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CAPÍTULO 20.

POV LUDMILLA OLIVEIRA

Fiquei inerte com toda a situação, Brunna ali, a essa hora, parada na porta do meu apartamento, me olhando com uma raiva pior do que a do primeiro dia de aula, enquanto me xingava de cretina.

– Brunna, acho melhor você se acalmar — foi a única coisa que eu consegui dizer enquanto processava toda a situação.

– Você quer que eu me acalme? — ela questionou — como você quer que eu me acalma depois de tudo o que você fez, Ludmilla? — perguntou nitidamente magoada.

Respirei fundo, sentindo um aperto no peito e apenas peguei no seu pulso, trazendo-a para dentro do meu apartamento e fechando a porta.

Só aquele toque no seu pulso já havia feito o meu corpo vibrar. É ridícula a maneira como o meu corpo reage ao dela mesmo com tão pouco.

– Eu não sei aonde você quer chegar, Brunna— neguei com a cabeça — eu não fiz nada para.. — minha fala foi cortada por ela.

Acho que essa frase vai para a lista dos meus maiores arrependimentos. Foi um erro falar que eu não fiz nada, mesmo tendo consciência de que eu estava sim tentando ignora-la mesmo depois da nossa intensa aproximação.

– Você não fez nada? — ouvi uma risada irônica sair da sua boca — você só pode estar brincando com a minha cara, Ludmilla — ela começou a andar pelo meu apartamento — como você consegue agir assim? — questionou olhando nos meus olhos.

Era nítido que o seu olhar estava repleto de raiva, mas pior que a raiva, era a mágoa que eu vi no seu olhar, uma espécie de mágoa misturada com decepção.

Eu não sabia que podia te atingir tanto assim, Brunna... não era a minha intenção..

– Eu estou fazendo o que é melhor para nós duas, Brunna... — falei sentindo o peso daquela frase doer em mim também.

– O melhor para nós duas? — senti sua voz falhar — então porquê infernos você deixou as coisas acontecerem, Ludmilla? — ela questionou algo que era uma dúvida para mim também — me diz, qual era a droga da sua intenção com tudo isso? — perguntou me olhando friamente.

O pior é que nem eu tinha aquela resposta. Eu sabia que não queria cometer os mesmos erros, mas mesmo assim, me envolvi com ela. Mesmo sabendo de tudo, eu permiti que nos aproximássemos e deixássemos de ser apenas professora e aluna.

Eu permiti.

– Eu não sei, droga — exclamei tentando respirar fundo — eu tinha certeza do que eu não queria, Brunna — afirmei — mas daí você chegou e... — neguei com a cabeça comprimindo meus lábios

– Me poupe, Ludmilla — ouvi a sua voz magoada — tudo é uma questão de escolha — afirmou me olhando — eu escolhi entrar nisso com você porquê, em algum momento, você pareceu ser alguém diferente, especial — falou baixo, fazendo meu coração se apertar ainda mais — mas no fim das contas, eu só me enganei — deu de ombros — porquê você não teve a porra da coragem nem de ser honesta comigo — me acusou — era o mínimo que você poderia ter me dado Ludmilla, a sua honestidade — exclamou

– Brunna.. — tentei falar, mas ela não permitiu.

– Não — negou na hora — você acha o quê, que eu não tenho medo ou algo do tipo? — perguntou — eu nunca havia ficado com uma mulher, muito menos com uma professora que parecia me odiar — refletiu — mas daí você se mostrou ser diferente do que eu julguei, e eu pensei, porquê não? — deu de ombros — e parecia ter sido uma boa decisão, até você começar a agir assim — me acusou — você não tinha a obrigação de querer algo sério ou sei lá que droga — exclamou — mas o que custava ser sincera? — mais uma vez perguntou — começar a me ignorar e a me tratar como se eu fosse um nada? — negou com a cabeça — como se não tivesse acontecido droga nenhuma, Ludmilla — falou voltando a caminhar pela minha sala.

Eu realmente não tinha pensado, eu só achei que me afastar fosse a melhor opção. Claro que o reaparecimento da Veronica me fez agir impulsivamente, mas eu não pensei que iria afetá-la tanto assim.

Eu pensei que só seria difícil para mim.

– Você não entende — suspirei sentando no sofá enquanto passava as minhas mãos pelo meu rosto.

Ficamos um tempo em silêncio, eu sentada no sofá e ela parada, em pé, apenas me encarando.

– O que eu não entendendo, Ludmilla? — ela finalmente questionou — me explica então — pediu com a voz baixa.

Juro que pensei em contar tudo a ela, mas do que adiantaria? Eu não deveria ter deixado as coisas começarem entre nós duas, não quando a minha vida ainda está uma verdadeira bagunça. Eu fui fraca e irresponsável.

Ela é só uma jovem que está começando a vida agora, vivendo o seu sonho em um curso desgastante, descobrindo as coisas da vida, com tanto para viver.. ela não merece que a minha bagunça a tire do eixo..

Eu não posso fazer isso com você, Brunna. Eu jamais me perdoaria.

– Isso tudo foi um erro — falei sem conseguir encarar os seus olhos — é melhor pararmos por aqui — disse com a voz nitidamente embargada.

O silêncio se fez presente na sala. A porra de um silêncio ensurdecedor.

Me mantive com a cabeça baixa, sem a mínima coragem de encarar os seus olhos. Brunna não estava errada quando me chamou de covarde, eu realmente sou fraca e covarde.

Covarde ao ponto de preferir conter tudo o que venho sentindo.

– Você está certa, Ludmilla — sua voz quebrou aquele clima terrível — isso tudo foi sim um grande erro — olhei para ela e pude ver os seus olhos avermelhados — eu nem sei o que vim fazer aqui — ela negou com a cabeça, antes de pegar a sua bolsa e sair do meu apartamento.

E eu? Eu apenas tive forças para me encolher no meu sofá, ainda inerte perante a toda essa situação. Juro que se eu pudesse desejar algo, seria tê-la conhecido antes do meu maior trauma, lá atrás, eu com certeza seria uma boa pessoa para ela, seria a pessoa que ela merece ter.


POV BRUNNA GONÇALVES

Eu tentei, juro que dentro das minhas possibilidades, eu tentei. Tentei entender, tentei ao menos conversar, porque eu também não estou aguentando a droga da confusão que está na minha mente.

Mas ela nada disse, nada fez, nada explicou.

Somente repetiu que éramos um erro.

E talvez ela realmente esteja certa sobre isso.

Eu sei que posso ter excedido, sei que posso ter sido invasiva, mas não estava sendo algo fácil de lidar, eu nunca senti nada parecido com o que venho sentindo, e tudo isso me levou a agir de um modo impulsivo.

Ao menos eu tentei, certo? A minha parte eu fiz, não sei se da maneira certa, mas fiz..

Foi difícil de conter o choro ao ouvi-la falar aquelas coisas, porém o erro foi meu, eu não deveria ter vindo até aqui, até porque ela não me deve satisfação nenhuma. Meu erro foi não ignora-lá da mesma forma que ela estava fazendo comigo.

Ainda no elevador, permiti que algumas lágrimas rolassem pelo meu rosto. Meu corpo estava trêmulo e minha garganta seca.

– Esquece tudo isso, Brunna — sussurrei enquanto me encarava no espelho do elevador.

Ao sair do mesmo, não tive coragem nem de cumprimentar o porteiro, apenas sai do prédio e antes que eu pudesse pensar em chamar um táxi, vi a Juliana encostada no nosso carro.

– Ei, o que houve? — ela questionou enquanto caminhava rapidamente em minha direção.

– Eu não deveria ter vindo — admiti com um nó na garganta, abraçando-a logo em seguida.

– Calma, Chancho — pediu enquanto me abraçava — vamos para casa — falou respirando fundo.

.....

– Eu não sei o que me deu, entende? — desabafei enquanto dividia uma xícara de chá com a juliana.

– Preciso afirmar que foi ciúmes? — ela questionou me olhando.

É, talvez a Juliana esteja realmente certa. Eu realmente senti ciúmes, de um modo injustificado, daquela mulher. Ciúmes tolo e idiota que me fez agir como uma carente impulsiva.

– Eu não queria ser tão intensa assim — suspirei com os olhos embargados — eu sei que só foram alguns beijos — dei de ombros — mas ouvi da boca dela que tudo foi um erro machucou — admiti com a voz embargada.

– Não se culpe por sentir o que sente, meu amor — Juliana apertou a minha mão, me passando segurança.

– Eu só queria um pouco de sinceridade da parte dela — falei baixo — sinto que existe algo a mais no meio de tudo isso, mas ela prefere fugir — neguei com a cabeça — como ela pode ser tão foda para algumas coisas e, aparentemente tão covarde para outras? — questionei pensativa

– Não tenho essa resposta — ouvi Juliana suspirar — o melhor que você tem a fazer agora é seguir a sua vida — me alertou — o que é para ser tem muita força, Brunna — me olhou seriamente.

– O que você quer dizer com isso? — perguntei suspirando.

– Acredito que você vai descobrir — sorriu fraco ao olhar para mim.

Juliana tinha essa mania de falar coisas misteriosas em momentos não tão tranquilos. Mas preferi não dar muita atenção, eu estava cheia, cansada, exausta.

Tantas coisas merecendo a minha atenção e o meu tempo, e eu me preocupando com uma professora que no fim das contas só queria curtir antes de voltar a pisar em mim.

Como eu fui idiota.

Fiquei conversando com a Juliana, mas logo resolvemos ir dormir, afinal, o dia de amanhã seria, como sempre, puxado.

Quero dizer, eu tentei dormir, mas a droga daqueles olhos castanhos não me ajudaram nesse quesito.

Que droga de feitiço era esse, Ludmilla? E porquê eu achei que era digna, ou algo do tipo, de ter algo logo com você?

– Isso acaba aqui, Brunna — falei abraçada ao meu travesseiro — chega — afirmei pensativa.

POV LUDMILLA OLIVEIRA

Amanheci o dia no meu sofá. Praticamente na mesma posição.

Minha mente não me deu descanso um segundo sequer. E, contrariando tudo o que eu tento ser, eu chorei.

Chorei porquê eu sabia que havia machucado uma pessoa que não merecia isso. Brunna não merecia nada disso. Desde a primeira vez que eu olhei para aqueles olhos castanhos, vi algo diferente, vi algo especial.

No início, tentei pensar que era só um sentimento de identificação, sabe? Ela se parecia tanto com a Ludmilla de anos atrás. Mas aos poucos, dia após dia, eu pude notar que não era só isso.

Tinha mais, muito mais.

Mas do que adianta? Olha como eu agi, olha o que eu fiz... como eu pude fazer isso?

– Meu Deus — suspirei ao ver que se eu não levantasse, iria me atrasar.

Não vou negar que por um minuto, pensei em cancelar todos os meus compromissos do dia. Todavia, ao lembrar que hoje teria aula com a turma dela, resolvi de fato ir.

Tomei um banho para despertar, e dessa vez, precisei caprichar mais na maquiagem. Me vesti sem muito ânimo e me forcei apenas a tomar um café preto, mesmo me sentindo bem enjoada.

Ignorei as ligações da Patrícia e algumas mensagens da minha família e apenas segui para a Universidade.

Cheguei no horário certo, então não perdi tempo e fui para a minha primeira aula.

Era a turma dela.

Respirei fundo e ao entrar na sala, vasculhei toda a sala com os olhos e não a encontrei.
A cadeira a frente da sua amiga estava vazia.

Senti um nó se formar na minha garganta, mas tive que ignora-lo e comecei a dar a minha aula. Mesmo que a minha mente não estivesse ali.

Semanas depois

Desde o ocorrido, Brunna tem evitado ao máximo não só a mim, mas também a estar presente na minha sala de aula.

O maior tempo que ela fica dentro do mesmo ambiente em que eu estou, é quando há apresentação de seminários ou realização de provas.

Diferente de antes, raramente ela abre a boca para participar das aulas, e sempre que há uma oportunidade, ela sai e fica na biblioteca.

Suas notas, na minha matéria, continuam altas e boas.

É o seu silêncio e a sua indiferença que estão me enlouquecendo. Ela não fala mais comigo, não me dirige um olhar se quer, nem mesmo quando a parabenizo por alguma nota ou algo do tipo, ela só ignora e ponto.

Nunca pensei que a indiferença de um aluno fosse me atormentar tanto. Não ao ponto de, muitas vezes, me tirar o sono.

– Acionar a Kenea foi uma ótima ideia — Patrícia admitiu enquanto conversarmos na sala dos professores — ao menos aquela doida sumiu novamente — concluiu me fazendo concordar.

– Sim, eu sabia que seria uma solução boa — afirmei pensativa.

– Deveria ir atrás dela, já que não consegue parar de pensar na mesma — ouvi a voz de Patrícia me tirar dos meus pensamentos.

– Está tudo bem, é melhor assim — respondi baixo — só estou pensando no congresso desse final de semana — suspirei.

Todo ano, a nossa Universidade participa de um congresso geral de medicina, para que não só nós docentes nos atualizarmos, como também para integrar ainda mais os nossos alunos nesse mundo.

Esse ano será em Londres, e, pela quinta vez consecutiva, eu estarei ministrando uma palestra sobre os avanços, em cardiologia, na medicina.

Não sei se Brunna irá ou não, e apesar da minha imensa vontade de verificar isso na administração da Universidade, me contive.

Não quero causar problemas nem para mim, nem para ela.

– Se você ainda está se questionando se ela vai ou não, ela irá sim — Patty falou baixo, ganhando toda a minha atenção.

– Como você sabe disso? — questionei imediatamente — pedir isso para a administração é sem sentido Patrícia, não... — fui interrompida por ela.

– Diferente de você, eu não sou uma tapada carrasca que não consegue ao menos introduzir esse assunto na sala de aula — revirou os olhos.

– Óbvio que conversei com os meus alunos sobre o congresso, idiota — respondi baixo — mas ela não estava na porcaria da aula, para variar — falei somente para a Patrícia ouvir, mesmo que só estivéssemos nós duas naquele ambiente.

– Oh, verdade, a coitada agora foge de você igual o diabo da cruz — falou me fazendo revirar os olhos — enfim, ela foi uma das que levantaram a mão para afirmar que estará presente nesse final de semana — deu de ombros.

– Entendi — suspirei ainda pensativa.

Retornei para as minhas aulas e assim a manhã na Universidade foi passando.

Por volta das 11h, quando eu já estava indo para casa, antes de alcançar o estacionamento, vi Brunna e o outro aluno que, ironicamente, eu não lembrava o nome agora. Tentei ignora-los mas, ao notar que ele estava sendo insistente, me aproximei.

– Algum problema aqui? — questionei ao ouvi-la dizer "já disse que não".

– Não, Sra. Oliveira — ele respondeu imediatamente com os olhos arregalados — já estava de saída — informou se retirando de perto de nós.

Respirei fundo, encarando a direção para qual ele seguiu, e retornei o meu olhar para a Brunna, que agora já estava sentada no banco enquanto focava a sua atenção no livro.

– Ele fez algo a você? — questionei encarando-a.

– Não — ela respondeu sem se dar ao trabalho de me olhar.

– Se ele estiver lhe incomodando, me avise que.. — minha fala foi interrompida por ela.

– Nesse momento, a única pessoa que está me incomodando aqui é você — sua voz saiu firme e grosseira, me fazendo engolir em seco.

Pensei em rebater ou falar alguma coisa, mas nitidamente ela ainda nutre muita raiva por mim. Então, apenas respirei fundo e deixei-a sozinha, seguindo o meu caminho para o estacionamento, dessa vez, com um aperto ainda maior no peito.

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