Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

🖋️ 1 - Forever (Taegi)

Dê-me um segundo, eu
Eu preciso acertar a minha história
Meus amigos estão no banheiro
Ficando mais doidões que o Empire State.
Meu amor, ela está me esperando
Do outro lado do bar
Os assentos estão guardados por óculos
Perguntando por uma cicatriz e,

Sei que te dei há alguns meses
Sei que você está tentando esquecer
Mas dentre os drinques e as coisas sutis
Os buracos em minhas desculpas, você sabe que
Estou me esforçando para retirá-los

Então, se quando
O bar fechar
Você sentir que está caindo
Eu te carregarei para casa...

Esta noite, somos jovens
Vamos colocar fogo no mundo
Podemos queimar com mais luz
Do que o Sol
Esta noite, somos jovens
Vamos colocar fogo no mundo
Podemos queimar com mais luz
Do que o Sol

Agora, sei que não sou
Tudo que você tem
Acho que eu
Eu pensei que
Talvez pudéssemos encontrar novas maneiras de desmoronarmos
Mas nossos amigos estão de volta
Então vamos fazer um brinde
Porque encontrei alguém para me carregar para casa

Esta noite, somos jovens
Vamos colocar fogo no mundo
Podemos queimar com mais luz
Do que o Sol
Esta noite, somos jovens
Vamos colocar fogo no mundo
Podemos queimar com mais luz
Do que o Sol

Carregue-me para casa esta noite
Apenas carregue-me para casa esta noite
Carregue-me para casa esta noite
Apenas carregue-me para casa esta noite

A lua está do meu lado
Não tenho motivo para fugir
Então, alguém virá e me carregará para casa esta noite?
Os anjos nunca chegaram
Posso ouvir o coral
Então, alguém virá
E me carregará para casa?

Esta noite, somos jovens
Vamos colocar fogo no mundo
Podemos queimar com mais luz
Do que o Sol
Esta noite, somos jovens
Vamos colocar fogo no mundo
Podemos queimar com mais luz
Do que o Sol

Então, se quando o bar fechar
Você sentir que está caindo
Eu te carregarei para casa, esta noite!

We Are Young - Fun (feat. Janelle Monáe)

🌟


- Taehyung, e se formos pegos? - JHope estava logo atrás dele, receoso de entrar na sala que tocava uma música bastante divertida. - Sabe que minha irmã precisa desse emprego, ela vai me matar se acabarmos sendo descobertos aqui.

- Relaxa, Hobi. - parou e se virou para o amigo com um sorriso confiante no rosto. - Aqui ninguém nos conhece, não têm como saber que sua irmã trabalha para o dono da casa. - Colocou as mãos sobre o ombro dele, apertando levemente. - Só lembre de não usar seu nome verdadeiro. - o Hope assentiu.

Eles atravessaram a porta de entrada e se depararam com a casa cheia de gente. Taehyung respirou fundo e sorriu.

Kim Namjoon era famoso por dar ótimas festas.
Dono de uma gravadora com seu amigo de faculdade, Min Yoongi, eles sempre tinham disposição para mais uma noitada.

Eles tinham acabado de assinar um contrato milionário com uma estrela em ascensão. Park Jimin era a mais nova aposta dos empresários.

- Espera, Tae...- puxou levemente o braço do amigo. - Aquele aí não é...- seu sorriso abriu de orelha a orelha.

- Park Jimin! - cochichou Tae.

- Ele é um dançarino sensacional! - não era novidade para Taehyung que seu amigo já havia se tornado fã de Jimin desde que se tornou uma estrela da internet com sua voz e performance. - O meu sonho é um dia poder ser tão bom quanto ele.

- Você é ainda melhor do que ele, Hobi. - disse orgulhoso para o Hope, que lhe encarou com os olhos brilhando. - Só não teve a oportunidade de mostrar seu talento para alguém que possa lhe dar uma oportunidade.

Taehyung não mentia para agradar seu amigo. JHope era realmente um dançarino muito talentoso. Desde que eram adolescentes que o Jung arrancava aplausos em qualquer rodinha de Hip Hop.

Agora, aos 23 anos, estava ainda mais habilidoso em seus passos e sempre que podia, participava de concursos para tentar a chance de ser visto por algum olheiro.

- Agora vamos lá, tente fazer contato com as pessoas certas! - incentivou o Kim.

- Ok!

Hoseok foi pela direita e Taehyung pela esquerda.

Nos últimos meses, ele invadia esse tipo de festa tentando se divertir o máximo que pudesse, e torcendo para que seu amigo conseguisse a "amizade certa". Havia prometido a si mesmo que aproveitaria tudo ao máximo e que só partiria quando seu amigo encontrasse o acesso perfeito para realizar seu sonho.

Um garçom passou e ele logo pegou uma taça de champanhe. Não podia beber, mas queria abrir uma excessão hoje. Estava sentindo que algo bom estava chegando.

Ele circulou pela festa, se aproximou de alguns grupos que conversavam e tentou se situar sobre os assuntos.

Era só um bando de gente reunida para beber e falar de trabalho.

Que perda de tempo!
Esse povo não sabe dar uma festa e se divertir, só pra variar?

No entanto, seria bom para JHope estar em um ambiente em que a galera estava falando de trabalho, assim talvez tivesse a oportunidade de mostrar seus dotes artísticos.

Ele bebeu o conteúdo da taça de uma vez e sem se preocupar, abaixou e colocou a taça ao lado de uma porta, antes de sair na área da piscina.

Havia muita gente em volta dela, mas ninguém usufruía da imensa e maravilhosa piscina de borda infinita.

Taehyung revirou os olhos e voltou para dentro.

Depois de uma hora passeando pelos cômodos, ele avistou uma escada com a lateral de vidro. Subiu e encontrou alguma pessoas circulando pelo corredor.

Uma grande porta dupla estava aberta e Taehyung passou discretamente por ela. Voltou um pouco e se atentou ao homem alto que estava do lado oposto do cômodo. Ele tinha uma taça na mão e o braço em volta da cintura de uma mulher muito bonita.

Kim Namjoon.

Taehyung encostou no batente e ouviu enquanto ele era o centro das atenções ali e falava muito sorridente para três outros rapazes sentados no sofá à sua frente.

Ele cruzou os braços e ficou ali por um tempo, sempre olhando de cima abaixo as pessoas que entravam e saíam do cômodo.

Suspirou cansado e seguiu pelo corredor.

No fim dele havia uma porta entreaberta. Ele se aproximou e abriu mais a porta, verificando o cômodo. Estava vazio.

Ele entrou e observou atentamente o quarto. Era grande e muito bonito. Amplas portas de vidro davam acesso a uma varanda. Ele foi até lá e seu queixo caiu ao constatar a vista esplendorosa que tinha ali.

A lua cheia brilhava estonteante no céu sem nenhuma nuvem e carregado de estrelas.

Ele foi até o limite dela e olhou para baixo.

Seria um mergulho e tanto nessa piscina!

- Espero que não esteja pensando em pular daí. - Taehyung se virou rápido se assustando com a voz marcante que vinha do outro lado da varanda.

Yoongi estava sentado em uma cadeira e repousava seu copo de whisky na pequena mesa.

- Acho que seria um mergulho memorável.

- Nem tente! - se levantou o Min. - Da última vez que alguém fez isso quase ficou em coma. - deu alguns passos até à frente e olhou para baixo.

- Morrer assim não deve ser tão ruim. - Taehyung encarou a piscina abaixo pensando alto.

- Você é um suicida, por acaso? - Yoongi apoiou o braço na proteção de vidro da varanda, se virou para ele e colocou a outra mão no bolso.

- Com certeza eu não sou.

- Então quem é você? - deu um gole na bebida sem tirar os olhos do Kim.

- Não sou importante ao ponto de você precisar saber quem sou.

Yoongi passou a língua pelo lado de dentro da bochecha, o encarando desconfiado.

- Não acho que seja justo você saber quem eu sou e eu não saber quem você é. - semicerrou os olhos.

- E quem é você?

Yoongi gargalhou. Era impossível alguém naquela festa não saber quem ele era.

- Você vai mesmo querer fazer esse jogo comigo? - tomou o último gole da bebida e dispensou o copo sobre a mesa.

- Não estou fazendo jogo algum. - Tae voltou a olhar para a lua. - Se não quer dizer quem é, não me importo.

Yoongi ficou intrigado. Estava acostumado com pessoas que se aproximavam dele com segundas intenções. Fossem elas profissionais, financeiras ou sexuais. Mas aquele rapaz não parecia mesmo se importar com quem ele era.

- Gosta dessa vista? - começou a sonda-lo.

- Ela é maravilhosa.

- Quantas vezes já a viu?

- É a primeira vez.

Taehyung não olhava para ele. Seu olhar parecia destemido, descontraído naquela paisagem. Seus olhos tinham um brilho encantador.

- É engraçado, não é? - prosseguiu Tae.

- O que é engraçado?

- Aposto que o dono dessa casa não tira sequer 5 minutos de seu dia para apreciar tudo isso.

- Duvido que tenha tempo.

- Mas acho que ele deveria tirar esse tempo para apreciar as coisas boas que nos são dadas.

- E você acha que ele não aparecia tudo o que tem? - virou-se para frente, apoiou os dois braços no vidro e entrelaçou os dedos.

- Dar festas caras, comer em restaurantes caros, andar em carros de valores exorbitantes e ter uma mulher diferente a cada noite na cama não são sinônimos de apreciar o que tem. - Yoongi o encarou curioso.

- Nem sempre é uma mulher. - sorriu ladino. Taehyung o ignorou. - E o que voce acha que ele deveria apreciar além dessas coisas?

- Isso aqui é uma delas. - estendeu os braços para frente. - Curtir a natureza, aproveitar mais suas virgens, andar descalço na praia, tomar um banho de chuva no verão...essas coisas.

- E você faz isso? - quis saber o Min.

- Estou tentando enquanto ainda tenho tempo.

- O que isso quer dizer? - Taehyung olhou para ele e abriu seu melhor sorriso.

- Foi bom conhecer você, Sr Estranho! - pendeu a cabeça de lado e entrou.

Yoongi permaneceu ali, pensativo. Não entendia como ele conseguia falar de forma tão genuína e melancólica ao mesmo tempo.

No andar de baixo, JHope permanecia com um grupo de pessoas e estava muito alegre. Era hora de ir embora, antes que ele colocasse os três em grandes problemas.

- Taehyung, não podemos ir ainda. - ele era empurrado a contragosto pelo amigo porta afora. - Eu estava indo bem lá. Poderia ser minha chance.

- Hobi, você estava falando sobre como gostava de correr atrás das galinhas no quintal da sua avó quando era criança. Isso não vai te levar aonde quer.

- Eu estava? - coçou a cabeça em dúvida.

- Estava! - eles já estavam no jardim da frente. - Então, vamos pra casa!

Lá do alto, Yoongi viu quando Taehyung saiu pelo gramado arrastando seu amigo que tropeçava nas próprias pernas.

No domingo à tarde, Yoongi, Jungkook e Namjoon almoçavam juntos na casa do Kim.

- Nam, você por acaso fez uma lista de convidados da festa de sexta à noite?

- Como se eu fizesse esse tipo de coisa. - riu descontraído, passando o guardanapo de linho nos cantos da boca.

- Você sabe que é difícil organizar uma lista dessas para uma festa em cima da hora. - JK deu um gole no vinho branco. - Yoongi, nessas festas aparece quem quer.

Yoongi não disse nada. Terminou seu almoço em silêncio.

- Está preocupado com alguma coisa? - Nam perguntou ao se aproximar de Yoongi que estava ao lado da piscina, observando a vista que o rapaz de cabelos cinzas apreciava na última sexta-feira.

- Não.

- Tinha alguém na festa que você desconfiou de algo?

- Não.

- E no que você tanto pensa?

- Alguém.

- Pode responder as perguntas com mais do que uma sílaba? - Namjoon arqueou as sobrancelhas.

- Talvez.

- Aish, diga logo o que está acontecendo, Yoongi. - exigiu.

- Eu conheci uma pessoa na última festa-

- Ahh, alguém despertou os desejos do nosso hyung. - JK se aproximou, colocando os braços sobre os ombros dos dois.

- Não é sobre isso.

- Não me diga que se interessou mesmo por alguém!? - o Jeon indagou surpreso.

- Não seja bobo, Jungkook! - Yoongi se afastou dos dois.

- Então o que seria essa sua procura? - Namjoon se virou para ele.

- Só fiquei curioso.

- Não me diga que se apaixonou por alguém? - JK praticamente gritou. - Eu não vi você ir para o seu quarto com ninguém. Como seria possível?

Aquela casa era usada apenas para as festividades de Namjoon. Tanto Yoongi quanto Jungkook tinham um quarto exclusivo lá. Para quando quisessem ficar mais à vontade com alguém. E os cômodos eram constantemente usados.

Excerto pelo fato de Yoongi chegar e sair daquelas festas ultimamente sem usar o seu cômodo.

Nos últimos dois meses, Yoongi sentia-se cansado dessas festas, das pessoas que compareciam nelas, das futilidades que cada um insistia em mostrar.

Cansado das pessoas se aproximarem dele com algum tipo de interesse. Cansado de suar seu corpo em cima daquela cama e voltar para casa e dormir sozinho.

A solitude não era mais uma opção, era a exigência de uma pessoa cansada do vazio que encontrava em tantos corpos.

A semana passou rápido.

E mais rápido ainda era a forma como a Hae-in tagarelava diante do irmão e seu melhor amigo.

- Hae-in, dá pra você falar um pouco mais devagar? - JHope não conseguia acompanhar o que a irmã dizia.

Ela parou e respirou fundo.

- Vocês invadiram a última festa do meu patrão? - ela encarou os dois sentados no sofá, com as duas mãos na cintura.

- Não! - os dois responderam juntos.

- Vocês estão mentindo! - ela começou a andar de um lado para o outro. - Eu sei que vocês estiveram lá.

- Como poderíamos ter estado lá? - ela parou e os encarou acusatória.

- Pelo simples fato do meu patrão reunir os funcionários procurando por alguém alto, de cabelos cinza e um sorriso...digamos, quadrado! - ela encarou Taehyung com as sobrancelhas arqueadas.

- Há muitas pessoas com essa descrição por aí.

- Ah, você jura?

- O que eles querem com o Taehyung? - olhou direto para o amigo. - O que você fez, Tae? - o Kim lhe deu um tapa no braço.

- Eu sabia! - apontou para os dois. - Me digam agora o que foi que vocês aprontaram!

- Não estávamos lá, Hae-in! - ela começou a contar baixinho. - Tá bom, tudo bem! - Taehyung levantou rápido do sofá, sabia que quando ela começava a contar, a coisa estava ficando séria. - Nós estávamos lá. Mas não fizemos nada. - colocou a mão no ombro de Hobi, o sacudindo. - Certo, Hobi!

- Não há ninguém procurando por mim. - levantou as mãos na defensiva.

- O que exatamente seu patrão quer?

- Eu não sei. E não é ele, exatamente, que está procurando por você. E sim o sócio dele, Min Yoongi.

Taehyung repassou mentalmente seus momentos com o Min e não se recordava de ter feito nada que o deixasse irritado.

- Seja lá o que você tenha feito, pode acabar resultando na minha demissão. - ela virou as costas e foi para o quarto, batendo a porta.

- O que houve entre vocês, Tae? - Hobi cochichou.

- Eu não fiz nada, juro. Também quero saber o que ele quer comigo.

Sem conseguir se livrar das lembranças do estranho, misterioso e peculiar, Yoongi promoveu festas nas sextas, sábados e domingos das últimas quarto semana, sempre ficando próximo a entrada, atento a cada um que entrava, na expectativa de vê-lo passar por ela.

Não deu certo.

Ele sabia que o rapaz não era do meio em que eles conviviam. Nunca o tinha visto antes. Só poderia ser conhecido de algum dos empregados do Kim.

No fim de semana seguinte, eles promoveram uma festa apenas para aqueles que lhes prestavam serviços. A desculpa era de que eles eram sempre muito prestativos e mereciam uma noite para comemorar com eles.

A surpresa veio quando foi anunciado que eles poderiam levar quem quisesse consigo.

Na residência do Kim, quando haviam festas, apenas 20 funcionários trabalhavam nessas noites, então, Yoongi presumiu que não haveria tanta gente para ele ficar de olho.

Jungkook estava empolgado, estava vendo o amigo ficar praticamente obcecado para encontrar uma pessoa. Até ele ficou curioso para saber quem era.

Para Namjoon, era só mais uma festa. Mas ver seu amigo tão interessado assim em encontrar alguém, lhe deixava preocupado e ao mesmo tempo confiante de que essa pessoa era a que faria a diferença na vida dele. Jamais havia ficado interessado assim em alguém.

- Vocês não acham estranho eles estarem fazendo uma festa dessas só para os funcionários? - Hae-in caminhava em direção a entrada da casa ao lado de Hobi e Taehyung.

- Já fazem quase dois meses desde que eles perguntaram sobre mim, não acho que ainda se lembrem disso. E outra, hoje a cor do meu cabelo é diferente. - ele passou a mão pelos cabelos agora azuis.

- Espero que esteja certo. - temeu Hae-in.

- E não houve nada realmente importante, senão teriam insistido em encontrá-lo.

- Hobi! Eu já disse que não roubei nada, não agredi ninguém e sequer ofendi alguém. Então chega dessa conversa. Vamos aproveitar!

- Nada de bebidas pra você, Taehyung! - Hae-in parou na frente dele antes de passarem pela porta. - Não quero sua mãe enchendo meu saco depois.

- Mas que lástima! No auge dos meus 24 anos, vocês ainda me tratam como uma criança. - fingiu-se de ofendido e desviou dela, entrando mansão.




Havia luzes coloridas e uma música bastante animada no local. Bem diferente da última vez em que estiveram ali, o local estava bem mais animado e muitas pessoas se arriscavam a dançar pelos cômodos dispostos.

Havia uma bancada longa com diversos tipos de petiscos e aperitivos. Taehyung sorriu instantaneamente ao ver aquele balcão.

- Eu vejo você depois, Hobi. - seguiu imediatamente para aproveitar os comes, já que não poderia beber.

- Tudo bem! - JHope gritou acima da música, já que o amigo nem esperou por sua respostas para se afastar.

Taehyung ficou ali por cerca de meia hora, apenas aproveitando para experimentar cada um dos aperitivos dispostos.

Assim que teve a chance, ele olhou para os lados, se certificando de que nenhum dos amigos estavam por perto. Pegou uma garrafa de whisky e se serviu de uma dose. Esvaziando o copo de uma vez.

- Nossa, isso não é tão bom assim. - fez uma careta encarando o copo.

Ele andou pela casa, sempre balançando o corpo no ritmo da música que tocava. Observava as pessoas e sorria do jeito engraçado que muitas delas dançavam.

Encostou discretamente ao lado uma mesa, conferiu o perímetro e depois se virou lentamente para a mesa e virou outro copo de bebida.

Para disfarçar, pegou um copo de limonada e voltou a circular pela casa.

- Taehyung! - Hae-in se aproximou rápido dele. - O que está bebendo? - puxou a mão dele e conferiu sua bebida.

- É só uma limonada, Hae. - sorriu inocente.

- Muito bem. - suspirou aliviada. - Evite os refrigerantes. Sabe que eles não fazem bem ao seu estômago e não queremos adicionar nenhum outro medicamento ao seu tratamento.

- Ai, Hae, vai dançar! - se afastou ignorando-a.

Ele olhava curioso os quadros expostos nas paredes. Foi quando viu a escada. O sorriso quadrado estampou seu rosto. Sem demora, ele correu escada acima e nem precisou olhar para onde estava indo, já sabia exatamente como chegar onde queria.

A porta estava fechada dessa vez. Ele bateu e aguardou. Ninguém atendeu. Bateu de novo. Nada. Então decidiu entrar.

Do lado de dentro, seguiu direto para a varanda. Ele precisava ver aquela vista uma vez mais.

Ao chegar lá, não havia uma lua cheia brilhando no céu, mas ele estava limpo e cheio de estrelas. Bem ao longe, ainda era possível ver o horizonte teimando em deixar o laranja do pôr do sol sumir por completo. Mesmo que se resumisse em apenas uma linha fina.

- Tão lindo!

A mansão ficava no topo de um vale. Lá de cima era possível ver todas as luzes que iluminavam a cidade, de várias cores. Eram como estrelas na terra.

- Eu sabia que encontraria você aqui!

Aquela voz fez o corpo do Kim arrepiar todo.

Ele não disse nada. Fechou os olhos, torcendo para que ele falasse algo mais, só para poder apreciar sua voz.

Não foi decepcionado.

- Você é difícil de ser encontrado. - a voz agora estava mais próxima. Tae abriu os olhos e viu sua silhueta logo ao lado.

- Você esteve me procuando por acaso? - finalmente se virou para ele.

Se surpreendeu ao ver como ele era lindo. Se em suas lembranças já era inesquecível, pessoalmente era Irresistível.

- Vamos dizer que sim. - o sorriso ladino dele agraciou a visão do Kim.

- Realmente lindo!

- O quê?

- A vista daqui! - voltou-se rápido para frente.

Yoongi não disse nada. Estava embasbacado com a visão do Kim de cabelos azuis.

- Mudou a cor do cabelo. - observou ele.

- Você gostou? - sorriu, passando as mãos pelos fios sintéticos.

- Sim.

Não era a resposta que ele esperava.

Geralmente alguém falava sobre ele ser exibido ou ter um ego bastante acentuado. Aquela resposta era inesperada. Ele apenas sorriu tímido, sem conseguir desgrudar seus olhos dos dele.

O jeito como Taehyung olhava para Yoongi, fazia o Min se perder por completo. Era curioso, interessante, convidativo. Aqueles olhos pareciam querer tomar sua essência, sua alma. E o que deixava Yoongi mais confuso era o fato dele simplesmente querer entregar tudo ao azulado.

- Até a próxima. - Taehyung sorriu e virou para entrar.

- Espera! - se apressou e o segurou levemente pelo braço. Tae olhou para a mão quente e macia do Min em contato com sua pele. - Fica um pouco mais. - Taehyung arqueou as sobrancelhas surpreso. - Quer dizer, eu nem sei o seu nome, poderíamos ao menos nos apresentar formalmente. - coçou a nuca envergonhado.

Taehyung o encarou inexpressivo por alguns instantes.

- Eu sou Kim...- estendeu a mão para cumprimentá-lo ao hesitar em falar seu nome. - Taejoon! - mentiu. - Yoongi olhou para a mão dele e a segurou levemente. Ele apreciava muito o toque cuidadoso do Min.

- Eu sou...- Yoongi também hesitou ao falar seu nome. - Seokjin! Kim Seokjin! - só depois de já ter falado, ele se arrependeu de ter usado o nome do mais novo affair de seu amigo Nam.

- Muito bem. Já sabemos os nomes um do outro. - sorriu ao soltar a mão do Yoon.

- Sim. - engoliu seco o Min. - Você vem sempre aqui? - Taehyung riu. - Quero dizer...não era isso que eu ia dizer, eu só-

- Por que eu tenho a impressão de que você está nervoso? Achei que já fosse acostumado a conhecer pessoas novas.

- E por que acha isso?

- Talvez pelas amizades que você tem? - observou, despertando a curiosidade do Min.

- Conhece meu círculo de amizades?

- Bem, hoje sei que não há muitos amigos seus aqui, mas com certeza havia da última vez. - era um raciocínio lógico.

- Então podemos ter amigos em comum. - jogou a isca, sabendo bem que não era verdade.

- Eu duvido muito.

Yoongi estava contente de ter convencido Nam a dar aquela festa. Jamais conseguiria revê-lo se não fosse essa ocasião. E nunca quis tanto ver alguém como o dono daqueles olhos misteriosos.

- Você quer beber alguma coisa? - tentou mantê-lo ali um pouco mais.

- Eu não po- - pensou um pouco. - Claro!

- Ótimo! - viu um sorriso se formar nos lábios do Kim. - Venha! - entrou no cômodo e seguiu para um frigobar que tinha no quarto. - Aqui tem algumas coisas que talvez você possa querer. - agachou e abriu o eletrodoméstico.

- Eu quero algo que estava bebendo lá embaixo.- Tae estava logo atrás dele, de pé.

- Tudo bem! Então vamos lá. - indicou a porta.

Taehyung andou calmamente, Yoongi estava logo atrás, seguindo-o de perto. Analisava Taehyung de cima à baixo. Sua roupas não eram caras, mas ele parecia ter um estilo próprio. Calças largas bege, camisa branca lisa e uma argolinha discreta na orelha esquerda. Sem falar em seu cabelo azul que dava um toque bem individual ao rapaz.

Yoongi olhou para as próprias roupas. Camisa e calça social, em preto e branco e sapatos sociais nos pés. Nem parecia alguém que estava em uma festa.

Enquanto passavam pelo corredor e desciam as escadas, ele abriu alguns botões da camisa até a altura do peito e dobrou as mangas. Queria parecer mais casual, se fosse possível com aquelas roupas.

No andar de baixo, a música estava alta, as pessoas mais animadas. Tae seguiu direto para o balcão com aperitivos e serviu uma dose de whisky para Yoongi. Ainda se lembrava de tê-lo visto bebendo isso da última vez.

Ele se serviu de apenas um gole, bebeu e colocou o copo de volta no balcão. Viu por cima do ombro de Yoongi, Hae-in, vindo em sua direção. Pegou um copo que estava com limonada pela metade e sorriu quando Hae o viu ao lado de Yoongi e desviou seu caminho. Suspirou aliviado.

- Algum problema? - Yoongi estranhou o sorriso forçado no rosto dele.

- Não. - colocou de volta o copo quando ouviu que uma música que gostava muito começou a tocar. - Eu amo essa música! - pegou na mão de Yoongi e o puxou para o meio dos dançantes.

Taehyung se jogou na dança de forma despreocupada. Não se importava que o vissem dançando de maneira desajeitada.

Yoongi ficou parado no meio de toda aquela gente, apenas observando Taehyung.

Tonight...we are young! (Esta noite, nós somos jovens!)
So let's set the world on fire (Então vamos incendiar o mundo)
We can burn brighter that the sun...(Podemos brilhar mais que o sol...)
Carry me home tonight (Leve-me para casa esta noite)
Just carry me home tonight (Apenas me leve para casa esta noite)
Carry me home tonight (Leve-me para casa esta noite)
Just carry me home tonight... (Apenas me leve para casa esta noite)

Yoongi nunca tinha visto alguém daquele jeito antes.

Era como se ele sentisse cada estrofe da música no fundo da alma. Como se ela estivesse ligada a si do jeito mais íntimo possível. Como se tivesse sido feita para ele dançar naquele exato momento.

Sentiu o corpo arrepiar completamente quando os olhos dele encontraram os seus. Haviam muitas coisas que eles lhe diziam naquele instante. Seu peito vibrou de forma instantânea.

Era inacreditável a conexão que ele sentiu com o jovem que, diante dos seus olhos, parecia dançar em câmera lenta.

Eu quero mais momentos assim.
E os quero com você!

- Parece que encontrou quem tanto procurava. - a voz de Nam sussurrou em seu ouvido.

- Eu preciso de mais do que isso. - ainda estava inerte, com olhos vidrados no outro Kim.

- Boa sorte!

Yoongi se aproximou o suficiente de Taehyung e falou em seu ouvido.

- Se pudesse estar em qualquer outro lugar agora, onde estaria? - Tae olhou para ele com um sorriso bobo no rosto

- Woljeongri! - falou baixo no ouvido do Min, fazendo a respiração quente tocar seu pescoço. Se afastou e o encarou divertido. Yoongi sorriu e estendeu-lhe a mão.

- Confia em mim? - Taehyung olhou para a mão dele desconfiado.

- Está me dizendo que...- encarou seu rosto esperançoso. - Agora? - arregalou os olhos.

Yoongi apenas olhou para a própria mão estendida.

- Confie em mim! - Taehyung colocou sua mão sobre dele e Yoongi o arrastou para fora dali.

Uma viagem para Woljeongri nunca havia sido tão oportuna como aquela.

Woljeongri era uma praia na ilha Jeju, onde, por uma coincidência gigantesca, Yoongi havia comprado uma casa há 6 meses. Ele estava mesmo de olho era em uma casa na praia vizinha, mas aquela era menos frequentada em altas temporadas, e Yoongi preferia mais o silêncio. Então acabou comprando-a em um leilão judicial.

Ele havia ido lá apenas duas vezes e se perguntava se teria mesmo feito um bom negócio adquirindo aquele imóvel. A resposta agora estava bem óbvia.

Taehyung olhava curioso pela janela do jatinho, tentando ver alguma coisa na imensa escuridão abaixo deles.

- Eu não acredito que estamos mesmo fazendo isso! - olhou para Yoongi com uma expressão ainda desacreditada no rosto. - Tem certeza que seu chefe não vai se importar de estarmos usando o avião dele?

- Não se preocupe com isso. - Yoongi estava bastante relaxado no assento à frente de Taehyung.

Ao entrarem no jato, a comissária de bordo recebeu os dois com cordialidade, mas quando ela se dirigiu ao Yoongi como Sr Min, ele rapidamente cortou ela, lhe dizendo que o chefe não estaria a bordo naquela noite. Ela não entendeu nada, recebeu um arquear de sobrancelhas do Min e lhes deu passagem para dentro da aeronave.

Ele contou a Taehyung que trabalhava para Min Yoongi, logo o Kim lhe disse que esse ele conhecia. De nome pelo menos, já que nunca esteve na presença dele.

Yoongi preferia manter as coisas assim por enquanto, não sabia até onde poderia ir nessa relação com Kim Taejoon. Então manteve sua "mentirinha" por enquanto.

Ao chegarem no aeroporto de Jeju, eles pegaram um carro e Yoongi dirigiu por mais alguns minutos.

Já na casa, ele pediu para a empregada preparar uma refeição para eles e que deixassem o quarto principal e o de hóspedes preparado, caso eles fossem permanecer por lá naquela noite.

Ao chegar na sala, ele não encontrou Taehyung. As portas duplas da varanda estavam abertas. Ele saiu e desceu os degraus do deck, encontrando-o de frente para o mar, com os pés fincados na areia.

- É tão lindo poder ver isso! - Taehyung comentou quando o Min parou ao seu lado e observou o vai e vem da água na areia.

- Você parece gostar muito da praia. - Taehyung olhou para ele com os olhos marejados.

- É a coisa mais linda que a natureza já nos deu! - a emoção contida na frase dele fez Yoongi sorrir timidamente.

Ele tirou a camisa, voltando a olhar para o mar.

- Você tem certeza que quer entrar na água a essa hora? - Yoongi questionou preocupado.

- Eu não vim aqui atoa. - tirou sua calça, ficando só de cueca. Correu até a água e parou subitamente ao senti-la gelada tocando seus pés.

- Você ainda pode mudar de ideia. - gritou o Min.

Taehyung colocou as mãos no cós da cueca e se livrou dela também. Yoongi não pode deixar de rir ao vê-lo correr como uma criança para dentro da água.

Taehyung ficou alguns minutos nadando, sem mergulhar, não queria molhar os cabelos e correr o risco de soltar a peruca.

Cansado, ele foi para a parte rasa e sentou-se, ainda admirando o mar.

- Acho que seria melhor você sair. Já está há bastante tempo aí, vai acabar pegando um resfriado. - Yoongi se aproximou. - Aish, a água está congelando! - retrucou ao chegar mais perto do Kim e a água molhar seus pés.

Tae se levantou e Yoongi estava praticante atrás dele. Se virou e sorriu para o Min. Ele engoliu seco olhando fixamente nos olhos do outro que se aproximou mais, completamente nu.

Estendeu a mão e pegou o roupão que ele segurava.

- Obrigado. - oferecer-lhe um sorriso maroto.

Yoongi praticamente não piscava ao encarar as orbes dele, temia piscar demais e acabar sendo traído pela curiosidade de seus olhos em explorar o corpo do outro.

Seu corpo relaxou depois de ver o Kim amarrando o roupão junto ao corpo. Não tinha ideia de que estava tão tenso assim. Nunca ficou nervoso na presença de qualquer que fosse a nudez que presenciava. Mas toda e qualquer percepção anterior parecia se dissolver na presença daquele rapaz de alma envolvente.

De volta a casa, Yoongi insistiu para Taehyung se banhar antes de comer, seria melhor que ele aquecesse o corpo antes de qualquer coisa. Mas o cheiro convidativo da refeição fez Taehyung ignorar qualquer que fosse o conselho do outro.

Em seguida, ele subiu e Yoongi lhe ofereceu seu banheiro, já que imaginava que ele iria preferir desfrutar da banheira. Não estava errado. O Kim sequer pestanejou quando o anfitrião lhe expôs essa opção.

Quase uma hora depois, Taehyung saiu do banho vestindo um roupão limpo. Sentou na beirada da cama e admirava o horizonte que o sol já ameaçava invadir.

Taehyung sorriu largo ao suspirar com os olhos fechados.

Yoongi entrou em silêncio, não queria interromper, seja lá o que estivesse fazendo.

- Muito obrigado por essa noite inesquecível! - surpreendeu o Min, ainda com olhos fechados.

- De nada. - disse tímido. Ficaram em silêncio por um tempo. - Eu nunca vi alguém que admirasse tanto esses momentos como você faz.

- Isso é porque as pessoas não têm ideia de que podem perder tudo de uma hora para outra. - abriu os olhos e viu o Min a alguns passos dele. - Se elas tivessem o mesmo tempo que eu, também apreciariam mais.

- Você fala de um jeito incomum sobre isso, como se estivesse...sei lá, com os dias contados. - ele desviou o olhar e sorriu.

- Senta aqui! - passou a mão pela cama, ao seu lado. O Min sentou, sem saber ao certo o que aquilo poderia significar. - Ninguém tem, de fato, os dias contados. Mas se esquecem que de uma hora para outra pode não haver mais o amanhã.

Toda aquela melancolia deixava Yoongi confuso.

Como alguém cheio de entusiasmo com a vida, falava do fim dela com tamanha intimidade?

- Você é mesmo muito peculiar.

Os olhos de Taehyung encontraram os dele, e outra vez Yoongi se viu nervoso, tenso. Era como se o homem à sua frente lhe libertasse em alguns momentos e em outros lhe prendesse completamente nas profundezas daqueles olhos.

Era instigante demais.

- Por que está ofegante, Seokjin? - Tae frisou o nome ao qual ele havia se apresentado.

- Eu não sei. - engoliu seco, intercalando seu olhar entre os olhos e os lábios do outro.

- Você pode me beijar, se quiser.

Yoongi aproximou seu rosto do dele, se sentindo eufórico. Hesitou quase tocando seus lábios, olhou nos olhos dele uma última vez, fechou os seus e finalmente tocou os lábios do Kim.

Taehyung sentiu os lábios de Yoongi nos seus, fechou lentamente os olhos e se permitiu desfrutar daquela nova descoberta que era sentir o sabor dos lábios do Min.

Yoongi passou delicadamente a mão pelo rosto de Taehyung, como se tocasse algo divino.

Era um desafio e tanto desvendar Kim Taejoon, no entanto, beijá-lo parecia ser o encontro mais majestoso que poderia imaginar ter com o desconhecido. Era gracioso, precioso, libertador.

Aqueles lábios nos seus eram como beijar as nuvens, o toque deles cruzavam o limite entre corpo e alma. Era como realizar o sonho de uma vida inteira em um único contato.

Yoongi finalizou o beijo com um selar singelo. Taehyung deitou a cabeça na mão de Yoongi, aproveitando o toque de sua mão. Ele deslizou o polegar pela bochecha corada do Kim. Ele ficou manhoso como um gato quando recebe carinho.

- Beije-me outra vez, por favor...- choramingou Tae.

Yoongi não hesitou em atender seu pedido. Beijou-lhe outra vez.

Suas mãos foram para a nuca dele, as dele para suas costas, mantendo os corpos cada vez mais próximos. Taehyung queria Yoongi, e o Min soube disso a cada segundo que o Kim o puxava mais sobre si.

Com o corpo de Yoongi sobre seu, Taehyung moveu suas pernas, encaixando-o entre elas.

Min Yoongi costumava estar entre as pernas de alguém e saber que não estaria satisfeito se não obtivesse uma boa foda, mas com Taehyung ele queria mais do que isso.

O nascer do sol era perfeito visto daquele quarto.

Mais perfeito ainda era ter os primeiros raios do sol inundando seus olhos enquanto seu corpo se movimentava no ritmo calmo e suave de Yoongi o penetrando como se o tempo pertencesse somente a eles.

Yoongi era paciente e meticuloso em suas investidas, nunca havia estado com alguém de forma tão única e profunda.

Era surreal o jeito encantador como o Kim subtraia os desejos mais profundos de Yoongi.

Não era só sexo, era fazer amor.

Não era mais um em sua noite, era alguém que apenas com o olhar roubaria sua vida.

Não era só mais uma pessoa, era uma alma que, de forma avassaladora, trazia à tona uma pretensão de um futuro inimaginável.

Como poderia existir alguém assim?

Mais confuso ainda, como ele conseguiu encontrar essa pessoa?

Yoongi, com o rosto entre o pescoço e ombro de Taehyung, cessou os movimentos, finalizando o ato.

Taehyung, ainda olhando para o sol, sorriu timidamente quando uma lágrima escorreu pelo canto de seus olhos.

Jamais imaginou ser tão feliz e se sentir amado nos braços de alguém.

Yoongi entrou no quarto enquanto Taehyung tomava banho. Trazia consigo as roupas dele lavadas, secas e passadas.

Ao se aproximar da cama e deixar as vestes dele, viu seu celular receber uma mensagem.

Taehyung, onde você está? A sua mãe está louca atrás de você, temo que ela acabe nos matando por ter saído com você e voltado sem você.
Me responda, merda!

Yoongi ficou pensativo. Não havia sido o único a mentir sobre o verdadeiro nome. Não poderia lhe cobrar uma explicação.

Mas a verdadeira dúvida dele foi: quem era Hae-in?

Uma amiga? Uma irmã? Ou uma namorada?
No final das contas, não fez pergunta alguma.

No voo de volta à Seul, eles não conversaram sobre nada. Trocaram uma informação ou outra a respeito da partida e da chegada a cidade, nada mais que isso.

Taehyung agora podia ver as nuvens serem banhadas pelo amarelo vivo do sol. Era uma visão impressionante. Sorriu satisfeito ao ser tocado pela alegria de poder presenciar a cena. Seria mais uma das quais ele levaria consigo pela eternidade.

Yoongi, sentado à frente, com os dedos entrelaçados, observava Taehyung.

Por que ele não está perguntando quando nos veremos outra vez?

Por que não está dizendo algo sobre ter gostado do tempo que passou comigo ou coisa parecida?

Por que não está impressionado por tudo que lhe promovi nessas últimas horas?

Ele é realmente diferente! Não está interessado em mim ou no que posso lhe dar. Está apenas...admirado.

O carro parou em frente a uma casa branca, Yoongi olhou nos olhos de Taehyung e finalmente lhe fez uma pergunta.

- Quando podemos nos ver de novo? - Tae suspirou e abriu um sorriso.

- Eu sei onde encontrar você. - abriu a porta do carro e saiu, fechando-a em seguida. - Muito obrigado por tudo! - apoiou os braços na janela e encarou ternamente o Min. - Serão momentos que guardarei para sempre.

Ambos se encararam por algum tempo e depois Taehyung subiu os degraus.

Yoongi não sabia porquê, mas teve a impressão de que aquilo era uma despedida.

E realmente foi.





Nos 3 meses seguintes, Yoongi procurou por ele na rua em que o havia deixado na manhã da última vez em que se viram.

Bateu na porta daquela casa, perguntou em algumas casas naquela rua, fez campana observando o movimento dela, esperando poder vê-lo em algum momento. Mas nada. Taehyung não foi mais visto. Ninguém por aqui sequer sabia quem era ele.

Yoongi estava estressado, irritado. Bastante volúvel. Qualquer coisa era motivo para se alterar. Namjoon e Jungkook sabiam bem o motivo dele estar daquele jeito.

Era o Kim Taejoon.

Ou Kim Taehyung, nem Yoongi sabia ao certo se esse era seu nome. Ou era um apelido.

- Você sabe bem o que esse comportamento dele quer dizer, não sabe? - JK, ao lado de Nam, observavam Yoongi dentro de sua sala, passando freneticamente a mão pelo rosto.

- Sei sim. Jamais pensei que veria nessa vida, alguém deixar o Yoongi assim. Tão...obcecado, apaixonado.

- Você precisa fazer alguma coisa. Ou ele acabará ficando louco. - acrescentou JK.

Ele sabia que o Jeon estava certo. Afinal de contas, foi na sua casa, em uma de suas festas, que Yoongi conheceu a pessoa que o deixou tão fora de si.

- Mandou me chamar, Sr Kim? - Hae-in entrou no escritório de Namjoon apreensiva.

- Sente-se, por favor, Sta Jung. - ela fez como ele pediu, sentou e lhe dedicou toda a atenção.

- É de meu conhecimento que a Sta conhece alguém chamado Kim Taejoon.

- Taehyung! - corrigiu Yoongi, que estava sentado em uma poltrona ao lado da porta. Hae-in entrou tão nervosa que sequer notou a presença dele.

- Hã...eu...não conheço ninguém com esse nome. - mentiu.

- Sta Jung, peço que por favor, não minta. - Yoongi levantou e se aproximou dela, calmamente.

- Eu não estou...

- Haviam mensagens suas no telefone dele na manhã depois da festa de funcionários.

Hae-in não sabia do que se tratava aquela procura, mas por precaução, preferia ocultar que conhecia o cujo dito.

- É de extrema importância que eu o encontre.

- Mas eu não conheço ninguém com esse nome. - insistiu. - Yoongi sentou na beirada da mesa, cruzou uma perna sobre a outra, suspirou e baixou a cabeça.

- Talvez ela não o conheça realmente. Pode ser outra Hae-in. Eu vou procurar saber se entre os funcionários há mais alguém-

- Escuta, Sta Jung...- olhou bem nos olhos dela. - Eu já estou há 3 meses procurando por ele, eu preciso vê-lo outra vez. Eu não sei o motivo de você estar escondendo ele desse jeito, no entanto, eu preciso falar com ele nem que seja uma última vez. Preciso dar um alívio às minhas noites mal dormidas, aos meus pensamentos tempestuosos, ao meu...coração que aperta a cada dia que se passa sem reencontra-lo. - os olhos marejados do Min fez Hae-in engolir seco. - Por favor, me ajude!?

Hae-in olhou para o Kim atrás da mesa quando ele suspirou pesaroso. Ele parecia preocupado com o Min.

- Desculpe, Taehyung, mas isso é para o seu bem também. - respirou fundo e abriu o verbo.

Taehyung estava na cama, lia um livro até que sua medicação terminasse e ele pudesse tomar um banho.

Ouviu duas batidas na porta e permitiu a quem batia que entrasse.

Seus olhos arregalaram ao ver o Min entrar pela porta.

Ele puxou o lençol e cobriu a cabeça, se afundando nos travesseiros.

- Taehyung? - a voz rouca do Min chamando por seu nome o fez tremer.

- Quarto errado. - tentou disfarçar a voz.

Yoongi se aproximou da cama e puxou suavemente a coberta.

Os olhos de Taehyung viram o rosto pálido e lindo do Min lhe encanrando com um sorriso contido.

- Tenho certeza que estou no quarto certo.

Aquele era o lugar mais improvável que Yoongi procuraria por Taehyung.

Um quarto de hospital.

Ele estava pálido, tinha grandes olheiras sob os olhos, seu braços estavam roxos e seus lábios rachados. Parecia extremamente cansado.

Taehyung estava com câncer de estômago. Seu tratamento era intensivo e a cabeça lisa justificava o uso das diversas perucas perfeitamente arrumadas em uma mesa do outro lado do quarto.

Os braços roxos e com curativos evidenciam o uso constante das medicações nas veias. O cansaço era justificado pelas idas e vindas aos diversos exames que fazia diariamente. Ele sequer deixou o hospital no último mês.

Ao ouvir a verdadeira vida de Taehyung através de Hae-in, Yoongi não pensou duas vezes antes de sair feito louco da casa de Namjoon e correr para o hospital.

Agora, sentado em uma poltrona, observando atentamente cada movimento dele, o Min entendia perfeitamente bem o jeito peculiar como ele absorvia os momentos.

Ele não disse mais nada ao Kim, assim como o Kim que, ainda temia abrir a boca e dizer algo para o Min.

- Então ela te contou? - presumiu Taehyung que sua amiga havia dito o que não deveria.

- Ela não teve escolha. - Yoongi tentou parecer um carrasco.

Não conversaram mais nada.

No dia seguinte, Yoongi estava de volta. E do mesmo jeito que no dia anterior, apenas se sentou e fez companhia ao Kim por umas duas horas.

Foi assim durante uma semana. Sem perguntas, sem contato e sem nenhuma conversa. Apenas Yoongi e Taehyung se encarando de vez em quando.

Na semana seguinte, Yoongi chegou ao quarto de Taehyung e não o encontrou ali. Seu coração disparou afoito dentro do peito. O Desespero começou a tomar conta dele. Saiu do quarto e parava todo médico e enfermeira no corredor, perguntando sobre o paciente daquele quarto. Ninguém sabia quem era.

- Eu estou aqui! - Taehyung chegou na porta do quarto, arrastando consigo o tripé com a medicação que tomava.

- Você está bem? - correu até o Kim, segurando-o pelos ombros e checando se estava tudo bem com ele.

- Eu estou sim! - Taehyung afirmou.

- Minha nossa! - Yoongi o agarrou, apertando-o em um abraço desajeitado. - Fiquei preocupado de não te ver aqui quando cheguei.

- Eu só tinha ido ao banheiro.

- Eu deveria ter presumido isso, - se afastou um pouco olhando no rosto do Kim. - Mas eu não consegui pensar em mais nada quando vi aquela cama vazia. - os olhos marejados denunciavam o medo dentro dele.

- Por que você está aqui, Yoongi? Por que vem todos os dias e não fala nada? - o Kim quis saber.

- Eu só...

Naquele dia tudo foi revelado.

Yoongi se abriu sobre seus motivos, lhe contou sobre como vinha enfrentando seus dias na esperança de encontrá-lo outra vez. Lhe falou sobre como desejava vê-lo de novo e revelou o quanto estava apaixonado por ele.

Taehyung, surpreso com as declarações de Yoongi, lhe contou que já sabia quem ele era quando se conheceram, mas que era melhor fingir que não sabia, até porque, não estava interessado no que ele tinha ou podia lhe oferecer. Assim como não tinha interesse em conhecê-lo verdadeiramente.

Contou tudo o que sentiu naquela noite ao lado dele, contou cada sentimento que passou em seu coração com as experiências que lhe forneceu, sobre como cada memória daquele dia fazia seu coração se encher de esperanças acerca de uma cura milagrosa.

Contou sobre como seu coração sentiu falta da presença silenciosa do Min. Estava apaixonado também, mas sabia que não havia uma chance para ele, nem em seus mais loucos sonhos. Chorou nos braços de Yoongi que, não conseguiu se segurar e chorou junto.

Era uma brincadeira perversa do destino colocá-los um na vida do outro, sem que pudessem escolher permanecer.

Nos dias seguintes, Yoongi ia toda tarde e ficava ao lado de Taehyung até que ele pegasse no sono. Sabia que Namjoon e Jungkook entendiam sua necessidade de permanecer ali. Eles não cobravam sua presença na gravadora.

Yoongi conheceu Hoseok, melhor amigo de Tae. Conheceu sua mãe, que ficara muito feliz em saber que tinha alguém para fazer companhia ao filho quando ela não estivesse. E voltou a se encontrar com Hae-in em um dos dias de visita.

Ela constatou que o amigo parecia bem mais feliz e animado com a presença do Min, sorriu entre as lágrimas ao saber que tinha feito o certo ao conta-lo sobre o paradeiro do amigo.

Todas as noites, Yoongi deitava na cama e Taehyung deitava a cabeça em seu peito, enquanto o Min lia alguns capítulos de um livro novo.

Naquela noite foi diferente.

Taehyung segurou o rosto de Yoongi com as duas mãos e beijou cada cantinho dele, até seus cabelos.

- Eu já pensei muito sobre ter uma vida diferente, ter te conhecido em um momento diferente. No entanto, você não seria tão especial para mim se as coisas não fossem assim.

- É claro que não seria diferente. Eu te amaria do mesmo jeito! - afirmou o Min. - Eu jamais conseguiria resistir aos seus encantos. - Taehyung sorriu tímido com as palavras do outro. - Eu amo tanto você! - colocou a mão no rosto dele e acarinhou suavemente sua nuca.

- Eu também amo você! Para sempre! - declarou com os olhos brilhando mesmo banhado nas lágrimas.

Yoongi beijou levemente seus lábios. Havia tanto carinho naquele gesto que, Taehyung temeu acabar derretendo entre seus braços.

Yoongi o abraçou forte, beijando sua cabeça desnuda.

- Meu coração é seu hoje e sempre! - falou baixinho em seu ouvido.

Taehyung ficou em seus braços até pegar no sono.

No dia seguinte, ao chegar no hospital, Yoongi estava animado. Trazia consigo uma edição especial de um livro que Taehyung amava. Mal podia esperar para ver seu sorriso quando abrisse o presente.

Ao sair do elevador e entrar no corredor, Hoseok, Hae-in e a mãe de Tae estavam abraçados ao lado da porta.

Estavam chorando juntos.

Yoongi deu alguns passos hesitantes, já temia que o estado de Taehyung tivesse piorado.

Hae-in viu quando ele estava há alguns passos deles, tentou se conter mas só censguiu chorar ainda mais.

- Eu sinto muito. - colocou a mão na boca para abafar o choro.

Yoongi se apoiou na parede, mordeu o lábio inferior, abaixou-se abraçando as próprias pernas e chorou em silêncio.

O coração de Taehyung já não batia mais por ele.

Foram dias de muito choro, semanas de uma dor aguda que quase fez Yoongi desistir de tudo. Mas ao se lembrar de tudo o que Taehyung gostaria de viver, ele se levantou e decidiu que viveria todos aqueles sonhos. Por ele.

Yoongi não se casou, mas adotou um casal de crianças.

Depois de 5 anos que Taehyung havia partido, ele adotou Seung-min, de 6 anos. Três anos depois veio Young-na, de 7 anos.

Yoongi teve uma vida longa e feliz ao lado dos filhos. Os criou bem e os ensinou a valorizar as amizades e a família. Assim como cada momento que tinha com cada um.

Aos 89 anos, Yoongi já não conseguia fazer muita coisa. Estava na cama. Sentia-se bem, mas já não tinha forças para fazer nada sozinho.

Morando na casa da praia de Woljeongri, ele passava a maior parte do tempo em sua cama.

Era manhã de natal, Seung-min e Young-na haviam ido visitar seu appa.

- Appa, sabemos que já tem empregados suficientes para cuidar das coisas, mas acho que seria melhor ter alguém que estivesse o tempo todo cuidando do Sr. - Young-na ajeitava seus travesseiros.

- Eu não preciso de alguém para isso.

- Appa, não tem mais como o Sr evitar, já está feito. A qualquer momento ele deve estar chegando.

- Halabeoji! - as duas filhas de Young-na entraram no quarto correndo e subiram na cama.

- Meninas, devagar! - alertou ela. - O halabeoji precisa descansar!

- Tem um um homem vindo pelas escadas. - alertou a mais velha.

- Tudo bem! - Yoongi, com certo esforço pegou na mão da neta.

Seung-min entrou no quarto falando com alguém que vinha logo atrás dele. Yoongi não conseguia ver, mas já tinha ideia de quem poderia ser.

Pendeu um pouco a cabeça de lado e gemeu quando o homem se colocou ao lado do filho.

- Appa, esse aqui é o Taejoon, o enfermeiro que cuidará do Sr em tempo integral.

Yoongi sorriu em meios as lágrimas. Não acreditava que o destino estava mesmo fazendo aquilo com ele.

Taejoon era um nome inesquecível em sua vida. Mais inesquecível ainda era ele ser exatamente igual ao seu amado Taehyung.

- Appa, o Sr está bem? - Young-na ajoelhou ao lado da cama segurando a mão de seu appa.

- O halabeoji vai morrer? - a filha mais nova de Young-na, de quase 4 anos perguntou assustada.

- Nana! - Seung-min repreendeu a sobrinha. - Na-neyoung, leve sua irmã lá para baixo.

A mais velha pegou na mão da irmã e saíram do quarto.

- Young-na - apertou a mão da filha. - Seung-min - estedeu a mão para o filho que, prontamente se sentou do lado vazio da cama, segurando a outra mão dele. - Eu quero que vocês prestem bastante atenção no que vou dizer. - ambos assentiram. - Nunca se esqueçam que o destino nos reserva surpresas que nem sempre são o que queremos, mas que sempre há um significado importante.

Ele assentiram novamente e Young-na beijou a mão dele.

Yoongi encarou o homem de branco parado a sua frente.

- E eu estou pronto para o meu destino. Sempre estive! - as lágrimas escorregam em seus rosto enquanto ele sorria.

- Appa...

- Taejoon? - Yoongi falou com ele que deu dois passos a frente.

- Sim, Sr Min.

- Por favor, me leve até a varanda. Previso ver o que ainda sobrou do nascer do sol.

- Sim, Sr!

Young-na e Seung-min olharam um para o outro aflitos, mas não questionaram a decisão do pai de sair da cama.

Taejoon o colocou na cadeira de rodas e o levou até a varanda. Yoongi respirou fundo e fechou os olhos.

- Sente-se aqui do meu lado, Taejoon.

Ele fez como Yoongi pediu.

Seus filhos ficaram do lado dentro, observando a interação do pai com o enfermeiro.

- Eu esperei por você todos esses anos, Taehyung! - pegou na mão de Taejoon e apertou levemente. - Estou muito feliz que você tenha vindo me ver uma última vez. - Yoongi sorriu para o sol entre as nuvens.- Você demorou bastante para vir me buscar, meu amor!

Taejoon não disse nada, apenas encarou os filhos do Min parados no meio do cômodo. Seung-min com o braço sobre o ombro da irmã e Young-na com a mão na boca, contendo o choro.

- Agora tudo está perfeito! - suspirou ao colocar sua cabeça no ombro de Taejoon. - Meu coração é seu desde aquele dia e será para sempre!

Naquela manhã de natal, Yoongi dormiu apoiado no ombro de Taejoon e foi de encontro ao seu amor eterno.

Um amor que persistiu uma vida inteira e que duraria para sempre.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro