𝓟𝓻𝓸́𝓵𝓸𝓰𝓸
— Que horas são? — A voz masculina ressoa rouca enquanto os créditos do filme rolam pela tela. Desvio o olhar para o relógio forçando a visão em meio ao breu da sala até os números entrarem em foco.
— Meia-noite — O sorriso traquino é automático ao me dar conta de que as mesmas doze badaladas responsáveis por meus antigos pesadelos, agora são apenas uma marca no tempo.
— Na verdade, são onze e cinquenta. — Conjectura após virar-se o suficiente para enxergar o relógio sobre a bancada da cozinha.
— Se ia olhar a hora, por que me perguntou?
— Porque amo ouvir você falar a hora errada — Seus braços estreitam à minha volta, obtendo um suspiro baixo como resposta.
— Dez minutos não fazem diferença.
— Como não? Muitas coisas acontecem em dez minutos — Sussurra próximo ao meu ouvido. A voz morna possuída pela luxúria eriça involuntariamente os pelos da nuca.
— Então, me mostre o que pode acontecer em dez minutos.
Me recordo com perfeição de detalhes como suas mãos percorreram meu corpo, assim como o tom dos suspiros e o som da porta ao ser derrubada. Lembro de cada segundo dentro daqueles dez minutos. Porque foram neles em que morri, enquanto o relógio ressoava sua décima segunda badalada.
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