Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

04 - A casa na árvore

Conversar por mensagem.

Primeiro, Valéria achou que era bobagem e que logo ele iria se esquecer dela. Mas Romero mandou mensagem assim que ela chegou em casa. Quando viu o nome dele na tela do celular ela abriu um sorriso leve e entrou no quarto e fechou a porta. Os nomes alterados para evitar problemas futuros.

Roberto

Ainda estou preocupado com você. O que aconteceu na festa?

Verônica

Não foi nada demais.

Roberto

Depois você me conta, não pense que vou desistir.

Verônica

Você ainda usa aquela camisa horrorosa Listrada?

Roberto

Tá falando da camisa do maior de Minas?

Verônica

Maior de Minas é o Cruzeiro e todo mundo sabe.

Roberto

Né, nada.

Aqui, a gente bem que podia se ver pessoalmente, tipo, fora da escola.

Verônica.

O problema é onde, somos vigiados o tempo todo. E essa cidade tem olhos pra todo lado.

Roberto

Vou pensar num jeito. Aqui, eu tenho que ir tá. Meu pai e minha mãe estão tendo uma conversa amigável. Beijo

Verônica

Beijo

Valéria se jogou na cama sentindo o coração acelerar. Romero causava coisas nela que ela certamente não esperava e conversar com ele era um risco, mas ela não podia abrir mão disso. Era bom demais voltar aquele tempo outra vez.

Valéria desceu para a cozinha e viu o pai comemorando com a mãe e João. Ele acenou para que a jovem se juntasse a eles. — Venha Val! Vem parabenizar seu irmão. Ele passou no vestibular. Vai ser um contador. Que orgulho do meu filho! E além de tudo tem mais uma novidade!

— Sim! — Regina disse com um sorriso amarelo.

— João e Mariana vão ficar noivos! — Emanoel disse a novidade e João abaixou a cabeça.

— Noivos? Já? — Valéria perguntou tentando entender a situação.

— Sim, eles vão se casar assim que João se formar!

— Que legal! — Valéria disse tentando disfarçar.

— Agora eu tenho que ir, que por ordem naquela fábrica!

Valéria viu o pai se afastar e depois a mãe seguir de cabeça baixa para dentro do quarto e acenou para que o irmão a seguisse. Ele entrou no quarto da irmã e fechou a porta.

— Casamento, João?

— É... — João disse desanimado.

— João?

— É o que você ouviu. Eu vou me formar e quando voltar, vou me casar com a Mariana.

— Pelo amor de Deus, João! Isso é errado! Você gosta do Daniel.

— Ele vai entender.

— Que você decidiu seguir uma vida que não é pra você?

— Uma vida normal!

— Vida normal? Tá se ouvindo, João?

— Foi só uma fase, a Mariana é uma pessoa boa e a gente vai ser muito feliz.

— Tá se enganando, João. Você não gosta dela.

— Mas eu vou aprender. A gente vai se acostumar um ao outro.

— Fala como se fosse um negócio.

— Aceita, Val. Vamos ser muito felizes.

Valéria sabia que aquilo era da boca pra fora, mas não ia discutir. João saiu de seu quarto e em seguida, Agnes entra pela porta com cara de cachorro sem dono.

— Amiga... — Agnes disse sem graça. — A Keyla disse que eu podia entrar.

— Oi, Agnes.

— A gente pode conversar?

— Ah, lembrou que eu existo? — Valéria disse cruzando os braços.

— Me desculpa, Val. Eu nem sei como fui parar em casa direito.

— Você me deixou sozinha para ir atrás daquele Fábio!

— Eu fui muito idiota!

— Foi mesmo!

— Eu fiquei preocupada com você, te liguei um monte de vezes e você não me atendeu. Como você veio embora? Teve gente que disse que você saiu a pé. — Agnes sentou-se na cama de Val e ficou olhando para a amiga, ainda cabisbaixa.

— Eu tive sorte, acabei ganhando uma carona.

— De quem?

— Um amigo.

— Eu conheço?

— Não está em condições de fazer perguntas.

— E... Tá tudo bem com a gente?

— Dessa vez vou perdoar. Mas não faz outra dessa não, viu? Valeria disse cruzando os braços. Agnes desviou o olhar e ficou um tempo em silêncio. A expressão da amiga preocupou Valéria. Normalmente ela é do tipo que fala pelos cotovelos e naquele estava cabisbaixa, triste. — Tá tudo bem, Agnes?

— Tá sim... deve ser só cansaço.

— Aconteceu alguma coisa nessa festa, Agnes?

— Eu... não. Não aconteceu. — Agnes abaixou a cabeça.

— Eu te conheço há bastante tempo Agnes.

— Eu acho que perdi a virgindade nessa festa.

— Como assim "eu acho"?

— Eu lembro de algumas coisas e tipo... a minha calcinha estava suja de sangue e de um negócio esquisito.

— Agnes. Isso é muito sério! Você contou para mais alguém? Sua mãe?

— Não contei pra ninguém. — Agnes começou a chorar.

— Olha, calma. Eu vou ver se consigo marcar um médico. Eu vou falar com a minha mãe que é para mim e a gente vai junto.

— Ela vai querer ir junto.

— Minha mãe? Tá mais fácil meu pai ir junto do que ela. Ela não tá nem aí. Sempre delegou essa função para a Maria. E a Maria agora tá bem ocupada cuidando dos assuntos pessoais da minha mãe.

— Tá. Eu vou.

— Vamos para a fazenda esse fim de semana?

— Minha mãe me deixou de castigo. Nada de sair no fim de semana. Por pelo menos um mês.

— Sinto muito amiga. — Val se sentou na cama diante de Agnes. — Meu irmão vai casar.

— Com o Daniel? Que legal.

— Com a Mariana.

— Sério? Mas tipo... ele não é...

— Ele acha que não.

Valéria não pôde esconder a preocupação com Agnes. Mas ela decidiu não pensar nisso naquele momento. Ela tinha muitas outras coisas para pensar. Como por exemplo o irmão que estava noivo.

No dia seguinte ela foi para o colégio ainda preocupada. Todo esse lance da Agnes e de João estava tirando seu sossego. Imersa em seus pensamentos, ela seguiu para a biblioteca para entregar um livro que tinha pega emprestado. Ela se aproximou do balcão e entregou o livro para a moça e seguiu para as prateleiras em busca de outro livro. Ler era um hobby para ela. Ela caminhou na ala dos juvenis passando o dedo nas lombadas dos livros lendo cada título com calma.

— Os livros do Sidney Sheldon estão na outra ala. — A voz de Romero a fez dar um sorriso discreto e depois ela olhou ao redor para ver se não estavam sendo vigiados.

— Não posso falar com você. — Ela disse sussurrando.

— Relaxa. Aqui é bem silencioso e quieto. Dá para gente se falar tranquilo.

— E a sua namorada?

— Que namorada?

— Jéssica. — Ela disse sem olhar para ele como se tivessem apenas escolhendo livros.

— Ela não é minha namorada.

— Sei...

— De onde você tirou que ela é minha namorada?

Valéria se virou para ele olhando fixamente em seus olhos. — Vi você beijando ela.

— Viu? — Romero disse desviando olhar.

— É... eu vi.

— A gente tava só ficando.

Valéria tentou disfarçar, mas sua expressão a condenava.

— Que bom para vocês.

— Que foi?

— Nada. — Valéria respondeu secamente.

Romero tocou a mão de Valéria de forma delicada e olhou fixamente em seus olhos. — Se você quiser eu nem falo mais com ela.

Valéria ficou um tempo olhando para ele e em seguida para seus lábios. Depois ela olhou para baixo. — Não precisa fazer isso. Não tenho direito de te exigir nada disso.

— Tem sim. — Romero tocou o rosto dela com as costas dos dedos e acariciou sua bochecha de leve.

— Eu tenho que ir. — Valéria disse se afastando com as bochechas queimando.

— Val?

— Sim? — Ela se virou com os olhos brilhando.

— Boa aula.

— Obrigada.

Valéria saiu da biblioteca com o coração batendo tão rápido que mal conseguia respirar. Ela podia se sentir assim? Por alguém que era inimigo de sua família? Ela estava tão eufórica que por um breve instante ela estava se esquecendo de tudo, mas não demorou muito.

Agnes passou por ela correndo em direção à saída. Ela podia jurar que estava chorando. Valéria correu atrás dela até atrás da quadra. A jovem estava sentada no chão abraçada às próprias pernas chorando copiosamente.

— Que aconteceu? Agnes?

— Eu fiz Val... Eu fiz...

— Fez o que?

— Eu transei com alguém na festa, mas eu não sei quem. Uma das meninas que estava lá disse que eu estava nua num dos quartos. Ela me vestiu e depois me ajudou a voltar para casa.

— Agnes! Isso é muito sério! Não pode deixar isso impune!

— E eu vou falar o quê, Val? Que eu fui estuprada? Eu nem sei o que aconteceu!

Valéria deu um suspiro e abraçou a amiga fortemente. Agnes chorava tanto que soluçava. — Amiga, o que eu posso fazer por você?

— Não conta para ninguém, por favor.

— Tá...

Valéria ficou intrigada. Sentiu culpa, raiva. Ela acompanhou Agnes até sua casa e depois ela mandou uma mensagem para Romero.

Verônica

Preciso falar com você pessoalmente.

Roberto

Claro, agora?

Veronica

Seria possível?

Roberto

Claro. Onde?

Valéria pensou. Onde ela poderia conversar com ele numa boa? Só havia uma única pessoa que aceitaria essa amizade.

Veronica

Vou te mandar o endereço.

Geraldo era o avô materno de Valéria. Um homem simples que nem aparentava ter todo o dinheiro que tinha. Dono de uma famosa rede de supermercados chamada Supermercados Carvalho. Valéria tinha uma relação boa com os avós maternos. O avô, Geraldo, nunca entendeu a rixa das famílias e sempre torceu o nariz para isso.

Situada em uma vasta propriedade, a residência era cercada por grades brancas elegantes, que contrastavam com o verde exuberante do jardim bem cuidado. As grades, altas e ornamentadas, ofereciam segurança e um toque de sofisticação ao local.

A fachada da casa era imponente, com grandes janelas de vidro que permitiam a entrada de luz natural, iluminando os amplos cômodos internos. A varanda, adornada com vasos de flores coloridas, convidava os visitantes a se sentarem e apreciarem a vista deslumbrante das montanhas ao longe.

No fundo do terreno, um majestoso pé de manga se destacava, suas folhas verdes e frutos dourados criando uma sombra refrescante. Sob a copa da árvore, havia uma charmosa casa na árvore, construída com madeira de qualidade e decorada com cortinas brancas que balançavam suavemente ao vento.

O jardim ao redor da casa era um espetáculo à parte, com caminhos de pedra que serpenteavam entre canteiros de flores e arbustos bem podados. Uma fonte de água, situada no centro do jardim, completava o cenário idílico, com o som suave da água corrente trazendo uma sensação de paz e tranquilidade.

À noite, a casa se transformava em um verdadeiro conto de fadas, com luzes suaves iluminando a fachada e as grades brancas, enquanto lanternas penduradas nos galhos do pé de manga criavam um ambiente mágico ao redor da casa na árvore. Era o lugar onde Valéria se sentia mais acolhida e mais segura.

Romero chegou no portão da casa olhando para os lados com medo de ser visto. Valéria veio de dentro da casa e abriu rapidamente o portão puxando o Moura para dentro.

— Onde estamos?

— Na casa dos meus avós.

— O quê? Tá louca?

— Tá tudo bem, meu avô é bem tranquilo. Ele não liga para esse lance de rixa.

Valéria saiu puxando o rapaz para dentro da casa. O avô estava sentado na varanda numa cadeira de balanço lendo o jornal e ouvindo o noticiário pelo rádio. O homem tinha um semblante alegre, era alto, forte, negro, e parecia tão jovem que nem aparentava ser avô. Ele olhou para Romero por cima dos óculos e abriu um sorriso.

— Esse aí que é o Moura?

— É sim vovô.

— S-sou Romero Moura, senhor. — Romero disse erguendo a mão que foi apertada pelo ancião.

— Calma rapaz. Não se preocupe. Estão seguros aqui. Sou Geraldo. Vão lá para a casa da árvore, vou pedir a Nora para fazer uns refrescos. De acerola, que é o favorito da Val.

Romero sentiu o alívio tomar conta de seu corpo e depois seguiu Valéria para a casa da árvore. O interior era todo feito de madeira, com paredes rústicas que exalam um aroma agradável de pinho.

Havia uma pequena mesa de madeira com cadeiras pequenas ao redor, em um canto, havia uma estante cheia de livros e brinquedos, ao lado da estante, uma pequena janela com cortinas. No outro canto, havia um sofá confortável coberto com almofadas coloridas e uma manta de tricô e dois pufes grandes. Perto do sofá, uma escada de corda.

— Uau! Aqui é quase uma casa normal.

— Meu avô mandou fazer para nós, para mim e João. Mas acaba que só eu venho mais aqui.

— Aqui é legal demais.

— Senta. — Ela disse apontando para um dos pufes.

— O que você queria falar comigo?

— Romero, quando você chegou na festa, a Agnes estava lá ainda?

— Procurei ela pela casa inteira, mas me disseram que ela já tinha ido embora.

— Ah... — Valéria ficou pensativa.

— Por quê?

— Nada demais. Só fiquei curiosa, ela não sabe como chegou em casa.

— Humm... e o que a gente faz agora?

— Quero te mostrar uns livros.

A ideia inicial de Valéria era perguntar sobre Agnes, mas acabou que a tarde se tornou divertida. Romero era divertido, engraçado. Eles leram, conversaram, jogaram jogos de tabuleiro, tomaram refresco, comeram pipoca. Romero descobriu que Valéria era excelente desenhista, gostava de animes, de jogar videogame, de colecionar figurinhas da copa, que ela amava ir para a fazenda e que ela amava ler.

Valéria descobriu que Romero amava animais, também gostava de animes, era fanático por futebol e pelo Atlético, que ele tinha um coleção de cartões telefônicos herdada de um tio que tinha muito zelo, que ele amava pescar e que seu sonho era ser veterinário.

Pareciam que eram amigos a vida toda.

A tarde passou tão rápido que eles nem se deram conta. Eles se despediram. Valéria foi para casa com um sorriso bobo nos lábios. Estava tão feliz que nem se importou com o clima tenso rotineiro do jantar de família. Ela só queria que a noite chegasse logo e ela pudesse mandar mensagem para ele.

Roberto

O dia de hoje foi incrível. Obrigado

Veronica

Foi sim.

Roberto

A gente pode fazer isso de novo?

Veronica

Claro.

Os dois conversavam por mensagem, todos os dias. Romero contou a Valéria que seu pai era vereador. Valéria contou a Romero que ela tinha aprendido a dirigir. Falavam sobre planos, sobre amigos, sobre carreira. Parecia que eram amigos a vida toda.

— Hey, que sorriso bobo é esse? – Agnes perguntou ao ver a amiga o tempo todo no celular.

— Nada.

Ta namorando, Val? – Agnes perguntou empolgada.

— Não, sua louca.

— Tá estranha.

— Não é nada. — Val notou a inquietação de Agnes. — Tá tudo bem?

Agnes soltou um suspiro pesado e olhou ao redor. As duas estavam na cantina esperando o horário vago para voltarem para a sala de aula. — Eu... to atrasada.

— Sua menstruação?

— Sim.

— Que droga Agnes!

— Eu não sei o que fazer! Minha mãe vai me matar.

Valéria solta um suspiro pesado e depois diz a amiga. — Vou ver o que posso fazer.

(...)

Valéria resolveu pedir ajuda à Regina. Não tinha outro jeito. O difícil era como ela ia pedir isso. Ela se aproximou da mãe que estava sentada no sofá folheando uma revista. Ela sabia que precisava falar com sua mãe sobre Agnes, mas não sabia como começar. Finalmente, tomando coragem, ela se aproximou da mãe.

Mãe, preciso te pedir um favor. É sobre a Agnes.

— Se for dinheiro, a resposta é não. — Ela disse sem tirar os olhos da revista.

— Eu preciso que você leve a Agnes ao ginecologista, mas sem contar para a mãe dela.

Regina parou o que estava fazendo e olhou para Valéria com uma expressão de surpresa e preocupação.

— Por que você está me pedindo isso? O que está acontecendo?

— Eu não posso te contar, mãe. Só preciso que você confie em mim e faça isso.

— Valéria, eu não posso fazer nada se você não me disser o motivo. É algo sério?

Valéria respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas. — A Agnes está passando muito mal, mãe. Eu acho que tem algo errado, mas ela não quer que a mãe dela saiba. Por favor, só leve ela ao médico.

Regina ficou em silêncio por um momento, avaliando a situação. Ela podia ver a sinceridade e a preocupação nos olhos da filha.

— Tudo bem, Valéria. Eu vou levar a Agnes ao médico, mas você precisa me prometer que, se for algo sério, vamos contar para a mãe dela.

— Eu prometo, mãe. Obrigada.

Naquela tarde, Regina marcou uma consulta com o ginecologista para Agnes. Uma das clínicas mais caras da cidade. Quando chegaram ao consultório, Agnes estava visivelmente nervosa, mas Valéria segurou sua mão, oferecendo apoio.

— Vai ficar tudo bem, Agnes. A médica vai te ajudar.

— Eu to com medo Val. E se for um bebê? — Agnes disse sussurrando para a amiga enquanto Regina assinava o cheque.

— Não pensa nisso agora.

O consultório de Dra. Carla era localizado em uma área tranquila e acessível da cidade. Decorado com tons suaves de azul e verde, com quadros com imagens de paisagens naturais adornando as paredes. A sala de espera era confortável, com poltronas estofadas e uma pequena mesa de centro repleta de revistas e folhetos informativos sobre saúde feminina. Havia também uma área de brinquedos para crianças

Agnes foi submetida a vários exames, e o tempo parecia se arrastar enquanto esperavam os resultados. Finalmente, o médico chamou Regina, Valéria e Agnes para a sala da médica. O consultório de Dra. Carla era espaçoso e bem iluminado, com grandes janelas, móveis de madeira clara e detalhes em branco.

Dra. Carla Estrada era uma ginecologista de meia-idade, conhecida por sua competência e por atender os de alta classe na região, uma consulta dela valia um salário mínimo. Com cabelos castanhos levemente grisalhos e olhos expressivos, sempre vestida de forma profissional, com jalecos cor de rosa.

— Regina Bragança, é uma honra te receber.

— A honra é minha, doutora.

— Agnes é o que sua?

— Amiga da minha filha.

— Ela é menor de idade, né?

— Sim, tem 16 anos.

Agnes estava trêmula, Valéria segurava firme sua mão enquanto a médica conversava com Regina.

— A mãe dela sabe que ela está aqui? — A médica perguntou olhando para a jovem dessa vez que abaixou a cabeça.

— Por que a pergunta, doutora? — Regina perguntou apreensiva.

— Eu não vou fazer rodeios. — Ela se virou para Agnes. — Agnes, os resultados dos exames chegaram... Você está grávida.

O silêncio tomou conta da sala. Agnes ficou pálida, e Regina olhou para ela com uma mistura de surpresa e preocupação. Valéria sentiu o suor frio brotar na testa mesmo com o ar condicionado ligado.

— Grávida? Agnes, você sabia disso? — Regina perguntou indignada.

— Eu suspeitava, mas tinha medo de confirmar. Não sabia o que fazer. — Agnes disse com lágrimas nos olhos.

— Valéria, você sabia disso?

— Estávamos suspeitando.

— Minha nossa! Eu tenho que ligar para sua mãe. — Regina disse se levantando e pegando o celular.

— Não!

— Agnes, não tem jeito! Você tem 16 anos! O pai dessa criança sabe?

Agnes balançou a cabeça negativamente. Não sabia o que fazer, nem como agir. Grávida aos 16 anos e sem saber quem era o pai. Ela só pensava no que ia fazer dali em diante. Estava tão perdida que nem sabia o que fazer. Era como se o chão estivesse aberto embaixo de seus pés.

Tudo estava acontecendo rápido. Em questão de meia hora a mãe de Agnes chegou no consultório. A mulher baixinha de cabelos avermelhados estava tão furiosa que mal conseguia falar. gesticulava, apontava o dedo na cara da moça. Valéria assistia tudo sem poder fazer nada. Agnes teria que passar por tudo aquilo. Por mais que isso doesse nela.

Na volta para casa, ouviu um sermão imenso de Regina sobre responsabilidade. Que ela tinha que se cuidar para que coisas como as que aconteceram com Agnes não acontecesse com ela. Uma grande bobagem na visão de Valéria.

E além de tudo, mais um jantar em família emocionante. O único som que se ouvia era do mastigar do pai. Quando a tortura acabou ela foi para o quarto, mandou mensagem para Agnes, a jovem respondeu que seu pai só não bateu nela porque ela estava grávida, se não ela tinha apanhado de cinto.

Depois mandou mensagem para Romero de boa noite. Quando ela estava quase dormindo, ouviu a mãe bater na porta e entrar devagar.

— Filha... desculpa a hora. Mas é que seu pai pediu urgência. Ele... — Regina soltou um suspiro pesado. — Ele não quer que você continue falando com a Agnes. É ruim para nossa reputação.

Valéria ficou tão indignada que nem deu uma resposta para a mãe. Aquilo era simplesmente a coisa mais egoísta e mesquinha que alguém poderia dizer.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro