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🖋️ 5 - Jungkook (Jikook) Parte 2

Olha eu de volta! Foi rápido, né?
Bem, eu não tenho o hábito de fazer isso, mas fui convencida por uns "anjinhos", a fazer uma segunda parte dessa one.

A princípio, ela começou a se desenvolver na minha cabeça com a música "Somebody" do Jungkook, mas "Hate You" tomou conta de tudo e deu mais sentido a ela. Então ouçam bastante ela enquanto lêem (principalmente na parte final, ela dará um boom nas emoções de vocês).

Boa leitura!


Fanfic baseada na música: Hate You - Jungkook






Benjamin acordou de repente. Os olhos fixos no teto e o corpo fraco. Ele estava exausto, não sabia porquê. Tentou dar um longo suspiro, mas algo estava em sua garganta. Ele apertou a mandíbula e sentiu um objeto emborrachado em sua boca. Instintivamente colocou a mão na boca.

— Ben! — uma voz agitada ecoou pelo cômodo. — Enfermeira! — gritou a mulher ao se aproximar dele. — Ben, se acalma!

Ben? Quem é Ben?

Ele queria falar algo, mas não conseguia com aquele tubo que invadia sua garganta.


Benjamin foi cuidadosamente atendido por um médico assim que uma enfermeira entrou no quarto e o viu acordado. Ele era um garoto de 13 anos que depois de um acidente de carro ficou em coma por mais de um ano.

Era estranho todas aquelas pessoas em volta dele. Não sabia quem eram, não reconhecia ninguém.

— Onde está a minha mãe e o meu pai? — ele recebeu olhares estranhos de todos no recinto. — Onde estou? — a voz dele estava rouca, tinha certa dificuldade em articular as palavras.

— Ben, sou eu, a sua mãe. — uma mulher loira de olhos claros se aproximou dele com cuidado. — Não se lembra de mim?

Ele podia ver a decepção em seus olhos. Não queria que ela se sentisse assim, mas estava confuso.

— Onde estamos, mãe? — foi sensível com ela.

— Estamos no hospital, meu amor. — sentou ao lado dele na cama. — Você lembra de alguma coisa do acidente?

Ben pensou por um instante. Fechou os olhos e viu o caminhão parado na pista, se recordou de ter se desviado dele e logo depois caiu de uma ribanceira.

Se lembrou do frio que sentiu por longos dias, se lembrou do carro capotado, da floresta. Lembrou-se dele

Jiminie...

Algumas semanas depois, Ben finalmente estava em casa. Era estranho estar em um lugar que era para ser seu lar, mas nunca houvera colocado os pés ali antes.

Sua mãe o acompanhou até o quarto, lhe falou sobre onde encontrar roupas limpas, mostrou o banheiro e tudo mais que achou que ele precisava se recordar.

Assim que saiu, ele foi ao banheiro, observou sua aparência por algum tempo e expirou.

Benjamin estava abaixo do peso. Os ossos de sua mandíbula estavam saltados e as maçãs do rosto eram apenas buracos.

— O que estou fazendo aqui? Que lugar é esse? Que vida é essa?

Ele era Benjamim Clark, 13 anos — quase 14 —, estava no final do fundamental, indo para o colegial. Era filho de Lucy e John Clark, que moravam em Orlando, na Flórida. Tinha uma irmã mais nova de 8 anos, chamada Candice. Morava em uma casa tradicional, com cercas brancas e um sótão assustador. Sua avó estava bem velinha e seu avô morreu como herói na guerra. Não tinha avós paternos, eles morreram há alguns anos, no auge da uma pandemia de COVID 19.

Essa vida não era dele.

Queria voltar para Seul, para seus verdadeiros pais, sua verdadeira casa, sua verdadeira vida.

Queria ser o Jungkook de antes.

Com o tempo, Jungkook aceitou que ao dormir, não acordaria em sua cama, e sim na cama do Ben, que sua vida jamais voltaria, e que teria que viver essa que lhe foi dada.

Com os meses, ele se acostumou a chamar Lucy e John de mãe e pai. Ia para o colégio todos os dias, e reviu seus velhos amigos. Gostava muito de passar um tempo com Candice. Ela era doce e descontraída, sempre o fazia rir.

Em um ano, Jungkook sentia-se culpado por tomar o lugar na vida de outra pessoa. Mas esse sentimento se foi quando sua mãe havia lhe dito que os médicos não tinham mais esperanças de que ele voltasse. Mesmo assim, ela insistiu em mantê-lo nos aparelhos, rezava todos os dias por seu retorno, e foi atendida.

Jungkook sabia que Benjamim já não estava mais entre eles. Seu corpo estava sendo mantido, mas não havia mais alma em seu interior. Por isso ele foi mandado para cá, para essa família que precisava tanto de um filho. Que não deixou a esperança morrer com ele no acidente.

Jungkook foi juntando as peças com os anos.

Ele lutou pela vida e uma nova chance lhe foi concedida. E por mais que sempre atendesse quando alguém chamava pelo Ben, ele sabia que era o Jungkook. Lembrava de sua história, de sua vida. Lembrava de tudo, inclusive dele.

Jungkook tentou por várias vezes convencer seus pais a deixá-lo viajar para a Coréia, mas Lucy não suportava pensar na ideia de ficar longe do filho. Não depois dele ter estado longe por um ano.

Ele foi seguindo a vida de Ben como qualquer garoto de sua idade faria. Completou os estudos, ia às terapias semanais — recomendação do médico que cuidou do caso dele no hospital. Faz cursos de línguas, boxe e música. Esse ele não poderia deixar de lado, era sua paixão, estava marcado em sua alma.

Ele escolheu o curso de coreano, pois um certo dia, pela manhã, ao sentar na mesa com a família, não se deu conta de que conversava naturalmente na língua. Seus pais ficaram intrigados, mas ele disse que estava aprendendo algumas coisas na internet e acrescentou que queria fazer o curso. Esse parte foi desnecessária, pois ele falava a língua muito melhor que a professora de coreano.

Quando completou 18 anos, ele partiu o coração da mãe dele. Disse que faria faculdade na Coréia e que isso não estava aberto à discussão. Ele já havia ganhado uma bolsa integral e mesmo que seus pais se recusassem a provê-lo de alguma forma, ele já tinha tudo planejado.

Jungkook planejou tudo nos mínimos detalhes. Todos os prós e contras, todas as possibilidades e possíveis consequências. Foram seis anos nessa angústia de voltar para casa, de ver seus pais novamente. De reencontrar ele.




Jungkook chegou à Coréia na quarta-feira. No sábado ele já estava instalado, já tinha efetivado a matrícula e comprado os livros que seriam necessários. Estava ansioso, as aulas começariam logo e ele iria, finalmente, rever sua verdadeira mãe.

Mais ansioso ainda, estava para ir em um determinado prédio no centro empresarial de Seul. Mal podia esperar para revê-lo. Mas já imaginava que estava mais lindo do que se lembrava.

Jimin não era um rapaz de dar às caras nas redes sociais. Era muito tímido para isso, concluiu JK. Ele tinha um perfil no Instagram, mas suas publicações eram acerca de seu trabalho. Ele tinha conseguido, estava trabalhando com o que mais desejava.




Era segunda-feira e Jimin estava empolgado ao sair do trabalho. Naquela tarde houve uma reunião, e Jimin adorava essas reuniões, elas significavam que outro contrato havia sido assinado e ele teria um novo projeto para trabalhar.

As capas de livros que ele fazia até que não eram tão entediantes, mas ele gostava mesmo era quando aparecia um grande trabalho. Quando pegava um manhwa inteiro para desenhar. Era comum os autores nos dias atuais transformarem suas crônicas em manhwas. E Jimin mais do que gostava disso.

Ao sair pela porta principal do edifício, uma brisa fresca soprou em seu rosto. Ele fechou os olhos e inspirou aquela calmaria. Era tarde, as ruas estavam bem vazias agora. Comumente, Jimin saía tarde, não gostava muito de ficar em casa. Apesar de apreciar muito a companhia de Bubbles.

Assim que chegou ao meio-fio, para aguardar a chegada de seu táxi, Jimin avistou alguém encostado na lateral do edifício. Ele não ficou com medo, mas deu alguns passos para mais longe, puxou a gola do sobretudo e enfiou as mãos no bolso.

Jimin ficou inquieto ao vê-lo se aproximar muito devagar. Ele olhou para o lado e viu o rapaz mais de perto. Ele não era asiático. Aquilo deixou Jimin desconfortável. Ele sabia que pessoas de fora não tinham muito o hábito de respeitar o espaço pessoal alheio. Ele parou a poucos passos de Jimin, que olhou ansioso para o celular.

— Jiminie...— Jimin sentiu um frio subir pela espinha.

Ninguém nunca, NUNCA, o chamou assim além dele.

Olhou desconfiado para o rapaz e seu coração bateu alterado.

— Desculpe? — sua voz soou fraca.

— Você está incrivelmente lindo, Jiminie. — notou os olhos marejados do rapaz. — Eu sempre soube que você superaria todas as minhas expectativas.

— Sinto muito, acho que está me confundindo com outra pessoa. — Jimin tremia dos pés à cabeça.

— Eu jamais confundiria você.

Jimin manteve contato visual com ele por um momento, algo naquele rapaz parecia familiar. Não sabia se era o jeito de se vestir, como estava parado de pé com as mãos no bolso ou em seus olhos que brilhavam mais do que a lua.

Jimin desviou o olhar quando o táxi parou em sua frente.

— Desculpe, mas não posso ajudá-lo. Tenha uma boa noite. — Jimin abriu a porta do táxi e entrou rápido.

— Espera, Jimin! — se aproximou do carro, mas ele partiu rápido. — Jiminie, sou eu... Jungkook! — murmurou sozinho quando o táxi já estava longe.

Jimin chegou em casa com a cabeça latejando. Aquele encontro com o rapaz desconhecido o deixou agitado.

Largou a bolsa no chão e se jogou no sofá. Suspirou pesaroso e Bubbles pulou em seu peito.

— Oi, Bub! — passou as mãos pelo pêlo sedoso e branquinho do gato. — Como foi o seu dia? — ouviu um miado como resposta. — Que bom. O meu dia também foi agradável.

Puxou o bichano para mais perto e pegou no sono.




A semana passou e Jimin estava cada vez mais assustado. Havia percebido que o rapaz frequentemente o seguia.

Não era possível que eles tivessem tanto em comum para vê-lo em vários lugares que Jimin costumava frequentar. Nunca o havia visto antes daquela noite. Depois disso, parecia que não parava de vê-lo onde quer que fosse.

Uma noite depois de sair do trabalho, Jimin caminhou pela calçada, desviando de algumas pessoas. Sempre que possível, olhava para trás e via o rapaz o seguindo.

Ele entrou em um beco mal iluminado e se escondeu. Não demorou nada para o rapaz despontar na entrada do beco sem saída e olhar furtivamente o local. Ele foi devagar adentrando o beco, à procura de Jimin.

Sentiu uma mão em seu ombro e ao virar o rosto, Jimin o empurrou contra a parede, pressionando um canivete em suas costelas.

— O que você quer? Por que está me seguindo? Diga!

— Jiminie, porque está tão irritado? — sorriu olhando nos olhos dele. — Apesar que, não posso negar que você fica uma gracinha quando está com raiva.

— Pare de falar baboseira, o que você quer comigo? De onde me conhece?

— Eu te conheço daquele ônibus, Jiminie. — Jimin ficou pálido.

Tentou raciocinar, mas sua mente só voltava para o mesmo lugar de 6 anos atrás.

Não é possível!

— Do que está falando? — sua voz era hesitante.

— Será que você pode baixar isso? — tocou levemente a não de Jimin,  baixando-a. — Não quero morrer com um pulmão perfurado outra vez.

Agora Jimin estava em choque. Se afastou rápido, encarando o rosto dele incrédulo.

Ninguém sabia sobre o contato dele com Jungkook, ele nunca falou sobre ele com ninguém. Como esse rapaz poderia falar coisas tão...similares a ele?

JK foi bem devagar até Jimin, tirou o canivete de sua mão com cuidado. Sem desviar seu olhar do dele. Segurou carinhosamente a mão dele.

— Eu sempre soube que seu cabelo ficaria lindo dessa cor.

Jimin havia parado de pintar o cabelo, no entanto, no último fim de semana, as vozes em sua cabeça não o deixavam em paz. Sempre murmurando: ele adoraria ver seu cabelo platinado. Cedeu aos devaneios da própria cabeça e tingiu os cabelos.

— Aposto que a neve deve ter muita inveja de você! — sorriu mais.

Jimin estava inerte, não sabia o que fazer, o que dizer ou como conter o ardor em seus olhos.

— Quem é você? — murmurou baixo, com os olhos arregalados quando uma lágrima desceu por seu rosto.

— Você não se esqueceu de mim, posso ver isso pela forma que está agindo. — Jimin engoliu seco. — E eu estou aqui agora, voltei pra você, Jiminie.

Depois de um mês do funeral de JK, Jimin passou os últimos anos sem falar, ou ouvir alguém falar nele. Seus pais não sabiam sobre o que aconteceu com ele, os amigos que fez no colégio, nunca ouviram falar dele, já que JK só cursou o primeiro ano lá e quando morreu, já estava à caminho da faculdade. Só sabiam que alguém de um colégio da região havia morrido em um acidente de carro, nada mais.

Jungkook simplesmente desapareceu.

Mas, não para Jimin.

JK parou em frente a Jimin, colocou as mãos em seu ombro e o puxou lentamente para seus braços. O corpo de Jimin estava tenso e trêmulo.

— Eu sou todo seu agora, Jiminie. Sou apenas o seu Jungkook!

Jimin deu um soluço e não conteve as lágrimas.

Não é possível que isso seja verdade.
Como? Por que? Por quanto tempo?

Jungkook está morto!

Jimin colocou as mãos no peito dele e o empurrou. Quando ele bateu na parede, Jimin saiu correndo.

— Jimin! Jimin, volta aqui! Jimin!


Jimin chegou em casa esbaforido, seu coração parecia que ia pular para fora do peito pela boca. Ele trancou a porta depressa e correu para o quarto, sentando ao lado de um puff, no chão. Abraçou a próprias pernas e chorou.

Por que estão fazendo isso comigo?
Como descobriram sobre ele?
Como descobriram sobre nós?

Jimin chorou até pegar no sono.

Em seu sonho, Jimin reviveu os últimos momentos com JK. Foi tão puro e inocente, tão aconchegante e surpreendente ele ter ido até lá uma última vez.

Ele havia ido se despedir.

Como alguém ousava macular aquele momento tão único apenas por implicância?

A questão é, quem faria isso? E como descobriu sobre os momentos dos dois? Como sabia sobre o que ele disse a respeito do seu cabelo? Como sabiam sobre o ônibus? Como sabiam sobre...tudo?

Jimin, se foi possível vê-lo, tocá-lo e se apaixonar por ele mesmo depois de estar morto, por que seria impossível ele estar aqui novamente?

Jimin acordou no dia seguinte com essa dúvida na cabeça.

Se arrastou para fora da cama com a mesma roupa do dia anterior, não se lembrava em que momento tinha ido para cama.

Ele tomou um banho, vestiu uma roupa confortável, colocou ração para Bubbles e tomou café.

Durante todo o dia, não conseguiu se concentrar no trabalho, aquele rapaz não saiu da sua cabeça.

Sou apenas o seu Jungkook!

— Meu... Jungkook. — relembrava da noite passada, das palavras dele. — Se voltou agora, depois de tantos anos, por que está...diferente?

Aquela era uma pergunta que só o Jungkook poderia responder.


A semana passou e Jimin não viu mais o rapaz. Ele não estava mais em todos os lugares que ele ia, e Jimin sempre esperava na frente da empresa para ver se ele voltava. Nada.

No sábado de manhã, Jimin saía com Bubbles para o pet shop, era dia dele tomar banho. Assim que saiu do edifício onde morava e seguia para o táxi, sentiu uma mão em seu braço. Se virou para encarar o importunador e ficou gelado ao ver que era ele.

Jungkook.

— Jiminie, por favor, vamos conversar?! — implorou. — Me dê apenas alguns minutos, eu prometo que posso explicar tudo.

Jimin se afastou dele, ergueu a cabeça e disse simples:

— Entra.

Ele, mais do que ninguém, queria saber o que estava acontecendo. Precisava esclarecer como ele sabia daquelas coisas e por que estava fazendo aquilo com ele. E principalmente, a mando de quem?

Jimin passou no pet shop e deixou Bubbles. Dali seguiu para uma cafeteria próxima e pediu um café com leite de soja. Jungkook pediu apenas água.

— Como você me encontrou? — iniciou o Park.

— Não é difícil encontrar alguém nos dias de hoje.

— Isso não responde a minha pergunta.

— Tudo bem. — respirou fundo. — O Ben tem um monte de programas no computador...

— Quem é Ben? — JK apontou os dedos para si mesmo como se fosse óbvio.

— Esse garoto tem um nome? — Jimin ficou espantado. — Ele tem...uma vida?

— Bem, sim. Ben tinha 13 anos quando eu cheguei. Ele estava em um...

— Então você simplesmente invadiu a vida de outra pessoa? — Jimin estava cético, ainda não acreditava que aquele era o Jungkook, mas estava levando a conversa para ver até onde ele ia. Queria pegá-lo na mentira, queria saber quem ele conhecia e os contatos que tinha.

— Eu não invadi a vida de ninguém. Benjamin já estava...morto, quando eu cheguei. — a expectativa de que aquela história era real remexia o estômago de Jimin.

Onde ele morava? Quem eram seus pais? Como foi parar naquele corpo? Como tem vivido nos últimos anos e por que estava em Seul? Foram algumas das perguntas que Jimin fez. Todas elas foram respondidas sem hesito algum pelo rapaz. Agora Jimin estava ainda mais confuso.

— E você acha isso certo? Chegar assim e tomar a vida de outra pessoa como se fosse...dono de sua história?

— Eu não tomei a vida dele, Jiminie, apenas...fui parar lá. Eu não sei como aconteceu e nem porquê, apenas aconteceu.

— Você tem ideia de como será doloroso quando a família dele souber que o Benjamim não é o Benjamim?

— Eles não têm como saber. E o Benjamim ainda está lá. Com eles.

— Você sabe que não é a mesma coisa.

— O que eu sei é que a Lucy sofreu demais sem o Ben, e agora ele está com ela. Vivendo ao lado de sua família, recebendo todo o amor que ele poderia lhes dar. — Jimin ficou calado. — Não foi um começo fácil pra mim também, Jimin. Eu sentia falta da minha família, das histórias do meu pai, da risada contagiante da minha mãe.

— É por isso que está aqui, para ter sua família de volta?

— Sim. Eu quero vê-los outra vez, preciso disso para seguir em frente. Não tivemos o final que eu esperava. — Jimin sentiu uma pontada no peito, era difícil não pensar em como toda essa situação era complicada para todos. — E também por você. — Jimin levantou o olhar e o encarou. — Eu precisava ver você, falar com você, dizer que ainda estou aqui.

Jimin engoliu em seco.

Sentiu muita falta de Jungkook nos últimos anos. Pensava nele mais do que tinha consciência. Se agarrou em um amor que jamais seria possível viver.

Mas agora...

— Eu não sei como acha que isso pode ser possível...

— Jiminie...— pegou a mão dele sobre a mesa. — Nós dois sabemos que é possível. Já vivemos o inacreditável antes, já tivemos uma conexão que ninguém nunca teve. Você me tocou, sentiu que eu estava lá, quando eu sequer conseguia ser visto por outra pessoa. No fundo do seu coração, você sabe que tudo é possível.

Jimin olhou para os lados, sentiu as lágrimas chegando. Não queria chorar, não queria desmoronar na frente dele. Não queria dizer o quanto sentiu a sua falta, não queria falar das inúmeras noites que sonhou que o reencontrava em algum lugar e não queria dizer que ainda o amava do mesmo jeito que 6 anos atrás.

— Está ficando tarde, eu preciso pegar o Bubbles. — Jimin arrastou a cadeira, levantando-se.

— Tudo bem, vamos lá!

— Você vai comigo? — franziu o cenho. 

— Eu não quero ficar longe de você nem mais um segundo.

Jimin expirou pesado na tentativa de esconder o quanto aquilo mexia com ele. Ainda estava com o pé atrás com Ben, não o conhecia e ele ainda podia ser um impostor. Mas, Jimin não podia negar que a riqueza de detalhes que ele falou sobre quando se conheceram, sobre seu acidente, entre outras coisas, o fizeram relaxar um pouco.

Jimin pegou Bubbles no pet shop e foi para casa. Jungkook estava ao seu lado o tempo todo. Não falava muito, mas observava cada movimento de Jimin, como se guardasse na memória, cada estalar de dedos ou piscada que Jimin dava.

Ele estava fascinado em poder passar um dia com Jimin.

Ao chegarem no edifício em que Jimin morava, JK foi com ele até a porta. Jimin liberou Bubbles da caixa transportadora e se virou para a porta, Jungkook esperava do lado de fora.

— Escuta, Jiminie...— se aproximou e encostou no batente da porta. — Nunca tivemos a oportunidade de ter um encontro. — Jimin forçou um sorriso e baixou a cabeça envergonhado. — Será que, você gostaria de sair comigo um dia desses? — Jimin coçou a nuca sentindo o rosto quente.

— Tudo bem. Eu te ligo qualquer hora.

— É sério? — Jimin assentiu. — Isso seria... magnífico! Vou ficar ansioso.

— Tá, tudo bem, você já pode parar com isso agora. — Jimin tinha um sorriso descontraído nos lábios. — É melhor você ir para casa.

— Não vejo a hora de dormir e sonhar com você.

— Boa noite, Jungkook! — Jimin fechou a porta.

— Boa noite, Jiminie. Sonhe comigo também. — gritou do outro lado.

Jimin encostou na porta e suspirou feliz.

— Não acredito que isso está acontecendo. — fechou os olhos e sorriu bobo.

Assim que se deu conta que JK estava indo embora, ele correu até a janela e esperou ele sair do edifício. Viu quando ele correu alegre pela calçada, com os braços abertos.

Nos dias que se seguiram, Jungkook mandava mensagem para Jimin todos dos dias. Começava sempre com o bom dia, seguindo de outras coisas como: "Como está o seu dia?", "Está se alimentando bem?", "Está gostando do trabalho que está fazendo agora?". E ele nunca perdia a oportunidade de perguntar quando eles poderiam ter o tão esperado primeiro encontro.

Mais de uma semana depois, Jimin estava nervoso diante do celular. Estava pronto para vê-lo de novo, desejava mais do que nunca o primeiro encontro que ele tanto perguntava no dia a dia. Jimin tomou coragem e enviou uma mensagem perguntando se ele estaria ocupado ou teria algum compromisso na tarde seguinte. Recebeu como resposta: "Para você, estou sempre disponível!". Então eles tiveram o primeiro encontro oficial.

No decorrer dos dias, Jimin queria ficar cada vez mais próximo de Jungkook. Sua alma parecia ganhar asas e voar para o infinito quando estava ao lado do garoto.

Tá aí uma coisa que deixava Jimin desconfortável. Jungkook estava em um corpo bem mais jovem, dependendo da roupa que usava ou como penteava o cabelo, parecia ainda mais jovem. Sem falar que Jimin não gostava nem um pouco de encará-lo por muito tempo. Olhar para Ben o fazia sentir-se estranho. Ele sabia que ali era o seu Jungkook, mas levaria um tempo para se acostumar com aquele rosto.

No último encontro dos dois, Jungkook estava mais ansioso do que da primeira vez que saíram. No final da noite, Jimin entendeu o porquê.

Ao deixá-lo na porta de casa, Jungkook se aproximou, fez um carinho leve em seu rosto e quando Jimin fechou os olhos para ter em mente de que se tratava de Jungkook e não de Ben, ele o beijou.

Jimin foi marcado como dele naquele beijo. Ele soube que jamais iria querer outra pessoa que não fosse o Jimin.

Jimin sabia, tinha a mais absoluta certeza que o amava incondicionalmente. Aquele era o Jungkook de 6 anos atrás, era o beijo que o deixou completamente entregue ao sentimento mais bonito, especial e único no mundo: O amor. A diferença era que agora os lábios dele não eram gelados.

Jimin se encontraria com Jungkook naquela noite. Com isso, ele não parava de pensar no beijo da última vez. Passou o dia distraído, relembrando da maciez dos seus lábios, de como seu corpo formigava com a mão dele em sua nuca, do prazer que sentia estando nos braços dele.

Jimin estava no banco do carona enquanto JK pagava pela gasolina. Era o carro de Jimin, que ele não usava com muita frequência por não ser nem um pouco adepto do trânsito de Seul. Então, comumente utilizava táxi.

JK entrou no carro e eles foram embora.

— Quero te mostrar uma coisa.

— O que é? — Jimin ficou curioso.

— Você vai saber quando chegarmos lá.

— Onde estamos indo?

— No meu apartamento. — Jimin ficou pensativo.

— Você tem um gato?

— Não. — JK achou aquela pergunta estranha. — Por que?

— Ai meu Deus! — engoliu em seco. JK apenas sorriu, incerto do que aquilo poderia significar.



No apartamento de JK, as paredes tinham quadros de desenhos que Jimin conhecia muito bem. Eram dos trabalhos que ele já tinha feito. Alguns posters de bandas de rock, um teclado em um canto próximo da cama e um violão sobre ela.

O apartamento dele, na verdade, era apenas um conjugado. Um quarto com cozinha. Não havia muito espaço e JK indicou que ele sentasse na cama.

O Jeon pegou o notebook e olhava atentamente alguma coisa enquanto Jimin estava nervoso.

JK deixou o notebook na cama, ao lado de Jimin. Levantou as cobertas que arrastavam no chão e pegou uma banqueta debaixo da cama. Se aproximou de Jimin e pegou o violão. Sentou na banqueta e puxou o notebook.

— Eu estava preparando isso há algum tempo. Escrevi a letra e fiz alguns arranjos no violão. — ele voltou a mexer no notebook. — Depois que cheguei aqui, fiz amizade com um intercambista de Londres e eu consegui a ajuda dele para terminar.

— Jungkook, do que está falando?

— Música. — ele sorriu mostrando os dentes. Estava animado. — Eu fiz uma música pra você, Jiminie. — o Park arregalou os olhos.

— O que?

— Não diga nada antes de ouvir. — posicionou o violão no colo. — Está pronto? — Jimin assentiu.

Jungkook deu play no programa do notebook e uma melodia no piano começou.

Eu queria que você tivesse agido pelas minhas costas
Que tivesse me contando mentiras e coisas assim
Eu queria que você tivesse beijado alguém que eu conheço
E tivesse feito o imperdoável
Talvez odiar você seja a única maneira de não doer

Então eu vou te odiar
Eu vou te odiar
Te pintar como o vilão que você nunca foi
Eu irei te culpar
Por coisas que você fez
Odiar você é a única forma de não doer

Não éramos perfeitos
Mas chegamos perto
Até eu colocar a nossa dor no microscópio
E eu ainda não consigo encarar isso
Eu ainda estou apaixonado
Pelo que vale a pena
Talvez odiar você seja a única maneira de não doer

Então eu vou te odiar
Eu vou te odiar
Te pintar como o vilão que você nunca foi
Eu irei te culpar
Por coisas que você fez
Odiar você é a única forma de não doer

Oh oh... Oh oh... Oh oh...

Não é a verdade
Não é a cura
Odiar você é a única maneira de não doer.

Os olhos de Jimin não foram capazes de segurar a emoção que ecoava em seu peito. Era impossível ouvir aquela canção e não se lembrar de todos os anos que passaram longe um do outro. Era tão linda e profunda que a alma de Jimin quase se partiu ao meio.

Sei coração estava apertado e ao mesmo tempo pulava afoito pelo abraço do Jeon. Jimin precisava dele mais do que nunca.

— Eu escrevi essa música quando pensei que jamais voltaria a te ver de novo. Quando a distância e os pais do Ben não entendiam o quanto eu precisava estar perto de você. Quando achei que a dor de não te ter em minha vida fosse embora de alguma maneira, se eu te esquecesse. — ele passou a mão nas lágrimas de Jimin, secando seu rosto. — Eu poderia ter perdido você por qualquer um desses motivos, mas algo maior nos separou antes mesmo de termos a chance de nos amar. Mas eu não quis partir sem dar aos nossos corações, essa chance de pertencer um ao outro.

Jungkook não revelaria para Jimin todas as noites em que sentiu tanto a sua falta a ponto de não conseguir comer, dormir ou sair da cama. Não diria a ele sobre as noites em que tinha pesadelos em que ele estava em seu lugar, que era ele quem partia para sempre, e acordava aos gritos. Não diria a ele todas as vezes que sua mente foi traiçoeira e gerava perguntas como: e se ele já tiver superado aquela fase? E se ele te esqueceu? E se ele não quiser mais te ver? E se o coração dele já pertencer...a outra pessoa?

Assim como, também não diria dos seus dias febris e a única coisa que desejava era seu toque, segurar suas mãos macias e quentes ou como adoeceu por imaginar seus lábios beijando outra boca que não fosse a sua. Todo aquele sofrimento era suportável se comparado ao objetivo de tê-lo em seus braços outra vez.

Jungkook agora era Benjamim Clark, um jovem que Jimin não conhecia, alguém completamente diferente, de um lugar que ele nunca pensou em ir, vindo de uma família estranha e com objetivos e sonhos muito diferentes.

Alguém que não pertencia a seu mundo.

No entanto, ele se agarrou a um amor que nasceu de mundos diferentes e permaneceu aquecendo seu coração até aquele dia. E permaneceria até o fim de sua existência.

— Jungkook...— Jimin o agarrou, envolvendo seus braços no pescoço dele. — Eu senti a sua falta. Ninguém, jamais, residiu em meu coração como você.

Jungkook colocou o violão no chão e o abraçou.

— Eu amo tanto você, Jiminie! — Jimin selou os lábios nos dele.

— Eu também te amo! Para sempre!

Foi por isso que ele ficou! Foi por Jimin que, naquela tarde nublada, 6 anos atrás, depois de se despedir dele, Jungkook não rumou ao paraíso. Sua alma pertencia a Jimin antes mesmo delas nascerem. Já estava escrito que um amor arrebatador domaria seu coração e ele teria que escolher entre entrar no paraíso ou voltar e correr o risco de nunca mais residir lá.

  Mas ele não precisou escolher entre ir e ficar. Assim que o vento o levou, lhe foi dada a chance que seu coração implorou. Por mais complicado que fosse estar junto a Jimin outra vez, com tudo o que o impediria, ele não desistiu. Foi paciente, calculista e determinado. E sua recompensa agora está entre seus braços, sob si, se entregando ao mais puro e verdadeiro amor.

FIM.


Obrigada por chegarem até aqui. Espero que tenham gostado, pois eu me emocionei muito com essa sequência. 🥹
Até a próxima, galerinha.


Bruna, meu anjo, não consigo definir o quão perfeita essa capa ficou. Muito obrigada, amor. 😍🥰

Capa feita por: Itsarmyb

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