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Capítulo 6

Após o jantar, James pediu-me que o acompanhasse.

No seu escritório, a lareira já está acesa, pronta para recebê-lo.

— Por que gostas tanto desta sala? – Pergunto. A resposta, provavelmente, será a mais óbvia: Paz, sossego e o quadro da mulher que um dia amei. Mas a que me dá faz-me esquecer de respirar.

— Porque aqui, eu esqueço-me do que sou. – Olha-me. – Nos momentos que passo nesta sala, sou humano novamente.

Esqueço-me de respirar porque é de repente eu estivesse a olhar para o homem e não o monstro. Conhecer as suas fraquezas faz-me olhá-lo com outros olhos. Faz-me tentar percebê-lo e, à medida que o conheço, que o decifro, a minha empatia por ele aumenta. 

James oferece-me um copo com conteúdo vermelho escuro e eu posso imaginar a cara de nojo que fiz porque ele ri de uma forma tão natural e espontânea que sinto que nunca me iria cansar de ouvir esse som.

— Não te iria dar sangue. Seria um desperdício.   

Aceito o copo ainda relutante e caminho pela sala. Deslizo o dedo indicador na superfície de todos os objetos que estão ao meu alcance.

James olha-me sereno e atento até decidir sentar-se na poltrona perto da lareira. A minha sombra acompanha-me no chão coberto por um tapete escuro e, se não fosse errado, teria dado atenção ao nervosismo que o meu corpo sente neste momento. À sedução do momento. Em vez disso, paro à frente do enorme quadro da mãe de Eva e expiro. Meu Deus. Como ela era bonita.

— Marie. – Olho sobre o ombro. – O nome dela. Marie Villena. – A sonoridade com que pronuncia o seu nome provoca mais um calafrio no meu corpo. Não consigo perceber se o diz com tormenta ou com prazer e volto a olhar para a tela. — Éramos vizinhos. – Continua e viro-me para olhá-lo surpreendida por estar a contar-me algo tão pessoal do seu passado. O seu olhar está distante, preso nas memórias de uma vida demasiado longa. – Naquela época, os nossos pais não tinham motivos para recear deixar os filhos brincarem na rua, sozinhos. Não existia um monstro na vizinhança. Tínhamos 13 anos, quando nos conhecemos. Ela e os pais tinham-se acabado de mudar devido aos boatos sobre a riqueza da terra. – Um sorriso meigo, talvez desencadeado pelas memórias, surge nos seus lábios. – Ela era rebelde para rapariga. Estragava todos os seus vestidos porque brincava sem medos e não se importava com os joelhos esfolados. Para ela era tudo sinónimo de diversão. As outras raparigas ficavam em casa, queriam aprender a bordar ou a cozinhar, mas Marie não. A sua personalidade não se encaixava na época em que vivíamos. Era muito senhora do seu nariz. Determinada.

— Parece ter sido uma ótima pessoa. E divertida.

— Era. – O brilho nos seus olhos torna-se contagiante. – Era tão divertida que uma vez soltou todo o rebanho de ovelhas dos vizinhos e correu com elas pelas ruas da aldeia. 

— Ela fez isso? – Rio. – Adorava ter visto essa brilhante ideia.

— Também achei que fosse. Nessa tarde rimos até não conseguirmos mais aguentar as dores de barriga. Infelizmente, o seu pai não achou muita piada e deixou-a de castigo. Não brincámos toda essa semana. – A alegria evapora e resta um olhar baço e triste. – Penso que foi a primeira vez que senti tristeza.

Sento-me na poltrona à sua frente e sorrio-lhe com ternura.

— Sentir falta de quem amámos é como ter uma ferida sempre aberta.

Ele vira o rosto e olha-me com uma intensidade que me faz sentir nua.

— Saudade é relativo. Às vezes, é a nostalgia que nos destrói. Relembrar algo que sabemos não poder ter de volta. – Ele vira novamente o rosto para as chamas que consomem a madeira na lareira. Os olhos refletem as labaredas como se também estes ardessem pelos seus pensamentos.

 Sinto empatia pelo sofrimento visível no seu olhar. Sinto tristeza por saber que estou perante um amor que não acabou da melhor maneira. E do nada, sinto a urgência de saber cada história e aventura deste trágico amor.  

— James?

Ele olha-me confuso, perdido, atordoado.

— Temo que por hoje seja suficiente.

— Mas…

— Amanhã, Beatrice. Amanhã. – Força um sorriso como se nem forças para isso ele tivesse. – Por hoje, chega. Sinto-me cansado.

Não contesto. Toda a sua história com Marie parece um aperto no peito e um fardo. É visível o quão doloroso lhe é falar sobre o assunto. Porque a tristeza no seu olhar reflete o quão emocionalmente cansado ele está. O quão o seu coração sangra.

Assinto com suavidade.

-- Podes esquecer-te fora destas quatro paredes também. – Murmuro.

James olha-me surpreendido e viro-me para sair, mas a sua mão prende o meu pulso puxando-me, forçando-me a curvar-me. O meu batimento cardíaco acelera de tal forma que sou forçada a separar os lábios para arfar por ar.

O seu olhar desce para os meus lábios. A sua mão direita afasta o cabelo do meu rosto, colocando-o sobre o meu ombro direito. Sinto a ponta dos seus dedos deslizarem pelo meu pescoço agora descoberto. O seu olhar a seguir o momento. E o meu coração continua a bater desenfreadamente.

-- Esse som é como um afrodisíaco. – James murmura com a voz rouca e as minhas pernas fraquejam. – O seu olhar volta para os meus. – O que temes?

-- Nada. – Forço-me a dizer.

James sorri. – A tua boca mente, mas o teu coração conta-me todos os teus segredos.

Arfo por ar e o seus olhos baixam para a minha boca. – Começo a ter dificuldades em distinguir se o teu batimento cardíaco é o meu som preferido ou se são os suspiros que escapam pelos seus lábios.

Selo os lábios e James volta a sorrir. Os seus olhos novamente nos meus. Tão negros que sinto que me irei afogar neles.

-- Diz-me, pequena Tempestade, também deixaste a máscara à porta?

A máscara? O meu cérebro parece um turbilhão de pensamentos que se atropelam e não consigo agarrar um e torná-lo coerente.

É então que percebo…. Aqui dentro, eu esqueci-me.

Afasto-me prontamente.

A ausência da sua proximidade é como afastar-me de uma lareira.

-- Boa noite. -  E saio da sala com o coração acelerado e sem saber o que acabou de acontecer.

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