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CAPÍTULO 05.

POV BRUNNA GONÇALVES

Acordei com uma imensa vontade de fazer do dia de hoje perfeito.

Sem caos, confusão, choro e afins. Eu precisava voltar para o trilho da minha vida, ou seja, eu precisava não deixar que a megera da professora de cardio me afetasse.

Mas, ironicamente, na primeira oportunidade o destino, ou seja lá o quê, me fez trombar logo com ela.

Ódio.

Foi o que eu senti ao ver aqueles olhos castanhos me fitarem com uma certa intensidade.

Como ela podia me olhar tão profundamente depois de ter agido como uma verdadeira cretina comigo?

E ainda por cima tentou me cumprimentar, por Deus. Sai de lá o mais rápido que pude, porquê se fosse para eu abrir a boca, seria somente para mandá-la para o inferno.

– O que houve? – Júlia questionou ao me ver sentar ao seu lado totalmente agitada

– Não foi nada, Ju – preferi omitir – vamos realinhar o projeto – sugeri precisando urgentemente ocupar a minha mente.

Tentei esquecer o que aconteceu e foquei somente no meu projeto com a Júlia. Como já disse, não posso prejudicar o meu desempenho na Universidade por causa daquela maluca.

                               .....

Não vou negar que fiquei feliz ao informarem, após o almoço, que as aulas da tarde foram suspensas devido a um apagão seguido de um problema no gerador da Universidade.

Era estranho? Muito!

Mas eu é que não iria reclamar. Estava precisando mesmo de um tempo para respirar.

– Eu tenho certeza que isso tem a ver com a batida do Joshep no poste essa madrugada – Juliana comentou enquanto eu dirigia de volta para casa

– Faz sentido – dei de ombros – a cachaça antes de matar, ela humilha – acabei rindo

– Bingo – Juliana gargalhou – e por falar em cachaça, sexta a noite vamos ao Pub, ok? – avisou

– Não sei, Cheechee – suspirei – tenho muita coisa para estudar – neguei com a cabeça

– Aproveita essa tarde livre então, Chancho – pediu – precisamos nos distrair também, vai – me cutucou – a quanto tempo você não dá uns beijos por aí, bunduda? – ela questionou me olhando.

Não sei porquê, mas assim que a Juliana falou sobre beijar, eu lembrei imediatamente do que havia acontecido hoje mais cedo, com a Sra. Oliveira. Não me pergunte o que uma coisa tem a ver com a outra, mas a mente do ser humano costuma ser exatamente assim: traiçoeira.

– 7 meses ? – fiz uma cara de dúvida – mudando de assunto – parei na sinaleira – adivinha com quem trombei hoje? – olhei para ela

– Com o insuportável do Caio? – questionou fazendo cara de nojo.

Acabei rindo da careta da Juliana. Ela não suporta o Caio, eu particularmente não tenho nada contra ele, só o acho chato e as vezes inconveniente demais, principalmente quando fica insistindo para saírmos juntos, mesmo eu já tendo lhe dado uns dez mil foras.

E sim, ele é da mesma turma que eu. Porém, ainda não retornou para as aulas desse semestre, ouvi dizer que o mesmo estava no Alasca com a sua família milionária, diga-se de passagem.

– Não, Juliana – neguei com a cabeça – a insuportável da Sra. Oliveira – disse revirando os olhos

– Agora a história ficou mais interessante – ela disse me olhando – como assim vocês se trombaram do nada? – questionou curiosa.

Contei a Juliana o que havia acontecido, principalmente a forma como fiz questão de olhá-la, sem disfarçar a total falta de apreço que eu tenho pela mesma.

– Essa mulher merece um troféu – Juliana disse enquanto entrávamos no elevador

– Por infernizar a minha vida? – questionei ironicamente

– Não necessariamente – ela deu risada – mas eu nunca vi alguém te tirar tanto do sério como ela está fazendo – foi sincera – acho que está chegando em um nível que até a respiração dela te incomoda – mais uma vez ela deu risada

– Bingo! – exclamei – talvez, na próxima aula, eu peça realmente para que ela pare de respirar – fui irônica e acabei rindo

– Ridícula – Juliana riu enquanto entrávamos no nosso apartamento.

Fiquei cerca de 1 hora jogando conversa fora com a Juliana e depois de fazer uma chamada de vídeo com os meus pais, tomei um banho e finalmente sentei para estudar.

É cansativo, mas não posso negar que amo essa vida.

    
POV LUDMILLA OLIVEIRA

Eu ainda estava um pouco surpresa com o nível de "audácia" da Srta. Gonçalves.

Talvez tenha sido o fato de que ninguém, repito ninguém, havia feito o que ela fez; me deixado falando sozinha.

Foi impossível não rir com a situação, um riso nervoso, é claro. Eu gosto de impor medo e respeito, e a atitude dela é claramente de alguém que não só não sente medo, como pelo visto não tem respeito por mim.

– Você acabou com o trabalho da menina, quer mesmo que ela te receba com flores? – Patrícia comentou, após finalizarmos um atendimento de emergência juntas

– Óbvio que não quero ser recebida com flores, Patty – revirei os olhos – só fiquei surpresa com a audácia dela – afirmei dando de ombros

– Esse lance de impor medo não vai funcionar com todo mundo – advertiu – e pelo visto, muito menos com a Srta. Gonçalves – me olhou – não é porquê, lá atrás, surtiu efeito com você, que a história se repetirá – disse me olhando

– Eu sei o que estou fazendo – revirei os olhos para a descrença dela – vai ser um pouco mais difícil do que pensei, mas sei que surtirá sim o efeito que desejo – sorri para a mesma

– Você é terrível – ela deu risada

– Fico lisonjeada – pisquei para ela antes de entrar no quarto de mais um paciente.

                                .....

O plantão hoje foi um pouco mais agitado, mas não tenho do que reclamar, eu amo essa agitação. Amo me sentir útil, amo ser útil.

Ao finalizar o meu dia no hospital, acabei aceitando a intimação da Patrícia para jantarmos juntas, já que fazia algumas semanas que não fazíamos isso.

De lá do hospital, seguimos para um dos nossos restaurantes prediletos.

Por sorte, conseguimos uma mesa mesmo sem reserva. Sentamos, fizemos os nossos pedidos e enquanto esperávamos, desfrutamos de um bom vinho.

– Você vai me odiar por tocar nesse assunto – vi Patrícia bebericar o seu vinho – mas encontrei uma pessoa – ela me olhou

– Oh – arqueei a sobrancelha, fingindo surpresa – e por quê eu te odiaria por me falar que encontrou a Isabelle? – questionei bebendo mais do meu vinho

– Aí Ludmilla, como você é insuportável – ela deu risada ao mesmo tempo que revirou os olhos – ela perguntou por você – me olhou, só que dessa vez mais séria

– Você não disse nada sobre a minha vida para ela, não é? – questionei dando mais seriedade ao assunto

– Óbvio que não – Patty respondeu imediatamente mas não deu continuidade a sua fala, já que o garçom chegou com os nossos pedidos.

Isabelle Iglesias.

A mulher que eu jurava ser o grande amor da minha vida.

Eu evito ao máximo tocar nesse assunto, mas quando ocorre, dou o meu melhor para ser indiferente.

Ela fez a escolha dela, então ninguém pode me julgar por fazer a minha também.

– Ela só perguntou como você estava, se ainda mora aqui – ouvi a voz de Patty dar continuidade ao assunto

– Entendo – sorri após provar do meu pedido – sempre tão simpática, não é?! – olhei para Patty

– Sempre – Patty respondeu com a mesma ironia que eu – ela nunca mais te procurou mesmo? – questionou enquanto comia

– Não – respondi – seria muita cara de pau dela tentar algum contato comigo – afirmei negando com a cabeça

– Isso ela já nos provou que tem de sobra – disse me olhando

– Bom, realmente – concordei – acho que agora é o momento em que você começa a falar sobre qualquer coisa idiota – sugeri, bebendo mais do vinho

– Não é algo idiota, mas minha última transa foi... – cortei a mesma imediatamente

– Por Deus, Patrícia – revirei os olhos, prendendo o riso – me poupe disso – bufei voltando a comer

Sair com a Patrícia é sempre sinal de muitas risadas e boas horas de conversa. Não é à toa que ela é a minha melhor amiga, nossa conexão é surreal de tão boa.

Ao chegar em casa, só tive tempo de me jogar no sofá para o Lyon se aproximasse, resmungando possivelmente sobre a minha demora.

– Ok, Lyon, da próxima vez eu ligo e aviso – ri enquanto pegava ele no colo – você está tão cheiroso – beijei-o – meu pequeno lindo – sorri para ele, e antes que pudesse aperta-lo em meus braços, ele pulou fora, me fazendo gargalhar.

Troquei a água dele e coloquei mais ração em seu pote, em seguida, fui para o meu quarto. Precisava de um bom banho antes de apagar de vez. E foi o que aconteceu, tomei banho e logo em seguida adormeci.

                              ......

Às 05 da manhã, eu já estava de pé, caminhando diretamente para a minha academia particular.

Não tem jeito, um bom dia só começa com um bom treino.

Após cuidar do meu corpo e, consequentemente, da minha saúde mental. Me alimentei e segui direto para o banho, me arrumando para um dia repleto de aulas na Universidade.

Calça pantalona marrom, blusa de manga comprida branca, salto alto e o cabelo solto. Seguido de acessórios de ouro e uma maquiagem para o dia a dia.

Me olhei no espelho e sorri satisfeita com o resultado.

– Lyon, hoje não volto para o almoço, ok? – avisei, mesmo sendo totalmente ignorada – dona Silvana me intimou – olhei para ele – olha, se der, passo para te pegar e te levo junto – pensei melhor na ideia – mas não crie muitas expectativas – dei risada da minha própria fala.

Eu juro que não sou louca, mas conversar com o Lyon faz parte sim da minha rotina. É o bebê da mamãe sim!

Ao sair no estacionamento, senti de fato o quanto o dia estava frio. Entrei no meu carro e parti rumo à Universidade.

Ministrei a minha primeira aula, e depois segui para a próxima. Ao entrar na sala, imediatamente o silêncio se fez presente e todos os olhos se fixaram em mim. A menos por um par de olhos castanhos, que preferiu manter seus olhos presos em seu caderno.

Como uma verdadeira criança mimada.

Prendi o riso ao pensar nisso e comecei a minha aula.

                             ....

Estávamos discutindo alguns casos clínicos e após eu apresentar um quadro de síncope, comecei a sugerir e a fazer perguntas.

– Quem poderia me dizer qual desses fatores – apontei para o slaid – indica hospitalização e avaliação extensa diante do quadro de síncope? – questionei encostando o meu corpo na minha bancada, encarando todos eles.

– Hipertensão arterial? – ouvi uma voz ao fundo, bem incerta

– Vamos lá – neguei com a cabeça – Pessoal, temos uma série de fatores que são importantes para serem avaliados na ocorrência de síncope – falei voltando a caminhar – Primeiramente, devemos estabelecer se ela tem ou não origem cardíaca – expliquei – Sendo de origem cardíaca, alguns elementos da história e do exame físico devem ser avaliados, em especial os denominados red flags – olhei para os rostos nervosos.

Nada me irrita mais que uma turma em completo silêncio. Jesus!

– Alguém pode citar esses red flags? – questionei, cruzando os braços e olhando para eles

– Presença de palpitação, história familiar de morte súbita, e uhm – ouvi um suspiro – síncope associada ao exercício – um aluno, sentado na primeira carteira concluiu

– Correto, mas existem muito mais – suspirei – vamos lá, gente – olhei para eles  – vocês são estudantes de medicina, não é possível que não consigam citar mais do que três red flags – falei já impaciente

Novamente, o silêncio se fez presente na sala e os olhos dos alunos estavam cada vez mais arregalados.

Não é possível isso.

Já estava prestes a dar mais um sermão, quando ouvi uma voz quebrar aquele silêncio insuportável.

E lá estavam aqueles olhos castanhos, dessa vez, me encarando com firmeza enquanto as palavras saiam da sua boca.

– Os principais red flags são a presença de palpitação, síncope associada ao exercício, presença em posição supina – citou sem tirar os olhos de mim – história familiar de morte súbita, história de miocardiopatia, como por exemplo, a cardiopatia chagásica, valvopatia, como a estenose aórtica – disse sem fraquejar – presença de IC, hipotensão,
bradicardia e alterações prévias ou novas no ECG, como bloqueios fasciculares, achados isquêmicos, ritmos não-sinusais ou alteração de QT – ela falou sem pestanejar - Dispneia ou dor torácica, síncope padrão e anemia com Hb menos que 9. – terminou, mantendo seus olhos fixos em mim.

Excelente, Brunna. Excelente.

Pensei ao notar não só a precisão com que ela citou todos os principais red flags, mas a maneira como ela foi firme e certeira, sem pestanejar. Com a segurança que todo aluno e todo futuro grande médico precisa ter.

– Exato – obviamente, não lhe direcionei nenhum elogio – bom, nesse caso, a palpitação é o fator causador do problema – voltei a caminhar pela sala – sabemos que a síncope é uma perda súbita e transitória da consciência, que pode ser dividida em três grupos – voltei para o meu lugar e olhei para todos eles – alguém sabe informar quais são? – arqueei a sobrancelha enquanto olhava para eles.

Mais uma vez, o silêncio se fez presente entre eles. Não é possível que esse pessoal não esteja estudando, umas perguntas simples dessas e eles não conseguem responder? Pelo amor de Deus.

– Vocês são futuros médicos, pre... – tive a minha fala interrompida novamente por aquela voz.

Quanto atrevimento da sua parte, Srta. Gonçalves.

Pensei ao olhá-la, mas me contive para prestar atenção no que ela dizia.

– Os três grupos são definidos como síncope reflexa ou vasovagal, hipotensão ortostática, sendo ambas essas neuromediadas e as de origem cardiogênica. – falou, mais uma vez com total precisão.

– Quem poderia defini-los ? – sugeri, me contendo mais uma vez de elogiar o seu desempenho.

E antes que qualquer outra pessoa pudesse falar, mais uma vez a voz dela tomou conta da sala de aula.

– A síncope reflexa é aquela que resulta da perda esporádica dos reflexos autonômicos que fazem os vasos contraírem, represando mais sangue nos vasos, com diminuição da circulação de sangue no cérebro, levando à perda de consciência, sendo sempre precedida por pródromos como lipotimia, flush facial, vertigem e relacionada a episódios de exposição ao calor, aglomeração ou fadiga excessiva – explicou perfeitamente, me fazendo encara-lá com ainda mais vontade

– Já na hipotensão ortostática, esses reflexos autonómicos estão prejudicados cronicamente – explicou mais uma vez – e por último, a síncope de origem cardiogênica é a mais preocupante, pois pode estar relacionada a algum fator que predisponha a morte súbita – respondeu, mantendo mais uma vez os seus olhos fixos em mim.

– Exato – respirei fundo, e antes que eu pudesse desviar o meu olhar do seu, a mesma me lançou um meio sorriso totalmente irônico.

Por alguns segundos, fiquei estática ao perceber a ironia que aquele meio sorriso carregava. Era como se me desafiasse, me provocasse, ou melhor, era como se ela tivesse a certeza de que tinha não só me impressionado, mas de alguma forma, me afetado.

Repito; uma criança atrevida, é isso que ela é.

Incrivelmente atrevida e inteligente.

Respirei fundo, não deixando que a minha postura se perdesse, e voltei a dar a minha aula.

Ponto para você, Srta. Gonçalves!

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