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Who Cares?


Luna Lovegood não era uma das pessoas mais bem vistas em Hogwarts. Todos pareciam cochichar sobre ela nos corredores por seu jeito excêntrico de ser. A chamavam de "esquisita" e ela foi batizada com um apelido particularmente cruel: Lunática. Sim, Luna tinha crenças incomuns, muitas vezes falando sobre criaturas fantásticas e conspirações que a maioria das pessoas considerava absurdas, simplesmente por não conseguirem entender a essência excêntrica da garota. Seus colegas frequentemente zombam de suas ideias e comportamento, e ela sofria bullying, sendo alvo de piadas e provocações. Às vezes até roubavam seus pertences e os escondiam pelos cantos de Hogwarts, a fazendo gastar horas procurando pelo que a pertencia.

Atria achava aquilo ridículo.

Sim, talvez, caso tivessem se conhecido apenas em Hogwarts, Atria passaria reto por Luna, se recusando a trocar meio palavra com alguém assim tão alternativa. Talvez até mesmo fizesse um pequeno inferno na vida da Lovegood, mas a verdade é que Atria conhecia Luna há anos demais para já ter se acostumado com cada uma de suas esquisitices, cada uma das suas peculiaridades e, mais que isso, tempo o suficiente para gostar de cada nuance que a garota possuía. Por isso a Sonserina ficava particularmente irritada quando via alguém perturbando Luna. Era verdade que corriam fofocas de que Atria era a guarda costas pessoal de Luna, e o bullying parecia diminuir quando a sonserina estava na companhia da corvina. Todos tinham um medo absurdo da Rainha das Cobras, sequer ousando ficar no radar de Atria por tempo demais, com medo de que fossem ser detectados e, caso isso acontecesse, suas vidas se tornassem difíceis demais de suportar.

Atria não era uma pessoa boa e nem fácil de lidar e ela tinha plena consciência disso. Ainda assim, ela tinha senso e era coerente (bem, na maior parte do tempo). Claro que ela não pegaria no pé de pessoas como Luna Lovegood ou Juno Morrone. Mas definitivamente era divertido infernizar Neville Longbottom já que ele basicamente pedia por isso sendo um grandíssimo fracassado e mais que isso, sendo um irritante grifinório. Atria particularmente amava fazer a vida de Neville um pouco mais miserável, e se tornava mil vezes mais divertido quando também fazia o mesmo com o trio infernal da Grifinória: Harry Potter, Ron Weasley e Hermione Granger. Ah, Atria definitivamente não gostava deles, e nada tinha haver com o fato de Draco ter inimizade comcos três. Atria tinha seus próprios motivos.

Mas, naquele momento, ela não estava pensando nisso. Estava focada demais em olhar torto para um aluno da Corvinal que tinha acabado de cometer o erro de chamar Luna de esquisita na presença de Atria. Ele certamente percebeu o olhar gélido da sonserina, a varinha fixa na mão de Atria. Perigoso; bem perigoso, ainda mais quando Atria tinha um incrível dom em azarar pessoas e fazendo isso durar dias. O garoto deve ter se lembrado disso, pois engoliu em seco e se afastou o mais rápido que suas pernas curtas permitiam. Não mais rápido que o feitiço de Atria, claro.

Atria deu um sorriso irônico ao ver o garoto da Corvinal tropeçar em seus próprios pés ao tentar fugir, claramente sob efeito da azaração que ela acabara de lançar. Ela guardou a varinha em um movimento elegante, o olhar ainda duro, mas já se suavizando quando percebeu Luna se aproximando.

-Você realmente não precisava fazer isso, sabe? - disse Luna com sua voz calma, mas distante. Ela olhava para Atria com aqueles grandes olhos sonhadores, segurando sua mochila de lado, como se tivesse acabado de sair de uma conversa com os Narguilés. -Ele não me incomoda tanto. - Atria soltou um suspiro exagerado, cruzando os braços e levantando uma sobrancelha.

-Por favor, Lovegood, você não precisa tolerar esses idiotas. Se você não se defende, alguém tem que fazer isso. - Atria resmungou e Luna deu um sorriso leve, sem parecer ofendida pela repreensão sutil de Atria.

-Eu não me importo com o que eles pensam. Na verdade, é até interessante ver como as pessoas se comportam quando não entendem o que você faz ou acredita.

-Bom pra você, mas eu não tenho essa paciência. - Atria respondeu, revirando os olhos. -Eu preferiria lançar uma azaração do que ouvir esse tipo de besteira por mais um segundo.

Luna apenas sorriu, seus olhos vagando pelo corredor vazio por um momento, como se estivesse pensando em algo distante, mas então voltou sua atenção para Atria, com um brilho de compreensão em seus olhos.

-Você sempre foi assim, Atria, sempre protegendo as pessoas que você gosta, mesmo que nunca diga isso.

Atria franziu a testa, desconcertada. Ela odiava como Luna conseguia ler seus pensamentos de uma forma tão simplista, quase como se estivesse se referindo a algo óbvio e corriqueiro. E odiava mais ainda que Luna pensasse que ela se importava. Atria era cruel e mesquinha, um coração gelado. Não havia escopo para sentimentos positivos e nem bondade, e a incomodava o fato de Luna ver isso dentro dela. Atria carregava o título de Rainha das Cobras por um motivo, e definitivamente não era só por ser uma bruxa excepcional, inteligente e poderosa. Ela era ruim em todos os sentidos da palavra, e não se importava nem um pouco com isso.

-Não fica inventando, Lovegood. Eu só gosto de azarar imbecis. Não tem absolutamente nada haver com você.

-Claro. - disse Luna, ainda sorrindo de forma misteriosa. -Mas obrigada, de qualquer forma. Você é uma boa amiga, mesmo que não ache que seja.

-Quem disse que somos amigas? - Atria bufou, sentindo o calor subir para seu rosto, irritada com a sinceridade desarmante de Luna. Ela não esperou Luna dizer que todos aqueles nove anos de convivência deveriam significar algo antes de prosseguir: -Vamos logo, antes que eu tenha que azarar mais alguém.

Luna deu um saltinho leve ao lado dela, como se o mundo ao seu redor estivesse em perfeito equilíbrio, ignorando completamente o caos que Atria deixava em seu rastro.

-Acho que os Diabretes de Cornualha podem gostar de você. - ela comentou, mudando de assunto abruptamente enquanto se inclinava na direção de Atria. -Eles também têm essa energia imprevisível.

Atria revirou os olhos, pensando que definitivamente eles tinham gostado mesmo dela quando Lockhart os soltou na sala no segundo ano, mas não disse nada, voltando a rabiscar algo em seu caderno, ignorando Luna bem ao seu lado, o pescoço esticado para fitar o que Atria estava fazendo. Ela viu Luna franzir o cenho, confusa.

-Por que está tão interessada em Sirius Black? - Luna comentou, indicando o desenho que Atria tinha feito sobre o fugitivo de Azkaban. Atria apenas fez uma careta, arrancando a folha de seu caderno e a amassando em uma pequena bolinha.

-Nada. - Atria disse, uma clara desculpa, uma óbvia mentira. -Só curiosidade.

Atria empurrou a bola de papel para dentro do bolso e lançou um olhar de advertência para Luna, esperando que ela não insistisse no assunto. Por sorte, Luna parecia ter uma habilidade inata para perceber quando alguém não estava pronto para falar, e, em vez de pressionar, ela simplesmente mudou de assunto, voltando a falar sobre as criaturas fantásticas que tanto a fascinavam.

Enquanto Luna divagava, Atria mal ouvia. Sua mente estava em outro lugar, focada na investigação que vinha conduzindo secretamente há semanas. Ela não acreditava em muitas coisas, mas a história de Sirius Black era estranha demais para ser aceita sem questionar. Algo não se encaixava, e isso a incomodava profundamente. Sempre foi assim para Atria: quando uma peça não fazia sentido, ela precisava descobrir o porquê.

Desde o dia em que soubera mais detalhes sobre o caso, uma inquietação a tomara. Se Sirius realmente havia traído seus amigos e matado aquelas pessoas, por que ele não fugira quando teve a chance? Por que ele não parecia ter medo de ser capturado novamente? Havia algo mais por trás daquelas atitudes, algo que os outros não estavam enxergando. Atria sentia isso, e, diferentemente da maioria das pessoas, ela não deixava uma intuição passar em branco.

Ela vinha reunindo informações discretamente, escutando conversas dos professores, lendo reportagens antigas no Profeta Diário, e até mesmo passando noites em claro na biblioteca de Hogwarts, em busca de pistas. Claro, ninguém sabia disso. A ideia de uma sonserina investigando para provar a inocência de alguém que todos acreditavam ser um assassino era absurda demais para ser levada a sério. Mas Atria não se importava com o que os outros pensavam, não quando estava determinada a seguir uma pista.

Luna falava sobre Diabretes de Cornualha, e Atria acenou automaticamente, como se estivesse ouvindo, mas sua mente vagava para o último encontro que tivera com um dos retratos antigos de Hogwarts. A conversa havia sido breve, mas reveladora. O retrato sugerira que Black tinha sido amigo próximo de outro aluno que também estivera envolvido no caso: Remus Lupin. E, agora, Lupin estava de volta a Hogwarts como professor. Uma coincidência? Atria não acreditava em coincidências.

-Atria, você está muito quieta. - Luna observou, inclinando a cabeça curiosa. Atria forçou um sorriso, tentando disfarçar sua tensão.

-Só pensando no que fazer quando encontrar um grifinório no meu caminho hoje. - Atria disse com um sorriso cruel, mas Luna balançou a cabeça, sabendo que Atria estava sendo evasiva, mas não a pressionou. Em vez disso, ela sorriu de leve e disse:

-Tenho certeza de que você já tem um plano brilhante.

Atria respondeu com uma expressão de falsa superioridade, mas seu pensamento estava longe dali. Ela precisava de uma forma de se aproximar de Lupin, descobrir o que ele sabia sobre Sirius Black e, mais importante, por que ele parecia tão tranquilo sobre o retorno do fugitivo que supostamente havia sido seu amigo um dia.

-E se os Narguilés estiverem certos sobre Sirius Black? - Luna comentou, como se tivesse lido a mente de Atria. -Às vezes, quando as pessoas parecem culpadas, é só porque ninguém está prestando atenção suficiente para ver a verdade.

Atria congelou por um instante, seus olhos fixos em Luna. Era bizarro o quanto a corvina parecia captar sem realmente estar envolvida. Talvez fosse essa sua "esquisitice", mas Luna parecia perceber o que os outros não percebiam. E isso só fazia Atria gostar ainda mais dela, mesmo que a sonserina nunca, jamais em sua vida, fosse admitir um absurdo como esses. Ah, não, ela ainda tinha uma reputação para zelar!

-Talvez, Lovegood. - Atria respondeu, enigmática. -Talvez.

Sem dar mais detalhes, ela apertou o passo em direção à sala comunal da Sonserina, seus pensamentos já planejando seu próximo movimento. Ah, sim, ela sabia que não deveria se envolver nisso, mas de que importava? Atria estava constantemente se metendo onde não era chamada, desde que nasceu. Era difícil não fazer isso quando seus pais estavam envolvidos até o pescoço em situações delicadas. Era difícil não fazer isso quando ela havia descoberto cada segredo deles quando tinha nove anos, e isso apenas vasculhando o quarto dos dois. Ela podia dizer tranquilamente que nenhum deles era bom em esconder coisas de Atria, e nem os feitiços incríveis de sua mãe eram o suficiente para manter Atria afastada.

Ela ainda estava pensando nisso quando entrou na Sala Comunal, se deparando com Draco bem ao lado de Pansy, falando do ferimento de seu braço como se ele tivesse acabado de sair de uma guerra, e não como se tivesse sido idiota o suficiente para ser atacado por um hipogrifo. Ela revirou os olhos, achando aquela situação simplesmente ridícula. Mas decidiu que Draco não valia o esforço, ainda mais quando ele estava querendo se mostrar para Pansy. Ela definitivamente não precisava ficar vendo aquela ceninha patética.

-Esqueceu a educação em casa? - a voz de Draco soava desdenhosa quando Atria passou, quase como se ele não conseguisse apenas a deixar em paz. Lentamente, ela se virou, cravando seus olhos frios em Draco, que teve a decência de parecer atordoado.

-Ah, pelo menos eu tenho educação e a uso apenas com quem julgo merecer, e você que nunca descobriu o que é isso? - Atria disse, um sorriso maldoso em seus lábios. Pansy, sabiamente, se levantou e saiu o mais rápido possível de perto deles, sabendo que quando Atria e Draco entravam em uma briga, sobrava para todos. E ninguém conseguia de fato vencer a Rainha da Sonserina em uma discussão, o que só levaria Draco ao fracasso, e Pansy definitivamente não queria estar ao lado para vê-lo ser massacrado.

Draco se levantou em um pulo, marchando em passos largos na direção de Atria, parando diante da sonserina que nem ousou se mexer um músculo, cruzando os braços e arqueando a sobrancelha para ele. Draco era apenas dois centímetros mais alto que Atria, mas achava que podia a olhar de cima, o que a fazia achá-lo um pouco mais ridículo do que de fato era. Não fazia diferença que Draco estivesse tão perto dela que Atria podia sentir sua respiração quente contra seu rosto, ou o como isso causou um sentimento totalmente estranho dentro dela. Atria apenas fitou os olhos acizentados de Draco, as sobrancelhas dele franzidas em uma leve irritação.

-Você vai me tratar assim até quando? Viramos inimigos agora? - Draco disse de forma baixa, não querendo demonstrar preocupação, mesmo que tivesse um leve incômodo em sua voz. Atria apenas revirou os olhos antes de dar a Draco um sorriso sarcástico.

-Achei que eu era uma ninguém estrangeira sem um nome impactante. - Atria riu sem nenhum tipo de humor e Draco fez uma careta, quase como se ele se arrependesse amargamente de um dia ter dito isso. Se Atria não o conhecesse melhor, diria que ele tinha de fato se arrependido.

-Não foi exatamente isso que eu quis dizer, você que não soube interpretar. - Draco disse e Atria deu a ele uma risada sarcástica como resposta. -Está bem, tanto faz!

Draco jogou as mãos para o alto, claramente frustrado, e deu um passo para trás. Atria, no entanto, permaneceu inabalável, ainda com os braços cruzados e um sorriso presunçoso no rosto. Ela sabia que ele detestava ser contrariado, especialmente por ela. A irritação de Draco era quase palpável, mas, ao invés de se afastar, ele permaneceu parado, os olhos fixos nela, como se tentasse encontrar uma forma de reverter a situação a seu favor.

-Tanto faz? - Atria repetiu, desafiando, inclinando levemente a cabeça para o lado. -É só isso que você tem a dizer, Malfoy? Achei que a grande herança Malfoy também viesse com uma dose de inteligência. Estou desapontada.

Ele cerrou os punhos, mas não disse nada. Ela sabia que tinha tocado em um ponto sensível. O nome da família Malfoy sempre foi o orgulho de Draco, e ele odiava quando era questionado. A tensão entre os dois estava crescendo, mas, ao mesmo tempo, havia algo mais ali. Um silêncio momentâneo tomou conta da sala, e o olhar de Draco suavizou por um segundo antes de ele endurecê-lo de novo.

-Você é impossível, Atria. - ele murmurou, sua voz carregada de uma mistura de frustração e algo mais que Atria não soube identificar.

-Impossível ou apenas honesta? - ela rebateu, sem perder o tom afiado.

Draco apertou os olhos, como se estivesse avaliando o que responder. Ele abriu a boca para dizer algo, mas, antes que pudesse, um barulho do lado de fora da sala comunal os interrompeu. Ambos se viraram para ver quem se aproximava.

Crabbe e Goyle entraram desajeitados como sempre, rindo de algo sem importância. Ao perceberem a tensão entre Draco e Atria, eles pararam abruptamente, trocando olhares confusos. A atmosfera na sala havia mudado completamente, e eles sabiam que era melhor não se envolver. Principalmente quando Atria os lançou um olhar que prometia que estariam mortos em dois minutos se não dessem o fora.

-Draco. - Goyle começou a dizer, mas Draco levantou a mão para silenciá-lo.

-Vamos embora. - ele ordenou, ainda com os olhos fixos em Atria por um momento mais longo do que o necessário.

Ela apenas o observou se afastar com os amigos, sem se dar ao trabalho de responder. Quando a porta da Sala Comunal se fechou atrás deles, Atria soltou um suspiro baixo. Algo naquela troca tinha a incomodado mais do que ela gostaria de admitir. Ela sabia que Draco tinha a capacidade de mexer com ela de uma forma que ninguém mais conseguia. E isso, por si só, já era perturbador o suficiente.

Mas ela decidiu não dar importância para isso. Tinha coisas muito, muito mais importantes para fazer. A começar em descobrir o que de fato Sirius Black tinha feito para acabar em Azkaban.

Data: 19/10/24

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