🖋️ 6 - Tormenta (Sope)
Oi, gente!
Hoje eu trouxe uma one beeeem diferente.
Apesar desse shipp ser um dos que eu mais gosto, a ideia para ela foi um tanto...conturbada.
Não sei como vocês vão recebê-la, já que está bem longe do que eu costumo entregar a vocês, porém, eu garanto que houve muito empenho da minha parte para que ela lhes gerasse sentimentos conflitantes. Eu amo vocês, juro, mas eu precisava descarregar essa ideia - que não é única - de alguma forma. E eu confesso, apesar de ser normal (creio eu), eu pensei nessa fic por muito tempo antes de trazê-la, sempre com muita dúvida. Mas seja o que tiver que ser.
Boa leitura.
Fanfic baseada na música: Red Lights - Stray kids.

Obrigada, Bru, você sempre sabendo exatamente do que eu preciso.
Capa feita por: Itsarmyb
Yoongi havia acabado de se mudar. Não era muito fã de mudanças, mas seu novo emprego demandava isso.
Ele era professor universitário, e seria extremamente cansativo ir e voltar de uma cidade para outra pra trabalhar. Então se viu obrigado a encarar essa mudança.
A cidade era pequena, o que lhe dava uma sensação de paz e sossego, apesar de constantemente esbarrar com estudantes bem barulhentos no final do dia.
O ano letivo já havia começado há alguns meses e Yoongi foi contratado para substituir um professor que precisou deixar o emprego e a cidade às pressas.
Ele estava entrando em sua segunda semana de aulas e os alunos pareciam ter gostado do jeito que ele lecionava. Não era o modo tradicional, já que ele cria que era mais fácil a compreensão e aprendizado quando se falava "a mesma" língua que seus alunos. Então ele era um professor fora do padrão.
Mas ele notou que um dos melhores alunos da turma estava tendo problemas em manter suas boas notas.
JHope estava frustrado, não estava nem um pouco afim de ir às aulas, e elas pareciam sempre entediantes. Gostava mais quando o outro professor lhes dava aula, já estava bem acostumado com Sr Kwan. Mas entendeu sua necessidade de deixar a cidade. Agora teria de encarar seu novo professor, que lhe parecia muito ridículo em sua tentativa de lecionar de forma branda.
No fim da aula de uma segunda-feira, Hoseok estava arrumando seu material para ir para casa, mas foi interrompido por seu novo professor.
- Eu preciso que você fique mais um pouco. Quero falar com você. - se aproximou de sua mesa e falou calmamente. JHope o encarou em dúvida e revirou os olhos.
Depois que todos os alunos saíram ele foi até a mesa do Sr Min.
- Queria falar comigo? - Yoongi o olhou por cima dos óculos.
- Sim. - tirou os óculos e recostou-se na cadeira. - Eu gostaria de saber se há algum motivo específico para suas notas terem caído tanto. - JHope suspirou. Não estava afim de conversar sobre aquilo.
- Só estava acostumado a estudar de outra forma, Sr Min. Me parecia mais fácil. - alfinetou.
- Entendi. - e ele entendeu mesmo a indireta em suas palavras. - Então faremos o seguinte...- se levantou. - Nas próximas semanas nós ficaremos depois da aula e eu lhe darei um reforço nessa matéria até que você consiga melhorar suas notas. - Hoseok o encarou incrédulo. Não estava nem um pouco disposto àquilo.
- Sr Min, eu creio que posso fazer isso sozinho, em casa, se passar mais algumas horas estudando.
- Com certeza poderia, mas aqui, comigo, você não teria dúvidas sobre o assunto e eu ficaria mais satisfeito em saber que estou fazendo meu melhor no seu aprendizado.
- Mas, Sr Min...
- Então nos vemos amanhã. - sorriu satisfeito.
JHope apertou a alça de sua mochila sobre o ombro e saiu irritado da sala de aula. Havia encontrado mais um motivo para não gostar nem um pouco do seu novo professor.
A semana passou muito devagar, segundo Hoseok, o que era um verdadeiro inferno.
Nos últimos dias Yoongi passou uma hora a mais todos os dias com Hoseok, lhe dando toda a assistência que podia na matéria.
O que era estranho para o Min, era que o Jung não tinha dificuldade alguma com a matéria, aprendia tudo com muita facilidade, na opinião dele, então não entendia como ele poderia estar indo tão mal.
Com o passar dos dias ele notou que o aluno se distraia com facilidade, às vezes o pegava encarando o nada, com pensamentos muito longe.
Na segunda semana Hoseok já havia se acostumado a estar com Yoongi nos finais da aula. Em um desses dias, ouviu seu celular tocar, e ele pegou e abriu a notificação de forma discreta. Hobi se recostou em sua cadeira e olhou sutilmente para o aparelho do professor. Ele havia recebido um vídeo. De forma singela ele baixou a cabeça e sorriu. JHope o encarou surpreso. Nas últimas semanas durante as aulas ou durante seu reforço, nunca havia visto o magistrado sorrir. Parecia até algo inédito.
Apoiou os braços na mesa e continuou o observando.
É um sorriso tão lindo! Porque você o esconde tanto?
Ao perceber o olhar do aluno, ele limpou a garganta e lhe dirigiu a atenção. Perguntou se ele tinha alguma dúvida sobre a matéria e o Jung negou, ainda sem tirar os olhos dele.
Nos dias seguintes JHope torcia para poder ver o sorriso do Min outra vez. Não teve essa sorte.
Era dia de prova, e o Sr Min parecia ainda mais sério do nunca. Perambulava pela sala de aula observando os alunos atentos ao próprio exame. Mal sabia ele que também estava sendo observado.
No dia seguinte houve a entrega das provas e seus resultados. JHope havia se saído bem. O Min o elogiou e deu como encerrado suas aulas de reforço.
O Jung se sentiu frustrado outra vez. Não passaria mais parte de seu tempo com o professor. Não gostou de saber disso.
As semanas foram passando e JHope sempre arrumava uma desculpa para falar com seu professor depois da aula. Arrumava lentamente suas coisas para ser sempre o último a sair da sala.
No início não gostava nem um pouco de ter um novo professor. Agora fazia o possível para manter algum contato com ele fora das aulas.
Yoongi era sempre muito direto e objetivo. E isso irritava o Jung.
Começou a, de propósito, colocar respostas erradas em suas atividades, assim seu rendimento cairia e ele poderia voltar a ter aulas particulares com o professor. E assim aconteceu. Hoseok nunca ficou tão feliz em quase ser reprovado.
Mas não foi como ele esperava. No primeiro dia em que teria as aulas com o professor, ele o chamou para uma sala de reuniões. Se empolgou em poder ficar a sós com Min.
Ao chegar na sala, encontrou mais 3 alunos de turmas diferentes esperando pela chegada do professor. Zangou-se com aquilo.
Depois de dois dias de aulas de reforço, ele se aproximou do Sr Min depois da aula e lhe disse que não ficaria mais para as aulas extras. Sem entender a razão, Yoongi o questionou. Hoseok então lhe disse que seus colegas eram um tanto quanto barulhentos, e que ele não conseguia se concentrar no estudo. Yoongi suspirou, não queria que seu aluno continuasse com as notas ruins.
O Jung lhe propôs que se encontrassem depois que ele desse suas aulas extras aos outro alunos. Yoongi não gostou muito da ideia, já tinha muito do seu tempo dedicado a lecionar, mas acabou por aceitar a proposta.
No terceiro dia de aulas particulares, Yoongi não poderia ficar para as aulas extras com os alunos, receberia técnicos em sua casa para a instalação dos detectores de fumaça.
Logo depois dos técnicos irem embora, Yoongi estava em seu notebook e ouviu a campainha tocar. Ao abrir a porta, encontrou Hoseok.
- O que está fazendo aqui? - questionou surpreso.
- Vim para a aula extra, Sr Min. - disse descontraído. - As provas serão daqui a dois dias, não posso ficar sem esse estudo. Não quero me dar mal. - sorriu animado. Yoongi suspirou cansado.
- Tudo bem. - abriu mais a porta para que o Jung entrasse. - Entra.
O estudo começou normalmente. Hoseok observou a casa do professor e comentou como era bonita e aconchegante.
Não escapou aos olhos do aluno que seu professor bebia uma taça de vinho ao chegar.
- Parece sofisticado. - comentou ao olhar atentamente para a taça ao lado do notebook.
- Me ajuda a relaxar no final do dia. - explicou o mais velho.
- Esse tipo de coisa ajuda bastante quando não se é casado ou não tem namorada. - acrescentou Hobi.
Yoongi o olhou desconfiado. Não lembra de já ter comentado que não era casado ou que não estava em algum tipo de relacionamento.
Mas não era algo de se estranhar. Apesar da casa ser aconchegante, não havia porta retratos e era claramente a casa de um solteiro. Em sua mão não havia uma aliança, e ele sempre ficava até tarde na faculdade, cuidando das tarefas e matérias a ser dada no dia seguinte aos alunos. Pelo menos foi isso que o Hope explicou a ele. Realmente fazia sentido, pensou o professor.
Sorriu ao se dar conta de como sua vida era previsível.
O coração do Jung acelerou ao vê-lo sorrir outra vez.
Era isso que ele queria. Ver seu professor sorrir um pouco mais.
- Eu não me incomodo se você continuar. - destacou o aluno. Yoongi o encarou sem entender e ele apenas meneou a cabeça em direção a sua taça. - Já está em casa, fora do seu horário de trabalho, me dando uma grande ajuda e eu não pretendo contar isso a ninguém.
Yoongi baixou a cabeça e forçou um sorriso. Jung suspirou.
- Tudo bem! - o Min se levantou e pegou a garrafa de vinho, colocando mais um pouco em sua taça e deixando a garrafa ali mesmo, sobre a mesa.
A hora foi passando e Yoongi terminou sozinho sua garrafa de vinho. Suas bochechas estavam coradas, e Hoseok estava abobalhado por vê-lo tão sorridente. Já nem se lembrava mais de estudar, e o Min de lhe explicar a matéria.
Estavam em uma conversa paralela. Já haviam falado sobre esporte, viagens que já haviam feito e lugares que adorariam conhecer. Uma conversa muito natural. Mas os olhos do Hope brilhavam em uma intensidade absurda.
O sorriso do Min não era mais o que ele queria, e sim seus lábios nos dele.
- Não se sente solitário, Sr Min? - o pegou de surpresa com a pergunta.
- Eu...- desviou o olhar do Hope e encarou as mãos sobre a mesa, piscando compulsivamente. - eu nunca tive tempo para relacionamentos. Já estou acostumado com a solidão. - explicou.
- Mas...e se houvesse alguém que não quisesse muito do seu tempo, só desejasse alguns minutos por dia com você. Isso seria ótimo. Não seria? - atreveu- se a perguntar.
- As pessoas estão acostumadas a querer muito. E eu não tenho como dar isso a alguém agora.
- Tenho certeza que há alguém por aí que gostaria desse pouco que o Sr tem a oferecer. - insinuou.
- Se houver, eu gostaria muito de ser apresentado. - disse distraído.
O Jung não disse nada, apenas o observou com ainda mais intensidade.
As mãos rápidas do professor em seu teclado, os braços pouco exposto pela camisa social dobrada exibindo suas veias levemente dilatadas, seu olhar fixo na tela do notebook e o jeito como ele empurrava os óculos sobre o nariz. Tudo ali estava chamando por Hoseok. Principalmente o jeito como ele passava a língua pelos lábios ao umidece-los.
- Há quanto tempo não transa, Sr Min?
As mãos do Yoongi pararam subitamente de digitar e seu olhar estava focado em algum lugar além daquela tela.
Virou o rosto e encarou Hoseok.
- O quê?
- Aposto como seu beijo deve ser instigante...- se aproximou um pouco mais dele. - seu toque deve ser ardente e seu corpo deve ser puro desejo. - se aproximava cada vez mais e o Min se afastava até que não pôde mais ao se recostar na cadeira.
- Você não deveria estar falando essas coisas. Eu sou seu professor.
- Você deveria ser mais que o meu professor pela forma como me atrai tão intensamente. - Yoongi engoliu seco. - Por que faz isso comigo, professor? - colocou sua mãos no peito dele, deslizou para cima até passar levemente seus dedos em sua pele pela abertura dos dois botões da camisa do Min.
- Eu não...- suspirou ofegante. O toque de Hoseok o deixava lento. Ou seria o vinho que tomou?
A boca do Jung estava cada vez mais perto da dele e seus olhos não desviavam de seus lábios.
- Você quer me beijar, professor? - provocou.
- Eu...- sentiu a mão dele em sua perna deslizar de encontro a seu membro. - Não faça isso. - Hoseok o apalpou firmemente entre as pernas. O corpo do Min arrepiou. - Hoseok! - levantou-se rápido, quase caindo no chão ao tropeçar na cadeira. - É melhor você ir embora.
Mas o Jung não tinha intenção alguma de ir, não sem ao menos descobrir o gosto que tinha seus lábios.
Ele lentamente foi se aproximando do Min, enquanto o outro recuava.
- Está com medo de mim, professor? - ele destacava a palavra como se ela tivesse um gosto diferente ao sair de sua boca.
- Eu não estou com medo de você. Mas o que está fazendo é errado. Não devemos nos envolver de outra forma além do acadêmico. - sentiu a parede fria contra suas costas.
- Então devo interpretar isso como uma admissão sua? Está me dizendo que se não fosse meu professor poderíamos ter algum tipo de envolvimento? - parou a poucos centímetros de Yoongi. - É isso que quer dizer?
- Não. - olhou sério nos olhos de seu aluno. - Não foi isso...- seu corpo ficou tenso quando Hobi ergueu a mão e lhe tocou a nuca. - Hoseok, para. - tentou ser firme.
- Porque você não me faz parar?
Yoongi não conseguiu argumentar quando as mãos dele passearam em seu corpo. Uma estava em sua nuca, com o braço em seu ombro, a outra percorreu seu abdômen, descendo. Um arquejo foi inevitável quando a mão dele foi preenchida com o membro.
- Você não quer realmente que eu pare. - sussurrou. - Olha só como você já está duro.
- Hoseok...- ele se aproximou de seu ouvido.
- O Sr é um ótimo professor, Sr Min, precisa de um pouco de atenção também. E eu darei a atenção que ele está querendo. - segurou mais firme o membro rijo.
Yoongi levantou a cabeça, encostando-a na parede. Hobi desceu calmante a outra mão em seu corpo enquanto abria a calça dele.
Yoongi precisava para-lo, precisava impedi-lo de ir adiante. Mas como fazer isso quando seu corpo e mente estão sujos pelo desejo?
Enquanto o desejo e a razão brigavam na cabeça do Min para tomá-lo completamente, Hoseok se abaixou e passou a língua pela extensão dele. Yoongi baixou a cabeça, olhou espantado para ele e começou:
- Hoseok, não faça isso, por favor!
O olhar de Hoseok era mais sujo do que as ideias que Yoongi tinha de como usá-lo. Não parecia normal alguém entregar seus pecados daquele jeito com apenas um olhar.
Ele fez outra vez, sem desviar os olhos do Min, mas dessa vez, deixou uma leve chupada em sua glande. Yoongi gemeu arrastado.
Tá aí algo que Hobi jamais pensou que ouviria dele. Queria mais. Queria vê-lo sedento, louco, desesperado.
O Jung segurou em sua base e o engoliu até sua cabeça tocar o fundo da garganta. Outro gemido foi emitido, dessa vez mais alto e mais urgente. Hobi adorava aquela melodia sexy que ele tentava não emitir.
A boca de Hoseok deslizava na extensão dele e Yoongi sabia que tinha perdido aquele jogo. Sua mão pousou na cabeça dele ao som dos grunhidos e gemidos. Se já estava em pecado, não tinha como ser pior. Hoseok o sentiu ficar mais duro, sua mão levemente o empurrava em direção a sua excitação. Ele gostava muito daquilo. Queria ouvi-lo gemer ainda mais alto, tomar dele toda a razão que ainda possuísse. Queria tudo dele.
Hoseok passou as unhas levemente em sua coxa, fazendo-o se arrepiar todo. Afagou seu escroto e massageou suas bolas. Hoseok não sabia definir se ele gemeu ou grunhiu com aquilo, mas ficou bastante satisfeito. Moveu mais rápido sua boca nele e sentiu quando ele apertou seus cabelos entre as mãos.
Ele estava chegando lá, e Hobi não queria menos que sua plena satisfação. Foi até o seu limite, enfiando sem dó o pau do Min em sua garganta. As mãos impacientes dele puxou Hobi mais duas vezes e ele finalmente gozou.
Yoongi encostou a cabeça na parede, respirando com dificuldade. Aquele orgasmo foi tão intenso que o Min não sabia como ainda permanecia de pé.
- Meu professor é mais gostoso do que eu esperava. - Hobi estava de pé, olhando para ele. Quando Min o encarou, ele passou o polegar pelo canto do lábio inferior.
Ah, merda!
- Hoseok, nós não...
- Eu já sei. "Não deveríamos ter feito isso", "Isso não poderia ter acontecido...", e blá blá blá.
- Tem noção do que pode acontecer se nos descobrirem?
- Só vão descobrir se você contar para alguém. - Hobi se aproximou da cadeira e se virou para ele. - Pretende fazer isso, Sr Min?
- O que? Não! - Yoongi estava em pânico. Levantou a calça e fechou rápido. - Mas isso não deve acontecer de novo.
- Olha só, você está pirando com algo tão pequeno. - ele fechou a mochila e a colocou nas costas. - Eu estou indo, não quero piorar sua situação.
Yoongi não protestou. Deixou que ele fosse.
Sim, ele estava pirando com o que aconteceu. Em seus quase 7 anos como magistrado, jamais esteve em uma situação que o levasse a pensar em tal coisa. Estava deixando que toda a sua batalha e esforço escorresse por entre os dedos. Algo desse tipo daria fim à sua carreira com um simples boato.
Ficou angustiado.
Naquela noite Yoongi demorou pegar no sono, mas assim que conseguiu, não pode evitar de sonhar com o que havia acontecido. Acordou mais excitado do que costume.
No dia seguinte Hoseok agiu como se nada houvesse acontecido. Já Yoongi, ficava extremamente nervoso toda vez que ele se aproximava.
Conforme os dias passavam, o comportamento de Hoseok não mudou em relação ao seu professor. Yoongi começou a relaxar mais acerca disso.
- Sr Min? - Hoseok foi até a mesa dele no fim da aula. - Sobre o trabalho da próxima semana...
- Sim? - ele colocou a bolsa pendurada no ombro, empurrou o óculos pela haste central e se virou totalmente para o Jung. O aluno suspirou.
- Não sei se vamos conseguir que todos apresentem, já que Taehyung teve que viajar com a família por causa da situação delicada de saúde da avó dele. Podemos apresentar apenas Jimin, Jungkook e eu?
- Tudo bem. Isso pode afetar a nota final do Taehyung, mas eu posso dar um trabalho individual a ele quando voltar, sobre o assunto do trabalho. Assim ele não fica para trás.
- Um trabalho individual?
- Sim, sei que isso poderá ajudá-lo.
- Individual e pessoal? - Hoseok arqueou as sobrancelhas. - Na sua casa? - o Min franziu as dele.
- O que está insinuando? - Hoseok não desviou o olhar dele por um bom tempo.
- Nada. - sorriu descontraído. Apertou as duas alças da mochila no ombro. - Até mais, Sr Min! - saiu da sala calmamente.
Em casa, Yoongi se preparava para dormir. Desceu as escadas e rumou a cozinha para apagar as luzes. Assim que tirou a mão do interruptor, ouviu uma batida na porta.
O estranho era que vinha da porta dos fundos. Nunca recebia visitas, muito menos de alguém que chegasse pelo quintal.
Ele se aproximou e puxou uma fresta da cortina que pendia na porta. Inalou o ar com certa dificuldade ao ver Hoseok parado ali.
- O que está fazendo aqui? - indagou o Min assim que abriu a porta.
- Eu preciso da sua ajuda, Sr Min. - Yoongi abriu mais a porta para ele entrar.
- O que houve? - perguntou depois de conferir se algum vizinho havia visto Hoseok ali, àquela hora, antes de fechá-la.
Ele nem se deu ao trabalho de acender as luzes, ainda estava sendo cauteloso com os vizinhos.
Hoseok tirou o blusão que usava e jogou em cima do balcão.
- Sr Min, eu me recordo de tê-lo ajudado há algumas semanas, agora preciso que me faça o mesmo favor. - Yoongi não acompanhava o raciocínio dele.
- Do que está falando?
- Estou falando da sua carência, Sr Min. - Yoongi ficou tenso.
- Eu não acredito que você veio até aqui a essa hora para falar disso!
- Eu senti a sua falta, Sr Min. - se aproximou, colocando as mãos no peito dele e subindo até seu pescoço.
- Hoseok, para! - segurou os braços dele, o afastando. - Nós não vamos fazer isso de novo. Nunca mais!
- Isso é por causa do Taehyung?
- O que? - arquejou incrédulo.
- Você está de olho nele, por isso está me recusando?
- Pelo amor de Deus, Hoseok! - se afastou completamente dele. - Eu não tenho interesse algum nele, e em nenhum dos meus alunos. Não diga bobagens.
- Então você não gostou do que fizemos da última vez? Eu não o agradei?
- Essa não é a questão, Hoseok. Eu sou seu professor, não podemos ter nenhuma relação desse tipo. Você sabe.
- Vou encarar isso como uma resposta positiva. - o Min não disse nada. Encostou na pia e apoiou as mãos na beirada. Suspirou de uma forma que Hoseok não soube definir se estava cansado, frustrado ou aliviado. - O Sr pensou naquela noite tanto quanto eu, não é?
- Hoseok....
- Não precisa se esconder de mim, Sr Min. - foi se aproximando bem devagar. - Não é pecado gostar de fazer certas coisas com quem também quer fazer com a gente.É normal e saudável, na verdade.
- Não é normal se envolver com um aluno. Não é certo.
- Pare de me ver apenas como seu aluno! - o Min o encarou impassível. - Eu sou uma pessoa com sentimentos, desejos e vontades! Não me trate friamente desse jeito como se eu fosse uma estátua de gesso.
- Desculpe, não quis te ofender. - baixou a cabeça e passou a mão pelo rosto.
- Se está tão preocupado com isso é porque gostou e nos últimos dias desejou mais. - Yoongi virou-se de costas, não queria olhar para ele, revelar a verdade em seu rosto. - Diga que estou errado, Sr Min?
- Eu não quero falar sobre isso. Não quero...- o corpo de Yoongi ficou tenso ao sentir as mãos do Jung em seu abdômen e subir bem devagar. - Hoseok...- ofegou.
- Não tenha medo dos seus desejos, professor. - sussurrou em sua nuca.
Yoongi sentia a respiração quente dele em seu pescoço, liberando um arrepio gostoso no corpo. Como ele poderia pedir que Hoseok se afastasse se tudo o que mais queria era sentir seu toque, seu cheiro e gosto?
- Eu senti falta da sua companhia, professor. - deu um beijo na nuca dele. - Senti falta das suas mãos...- deslizou as mãos nos braços dele. - Falta do seu sorriso tímido...- voltou as mãos no peito dele e foi descendo. - E claro, senti falta do seu pau. - envolveu a mão membro dele. Yoongi suspirou em silêncio. - Eu pensei muito no que aconteceu aqui na última noite. E desejei mais.
Yoongi apertou as mãos no balcão, sentindo o leve deslizar da mão dele em sua excitação. Estava ficando duro cada vez mais.
- Os meus "brinquedos" não foram suficientes para me acalmar, Sr Min. - Yoongi fechou o olhos e gemeu baixinho ao imaginá-lo usando os apetrechos. - O que eu queria, o que meu corpo ansiava tão ardentemente, era por você, Sr Min! - adentrou a calça do pijama dele e agarrou firmemente seu pau.
Hoseok passou a beijar toda a pele exposta de seu pescoço, passar uma mão em seu peito, por baixo da camisa e a outra o masturbava deliciosamente.
- Hoseok...- tirou a mão dele de dentro da calça e se virou. - Não podemos.
- Só não podemos se o Sr não quiser. Porque eu quero, e muito. - Yoongi conseguia ver o brilho do desejo nos olhos dele. Havia muito tempo que alguém não o desejava daquele jeito.
Ele permaneceu parado, respirando com dificuldade. O coração batendo rápido e o sangue acelerado em suas veias.
Hoseok beijou levemente sua boca e ele fechou os olhos, sentindo os lábios macios dele implorando para que cometesse um novo erro.
Ele cedeu.
Agarrou a nuca do Jung e enfiou sua língua pecaminosa na boca dele. Seus braços envolveram o corpo do outro e o puxou junto ao seu.
Agora não tinha mais volta. Se Hoseok o queria entregue ao prazer, conseguiu deixá-lo louco de desejo.
Yoongi o conduziu até o balcão, levantou uma de suas pernas e pressionou seu corpo no dele. Hoseok gemeu com a expectativa de tê-lo dentro si.
- Eu preciso de você dentro de mim, Sr Min, por favor. - choramingou.
Yoongi o virou de costas, baixou sua calça e apreciou suas nádegas enquanto passava suavemente as mãos nelas. Quando ele abriu um pouco, viu que havia algo ali no meio. Passou um dedo e ficou em dúvida.
- Você está usando um... plug? - perguntou baixo. Hoseok riu.
- Eu ainda me lembro perfeitamente do seu tamanho, então tinha que vir preparado. - deitou no balcão e arrebitou a bunda.
Yoongi pegou na parte circular que não estava introduzida e puxou bem devagar. Hoseok gemeu outra vez. Não podia evitar de sentir o prazer que era Yoongi tirando o objeto de dentro dele. O Min passou a língua nos lábios e mordeu o inferior. A urgência para entrar no Jung estava mexendo com sua cabeça.
Ele jogou o objeto no chão e baixou rapidamente seu pijama. Encaixou seu membro na entrada dele e o penetrou devagar. Não conteve o gemido de satisfação ao invadi-lo. Se aproximou do ouvido dele e disse:
- Mesmo que tenha vindo preparado, você ainda está bem apertadinho. - Hobi gemeu e empinou mais a bunda.
Yoongi estava sentado no chão, encostado no armário. Hoseok sentado no balcão, balançando as pernas para frente e para trás, enquanto comia uma uva de uma tigela de frutas.
Ele desceu e caminhou devagar até o Min. Colocou uma perna de cada lado e sentou em seu colo.
- Hoseok, você precisa ir embora. Não pode estar aqui pela manhã.
- Eu sei disso, mas ainda temos um tempo. - sorriu ladino, o que despertou o outro prontamente.
Yoongi colocou as mãos na bunda dele e puxou para sua semi-ereção. Beijou a boca dele e o Jung envolveu os braços em seu ombro.
Nenhum dos dois dormiu naquela noite.
Yoongi sabia que se fosse descoberto, estaria muito encrencado. Não era só sua reputação como professor que estava em jogo, sua carreira também. Ele sabia que jamais conseguiria um emprego como professor outra vez se cometesse o erro de ser descoberto.
Ainda assim, não conseguia ficar longe de Hoseok.
Nas noites seguintes, eles sempre se encontravam em algum lugar. Fosse no estacionamento subterrâneo do shopping, em alguma estrada de terra no limite da cidade ou no prédio de ciências desativado na faculdade. Mas nunca em sua casa. E Hoseok não se importava com isso, sabia o risco que ele estava correndo com esses encontros. Só queria estar com ele.
Com um mês de encontros nada casuais, Hoseok achou que a data era especial demais para um encontro insignificante.
Mandou mensagem para Yoongi, com o endereço de onde deveria encontrá-lo naquela noite.
Yoongi dirigiu por cerca de 15 minutos ao sair da faculdade. Parado em frente ao número 66 da avenida praticante deserta naquele horário, ele suspirou.
- Eu não acredito nisso. - pegou o celular e ligou para Hoseok, que atendeu no segundo toque. - Você está louco? Me encontrar em um local desse? Tem ideia de o quão óbvio isso é?
- Yoongi, confia em mim. Tá? - o Min soltou o ar com força.
- Estamos nos arriscando demais, Hobi.
- Apenas entre, eu tenho uma surpresa pra você. - ele desligou o telefone, sabia que ficasse com ele na linha, ele acabaria se acovardando e desistiria.
Yoongi olhou para um lado e outro da via e seguiu para a entrada do motel.
O Min não bateu na porta antes de entrar. Abriu-a bem devagar e entrou no recinto. As luzes vermelhas que vinham do teto iluminavam parcialmente o quarto. Na mesa ao lado da cama, havia uma garrafa de champanhe e duas taças. A mesa, a cama e o chão, estavam repletas de pétalas de rosas vermelhas. Yoongi ficou realmente surpreso.
- Gostou do que eu preparei pra você? - Hobi estava parado na porta do banheiro.
Yoongi o olhou de cima à baixo. Ele usava uma bota estilo coturno de cano alto, cueca de couro e uma coleira com guia.
- Hoseok, você...
- Estou do jeito que você gosta. Usando apenas o que sempre desejou me ver usando. - Yoongi se moveu involuntariamente para conter o arrepio em seu corpo.
- Está...- ele engoliu em seco. - Perfeito! - abriu um sorriso satisfeito.
Deitado com a cabeça sobre o peito de Yoongi enquanto fumava um cigarro, Hoseok estava pensativo.
- Eu não sabia que você fumava. - comentou o Min.
Hoseok sentou e levou o cigarro aos lábios dele, que tragou e soltou a fumaça em direção ao teto.
- Tem muita coisa que você não sabe sobre mim, Yoongi. - deu um trago no cigarro, sem olhar pra ele.
- Tipo o que? - ficou curioso.
- Eu gosto do jeito que você me compreende sem eu precisar falar muito. É como se estivéssemos conectados de alguma forma.
- Entendo. - Yoongi sentou e encostou na cabeceira.
- Eu sinto que com você as coisas podem ser diferentes. - apagou o cigarro em um cinzeiro. - Eu não tive essa sorte no meu último relacionamento.
- As pessoas são diferentes, Hobi.
- Eu sei disso, mas com você parece ser tudo mais fácil. - se calou por um instante. - Lembra daquele dia no banheiro do terceiro andar da faculdade? - Yoongi riu.
- Não sei se tenho mais medo que descubram sobre nós ou os lugares em que já estivemos juntos.
- Mas foi emocionante. - Yoongi concordou com a cabeça e sorriu antes de tomar um gole de champanhe. - O jeito como você estava excitado e metia em mim, era impossível não gemer.
- Mas você tinha que ficar em silêncio. Já pensou se alguém aparecesse?
- Esse tipo de som é muito comum naquele andar. Os alunos usam os banheiros para esses encontros com uma frequência alarmante.
- Como eu não faço parte do corpo discente, é melhor eu não ser visto por lá.
Hoseok deitou a cabeça no ombro de Yoongi e o abraçou. Inalou o cheiro do shampoo no cabelo que roçava na nuca e disse:
- Eu gosto de você, Yoongi.
- Eu também gosto de você, Hoseok.
- Eu gosto de você de verdade! - esperou ele dizer algo. Ele não emitiu um único som. - Você me faz sentir completo, como ninguém jamais fez. E eu quero ficar com você. Estou cansado de me esconder, de fingir que não sinto nada ou te tratar como um simples professor, como se meu coração não acelerasse toda vez que te vejo.
- Hoseok...- Yoongi se virou para ele. - Você sabe que não podemos mudar isso.
- Claro que podemos. Desde que a gente queira que seja diferente.
Yoongi se afastou e levantou da cama.
- Não é tão simples assim.
- Claro que é. Você pode lecionar em outra faculdade e assumir nosso relacionamento.
- Para isso eu teria que me mudar. Sem falar em tudo o que podem especular sobre nós. Todos sabem que sou seu professor, vão assimilar uma coisa com a outra e saber que nossa relação começou antes mesmo de eu pedir transferência. É uma mudança e risco muito grande, e eu não sei se vale mesmo a pena. - Yoongi apertou os olhos ao se dar conta do que acabou de dizer. - Me desculpe, eu não tive...
- Esqueça. - Hoseok saiu da cama e seguiu para o banheiro, batendo a porta com força ao entrar.
- Merda! - sentou na cama e levantou a cabeça suspirando.
Yoongi deixou Hoseok próximo ao alojamento e foi para casa. O Jung não disse uma única palavra o caminho todo. Em casa, Yoongi mandou mensagem pra ele, que visualizou e não respondeu. Sabia que tinha estragado a noite dele. Ou pior, poderia ter estragado a relação deles por não conter seu raciocínio e não medir as palavras.
No dia seguinte, Hoseok não apareceu na aula dele. Depois soube que ele não apareceu na faculdade.
Ele ligou, mandou mensagem e apareceu na porta dele depois de quatro dias sem vê-lo. Já estava ficando preocupado.
Completou uma semana e nada de Hoseok. Yoongi tentou encontrar o contato de algum familiar na documentação escolar dele e não achou nada. No entanto, descobriu que Hoseok era bolsista integral e que antes de completar os 18 anos, havia residido em um orfanato. Yoongi sentiu a culpa invadir seu peito.
Eu gosto do jeito que você me compreende sem eu precisar falar muito. É como se estivéssemos conectados de alguma forma.
- Ah, Hoseok... Você só queria que seus sentimentos fossem correspondidos. Só precisava de alguém que segurasse sua mão e nunca mais soltasse. De alguém em quem confiar plenamente. E eu fui um escroto insensível. - jogou a pasta na mesa e encostou na cadeira. - Como eu pude ser tão canalha e egoísta com você? - murmurou sozinho. - Você não tinha medo de nada por não dever explicações a ninguém, e eu não me importei contigo do jeito certo, só estava preocupado com o que eu tinha a perder.
No dia seguinte, ao chegar na sala de professores, Yoongi percebeu uma agitação incomum. Deixou sua pasta sobre uma mesa e se aproximou para pegar um café.
- ...Mas agora a polícia está procurando por ele. Logo teremos notícias.
- O que houve? - Yoongi mexia seu café com uma colher descartável.
- Um dos alunos não aparece para as aulas há uma semana. A polícia abriu uma investigação e espalhou a foto dele pela cidade como desaparecido.
A palavra desaparecido deixou Yoongi nervoso.
Desaparecido? Achei que ele só estava chateado e não queria me ver. Isso é bem mais grave.
- Jung Hoseok é um dos seus alunos, não é Sr Min?
- Sim. Eu dei aulas de reforço para ele assim que cheguei na faculdade. Suas notas não estavam nada boas. - ele deu um gole no café. - Eu percebi que ele não tem aparecido nas aulas, mas desaparecido...já é um pouco extremo.
- Dizem que ele foi visto pela última vez há uma semana, saindo do motel Han-Goo acompanhado de outro homem. - disparou uma das professoras. Yoongi engasgou com o café, o que o fez tossir compulsivamente.
- Você está bem? - outra professora deu leves tapinhas nas costas dele.
- Estou. - Yoongi se virou para a mesa, pegando um guardanapo.
Ah, droga! Eu estou ferrado!
- Sr Min, em seu primeiro depoimento, o senhor não nos contou que era o homem que estava com Jung Hoseok na última vez em que ele foi visto. - o delegado o encarou com desconfiança. - Há algum motivo específico para o senhor esconder algo assim? - ele pegou a caneca no canto da mesa e deu um gole em seu café frio. Olhou com certo nojo para o líquido e dispensou a caneca no mesmo lugar.
- Eu...eu...
- Pode levar o tempo que precisar para pensar no que vai dizer dessa vez. - ele puxou as algemas, a arma e o distintivo, colocando todos sobre a mesa. Não tinha a intenção de assustar Yoongi, mas percebeu como ele ficou pálido ao olhar para seus itens.
- Eu não tenho nenhum envolvimento no desaparecimento dele. Eu juro.
- Eu vou perguntar mais uma vez, Sr Min, e espero que dessa vez não omita nenhuma informação. - ele pousou os braços na mesa. - O Sr sabe se ele tem algum contato com alguém fora da cidade? Algum familiar, amigo, conhecido? Sabemos que ele saiu há pouco mais de 1 ano do orfanato, mas talvez tenha reencontrado alguém da família.
- Eu realmente não sei dizer. Não era comum a gente falar sobre essas coisas? - respondeu nervoso.
- O que fizeram na última vez que estiveram juntos, duas semanas atrás, Sr Min? - ele puxou um caderno encapado de couro em uma gaveta da mesa, à esquerda.
- Nós saímos e bebemos um pouco.
Yoongi tentava segurar ao máximo a relação que vinha tendo com Hoseok, mas estava sem opções. Ou ele falava a verdade e perdia seu emprego, ou acabaria preso como principal suspeito do desaparecimento dele.
- Sério? - o tom de escárnio deixou Yoongi sem saída. Ele suspirou.
- A verdade era que ele e eu estávamos saíndo.
- Saindo? - arqueou uma sobrancelha.
- Sim. Há algumas semanas nós nos encontrávamos depois das aulas.
- E como eram esses encontros, pode nos contar os detalhes?
E foi assim que Yoongi contou aos policiais sobre a relação deles. Desde a primeira vez que Hoseok foi até a casa dele, até a última vez em que se viram.
Yoongi gostava das cidades pequenas por serem mais calmas e previsíveis. E sabia, também, que as pessoas ficavam sabendo das coisas com muita rapidez e não faziam questão alguma esconder a expressão de desprezo quando cruzavam com ele na rua.
Em uma manhã, depois de chegar à faculdade, entrar na sala dos professores e ouvir cochichos e ser ignorado, Yoongi foi convocado até a sala do reitor.
Ele já esperava por isso, já sabia que perderia seu emprego, e até que demorou para receber a notícia.
Yoongi passou dois dias em casa pensando no que ia fazer. Teria que ir embora, não havia emprego nem de lavador de pratos para ele naquele lugar. Encaixotou suas coisas mais pessoais, tomou um banho e foi dormir.
Na manhã seguinte, quando ele colocava suas coisas no carro, uma viatura da polícia parou atrás do carro dele.
- Vai a algum lugar, Sr Min? - perguntou um dos policiais.
- Eu vou embora da cidade, não há mais nada aqui pra mim. - fechou o porta malas.
- Acho que o Sr vai ter que adiar a sua viagem.
- Por quê?
- Min Yoongi, você está preso como o principal suspeito no desaparecimento de Jung Hoseok. - o policial retirou um par de algemas no cinto e seguiu na direção dele.
- O que? Como assim?
O outro policial ditou os direitos dele, enquanto o outro o virou de costas e colocou as algemas.
Min Yoongi era o único suspeito do desaparecimento de Hoseok.
Após a polícia vasculhar o apartamento dele e encontrar seu diário, muita coisa o apontava como um suspeito com motivos.
Hoseok detalhou em seu diário os encontros com o professor. Falava vagamente das conversas que tinham e não havia um único encontro que Yoongi não se mostrava preocupado com a possibilidade de alguém descobrir a relação.
A polícia notou que Hoseok se sentia pressionando a manter a relação dos dois em segredo e Yoongi sempre o fazia prometer que não comentaria sobre isso com ninguém. Nunca.
Hoseok chegou a ir em casa na noite depois que se viram. Passou tempo suficiente para escrever novamente em seu diário e especificar como terminou a noite dos dois. Hoseok decidiu ir até a casa de Yoongi e terminar o relacionamento, pois não queria mais estar com alguém e se esconder como se estivesse cometendo um crime, apenas por Yoongi ter suas ressalvas.
Passou-se mais um mês e Hoseok não apareceu. A mídia e a polícia já estavam dando o jovem como morto. Yoongi permaneceu preso e ia à julgamento pelo desaparecimento do Jung.
Como as únicas provas concretas eram as que foram descritas no diário do jovem, o resto era apenas circunstancial e o promotor estava ávido por uma condenação em um julgamento sem júri popular, Yoongi pegou uma sentença de 5 anos pelo "crime", pois não havia corpo, então a promotoria não podia pedir uma pena maior.
Uma visita inesperada apareceu para Yoongi em um dia comum na penitenciária masculina, onde ele cumpria sua sentença. Ele não conhecia ninguém com o sobrenome Kwan. Esperava que, em algum momento, sua família aparecesse para vê-lo. Mas parece que a vergonha que ele causou à família era maior que o amor que diziam sentir por seu único filho.
Não que Yoongi quisesse ver sua mãe em um lugar como aquele, mas seria um conforto sentir que não tinha perdido a família também.
Seu pai certamente não daria às caras, Yoongi sabia que, maior do que a vergonha de ter um filho condenado, era saber que ele cumpria a sentença pelo desaparecimento de um rapaz com quem ele mantinha uma relação.
- Você o matou? - o homem perguntou antes que Yoongi colocasse a bunda na cadeira.
- Quem é você?
- Me diga que você o matou. - Yoongi estranhou a ansiedade do homem. - Me diga que toda essa tortura acabou, que ele finalmente nos deixará em paz.
- Do que está falando?
- De Jung Hoseok. - ambos ficaram em silêncio por um tempo.
- Não, eu não o matei.
- Eu juro que não direi uma palavra a ninguém, mas diga que você fez isso. - as mãos do homem tremiam.
- Você é louco? Quem é você?
- Eu sou o professor que abandonou a cidade e o emprego que você pegou. Eu saí às pressas de lá por causa dele. - o homem se curvou para o vidro que dividia a cabine que eles conversavam. - Ele me seduziu, assim como fez contigo. Não tenho orgulho de dizer isso, mas eu acabei cedendo às investidas dele. Nos envolvemos por algum tempo e quando eu disse que não poderíamos mais nos ver, ele passou a me ameaçar com fotos, ligações na casa da minha mãe, entre outras coisas. Então resolvi ir embora. Mas ele me encontrou e fez mais ameaças. As visitas dele eram constantes. Acho que ele só parou de ir me ver quando começou a se envolver contigo.
- O que? O Hoseok não é assim. Ele não faria isso.
- Então, por que você está aqui? - Yoongi não soube responder. - Seu julgamento saiu em todos os noticiários, estava por todos os cantos das redes, ainda assim, ele não apareceu para livrar a sua barra.
- Ele não faria isso comigo. Ele gostava de mim. De verdade.
- É, eu sei, você era o único que o compreendia, a conexão de vocês era única.
Yoongi ficou pálido ao ouvir aquilo. Aquelas palavras não estavam no diário do Hoseok. Foi dito em particular, em um momento só deles.
- Ele estava sendo sincero em uma única coisa: nós não o conhecemos.
Aquela visita deixou Yoongi confuso, pensativo e um tanto paranóico.
Em uma tarde de primavera, Yoongi trabalhava no jardim e no canteiro de plantas em frente a sua casa. Ele precisaria comprar adubo se quisesse que suas mudas parassem de morrer a cada semana. Através do gramado ele viu a sombra de alguém se aproximando.
- Você tem um belo jardim aqui. - Yoongi congelou só ouvir aquela voz. - Parece que você tem se dedicado bastante.
Yoongi levantou-se bem devagar, sentiu suas pernas bambas e suas mãos tremerem. Ele virou, ainda receoso com quem encontraria atrás dele.
Ele inalou o ar com força e soltou com desespero. Aquela era a última pessoa que ele esperava encontrar novamente um dia. Apesar de querer muito.
- Ho-seok?
- Oi, Sr Min. - abriu um sorriso afetado. - Gostei do cabelo e da vibe de fazendeiro.
Yoongi estava com o cabelo mais longo, na altura do ombro. Usava uma camisa azul lisa e uma de flanelada xadrez por cima, com as mangas arregaçadas. Usava também, galochas e uma calça jeans surrada. Nas mãos, luvas de jardinagem.
- O-o quê está fazendo aqui? - engoliu em seco. - Como me encontrou?
- Como eu não o encontraria se nunca te perdi de vista? - ele tirou os óculos escuros e pendurou na gola da camiseta. - Eu senti sua falta, então vim te ver.
Hoseok se aproximou e o abraçou. Yoongi se manteve parado, estático, sentindo os braços dele em volta de seu pescoço.
Não é possível que seja verdade. Ele não faria isso comigo!
Yoongi apertou a pequena tesoura de jardinagem na mão, a raiva estava crescendo dentro dele, partindo de algum lugar na sua alma. Suspirou e deixou que ele o abraçasse por um longo tempo.
- O seu cheiro é diferente agora, mas eu gosto. - fungou na nuca dele, sentindo sua pele molhada do suor. Yoongi pousou a testa no ombro dele.
Depois de entrar, tomar um banho e preparar algo para comer, Yoongi descobriu que estava sem apetite algum. Já Hoseok, comia como se fizesse tempo que não lhe era servido um prato de comida.
- Isso aqui está ótimo! - Yoongi levantou apenas o olhar para encará-lo.
Yoongi não tinha certeza do porquê, mas estava mantendo certa distância dele. Enquanto ele comia na mesa, Yoongi estava do outro lado, encostado na pia com os braços cruzados no peito.
- O que aconteceu pra você ter sumido tão de repente? - ele não tinha mais paciência para adiar essa conversa. - Por que não apareceu antes?
- Eu não queria te ver depois da nossa última conversa. - ele empurrou o prato vazio para o centro da mesa. - Me senti chateado, triste, com o que você me disse.
- Por isso você desapareceu e deixou que tudo isso acontecesse? - ficou indignado.
Hoseok levantou e foi até ele, colocando as mãos em seus ombros. Yoongi sentiu um frio subir pela espinha. Detestava aquela sensação ruim.
- Eu não vim aqui para falar do passado. Pelo menos não hoje. Eu queria ver você, passar um tempo contigo. - deslizou os dedos entre os fios de Yoongi. - Como nos velhos tempos. - ele aproximou o rosto, com os olhos fixos nos lábios do Min.
- Eu não consigo fazer isso. - desviou do Jung, indo até a mesa e pegando o prato, levando para a pia. - Não consigo fingir que está tudo bem, tudo normal depois do que aconteceu, de todo esse tempo. Minha cabeça está confusa e meu coração...apertado.
- Ah, Yoongi...- o abraçou por trás, enquanto o outro lavava a louça. - Nós vamos ter tempo para falar sobre tudo isso.
Ele está certo. Temos tempo para conversar depois. Sei que quando ele me explicar tudo, eu vou ficar mais tranquilo. Ele não faria nada para me prejudicar de propósito.
- Você não sentiu a minha falta? - perguntou, com o queixo sobre o ombro dele.
- Senti.
Yoongi não achava que gostava tanto de Hoseok a pronto de não dormir por várias noites depois de seu desaparecimento.
Ele sentia falta do tempo que passavam juntos, das refeições que dividiram, dos momentos de descontração e do sexo incrível que faziam.
Com a falta que sentia dele, Yoongi sabia que acabaria fazendo o que ele queria quando voltasse. Pediria demissão e se mudaria. Estava disposto a fazer isso, se fosse para ficar com Hoseok.
No entanto, ele não apareceu nos últimos 5 anos.
- Ei...- puxou Yoongi pelos ombros, virando-o de frente. - Eu estou aqui agora, e não vou embora nunca mais.
Yoongi encarou os olhos dele com tristeza. Queria lhe dizer tantas coisas... Mas, por enquanto, era suficiente tê-lo ali.
O Min o abraçou, escondendo o rosto em seu pescoço. Hoseok acarinhou sua nuca, trazendo seu rosto para dar-lhe um beijo.
Quando Yoongi sentiu os lábios dele, seu coração ficou calmo. Ele o beijou de todas as formas possíveis e em todos os lugares. Fez amor com Hoseok como queria ter feito anos atrás, na esperança de reencontrá-lo.
Na manhã seguinte, fizeram amor outra vez ao acordarem. Yoongi não conseguia esconder que estava feliz por ter Hoseok de volta. Mas ainda precisava entender o que aconteceu para ele ter sumido e tê-lo deixado por todos esses anos. Ainda assim, tomaram café da manhã juntos, Yoongi lhe mostrou a casa - que não era grande - com um quarto, cozinha ampla e banheiro e o quintal nos fundos, que dava acesso a uma floresta com uma cachoeira. Eles trabalharam no jardim da frente e Yoongi saiu logo depois para comprar algumas coisas para fazer o almoço.
- Bom dia, Sr Min. - disse a senhora Choi ao encontrá-lo na saída do mercado.
- Bom dia, Sra Choi!
- Parece mais animado hoje, como andam as mudas?
- Elas estão crescendo devagar, mas vão ficar bem, estou levando um adubo melhor desta vez.
- Oh, isso é ótimo! - uma moça se aproximou por trás da Sra Choi. - Ora, Sr Min, quero te apresentar a minha neta, Woo Jihye.
Yoongi se apresentou formalmente para a moça e se despediu das duas, entrando no carro, ansioso para voltar para casa.
- Ele é um homem muito respeitável. Você deveria lhe fazer uma visita, Jihye, levar-lhe algumas frutas.
- Vovó, pare com isso. Ele é meio...velho.
- Não diga isso! - deu um tapa leve na mão da neta. - Homens como ele não são fáceis de encontrar hoje em dia. Ele é muito educado, inteligente, cortez e bonito. Pense nisso antes de se agarrar em algo tão trivial como a idade. - a Sra Choi seguiu para o corredor do mercado.
Jihye ficou parada na porta, observando o Min colocar as coisas no banco, ligar o carro e partir.
- ... Eu já tenho tudo sob controle com o Chang. O depósito foi feito essa manhã. - Hoseok estava ao telefone quando Yoongi chegou, na varanda dos fundos. - Não se preocupe em saber onde estou. Está tudo bem, mas não pretendo ficar por muito tempo. - Yoongi não queria ouvir a conversa dele, mas ele não havia percebido sua chegada e falava casualmente na ligação, enquanto ele desembalava as compras. - Tudo bem, tudo bem, só me ligue se for algo urgente. Até mais.
Hoseok entrou e viu Yoongi parado, olhando através da janela da frente, com um copo d'água na mão.
- Eu não vi você chegar. - jogou o celular na cama e foi até o Min. - O que você vai preparar para o almoço? - o abraçou por trás.
- Carne de porco. - respondeu seco. Yoongi não gostava do que estava sentindo. Apertou o copo entre os dedos.
- Que ótimo, sabe que eu adoro carne de porco.
Mais tarde, depois de almoçarem, Hoseok pegou no sono. Yoongi estava ao lado dele na cama, encarando o teto.
O celular dele vibrou na mesa de cabeceira e Yoongi ignorou. Como o aparelho não parou, Yoongi o pegou e olhou para a tela que piscava no nome do contato, que estranhamente foi salvo apenas como XXX. Yoongi olhou para Hoseok que ainda dormia, levantou e foi para a varanda da frente. Apertou o botão verde e colocou o aparelho no ouvido.
- Hoseok, preciso que você venha o quanto antes. Minjoon não está colaborando e não quer ceder ao acordo. Sem falar que você não tem nada a ganhar por aí, esse cara não tem dinheiro e você não gosta dele tanto assim para ficar com ele por tanto tempo. Já ferrou a vida dele como queria, agora preciso que você volte! - disparou o cara na outra linha. - Hoseok, está me ouvindo? Hoseok?!
Yoongi encerrou a ligação. Agora saiba exatamente o tipo de pessoa que era Jung Hoseok. Apertou com força o celular quando ele vibrou outra vez. Yoongi cancelou a chamada e desligou o aparelho.
Hoseok acordou e viu Yoongi sentado em uma cadeira em frente a cama, encarando-o impassível.
- Nossa, que horas são? Quanto tempo eu dormi? - sentou na cama esfregando os olhos.
- Tempo suficiente. - respondeu sério.
- O que há com você? Está de mau humor? Não dormiu bem? - Yoongi não respondeu. - Vem cá, eu sei exatamente do que você precisa.
Yoongi sabia o que tinha que fazer para obter as respostas que queria, sem que ele fugisse outra vez.
Levantou-se e se aproximou da cama. Hoseok andou de joelhos até a beirada e beijou seu pescoço.
A parte difícil para Yoongi era resistir à Hoseok.
Kwan estava certo, ele não queria alguém que cuidasse dele, que gostasse dele. Não queria alguém que o amasse. Só queria dinheiro e ferrar a vida de quem não lhe desse o que desejava.
- Uau, você já está pronto! - Hoseok puxou a bermuda dele, expondo sua ereção.
Yoongi estava com muita raiva, mas, estranhamente excitado também. E tudo aquilo era proporcionado pela mesma pessoa.
Hoseok começou a masturba-lo. Yoongi segurou seu braço. O Jung o encarou confuso. O Min colocou a mão em sua nuca e o fez se abaixar, ficando de quatro na cama.
- Olha, alguém está cheio de atitude hoje. - Hoseok umideceu os lábios. - Gosto disso.
Quando ele aproximou a boca do pau do Min, sentiu uma puxada forte em seu cabelo.
Olhou para o Min, que acenou um "não" com a cabeça.
Ele manteve Hoseok no lugar, ainda apertando seu cabelo entre os dedos. O olhar do Jung brilhava. Yoongi segurou na base do pau e passou levemente na bochecha do outro, em direção a sua boca. Deslizou em seus lábios e quando o Jung abriu a boca, ele puxou sua cabeça. Arqueou uma sobrancelha ao ver um sorriso lascivo nos lábios do rapaz. Sabia que Hoseok gostava de certas atitudes, mas dessa vez seria do jeito dele. Agora seria ele a conseguir o que queria.
Fez a mesma coisa do outro lado da bochecha dele, indo até os lábios. Quando o Jung colocou a língua para fora, ele passou sua glande pela umidade e maciez dele. Puxou rapidamente o membro quando Hoseok envolveu parcialmente a boca em seu pau.
- Não seja mau desse jeito, Yoon, quero tanto agradar você.
Yoongi bateu com o membro em seu rosto, ainda o encarando sério e ofegante. Não podia negar que fazer aquilo o deixava louco. Bateu outra vez e Hoseok gemeu. Sem aviso prévio, Yoongi meteu o pau na boca dele e estocou fundo. Hoseok se assustou com a invasão repentina, mas continuou, chupando-o como ele gostava.
Yoongi pendeu a cabeça para trás, segurando com dificuldade os gemidos do prazer que sentia. Colocou a outra mão na cabeça dele e meteu cada vez mais fundo e mais rápido.
Por mais que soubesse que deveria sentar e conversar com o Jung, ele queria aproveitar aquela foda. Estava decidido que seria a última deles, independente do que Hoseok revelasse depois.
Yoongi o puxou pelos cabelos e o jogou na cama.
- Parece que você envelheceu como vinho, cada vez melhor na arte da foda. - Hoseok limpou a boca com as costas da mão.
Yoongi subiu na cama depois de tirar a bermuda. Tirou o calção de Hoseok, sem paciência alguma e o puxou pelas pernas, se encaixando entre elas. Ele beijou sua boca com violência e mordeu o lábio inferior.
- Eu quero foder você como ninguém jamais fez! - Hoseok arfou ao ouvi-lo falar daquele jeito.
Sem demora, Yoongi encaixou seu pau na entrada dele e o penetrou. Não se importou em conter um gemido alto com o prazer de penetra-lo.
Hoseok colocou as mãos em seus ombros, puxando-o para mais perto quando ele começou a estocar com determinação. Mas suas mãos não se mantinham ali pelos movimentos bruscos e a camisa que deixava suas mãos antiaderente na pele do outro. Ele empurrou Yoongi e puxou com rapidez sua camisa.
Hoseok engoliu em seco ao ver as cicatrizes que ele tinha.
Yoongi era calmo, paciente e correto. Isso não mudou quando ele estava recluso. Mas lhe trouxe alguns problemas. As alas do centro penitenciário eram divididas por gangues. E ele só tinha duas opções: se juntar a uma delas ou morrer.
Com sua inteligência, ele calculou qual delas tinha uma formação mais pragmática: homens mais ágeis, com alguma noção de arte marcial e um histórico de crimes mais relevantes.
Ainda assim, não quer dizer que não acabaria no meio de uma guerra entre as gangues ou uma briga comum por território dentro das instalações. Isso lhe rendeu marcas que ele nunca mais conseguiria esquecer.
- Yoongi...
Yoongi não queria falar sobre isso, ainda.
Puxou as penas de Hoseok e colocou sobre seus ombros, inclinou-se sobre ele e segurou seus pulsos contra a cama. Moveu-se para dentro do outro sem paciência.
- Yoongi, espera! - Yoongi não lhe ouvia, apenas metia. - Yoongi, para! Vamos conversar um pouco. - ele tentava se livrar das mãos do outro que apertava forte seus pulsos. - Yoongi! Por favor!
Yoongi abriu os olhos e seu olhar parecia queimar Hoseok como o inferno.
- Sobre o que você quer conversar? - ele parou de estocar com intensidade, agora estava indo lentamente. - Sobre as minhas cicatrizes? Como eu as consegui? Agora você quer saber como foi o meu tempo na cadeia?
- Yoongi, você sabe que eu me preocupo com você.
- Jura? - parou imediatamente, com os olhos fixos nos do Jung. - Então você vai me dizer o que realmente queria de mim, já que eu não podia lhe oferecer dinheiro? - os olhos dele arregalou. - Se você se importa tanto comigo, por que me deixou passar por isso? Por que sumiu por 5 anos sabendo o inferno que estava a minha vida? E tudo isso por quê? Só por que eu não estava preparado para mudar toda a minha vida por esse relacionamento?
- Eu fui embora porque estava chateado, eu ia voltar, eu gostava de você de verdade, mas quando vi o jeito como as coisas foram acontecendo, esperei pelo julgamento. Eu tinha certeza que você não seria condenado. Tinha certeza que ficaria livre e poderíamos finalmente ficar juntos!
- Não diga que você gostava realmente de mim. Não minta assim na minha cara! - Yoongi estava permitindo que a raiva o dominasse.
- Eu não sentia nada por você a princípio, mas isso mudou...
- Mentira! - gritou tão alto e tão próximo ao Jung, que ele virou o rosto sentindo o bafo quente que emanava do interior do Min. - Por que você voltou? Queria ter certeza de que destruiu a minha vida como você queria? - Hoseok suspirou.
- Yoongi, me solta. Vamos conversar.
- Já estamos conversando.
- Yoongi, eu quero parar, agora! - protestou o Jung quando ele voltou a se movimentar dentro dele.
- Você tem ideia de tudo o que eu tive que suportar na cadeia?
- Yoon...- se remexeu sob o outro, mas não conseguiu se soltar.
- Tem uma mínima noção de como é viver cercado de dúvida e medo? Sem saber quando você vai morrer, ou se será esfaqueado enquanto dorme? - se aproximou de seu rosto que seus narizes tocaram. - Faz ideia do monstro que você tem que ser para não virar a mulherzinha de alguém? - Hoseok parou, ficou assustado. - E depois de eu enfrentar tudo isso, você ainda aparece aqui como se não tivesse feito nada? Sinto muito, Hoseok, mas eu não sou mais o Yoongi que você conheceu.
- Por favor, Yoongi, não faça nada que possa se arrepender depois. - o Min riu com sarcasmos.
- Eu não me arrependo de nada que precisei fazer, nem do homem que me tornei. E até onde todo mundo sabe, eu sou responsável pelo seu desaparecimento. - o jeito como os olhos de Yoongi ficaram escuros deixou o Jung apavorado.
- Me solta! Por favor, me solta. Vamos conversar e eu te digo tudo o que quiser saber.
- Você vai me contar tudo, de um jeito ou de outro.
Yoongi abriu os braços dele sobre a cama, baixou as penas dele em um movimento rápido e as colocou pressionada entre seus braços e suas costelas.
- Agora me responda, com quem estava falando no telefone à tarde, qual a relação de vocês e o que fazem?
- Tudo bem, em conto. - Hobi já tinha lágrimas nos olhos. Estava com medo, e ele só crescia a cada minuto. - Ele é o Taejoon, nos conhecemos no orfanato. Somos amigos desde os 12 anos. Será que você pode...parar com isso? - Yoongi estava de olhos fechados, inspirando com força e ainda o penetrava devagar.
- Continua, Hoseok.
- Nós...- Hoseok estava achando o comportamento dele muito estranho. - Nós acabamos nos envolvendo com algumas coisas erradas e não queríamos ser alvos tão fáceis para a polícia, então ele teve a ideia de arrancarmos dinheiro de algumas pessoas depois de nos envolvermos com elas e chantageá-las. Mas a grana acabava muito rápido, então aumentamos o número de alvos e o tempo de "acordo". - Yoongi abriu os olhos e o encarou. - Mas eu nunca fiz isso com você, nunca te chantagiei. Eu...gostava mesmo de você. Mesmo que você não tenha cedido aos nossos sentimentos e eu tenha arquitetado tudo para você parecer culpado pelo meu sumiço, eu senti mesmo a sua falta. Senti de verdade.
Yoongi colocou os braços sobre os bíceps dele, soltando todo seu peso, mantendo-o ainda preso, agarrou seu pescoço e pressionou os dedos em seu rosto.
- Você não acha mesmo que eu vou acreditar nisso, acha? Eu nunca vou recuperar a minha vida nem esquecer o que eu passei nos últimos 5 anos. Você fudeu comigo por egoísmo, e agora está na hora de você pagar por isso.
- Yoongi, por favor, me perdoe!?
Yoongi se afastou abruptamente e colocou as duas mãos no pescoço dele, apertando forte.
- Como se sente agora? - ele apertava as mãos no pescoço de Hoseok e o penetrava com força. - Como é ter alguém, literalmente, fodendo a sua vida?
Hoseok batia as pernas atrás de Yoongi e tentava puxar as mãos que apertavam seu pescoço.
- Yoon...- emitiu engasgado.
- Eu quero que saiba, - murmurou no ouvido dele. - que eu realmente adorava a foda contigo, e por um tempo, achei mesmo que te amasse. - Hoseok tentou empurra-lo pelo peito. Sem sucesso. - Você tinha razão quando disse que eu não te conhecia, só esqueceu de lembrar que agora eu não era mais o Yoongi que você conheceu.
Afastou-se, mantendo Hoseok pressionado na cama, pelo pescoço. Levantou a cabeça e fechou os olhos, se deliciando no prazer da última transa que teriam.
Hoseok se debateu por mais alguns minutos até não resistir mais. Yoongi olhou para ele, em seus olhos arregalados e manchados pelo próprio sangue.
- Eu tenho certeza que ninguém, jamais, fará amor assim comigo outra vez. - estocou mais algumas vezes e gozou.
Ele se inclinou e deixou um beijo no rosto do Jung antes de cair deitado ao seu lado.
Três dias depois, Yoongi estava na varanda dos fundos, sentado na cadeira de balanço, tomando uma xícara de café. Seus olhos não desviavam do monte de terra remexido em seu quintal. Era triste saber que o amor de sua vida estava enterrado ali. No entanto, ele não sentia culpa ou remorso pelo que havia feito.
Ouviu duas batidas na porta da frente e foi atender.
Ele não era paranóico ou coisa do tipo, mas estava desconfiado, já que nunca recebeu vista nem de vendedores na sua porta.
- Sra Choi? - ficou surpreso.
- Sr Min! Desculpe se estamos incomodando, mas trouxemos um presente. - a mais velha abriu espaço para que sua neta estendesse a cesta com frutas para ele.
- Oh, eu...- ele pegou a cesta. - Sinto muito, não esperava por isso e não tenho nada para lhe dar de volta.
- Não se preocupe com isso, acho que o Sr pode dar algumas dicas para Jihye, já que ela ainda decidiu o que quer cursar na faculdade. - a velhinha entrou e deixou Jihye sozinha com Yoongi na varanda.
- Me desculpe, minha avó pode ser um pouco estranha às vezes. - ela colocou as mão para trás e baixou a cabeça, envergonhada.
- Não tem problema, ela só está querendo o melhor para você. - ele sorriu simpático. - Venha, vamos fazer um refresco com algumas dessas frutas. - ela sorriu animada e entrou.
- Querido, tem um investigador aqui que quer vê-lo.
- Tudo bem, já estou indo.
Na sala, Jihye ofereceu um café para o investigador, ele aceitou prontamente.
- Será que há algum lugar que possamos conversar com mais calma?
Yoongi e o investigador olharam na direção da sala. Me-reen, filha de Yoongi com Jihye estava vendo tv. Muito animada por sinal.
- Claro, por aqui! - Yoongi indicou a varanda. Fechou a porta assim que passaram por ela. - Em que posso ajudá-lo, Sr...
- Kim. Kim Jeon-sang. - Yoongi estreitou os olhos ao ouvir aquele nome, então o reconheceu.
- O que precisa de mim?
- Creio que o Sr soube sobre o corpo encontrado no canteiro de obras de uma construtora recentemente.
- Não se fala de outra coisa no noticiário. Algum garoto de origem Tailandesa, se não me engano.
- Essa é a informação que eles têm. No entanto...
Com o tempo de reclusão que teve que cumprir, as economias de Yoongi lhe renderam bons juros, assim, quando saiu do centro de detenção, ele comprou uma casa na cidade vizinha, na parte mais afastada. Queria evitar muito contato com as pessoas, e não queria ir tão longe, caso Hoseok aparecesse. Ele tinha ingênuas esperanças na época.
Depois que matou Hoseok, ele aguardava que a qualquer momento a polícia invadisse sua casa para prendê-lo, já que tinha alguém que sabia onde Hoseok esteve pela última vez.
Todavia, o esquema que Hoseok tinha com Taejoon era grande, haviam outros envolvidos. Acionar a polícia contra Yoongi, poderia resultar na queda de todos eles e na perda de grandes negócios.
Simplesmente, não fizeram nada a respeito.
Com a primeira visita da Sra Choi, Yoongi não imaginou que acabaria sendo convidado diversas vezes para visitá-la. Ele não recusava os convites, ela era uma senhora sagaz e determinada. E isso só ficou evidente para ele quando ela o convidou para uma viagem para a casa da família no lago e simplesmente não apareceu, deixando-o sozinho com sua neta.
Jihye ficou bastante irritada com isso e revelou a ele as intenções de sua avó. Ele não se chateou com a reação da mais nova, na verdade, se sentiu lisonjeado de sua avó acha-lo bom o suficiente para querê-lo em sua família. Dali surgiu a compreensão de Jihye e ela ficou mais à vontade na presença dele.
Alguns meses depois, ele a convidou oficialmente para um encontro. Ela aceitou, e dois anos depois, ele vendeu sua casa próximo à floresta e comprou um apartamento no centro da cidade, onde moraria com Jihye depois de casados.
Agora, 9 anos depois, Hoseok voltou para assombrar a vida de Min Yoongi.
Ele havia vendido a casa para um casal de idosos, depois, eles venderam o terreno para uma construtora.
Durante as investigações, Jeon-sang foi descobrindo os rastros que levavam o corpo, até Yoongi.
- Sabe o que é mais intrigante nisso tudo? - Yoongi ouvia pacientemente. - É que ele havia desaparecido anos antes de você comprar a casa. O que me faz pensar, o que o corpo dele faz no seu quintal depois de você ter sido condenado pelo desaparecimento dele anos antes?
- Já faz anos que aquele não é o meu quintal.
- Sei. - uma longa pausa. - Isso me faz pensar, também, no quanto você deve ter sofrido, passando todos aqueles anos preso por um crime que não cometeu.
- Parece que as "evidências" eram mais importantes do que a minha palavra. - o Kim suspirou depois de uma pausa.
- Eu não sei o que aconteceu lá, mas espero que você seja um bom homem, Sr Min.
- Eu dou aulas particulares, tenho uma esposa e uma filha que são tudo o que eu sempre precisei na vida e pago meus impostos como um cidadão de bem. Não há nada no meu passado que interfira no homem que eu sou hoje, Sr Kim. - o Kim o avaliou por um tempo.
- Tudo bem, o passado deve ficar no passado, não é isso? - Yoongi assentiu.
- Com licença...- Jihye entrou com uma bandeja. - Fiz um café fresquinho!
- Muito obrigado, Sra Min, mas já estou de saída.
- Tome pelo menos um pouco do café, não faça essa desfeita, Sr Kim. - ela sorriu, servindo a xícara para ele.
- Se é assim, então eu aceito. - ele pegou a xícara e bebeu o café enquanto observava Yoongi abraçá-la e deixar um beijo em sua têmpora. - Bem, eu preciso ir. - colocou a xícara na mesinha ao lado da bandeja.
- Eu o acompanho até a porta.
- Não se incomode, Sra Min, eu lembro onde fica a saída. Tenham um bom dia. - se despediu com um aceno de cabeça.
- O que houve? Você está encrencado? - perguntou ao Min assim que o Kim saiu.
- Essa visita dele significa que não. Ele só precisava entender algumas coisas. Não se preocupe.
- Tudo bem. - ela o abraçou forte. - Conseguiu finalizar a correção de todos os trabalhos? Vamos poder viajar na data programada? Me-reen está ansiosa.
- Claro, em dois dias estaremos em Jeju!
- Que ótimo! - ela segurou os rosto dele com as duas mãos e beijos seus lábios.
Yoongi a apertou em seus braços e beijou sua testa.
Bem, então é isso gente.
Me digam o que acharam, com sinceridade. Aceito críticas tranquilamente, no entanto, saiba discernir o que é crítica de desrespeito e ofensa. Sei que vocês são inteligentes para isso.
Até breve!
Se cuidem, beijos. Xoxo!
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