CAPÍTULO 40.
POV LUDMILLA OLIVEIRA
O dia amanheceu chuvoso, me fazendo enrolar por mais alguns segundos na cama, não que isso fosse um problema, afinal, o corpo quente da minha bela latina estava enroscado ao meu, me fazendo suspirar. Esse é um dos poderes de Brunna Gonçalves, por ela perco tudo, até a noção que tanto aprecio do tempo...
– Precisa mesmo levantar agora? — ela resmungou com a voz sonolenta, enquanto apertava o seu corpo ao meu.
– Precisamos, na verdade — beijei o topo da sua cabeça — ou quer cancelar a viagem? — questionei prendendo o riso.
– Não mesmo — deu um pulo da cama, me fazendo gargalhar.
Depois de toda a loucura que passamos e do silêncio da Isabelle e da Keana, resolvemos descansar de tudo isso antes que voltemos a nossa rotina normal de universidade e hospital.
Sei que parece estranho e, realmente é estranho mas o que posso fazer? Aguardamos durante 10 dias e não tivemos nenhum retorno, nenhum "ataque", nada.. Isabelle desapareceu e Keana age como se tudo estivesse perfeitamente bem. A sete dias atrás, Will recebeu um e-mail repleto de conteúdos sobre o meu envolvimento com Brunna, mas como combinado, nada daquilo surtiu efeito. Naquele mesmo dia, recebi uma mensagem de Keana sobre uma viagem a trabalho que a manteria longe da cidade por alguns dias..
Bom, ao menos eu e a minha namorada estamos tendo paz. Era isso que tanto queríamos. Por mais que essa paz aparente ter um preço alto, era disso que precisávamos. Aproveitei a ausência da minha ex advogada para romper o nosso contrato, mesmo que ela ainda não saiba disso. Já estou com outro corpo jurídico, o mesmo que Patrícia, o que me traz muita segurança.
– Que empolgação toda é essa? — questionei ao sair do banho, encontrando uma Brunna cantarolando enquanto se vestia.
– Acho que passar um final de semana inteiro, em um lugar com praia e sol, vendo a minha belíssima e gostosa namorada desfilar de biquíni e dando para ela o tempo todo é motivo suficiente para estar empolgada assim, não acha? — sugeriu colocando as mãos na cintura com um sorriso presunçoso no rosto.
– Você não vale nada — apontei para ela enquanto me aproximava — e eu adoro isso — sussurrei em seu ouvido, mordendo a ponta da sua orelha.
– Obrigada — disse sorrindo, antes de eu acertar um tapa na sua bunda.
Depois de trocarmos algumas carícias, terminamos de nos ajeitar e seguimos para a casa dos meus sogros. Hoje era quinta-feira, e como queríamos aproveitar bastante, vamos viajar hoje e retornar na segunda.
– Ora se não é o meu casal favorito! — Sofia disse fazendo Brunna revirar os olhos.
– Não seja tão falsa, sei que seu casal favorito é outro — Brunna disse me fazendo rir.
– Cala a boca, Bru! — respondeu olhando para trás, rezando para ninguém ouvir.
– Calma, Sofi — olhei para ela antes de abraçá-la de lado — não precisa ter medo dos seus pais, mas sim em ter os meus como sogros — provoquei-a fazendo a mesma ficar vermelha.
– Eu odeio vocês — ela exclamou antes de sumir pelo corredor.
– Você consegue ser pior do que eu — Brunna gargalhou antes de seguir para o quintal.
Minha sogra estava cuidando do jardim, enquanto meu sogro limpava a piscina. Não posso negar que eles são pessoas incríveis.. lembro do dia em que fui conversar com os mesmos sobre a minha situação com a Brunna, foi no mesmo dia que toda aquela merda aconteceu. Eles entenderam o meu lado e só me fizeram um pedido: "se voltar para a vida da nossa filha, volte para ficar. Brunna merece o seu melhor, Ludmilla."
E é o que eu vou fazer. Dar o meu melhor a ela todos os dias.
– Não acredito que não vão ficar para o almoço — Mirian resmungou após nos cumprimentar.
– Queremos chegar cedo para aproveitar tudo, mama — explicou abraçada ao pai — só passamos para nos despedir — explicou.
– Ontem fomos na casa dos meus pais e vamos marcar um almoço em família para o próximo final de semana — avisei aos meus sogros — sabem como o churrasco de Renato é sagrado — falei fazendo os mesmos rirem.
– Não perco por nada nesse mundo — meu sogro disse enquanto apertava Brunna em seus braços.
Não demoramos lá porquê o intuito era somente se despedir. Já havíamos visitado os meus pais ontem, então agora estava tudo quite. Quando deu o horário, seguimos para Miami Beach.. eram cerca de 3 horas de viagem..
– Seja uma boa copiloto e não durma — pedi a minha namorada que trocava de música a cada 2 minutos.
– Pode deixar — ela afirmou — Ludmilla, por Deus — resmungou me fazendo olhá-la rapidamente — sua playlist só tem música de velho! — exclamou.
– Seu rabo — respondi imediatamente, vendo a mesma prender um sorriso — isso é cultura, tenha mais respeito por Freddie Mercury — afirmei atenta ao trânsito.
– Aham — resmungou enquanto mexia no aplicativo — agora sim — suspirou quando outra música começou a tocar.
Não conheço a cantora, mas do tanto que Brunna ouve essa mulher, já reconheço a voz e a melodia.
– Por Deus — revirei os olhos enquanto dirigia — o que tem demais nessa tal de Lane Da Rei? — indaguei vendo Brunna arregalar os olhos.
– Não cometa tamanho pecado, Ludmilla! — levou as mãos ao peito — já te falei que é Lana Del Rey, a maior que nós temos, então apenas cale a boca e aprecia a deusa cantando — disse sorrindo, me fazendo revirar os olhos novamente.
Não demoramos a chegar no nosso destino final, mesmo que após cansar de cantar as músicas da tal da Lana para os quatro cantos do mundo ouvirem, minha digníssima namorada tenha dormido, foi tudo bem tranquilo.
Por escolha minha, ficaríamos hospedas no Hotel South Beach, mesmo que Brunna tivesse reclamado um milhão de vezes do valor absurdo da diária.. como se isso fosse um problema..
O hotel era lindo, exatamente lindo. Tinha acesso exclusivo para uma praia privada, que com certeza nos traria ainda mais conforto. A decoração era uma mistura de clean com rústico. Havia uma área de lazer com uma imensa piscina sem borda, além de um spa, restaurantes, bares e descobrimos que havia até mesmo um cinema ali. Era incrível. Fizemos o check in e ficamos extasiadas com toda a decoração do local, inclusive da nossa suíte e tudo o que era oferecido naquele ambiente.
– Caralho — Brunna soltou ao entrarmos na suíte.
A vista do quarto para o imenso mar era indescritível. O ambiente era espaço, com uma decoração neutra que deixava tudo bem clean. Além de uma cama grande e aparentemente confortável, havia um sofá bem espaçoso com uma tv gigante, quadros delicados e expressivos. A sacada tinha uma vista espetacular, com mais um mini sofá aconchegante. O banheiro então, seguia os mesmos padrões do quarto, a não ser por alguns detalhes rústicos.. havia além de dois chuveiros, uma banheira redonda bem chamativa e tudo mais.
– Gostou? — perguntei abraçando Brunna por trás, enquanto ela se apoiava na sacada para admirar o mar azulado.
– É perfeito — ela disse sorrindo — que incrível poder viver isso com você — se virou para mim — te amo — sussurrou antes de selar os nossos lábios.
Trocamos alguns beijos longos e carinhosos e não tardamos a tomamos um banho juntas antes de irmos curtir o resto dia conhecendo o hotel e suas maravilhas.
Optei por vestir um biquíni preto comportado, colocando por cima um vestido longo leve na cor branca por cima, deixando meus cabelos soltos.
– Uau — soltei ao ver Brunna terminando de se vestir.
Ela estava com um biquíni azul marinho que realçava ainda mais a sua pele e uma saída de praia branca, amarrada na sua cintura com uma fenda ao lado que a deixava ainda mais linda e apaixonante.
– Gosta do que vê? — perguntou dando uma volta, me fazendo babar no tamanho da sua bunda.
– Sim, ao ponto de cogitar passar o dia todo apenas trancada aqui com você, te fazendo gemer o meu nome. — falei ainda admirando o seu corpo.
– Af, Ludmilla! — suspirou negando com a cabeça — não fala assim pq eu não aguento — disse antes de beijar os meus lábios.
POV BRUNNA GONÇALVES
Quis tanto esse momento com a Ludmilla, uma viagem só nossa e realmente caiu como uma luva depois dos dias tenebrosos que vivemos. Mesmo que eu ainda me sinta meio receosa, o sumiço daquelas duas era sim um alívio porquê eu já estava de saco cheio de tudo isso. Só quero amar a minha mulher em paz, só isso.
O hotel era ainda mais lindo pessoalmente, fazendo jus ao preço da diária.. vejamos, não gosto da sensação de ter a Ludmilla pagando tudo, sempre faço questão de dividir, mas tem coisas que não consigo acompanhar, como foi o caso desse hotel. Não tô reclamando, porquê o lugar é incrível e sei que não posso comparar a minha situação financeira com a de Ludmilla.
Quem sabe, se ela fizer por onde, eu compre um chaveiro para ela de lembrancinha! É o que cabe no meu orçamento e olhe lá!
Depois de nos hospedarmos e nos arrumarmos, saímos para curtir o ambiente. Nossa primeira parara foi em um restaurante já que a fome estava gritando.
– Peixe parece uma boa opção — falei enquanto rolava o cardápio — mesmo que o preço aparente ser de um cardume inteiro — resmunguei.
– Você esperava algo mais em conta, meu amor? — Ludmilla perguntou rindo.
– É né — dei de ombros — você vai falir nessa viagem e quando eu digo você, tô me referindo somente a você mesmo, porquê falida eu já sou e não tenho como ficar mais — falei revirando os olhos.
– Largue de drama — me olhou — você sabe que dinheiro não é um problema e eu jamais pouparia algo com você. Sei que temos diferenças financeiras mas não é um problema, meu amor — segurou a minha mão — você pode me recompensar com muito sexo — piscou para mim.
– Eu tenho cara de prostituta, Ludmilla Oliveira? — questionei arqueando a minha sobrancelha.
– É para responder? — a peste perguntou segurando um riso.
– Apenas se você quiser morrer, sua idiota — apontei o garfo para ela que começou a gargalhar, me fazendo rir também.
Comemos em um clima super agradável, como sempre acontece quando estamos juntas. O peixe fez jus ao valor, já que estava divino e melhor ainda acompanhado de uma boa bebida. Quando terminamos a refeição, resolvemos ir à praia..
– Que coisa mais perfeita — suspirei ao tirar a sandália e pisar na areia fofinha — que vista — mirei o horizonte completamente apaixonada.
– É realmente uma vista linda — Ludmilla disse me fazendo olhá-la e sorrir, ao perceber que seu olhar estava em mim — linda — sussurrou beijando os meus lábios.
Continuamos andando, até que encontramos uma boa mesa beira mar para sentarmos. Ludmilla pediu uma água de coco e eu fui mesmo em uma cerveja bem geladinha.
– Sem álcool por hoje? — questionei enquanto tomava a minha gelada.
– Alguém precisa ficar sóbria para cuidar da criança — cantarolou me fazendo acertar um tapa no seu braço — agressão só na cama — disse me fazendo mostrar-lhe o meu dedo do meio — gosto dele dentro da.. — cortei a sua fala imediatamente.
– Ludmilla— exclamei prendendo o riso — quando você ficou tão depravada assim? — perguntei sorrindo.
– É a convivência com você! — ela disse me fazendo revirar os olhos.
– Engraçadinha — revirei os olhos — será que o Lyon está curtindo o hotel? — questionei.
Ludmilla optou por deixar o Lyon em um hotel próprio para ele. Ele parecia não estar a fim de ir, já que não que se escondeu quando percebeu que a caixinha de viagem estava aberta.
– Acredito que sim, as fotos mostram que sim — ela disse sorrindo — mas Lyon é de lua, não duvido nada que já já ele se isole — deu de ombros.
– Bom, ele teve a quem puxar, certo? — falei prendendo o riso.
– Fica caladinha, por favor — pediu me fazendo rir.
Curtimos muito a tarde na praia, mas acabamos não entrando no mar porquê a água estava bem, mas bem fria mesmo. Porém, prometemos dar o nosso mergulho na manhã seguinte, já que é um absurdo ir à praia e não entrar no mar.
Quando voltamos para o hotel, já era por volta das 20h, sendo agraciadas com um lindo por do sol.
– Você fica ainda mais linda iluminada pela luz solar — afirmei enquanto namorava o rosto de Ludmilla— seus olhos ficam ainda mais lindos — suspirei — amo os teus olhos, amo como eles me olham e se entregam tão meus — disse alisando o seu rosto.
– Eu amo amar você — Ludmilla suspirou — teus olhos castanhos são o meu norte, não tenho dúvidas — beijou as minhas mãos antes de chegar até a minha boca.
Era tão bom estar ali, nos braços da mulher que amo, nutrindo o nosso amor, fortalecendo a nossa relação e tendo paz. Ali, exatamente ali, nos braços dela, sentindo os seus beijos, o seu carinho, o seu amor, eu tive ainda mais certeza de que, se existe mesmo almas gêmeas, Ludmilla é a minha. Para sempre.
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