ Algo mais significativo, Meu Príncipe. ⎯⎯ respondeu ela, sua voz agora ríspida com os olhos cerrados ⎯⎯ O que irão pensar de mim se nos encontrarem em seus aposentos?
⎯⎯⎯ Ah! Que se fodam, Lia. ⎯⎯ ele jogou a cabeça para trás, colocando os pés no colo da conselheira.
Aemond recebeu um tapa em sua perna ao xingar, e curiosamente, ele lembrou-se de sua mãe ao ver o olhar incrédulo de sua amiga. Com um riso fraco, encostou a cabeça no próprio ombro e passou a encará-la mais assiduamente, como se ela fosse desaparecer a qualquer momento. Taliya já não olhava mais para o príncipe, ocupada demais observando a enorme janela ao lado da cama para perceber o olho roxo a encarando. O dia estava ensolarado, o céu tão limpo que o Targaryen ousaria dizer que a paz estaria por vir, se o destino não fosse tão cruel. O tempo passou lentamente, e o único olho do rapaz não saiu da pele clara de Taliya em momento algum. Algo a despertou de seu devaneio, e a fez voltar a olhá-lo. Assim que percebeu que estava sendo observada o tempo todo, suas bochechas coraram, e rapidamente a menina se levantou, derrubando os pés dele no chão.
⎯⎯⎯ O que foi, meu amor? ⎯⎯ riu, observando a surpresa estampada no rosto dela ⎯⎯ Se você ficar mais vermelha, temo que possa explodir.
⎯⎯⎯ Aemond Targaryen não me chama assim. ⎯⎯ ergueu a sobrancelha, recompondo-se após o susto.
⎯⎯⎯ É assim que você fala com seu Príncipe, Lady Storm? ⎯⎯ fez uma carranca falsa, engrossando a voz.
⎯⎯⎯ Me perdoe se fui inapropriada, dragãozinho. ⎯⎯ rapidamente Aemond se levantou, Taliya costumava o chamar assim quando eram mais jovens. O platinado moveu-se em direção a ela, que saiu correndo, rindo, pela porta dos aposentos do príncipe.
a lua está beijando a terra
e nada parece melhorar.
A NOITE RECAIU em King's Landing, todos haviam se recolhido para seus aposentos e Taliya não pode almejar mais a sua cama e finalmente descansar. As constantes dores de cabeça haviam parado após tomar o chá que Halaena a deu, mas a fatiga incomum que a mulher nunca teve antes a incomodaram. Aemond felizmente não reparou em nada, sempre fora um rapaz indiferente a tudo e todos mas algo sobre Taliya o fazia querer prestar atenção; E apesar de Storm não ter nenhum conhecimento sobre medicina, tudo o que a korena poderia esperar é que não passase apenas de um resfriado. Ponderando sobre tudo isso, procurou por seu pequeno caderno costurado por si mesma, onde costumava escrever sobre seu dia, e procurou uma pena e tinta para voltar a escrever.
Já é a quarta noite desde que aquela dor irritante começou em minhas têmporas. Não contei para ninguém, mas Halaena parece ter visto algo em seus sonhos. Sinto que não é apenas um resfriado, mas me manterei positiva sobre estes sintomas. Talvez tudo passe assim que eu estiver menos estressada após o segundo dia do nome de Jaehaerys e Jaehaera. Amanhã será a comemoração dos gêmeos e preciso aparentar saúde para prestigiá-los. Aemond não pode saber que estou enferma. Seria demasiado otimista pensar que ele se preocuparia apenas. Conhecendo-o como conheço, o jovem rapaz é mais coitado do que são. E que ele nunca leia esta página; minha língua está muito confortável dentro de minha boca.
Finalizou sua escrita e após admirar sua escrita por alguns momentos, fechou o pequeno caderno, o escondendo de baixo de seu colchão onde sempre esteve. cruzou as penas sob a cama e deixou a coluna ereta, suspirando pesadamente em contentamento ao sentir algumas de suas vertebras estralarem; Voltou a morder os lábios nervosa, como sempre fizera, e os sentiu levemente doloridos com os pequenos machucados que fez em si mesma. Um leve bater na sua porta a retirou do momento silencioso e calmo que lhe é costumeiro antes de ir dormir, levantou-se e se dirigiu em direção a porta, abrindo apenas o suficiente para ver quem está do outro lado; As vestes pretas, e os longos cabelos platinados inconfundiveis a fez abrir um sorriso alegre, a dor se subsidiando lentamente.
⎯⎯⎯ Meu Príncipe. ⎯⎯ o cumprimentou, dando espaço para o rapaz entrar.
Aemond não disse nada de início, movendo-se pelo cômodo como se fosse dele. Sentou-se à beira da cama, as longas pernas abertas, e inclinou-se para frente, apoiando-se nas mãos. Com um leve aceno de cabeça, chamou-a. A morena se aproximou lentamente, hesitante, sentindo a tensão no ar. Ao chegar perto do príncipe, os longos dedos pálidos do Targaryen circularam a cintura de Taliya, puxando-a para mais perto, entre suas coxas. Embora, a essa altura de sua vida, ela devesse estar acostumada com essa proximidade, as bochechas levemente bronzeadas da mulher tingiram-se de um leve vermelho. A intensidade do olhar de Aemond, combinada com a firmeza de seu toque, fazia o coração de Taliya bater mais rápido. Um leve riso saiu dos lábios finos do platinado.
⎯⎯⎯ Já lhe disse que seu cabelo fica lindo após as tranças? ⎯⎯ disse num tom perigosamente baixo e, se permitisse imaginar além, sedutor.
A voz de Aemond soou como um sussurro íntimo, mas dentro de Taliya fora como uma tempestade. O calor do corpo dele colado ao dela e o toque firme de suas mãos na cintura dela apenas intensificavam o rubor em suas bochechas. Quando a mão de Aemond se dirigiu lentamente para acariciar as longas curvas castanhas da morena, um arrepio percorreu sua espinha. Seu olhar buscou o do príncipe, tentando decifrar as intenções através daquele único olho azul que parecia ver além de seus próprios olhos castanhos.
⎯⎯⎯ Uma dúzia de vezes, sim. ⎯⎯ múrmurou em resposta olhando levemente para baixo, para o rosto dele.
⎯⎯⎯ Você é muito boba. ⎯⎯ Sussurrou levemente, esticando o pescoço para aproximar os rostos. ⎯⎯ Uma boba muito bonita... ⎯⎯ Os lábios de Aemond, como um fantasma, tocaram superficialmente os de Taliya, provocando-a. Não durou muito até que a própria impaciência do Targaryen o atacasse, e ele a beijasse de verdade.
A morena, pouco resistente aos toques de seu Príncipe, derreteu ao sentir os lábios finos e quentes do rapaz nos dela. Uma de suas mãos segurava a bochecha do garoto no lugar, com medo de que ele escapasse, e a outra se encontrava em seu pescoço, sentindo o coração do platinado batendo fortemente. Enquanto uma das mãos de Aemond segurava firmemente a cintura de sua conselheira, a outra se emaranhava no longo cabelo de Taliya, mantendo-a cativa naquele momento. Cada segundo do beijo parecia se alongar, a intensidade dos sentimentos crescia a cada respiração compartilhada. A mente de Taliya era um turbilhão, mas seu corpo respondia instintivamente ao toque de Aemond. Ele, por sua vez, parecia determinado a gravar cada detalhe daquele momento, desde o sabor dos lábios dela até a suavidade de sua pele sob suas mãos. A profundidade de sua conexão, algo que sempre esteve ali, agora se manifestava plenamente, sem barreiras ou dúvidas.
⎯⎯⎯ Está meio vermelha, está tudo bem? ⎯⎯ zombou da mulher, acariciando as bochechas vermelhas dela.
⎯⎯⎯ Você também está, sua pupila está dilatada também... ⎯⎯ sorriu provocativa. ⎯⎯ Está tudo bem? ⎯⎯ repetiu no mesmo tom zombeteiro do Príncipe.
⎯⎯⎯ Nunca estive melhor, Lia. ⎯⎯ Sua voz suave e carregada de sinceridade.
Aemond riu, um som raro e genuíno que ressoou na pequena distância entre eles. Ele puxou Taliya ainda mais para perto, seus olhos fixos nos dela, brilhando com uma mistura de carinho e desafio. Sem que a mulher esperasse, ele apanhou um travesseiro e tentou acertá-la. Ela desviou ágil e rapidamente pegou um travesseiro também, os dois se envolvendo em uma breve e animada perseguição pelo quarto.
⎯⎯⎯ Vai pagar por isso, Príncipe! ⎯⎯ Taliya gritou entre risos, tentando acertar Aemond.
⎯⎯⎯ Vamos ver, Lady Storm! ⎯⎯ respondeu ele, com um brilho travesso nos olhos.
LINA'S MESSAGE!
( ✟ 1 ) bom amigos, esse é mais um filler mesmo, pq eu tenho agonia de números aleatórios em fanfic.
( ✟ 2) não sei se alguém esperava um romance A SER construido, mas saibam que eles já se pegaram e muito, então não vai ter nd de timidez entre eles nesse sentido.
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