09, segredos não tão secretos.
— Vamos no shopping amanhã, gatinho?
— Quer assistir alguma coisa?
— Não tem nada de interessante no catálogo do cinema... 'Tava pensando na gente ir e só ficar andando e comprando besteira.
— Vou adorar.
— Tudo bem se um amigo meu for? Você pode chamar algum seu.
— Hm... O Hyunjin deve estar livre.
— Ótimo. Vê com ele e manda o horário, 'tá?
— Ok, pode deixar.
— Tchau, gatinho.
— Até amanhã, bebê.
( . . . )
— Finalmente vou conhecer o famoso Han Jisung, hein?
Suspirei, passando as mãos na minha calça nervoso. Hyunjin estava de braços cruzados em pé do meu lado, enquanto eu estava sentado em um dos bancos do shopping, evitando olhar meu celular à todo momento pra ver se tinha uma mensagem de Han Jisung.
— Não sei por que você 'tá tão nervoso. — Eu também não sei meu amigo, acredite. — É só ele. Que eu saiba vocês já avançaram uns sinais, não?
— Até demais, eu acho. — respirei fundo. — Não que eu esteja incomodado, mas tenho medo de que ele esteja. — Hyunjin levantou uma sobrancelha, me induzindo a continuar. — Ele conheceu as meninas semana passada.
O Hwang fez uma expressão de surpresa, descruzando os braços. E então ele deu um soco no meu ombro, me fazendo levantar assustado.
— Filho da puta! — Forçou uma expressão brava, ainda com os olhos arregalados. — Isso você não me contou! E faz quanto tempo que vocês se conhecem? Eu só fui conhecer a Mina depois de uns seis meses!
— Ai. — resmunguei, esfregando a mão no meu ombro. — Vão fazer uns três meses. E eu não contei porque não sabia como.
Hyunjin balançou a cabeça.
— 'Tá. Três meses não é pouco. Considerando que vocês não podem sair tanto, acho que estão num ritmo legal.
Antes que pudéssemos continuar o assunto, vi Jisung entrar no meu campo de visão, junto de um garoto que eu encarei sendo meramente familiar. Ele chegou perto de nós, acenando, e sorriu.
— Oi. Esse aqui é o Changbin hyung. — Apontou para o amigo ao seu lado, que fez uma reverência pequena, nos cumprimentando.
— Olá. Meu nome é Hyunjin. — Meu amigo abaixou a cabeça minimamente, numa reverência rápida.
Jisung sorriu olhando para mim, fazendo automaticamente um sorriso brotar em meu rosto. Ai mamãe...
— 'Tô morto de fome, se importam se a gente for comer primeiro? — Hyunjin pediu, e todos nós concordamos.
Surpreendentemente, meu amigo engatou numa conversa com Changbin, entrando num tópico sobre academia, já que ele aparentava ter um corpo mais definido do que nós, e Hyunjin estava enrolando desde o início do ano pra começar em uma.
Eu e Han ficamos mais para trás, sem dizer nada, só acompanhando os passos deles. Enquanto eu pensava sobre como começar uma conversa com ele, fui surpreendido com um entrelaçar de dedos, descendo meus olhos para a minha mão esquerda, que agora estava junto da direita de Han Jisung. Subi meu olhar para o mais novo, e ele sorria lindamente.
— Oi, gatinho. Você 'tá bem?
— 'Tô sim. E você?
— Ótimo. — Abriu mais o sorriso, ficando com os olhinhos minimamente fechados, e, num gesto rápido, se inclinou para mim, me deixando um selinho breve nos lábios. — Melhor agora. — Deu uma risadinha.
Eu sorri, me sentindo levemente envergonhado, balançando a cabeça.
— Que brega, Jisung.
( . . . )
— Eu quero ir no jogo de acertar as toupeiras, ele dá vários tickets, 'tô querendo aquele coelho branco da vitrine. — disse, enquanto entrávamos no playground do shopping, e Changbin balançou a cabeça afirmamente várias vezes.
— Vamos comigo, sou ótimo nesse jogo! — Disse, e os garotos só disseram que iriam achar outro pra ir, enquanto eu seguia Changbin até lá.
Passei o cartão do playground para que o jogo ligasse, e nós dois pegamos os martelos de brinquedo, olhando para a mesa, esperando se iniciar.
— Então, Minho hyung... — Ele riu logo depois de falar isso, e eu revirei os olhos, soltando um risinho. — Perdão, não estou acostumado.
— Tudo bem. — Dei de ombros, sem dar muita importância. Nunca liguei muito para honoríficos.
O jogo começou, e Changbin era mais rápido do que eu, que perdia uma toupeira ou outra que saía.
— Enfim. O Han me contou sobre vocês, espero que não se importe. — Comentou, e eu olhei de canto para o mesmo rapidamente.
— Ah, ele contou?
— Sim. É um problema? — Perguntou.
— De jeito nenhum! — respondi, negando. — Só não achei que ele comentasse de mim pros amigos dele, sei lá... Eu faço isso, mas não sabia que o Jisung também. — Dei de ombros, meio envergonhado. — É até reconfortante.
Changbin riu, ainda sem tirar os olhos da mesa.
— Ele gosta bastante de você, mas acho que você já sabe. Você é um cara legal. — Disse, como quem não quer nada, e eu sorri.
— Valeu. Você também, Changbin.
— Aliás, — O tempo do jogo acabou, e ele colocou o martelo de brinquedo no lugar, se virando para mim. — tenho algo pra te falar.
Assenti, e enquanto os tickets saíam, eu escutava atentamente as palavras de Changbin, que sorria de canto, parecendo felizardo com o que me contava.
( . . . )
— Aqui, o seu prêmio. — A moça que cuidava das trocas dos tickets disse com um sorriso gentil, me estendendo o coelhinho de pelúcia que tinha uma feição emburradinha.
Changbin riu, olhando para o brinquedo, e só balançou a cabeça, colocando as mãos dentro do bolso de sua calça jeans.
Andamos um pouco pelo lugar, procurando nossos amigos, encontrando os dois numa máquina de dança, rindo descontroladamente enquanto pareciam estar tomando um tempo para recuperar a respiração.
Os dois nos viram, acenando, e nos aproximamos.
— Han Jisung me destruiu no dance machine. — Hyunjin comentou, enquanto os dois riam, e eu sorri.
Era tão legal ver duas partes da minha vida coincidindo de uma maneira boa. Dava uma sensaçãozinha reconfortante no peito.
— O que é isso? — Han Jisung apontou para a pelúcia que eu segurava.
— Minho me fez de escravo hoje. Dei meu sangue, suor e lágrimas pra ele pegar todos os tickets e gastar nesse bichinho. — Changbin brincou, me fazendo rir.
Hyunjin olhou curioso para a pelúcia, e deu uma risada alta.
— É igualzinho a você. — O amigo de Jisung virou do coelho para mim, e colocou a mão sobre a boca, segurando a risada.
Os dois riram, e eu senti meu rosto ficar quente enquanto Jisung me encarava.
— É pra você, na verdade... — estendi a pelúcia pro mais novo entre nós, e vi os dois patetinhas arregalando os olhos, fazendo um som de "awnn" logo depois, tirando uma com a nossa cara.
Han me olhou, pegando a pelúcia e a abraçando, pegando minha mão logo depois.
— A gente já volta! — Avisou os dois, me puxando em seguida.
Não questionei quando ele me guiou até o corredor extenso do shopping onde ao fundo ficavam os banheiros, e naquela parte, os bebedouros, onde quase nunca tinha ninguém. O garoto me puxou até o canto da parede, ficando em minha frente.
— O que estamos fazendo aqui..?
Han Jisung me interrompeu, sorrindo, se aproximando de mim, segurando um lado do meu rosto com a mão livre, me beijando devagar.
De início, achei que fosse um simples selar, mas Han Jisung entreabiu os lábios, e levei minha mão até sua nuca, enrolando levemente os cabelos dali, tomando o controle da situação. Um arrepio se passou por todo o meu corpo no primeiro contato entre nossas línguas, me fazendo sorrir minimamente durante o beijo. Beijar Jisung trazia sempre uma sensação nova a ser considerada. Minha mente fica branca, só aproveitando a sensação que é ter a boca dele se mexendo conforme a minha.
Nos afastamos devagar, com nossas respirações voltando ao normal, e quando achei que íamos embora, o Han sorriu, me puxando e deixando vários selares lentamente.
Ele fez um carinho com o indicador sobre a minha bochecha, e me olhou, ainda com seu sorriso no rosto.
— Eu gosto muito de você. Muito mesmo. — Segredou, ainda que agora isso já tivesse deixado de ser um segredo para mim à um tempo.
Eu sorri, me deixando aproveitar os círculos que ele traçava sobre meu rosto, antes de também compartilhar meu pequeno segredo.
— Estou apaixonado por você, Han Jisung.
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