Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

CAPÍTULO 35.

POV LUDMILLA OLIVEIRA

Enquanto eu tentava conter o corpo trêmulo de Brunna, eu prestava o meu depoimento ao policial que nos interrogava.

Chamar a segurança do local e, consequentemente a polícia foi a melhor opção. O criminoso ali não era a minha Brunna e nem mesmo eu, era somente aquele escroto nojento.

– E você quis atirar? — o policial perguntou, me fazendo revirar os olhos.

É óbvio que eu quis atirar. É óbvio que, se eu pudesse, destruiria esse desgraçado com as minhas próprias mãos. Mas eu sabia que precisava me conter, mesmo sabendo que agi em legítima defesa.

– Não tive escolha — falei ainda sentindo o corpo de Brunna trêmulo — vocês tem acesso a todas as câmeras do local, será mesmo que não podemos prestar essa queixa em outro momento? — perguntei — minha namorada não está bem, obviamente — respirei fundo.

– Eu entendo, mas ainda sim preciso que me acompanhem — deixou claro.

Bom, no fim não tivemos escolha. Por sorte, ninguém daquela festa quis furar a sua própria bolha para perceber o que estava acontecendo ali. Isso me deixou mais aliviada, já que eu não queria nenhuma exposição em cima de Brunna e do inferno que ela acabou de viver.

Fomos até a delegacia e, a um pedido meu, Kenea não tardou a aparecer. Conversamos rapidamente com ela e logo nossos depoimentos foram tomados. Infelizmente, não me deixaram ficar ao lado de Brunna, somente Kenea pôde acompanhá-la.

Respirei fundo, sentando em uma cadeira enquanto aguardava as duas saírem da sala. Ainda sentindo o meu corpo em alerta, peguei o meu celular e mandei uma mensagem para a Patrícia.

WhatsApp on

Brunna está comigo. Avise a Juliana.

WhatsApp off

Eu jamais contaria nada do que aconteceu para elas assim, por mensagem ou ligação.

Meu celular vibrou na minha mão e, ao ver o nome da Isabelle na tela, toda a raiva voltou a me dominar. Raiva principalmente de mim mesma. Afinal, se eu não tivesse seguido por esse caminho, nada disso teria acontecido. Se eu não tivesse sido uma grande covarde, Brunna ainda estaria comigo, provavelmente em casa, mas com certeza em segurança.

Escolhas.

Eu fiz as minhas guiadas por um medo incomum. Medo de destruir a vida da mulher que amo e, veja bem, olha aonde tudo isso nos trouxe? O meu medo causou tudo isso. A culpa é minha e eu jamais vou me perdoar por tudo o que causei a Brunna. Jamais.

Enquanto eu me perdia nos meus pensamentos, vi as duas saírem da sala. Brunna estava nitidamente abalada, seu rosto pálido e banhado a lágrimas, visivelmente frágil e destruída. Aprecei-me a levantar para recebê-la em meus braços.

– Eu tô aqui com você, prometo — sussurrei abraçando-a com força — vai ficar tudo bem — beijei a sua testa, sentindo o meu coração destruído.

Não obtive nenhuma resposta além de um abraço apertado e mais lágrimas. Desde que tudo aconteceu, Brunna nada disse. É como se ela estivesse em um estado de paralisa. Ela só chora, mas nada diz, não para mim. Essa é outra coisa que está me enlouquecendo.

– Não precisa me acompanhar — avisei a Kenea ao ouvir me chamarem — fique com ela — pedi beijando a mão de Brunna — eu já volto, meu bem — acariciei o seu rosto antes de seguir para a sala da delegada.

– Ludmilla Oliveira Silva? — questionou assim que me sentei na cadeira.

– Sim — afirmei respirando fundo.

– Me chamo Heloísa Sampaio — disse acenando para mim — sou a delegada — afirmou me fazendo assentir — sei que não é algo fácil, mas pode me contar o que exatamente aconteceu? — questionou me fazendo respirar fundo.

Levei alguns minutos para professar aquela pergunta. Não porquê estou pensando em alguma mentira, mas sim porque reviver tudo aquilo não é fácil. Meus pensamentos logo se voltam para Brunna e tenho ainda mais empatia pela sua dor.

– Eu cheguei a festa procurando por Brunna — afirmei — precisava conversar com ela e — respirei fundo — eu precisava conversar com ela — repeti internalizando aquilo — no fim, acabei não encontrando-a no meio de tanta gente, então decidi ir embora — expliquei.

– Pela outra saída, certo? — questionou atenta.

– Isso, tudo estava muito tumultuado e eu estava mais próxima da saída dos fundos — relembrei — ao sair, fui caminhando para o meu carro, até que ouvi alguns gritos de socorro — senti a minha voz embargar — de momento, não identifiquei a voz, mas ao me aproximar, consegui não só identificar como ver aquele desgraçado abusando dela — não consegui conter algumas lágrimas.

– Tudo bem, leve o seu tempo — a delegada pediu enquanto me estendia uma caixinha com lenços.

Respirei fundo, e voltei a falar. Queria acabar com isso logo.

– Ele falava coisas nojentas enquanto ela pedia para ele parar — falei baixo — eu não aguentei e gritei, tirando a atenção dele para que o mesmo não continuasse com aquilo — fui sincera — gritei e corri na direção deles, puxando ele que imediatamente caiu no chão — afirmei

– Foi nesse momento que você atirou? — perguntou.

– Não — neguei imediatamente — assim que ele caiu no chão, tomei a frente de Brunna, protegendo o corpo dela com o meu — relembrei tudo — daí, ele levantou e falou que iria matar nós duas, eu não me contive — fui sincera — quando o mesmo avançou na nossa direção, eu puxei a arma somente para assusta-lo — senti o ódio tomar conta de mim novamente — ele recuou e estava prestes a fugir quando eu atirei para contê-lo, não tinha como eu pedir ajuda, muito menos deixá-lo escapar depois de tudo o que ele fez — fui sincera mesmo.

– Entendo — anotou algumas coisas — vi que a sua arma está legalizada, tudo dentro da norma. Algum motivo para você portar uma arma? Ele já havia tentado algo contra vocês? — questionou.

– Sim, é tudo legalizado — afirmei — e não, não conheço aquele miserável. Tenho a arma por motivos de segurança própria, vivi um relacionamento abusivo e me sentia em perigo o tempo todo, então acabei buscando por essa opção — expliquei, fazendo a mesma assentir.

Ela fez mais algumas perguntas e finalmente me liberou, garantindo que a justiça seria feita. Ao sair da sala, Brunna estava sentada em uma cadeira, olhando para um ponto vazio enquanto Kenea parecia não saber o que fazer.

– Tudo bem lá dentro? — perguntou ao me ver.

– Sim, Kenea — afirmei — já estamos liberadas, obrigada por estar aqui — abracei-a antes de me aproximar de Brunna.

Ela pareceu se assustar com o meu toque no seu ombro, se afastando imediatamente. Aquilo doeu o meu coração porque eu sei que poderia sim ter evitado todas essas coisas.

– Meu bem? — questionei com o coração apertado — quer vir comigo? — perguntei ao ter os seus olhos nos meus.

Brunna nada disse, apenas levantou e aninhou o seu corpo ao meu. Saímos daquela delegacia abraçadas e ao mesmo tempo quebradas. Principalmente ela.

Entramos no meu carro e fomos o caminho inteiro em silêncio. Fiquei na dúvida em levá-la ou não para o meu apartamento, mas acabei optando em irmos para o apartamento dela. Era mais seguro.

– Está com a sua chave? — questionei ao sairmos do elevador.

Mais uma vez, nada saiu da sua boca. Nenhuma palavra. Ela somente me entregou a sua bolsa e eu não tarde a procurar a chave para abrir a porta do apartamento.

Entramos e ela sentou no sofá, voltando a olhar para um ponto vazio. Me contive para não chorar e me ajoelhei na sua frente, segurando as suas mãos na tentativa de ter um pouco da sua atenção.

– Você sabe que nada daquilo é culpa sua, não sabe? — afirmei olhando nos seus olhos — você não fez nada e, aliás, mesmo que tivesse feito alguma coisa, nada justifica o que aquele desgraçado fez e tentou fazer, entende isso? — acariciei a sua mão — não sinta vergonha, não sinta culpa, você é a vítima disso tudo e eu te prometo que ele vai pagar caro por isso — beijei a sua mão, vendo algumas lágrimas deslizarem pelo seu rosto — não carregue uma culpa que não é sua e nem se quer existe — pedi secando as suas lágrimas antes de sentir os seus braços me envolverem.

Ficamos um bom tempo abraçadas e o silêncio não era total somente pelo choro da minha Brunna. Aquilo estava me dilacerando, mas me mantive forte porquê sei que ela precisa de mim.

– Não, não.. não me deixa sozinha — ouvi a voz de Brunna entre soluços e lágrimas.

– Nunca mais — afirmei abraçando-à com mais força ainda — nunca mais mesmo — afirmei beijando a sua testa antes voltar abraçá-la com todo o meu amor.

Eu prometo, Brunna. Sei que falhei nas minhas últimas promessas. Mas prometo que nunca mais vou falhar com você.

Com muito esforço, consegui fazer com que Brunna tomasse um banho e, a pedido dela, me deitei na sua cama com a mesma, tendo o seu corpo colado ao meu. As palavras ainda eram quase nulas, ela nada dizia e eu entendia perfeitamente. Foi tudo muito traumatizante.

– Descansa — pedi ao nota-la sonolenta — estou aqui com você — novamente beijei a sua testa.

Depois de um bom tempo, Brunna finalmente adormeceu, me fazendo respirar fundo. Com cuidado, levantei e segui para o banheiro, afinal, eu também precisava de um banho.

De um banho e de alguns minutos para chorar.

Foi o que eu fiz, entrei debaixo da água quente e me permiti chorar tudo o que eu não chorei na frente da mulher que amo. Ao mesmo tempo que eu queria matar aquele desgraçado, eu não conseguia me isentar de algum tipo de culpa. Eu não conseguia parar de pensar que tudo poderia ter sido diferente se eu não tivesse sido tão covarde.

– A culpa é minha — sussurrei abraçando o meu próprio corpo enquanto chorava culposamente.


POV BRUNNA GONÇALVES

Meu mundo havia desabado de uma vez por todas.

Eu me sentia tão suja, tão imunda. As lembranças daquele infeliz tocando o meu corpo, beijando a minha pele, tudo meu causava tanto desespero, tanta ânsia, tanto nojo.. eu só queria esquecer o inferno que eu vivi ali. E Deus lá sabe o que teria acontecido se não fosse por ela...

Ludmilla..

Me senti tão salva quando escutei a sua voz, fazendo aquele miserável se afastar de mim. Senti tanto alívio por saber que ela iria me proteger, que ele não iria me fazer mais mal algum.. a minha Ludmilla estava ali comigo, tudo teria que ficar bem.


• • • • • • •

Eu não conseguia falar nada e, prestar o depoimento foi um verdadeiro terror. Ainda mais quando não deixaram que Ludmilla me acompanhasse...

– Consegue me contar como tudo aconteceu, Brunna? — a delegada me perguntou.

Fiquei um bom tempo em silêncio e, felizmente, ninguém me apressou ou tentou me pressionar. Eu estava sendo respeitada. A minha dor estava sendo respeitada.

– Eu sai.. — gaguejei, sentindo a minha voz embargada — eu, eu lembro que ele tentou durante a festa se aproximar de mim — relembrei — eu não quis e o xinguei — pensei nas coisas que eu havia dito..

– Você ter xingá-lo não te faz a culpada dessa história, Brunna — a delegada Heloísa deixou claro — não tenha medo de me contar nada. Ele continuará sendo o único culpado — me passou segurança.

Então eu contei, mesmo que com muita dificuldade e muita dor em ter que relembrar aquilo tudo, eu contei.

– Eu já tinha desistido de lutar — admiti me sentindo tão mal — eu não tinha mais forças, minha garganta doía tanto — falei baixo — então, a Ludmilla me apareceu — respirei fundo segurando as minhas mãos — ela me salvou — afirmei pensando na mulher que eu amo.

A delegada fez mais algumas perguntas sutis e finalmente me liberou, não antes de me dar um abraço apertado e novamente afirmar que a culpa não era minha, como também que a justiça seria feita.

Ao sair da sala, vi os olhos de Ludmilla me encontrarem e segundos depois o seu corpo me abraçar. Eu não disse nada, só me aproveitei da paz e do conforto que o seu abraço me oferecia..

Então, ela foi prestar o seu depoimento e eu me perdi nas minhas memórias. Eu só queria esquecer tudo isso, mas não conseguia.. lembrava do pânico, do medo, do desespero, lembrava de tudo, mesmo não querendo..

Sai dos meus pensamentos ao sentir uma mão me tocar e imediatamente senti repulsa ao toque, me afastando. Até ver quem estava ali. Ouvir a voz de Ludmilla me chamando de meu bem, querendo me levar com ela.. eu não neguei, somente abracei-a porquê ela é o meu lugar de paz.

Não prestei atenção no trajeto, nem se quer sei como viemos parar no meu apartamento. Mas, aqui estou eu, chorando novamente nos braços de Ludmilla enquanto sinto tanta dor emocional.. ela não me negou acolhimento, não me negou palavras de conforto e deixou claro que eu não tinha culpa..

No fim das contas, deixei que ela cuidasse inteiramente de mim. Desde me dar banho até me fazer dormir com a certeza de que ela não me deixaria sozinha. Eu não queria ficar sozinha, eu não queria ficar sem ela.

As mãos percorriam o meu corpo, tapavam a minha boca, tentavam que mesmo me impedir de respirar.

Eu queria tanto pedir por ajuda, gritar nem se quer um só socorro. Eu queria tanto que a Ludmilla estivesse aqui. Eu queria que eu o meu amor me protegesse.

– Você vai me pagar — a voz grave e rouca invadiam os meus ouvidos, fazendo o meu estômago embrulhar.

– Não, por favor, não — supliquei desesperada — não, não — gritei, mesmo sentindo que era tudo em vão.

Senti mãos macias e delicadas me tocarem e uma das minhas vozes favoritas invadirem tudo, me fazendo despertar. Eu estada suada e ofegante, mas fiquei aliviada ao perceber que estava no meu quarto na companhia de Ludmilla.

– Está tudo bem, meu amor, calma — ela pediu me abraçando — foi só um maldito pesadelo — falou mantendo o meu corpo colado ao seu — não vou deixar ninguém te fazer mal alguma, não mais. — avisou beijando o meu ombro.

E dentre todas aquelas palavras, o "meu amor" foi uma das que mais me pegaram em cheio. Eu não sabia o que estava de fato acontecendo entre a gente, mas sei que não consigo odiá-la, não consegui durante todo esse tempo e não será agora que isso irá acontecer.

Eu a amo com todo o meu coração.

– Eu ainda sou o seu amor? — perguntei baixo, com a voz embargada.

Só Deus sabe o inferno que eu vivi por tudo o que aconteceu.. aquela carta que ela deixou, a forma como ela me olhava de um jeito tão diferente do que as palavras que saiam da sua boca queriam alegar..

– Você nunca deixou de ser o meu amor, Brunna — ela firmou olhando nos meus olhos — tenho tanta coisa para te explicar, tanta coisa para te pedir perdão — negou com a cabeça — mas eu quero que nesse momento você saiba que eu nunca deixei de te amar — disse com a voz embargada — meu coração sempre foi e sempre será teu, Bru — sussurrou beijando a minha testa.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro