04, por que pessoas com atitude são tão atraentes?
Era real.
O garoto bonitinho da loja de donuts — Que eu descobri que o nome é Han Jisung, muito bonito aliás, — sabia que eu 'tava afim dele.
E em tese isso deveria ser bom. E é bom, muito bom.
Mas, meu Deus eu sou tão óbvio assim?
— Deixa de ser idiota. Só fica feliz que ele percebeu e fez o que você não fez, tomou uma atitude. — Hyunjin disse, enquanto arrumava o troco de um cliente que havia acabado de sair, na caixa registradora.
— Ele deve achar que eu sou um tarado! — exclamei alto demais, ganhando um olhar repreensivo de Hyunjin, tapando minha boca depois.
— É, da próxima vez você pode pensar duas vezes antes de ficar pedindo na loja que ele trabalha, e encarando ele quando for lá. — Choraminguei mais uma vez, e ele revirou os olhos. — Mas é óbvio que não né, hyung. Se ele pensasse isso, ele não teria te passado o número dele.
Mordi a parte interior da minha bochecha, deitando minha cabeça na mesa.
— Você acha mesmo?
— Sim. Vai por mim. Agora fala com ele antes que ele se arrependa de ter te passado o número dele.
— Você acha que ele vai se arrepender?! — me alarmei, e Hyunjin bufou, parecendo estar sem paciência.
— É uma metáfora, Minho!
Fiz um bico, o encarando.
— É hyung, mais respeito, por favor.
Ele deu uma risada, balançando a cabeça.
— Se dê ao respeito primeiro.
E me deu a língua, me deu a língua. Que nem uma criança.
Que tipo de dongsaeng era desaforado desse jeito?
( . . . )
Batuquei os dedos no meu celular, pensando em como começar. Primeiro que eu já tinha demorado uns dias pra resolver mandar alguma coisa, e agora, não sabia o que fazer.
Eu mandava uma mensagem ou ligava? Atualmente ninguém gosta de ligação, eu sou uma excessão a parte, mas não sei o que Jisung prefere. Eu deveria mandar uma mensagem, não é? Mas o que eu escreveria nela? E ele disse pra mim ligar! É um tipo de metáfora, mas mesmo assim!
Caralho isso é difícil demais!
Sem pensar muito, só apertei no ícone de ligação no kakao, vendo o contato chamar. Me arrepiei levemente levando o celular até meu ouvido, esperando que o garoto atendesse. Tinha a possibilidade de ele não ver ou ignorar. Depois de não ter uma resposta por dias, ele podia ter perdido o interesse.
Mas depois de dois toques, eu escutei uma respiração serena do outro lado da linha.
— Alô?
Segurei um grito na minha garganta, escutando a voz dele. Caralho, era linda até por telefone. Ele era todo lindo. Mãe, acho que vou me apaixonar de novo.
— Oi — comecei, tentando não prender a fala na ponta da minha língua. — É o Lee Minho, ou Lee Know.
A linha ficou quieta por alguns segundos, e eu já pensava no pior, que ele tinha escutado meu nome e desligado na hora.
— Achei que não fosse ligar nunca.
E deu uma risadinha.
Meu Deus que risadinha linda.
— Ah! Desculpa, eu não sabia o que falar pra você. — fui sincero, eu não queria mentir. Sou um trouxa que fala e não age mesmo, 'tá estampado na minha cara.
— Tudo bem, se você ligou quer dizer que ficou realmente interessado em mim.
Como ele consegue ser tão direto?
— E você não acha isso estranho? — eu 'tava me mordendo pra saber.
— Não. — Ele riu de novo — Não consigo entender como as pessoas perdem tanto tempo fingindo desinteresse. Se eu gostei de você, pra que adiar?
Timidez Han Jisung, timidez.
— Bom, somos diferentes nesse aspecto. — dei uma risada sem graça, envergonhado.
— Ah, então você não foi lá por minha causa da última vez?
Perceptivo você.
— Bom, em partes, não. Minha irmã queria que eu levasse ela em algum lugar, e eu lembrei da donuteria que ela comprava sempre. Consequentemente lembrei de você, juntei o útil ao agradável.
— Faz sentido. E, ah! Ela é sua irmã! Graças a Deus. — Ele soltou um suspiro parecendo aliviado. — Eu percebi que vocês se parecem um pouco, mas fiquei com medo de ser sua namorada. Não me leve a mal, você é muito lindo, mas não sou do tipo que atrapalha casais.
— Relaxa, eu entendo você. E pode ter certeza que a Minari nunca ficaria com um homem na vida dela. — ele riu comigo, e eu me sentei no sofá, me aconchegando.
— Que família caótica.
— Pois é. Ainda bem que minha mãe leva numa boa um filho gay e uma filha lésbica.
— No meu caso meus pais acharam confuso no início, mas não ligaram muito. Acho até que ficaram aliviados que pelo menos não vou engravidar ninguém.
Soltei uma risada alta, lembrando da vez que eu e as duas únicas mulheres da minha vida tivemos esse tipo de conversa.
— Pois a minha mãe aceita nossa sexualidade numa boa, mas diz que devemos dar algum jeito de dar netos pra ela. Ela disse que "É por isso que existe adoção, barriga de aluguel e inseminação, vocês tem muitas opções, é só escolher!"
— Você pensa em ser pai, hyung?
Tremi assim que a palavra hyung saiu da boca dele. Meu Deus.
— Ah... — pigarriei, tentando me concentrar. — Talvez no futuro eu adote uma criança, quando estiver numa relação firmada e começado num emprego um pouco melhor.
Nayeon, não me mate, por favor.
— Sério? Que incrível! Eu queria me casar e me mudar pra outro país. Aí cuidar de um garotinho.
Oi Deus, se não for pedir demais...
— Ah! Mas eu já tenho um filho! — digo, me levantando.
— Deixa eu adivinhar, um gatinho?
— Como você soube?
Peguei Soonie no colo, fazendo carinho em sua cabeça.
— Você tem carinha mesmo. — Ele parecia sorridente, e eu sorri junto. — Me manda uma foto dele?
Suspirei fundo. Nossa.
— Han Jisung, se você gostar de receber fotos do meu gato, saiba que eu vou ser obrigado a te chamar pra sair.
Dessa vez a risada alta veio da parte dele, e eu juro, juro mesmo que meu coração até errou uma batida.
— Eu 'tô livre esse fim de semana. Eu vou na sua casa e a gente vê um filme.
Simples e direto.
Fiz uma nota mental de perguntar à Hyunjin no dia seguinte do por que eu me atraía tanto com pessoas com atitude — Mesmo sabendo que ele responderia que era porque eu não tinha nenhuma, antes de me voltar para Jisung.
— Eu ia adorar.
(N/A): Donuts é de longe a minha fic favorita de escrever hehe
quando eu começo simplesmente flui! e oi gente, saudades de vocês!
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