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010

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CAPÍTULO 010

O Teste de "Lealdade"

A mansão da Ordem era um colosso de pedra escura no meio de uma floresta, envolta em névoa. O ar era pesado, carregado de algo que não era apenas umidade. Era poder. Eu senti os meus ombros tensionarem enquanto caminhava ao lado de Lilly, que parecia desconcertantemente calma. Seus saltos ecoavam pelo corredor, fazendo com que aquele fosse o único som a alcançar os meus ouvidos.

Mesmo que ela estivesse parecendo calma, eu podia sentir a tensão dela de estar neste lugar outra vez, e pior, desta vez com ordens diretas de Helena. Eu não sei muito o que esperar deste jantar, desde que descobri que Helena foi a responsável por machucar Lilly quando éramos mais novos apenas para que ela se afastasse de mim, não confio em deixá-la estar no mesmo ambiente que Lilly.

— Scorpius? — Sua voz suave me tirou de meus pensamentos, meus olhos sendo guiados para ela imediatamente.

— O quê? Disse alguma coisa?

Ela me observou por um instante, seus olhos me estudando cautelosamente até que ela deu de ombros.

— Na verdade, eu disse. Perguntei, para ser mais correta.

Respirei fundo, seu tom estava calmo, mas sei o quanto ela odeia que não prestem atenção quando ela fala algo.

— Desculpe, Ly. Pode repetir?

— Perguntei se devo usar o colar dourado, o que acabou ficando comigo desde a última vez.

Claro, o colar que, aos olhos dos demais homens e mulheres, deixaria claro que ela é minha.

Assenti, um suspiro escapando de seus lábios. Lilly parou em minha frente e esticou o colar de ouro em minha direção, ficando de costas e erguendo as ondas perfeitamente alinhadas para que eu tivesse acesso ao seu pescoço.

Meus dedos tocaram suavemente a pele de seu pescoço, enviando uma espécie de corrente elétrica por todo o meu corpo. Afastei-me rapidamente, sentindo o calor tomar cada pedaço do meu corpo.

— Pronto... — sussurrei, ela voltou a arrumar os cabelos em seus ombros e me olhou por cima de um dos ombros.

— Ainda não sei por que caralhos precisam colocar uma coleira de identificação nas garotas quando, claramente, não ligam se serão vocês mesmos que estarão enterrando seu pau nela no fim da noite ou se o seu companheiro mais próximo que o fara.

Engoli a bile que se formou em minha garganta, mesmo que eu adore que ela não se curve perante minhas vontades, aqui não é o mundo dela. É o meu maldito mundo e, tudo o que demorei anos para construir pode desmoronar em um mínimo piscar de olhos que seja.

Segurei em sua cintura com firmeza, empurrando-a até a parede e a prendendo entre a estrutura de pedras e o meu corpo. Um suspiro assustado escapou de sua boca.

— Escuta, Lilly, esse aqui é a merda do meu mundo. E se quer que nós dois saíamos desse jantar com todos os membros do corpo, por tudo que é mais sagrado, não me enfrente diretamente na frente deles. Entendeu?

Seus olhos redondos estavam levemente maiores, quase como se o que eu dissera a tivesse assustado. Mas, com um movimento simples ela concordou, suas mãos se posicionando em meu peito e me empurrando minimamente. Voltamos a caminhar um do lado do outro, em silêncio.

Meus olhos se perderam em seu corpo, o vestido preto tomara que caia havia se ajustado perfeitamente em seu corpo, realçando cada curva dela. Sua bunda redonda parecia querer rasgar o tecido a qualquer segundo e seus seios estavam juntos em um decote não muito vulgar, mas que os deixava de certa forma visíveis e chamativos.

— Você está linda... — deixei escapar antes mesmo de me dar conta. Imediatamente senti meu pescoço e minhas bochechas arderem.

Lilly virou-se, seus olhos encarando meu rubor. Ela revirou os olhos e um pequeno sorriso se formou em seus lábios quando ela se virou novamente, mas não a tempo que eu não pudesse ver.

— Guarde seus elogios para a mulher que passara a noite enrolada em seus lençóis, Scorpius.

Antes que pudesse retrucar, as portas do salão de jantar foram abertas, revelando Helena em seu longo vestido negro de mangas longas e com um sorriso ardiloso nos lábios vermelhos de batom.

— Scorpius, que bom que aceitaram o meu convite. Estava achando que teria que buscá-los em casa. — seu tom sarcástico me deixou com mais raiva ainda, é claro que ela está falando de Lilly, sua ameaça foi muito clara quando ela disse que, se caso eu não trouxesse Lilly comigo, ela mesma iria buscá-la.

— Apenas tivemos um imprevisto, nada demais.

— O importante é que chegaram bem há tempo do jantar e, claro, de finalmente conhecermos a sua preciosa Lilly. — os olhos dela passearam pelo corpo de Lilly que igualmente estudava Helena. — É um prazer finalmente conhecê-la senhorita Winckler. Suponho que Scorpius lhe disse que eu os convidei, correto?

Lilly me olhou, quase como se pedisse permissão para responder.

— O que foi, não vai me dizer que ele te domou e agora segue as ordens do seu senhor? Ah meu bem, acho que a Lilly Winckler que Scorpius nos contava era apenas uma história inventada.

O sorriso maldoso nos lábios de Helena deixava clara a sua provocação. Lilly endireitou a postura, pude ver o fogo em seus olhos naquele momento.

— Desculpe, mas não deveria sair por aí acreditando em tudo o que os outros falam a respeito de outras pessoas. — Seu tom foi suave e meigo, mas o deboche claro em suas palavras foram o bastante para Helena diminuir gradualmente o seu sorriso.

— Bem, vejo que ele estava certo quando disse que você não era fácil de lidar. Me chamo Helena, mas acredito que o senhor Molaschi já deva ter dito quem sou, correto?

Lilly acenou, seus olhos fixos aos de Helena, travando uma batalha de olhares que só as duas pareciam entender.

— Muito bem, isso nos permite pular as apresentações. Queiram me acompanhar, sim?

Alguns dos membros que estavam presentes no último jantar em que Lilly esteve, estavam sentados à mesa, seus olhos mal disfarçando a surpresa e certo prazer em vê-la aqui novamente.

— Ah, mil perdões, Scorpius. Tivemos um pequeno imprevisto com a quantidade de pessoas que estariam aqui está noite e acabamos tendo que ceder a cadeira da sua acompanhante para nosso recém-chegado. — meus olhos se direcionaram para a minha cadeira, exatamente ao lado dela estava Victor, o filho mais velho de Helena. Travei meu maxilar imediatamente ao vê-lo ali, Helena não me disse que ele estaria presente neste jantar, e muito menos que ficaria tão próximo de Lilly assim. — Suponho que não se importe em deixar sua acompanhante atrás de sua cadeira como as outras moças estão, certo?

— Na verdade, sim. Eu me importo. Se o lugar ao meu lado estava reservado para Lilly, por que não deixaram Victor de pé ou procuraram uma outra cadeira para que ele pudesse se sentar?

Meu tom pareceu deixar alguns dos Membros em alerta, como uma bomba prestes a ser lançada.

— Não seja indelicado, Molaschi. Mamãe só fez o que deveria fazer. Sou um Membro da Ordem, ela não. — O sorriso nos lábios de Victor me fez querer agarrar Lilly e sair desse lugar no mesmo instante, mas, o toque sútil dela me trouxe de volta a realidade.

Ergui meu olhar para Helena, seus olhos analisando cada reação do meu corpo. Respirei fundo, passando meus dedos suavemente pelos meus cabelos, já que eles querem jogar, que seja do meu jeito, não do deles.

Puxei a cadeira, me acomodando na mesma e em seguida puxei Lilly delicadamente até que ela estivesse sentada em minhas coxas. Os olhos de Helena se estreitaram, como se não esperasse aquela reação, mas se conteve, um sorriso forçado em seus lábios quando sentou-se em seu lugar e ergueu uma das mãos, as garotas começando a servir as taças de vinho e os copos de Whisky.

Lilly mexeu-se em meu colo, sua bunda perigosamente perto do meu pau, engoli em seco dando um longo gole em meu copo de Whisky. Pelo visto a noite será longa.

— Então você é a tão famosa Lilly? É um prazer conhecê-la.

— Famosa? — A surpresa na voz dela era evidente, e o ódio que eu sentia correr em minhas veias quando Victor se dirigiu diretamente a ela me fizeram apertar meus dedos ao redor de sua coxa, a fazendo se mexer outra vez.

— Sim, minha mãe me falou muito de você. Disse que é a protegida de Scorpius, que ele te defende com afinco. Antes eu me perguntava por que, mas olhando você de perto eu entendo os motivos dele.

Um sorriso malicioso cresceu em seus lábios.

— O que você quer insinuar, Victor?

— Scorpius não é meu protetor — Lilly me interrompeu, não deixando que Victor respondesse minha pergunta. — Nós já fomos amigos no passado. Hoje somos apenas colegas de trabalhos em comum.

— Que tipos de trabalho, meu bem? — Helena se envolveu na conversa, seus dedos deslizando pela taça de vinho à sua frente. — Sabe, seu par não é muito comunicativo com o que faz fora daqui.

— Só em algumas decodificações de documentos, ele tem uma facilidade grande em conseguir identificar de qual origem pertencem certos artefatos. É a única ligação que temos.

— Interessante, o senhor Molaschi costuma demonstrar que são bem mais íntimos, principalmente na forma como a defende. — A voz de Marcos ecoou. — Achei que no mínimo tinham algo mais... fora dos trabalhos, se é que me entende. Ao menos foi a essa conclusão que alguns de nós chegamos no último jantar, quando ele se recusou a compartilhar você conosco.

Algumas risadinhas escaparam, os olhos de Helena e de alguns Portadores estavam voltados para nós. Se Lilly disser que não, saberão que estou a protegendo dizendo que ela é minha apenas para que eles não a toquem.

— Não acho que nossas vidas além do trabalho seja de grande importância. Principalmente o que ele faz comigo entre quatro paredes.

Todos diante da mesa se calaram. Eu tive que morder os lábios para segurar um sorriso. Ela está se saindo bem melhor do que eu esperava.

— Vejo que é bem ousada, senhorita Winckler. Mas diga-me, não tem medo do que ele pode fazer com você? Digamos que, autocontrole não é muito bem o forte de Scorpius.

Victor voltou a falar, seus olhos totalmente perdidos no decote de Lilly. Eu juro que irei arrancar os olhos desse infeliz se ele não parar de olhar para a minha mulher.

— Por que eu teria medo? Scorpius é inteligente suficiente para saber que medo não é uma palavra que eu costumo ter no meu vocabulário. Ele sabe que se me atirarem no inferno, eu caminharei como se fosse a dona.

Victor sorriu, parecia satisfeito com aquela resposta. Mas a expressão de Helena não dizia o mesmo, sei que ela quer saber até onde vão os limites da calma e do medo de Lilly, e sei que ela a levará ao extremo.

Seus dedos longos e delicados batucaram em sua taça, como se as ideias mais obscenas passassem diante de seus olhos naquele instante. E então, com uma calma incomum, ela levantou-se, indo até uma das criadas, sussurrando algo em seu ouvido.

— Minha querida, venha até aqui.

Apertei meus dedos sobre a coxa de Lilly, eu podia ver a encarnação do próprio diabo nos olhos de Helena, ela iria testá-la.

A mulher sentada em meu colo hesitou por um instante, mas logo endireitou a postura e se ergueu, caminhando de cabeça erguida até Helena que a esperava no centro do salão. Lilly parou a poucos passos da mulher, a diferença de altura delas era pouca, mesmo assim, Helena ainda era alguns centímetros maior que Lilly.

— Sabe, sempre que alguém é convidado para estar conosco em um jantar, é uma tradição nossa que façamos um brinde. Todos nós passamos por essa pequena cerimonia, é o que dirá se somos ou não dignos de estar nesta Ordem. — a criada apareceu outra vez, em suas mãos estavam uma bandeja dourada, em cima, uma taça da mesma cor e uma adaga curta prateada. Meu corpo pareceu gelar ao entender onde Helena quer chegar com isso.

— Um brinde? Isso não me parece nada demais. — O sorriso nos lábios de Lilly me fizeram querer ir até ela e impedir que Helena prosseguisse com essa merda, mas eu não podia, eu sei que é exatamente esse o teste, ela quer saber até onde Lilly pode aguentar e até onde os meus limites vão.

Um sorriso cruel se formou em seus lábios cobertos por batom vermelho, ela pegou a adaga suavemente entre os dedos e voltou a encarar a mulher a sua frente.

— Oh, querida, não seja ingênua a esse ponto. Acho que deve saber que nesta Ordem, apenas os sangues puros vivem. E isso não é uma metáfora.

Foi então que eu a vi vacilar por um instante, mas não foi o suficiente para que Helena pudesse perceber.

— Se seu sangue for capaz de se misturar ao vinho deste cálice, saberemos que é digna de estar aqui conosco, caso contrário...

Lilly olhou para a adaga nas mãos de Helena e para a taça sob a bandeja da serva que mantinha a cabeça baixa a todo momento. Minhas mãos estavam cerradas em punhos, a esquerda apertava o copo de Whisky com tanta força que eu não sei como ainda não havia estourado entre meus dedos.

— Isso é ridículo!

— Ah, não. De forma alguma, sabe esse vinho? Existe uma espécie de veneno nele, apenas sangues puros podem reverter as ações do veneno, como um antídoto. Mas se você está com medo, pode apenas admitir, não a forçarei a nada, querida.

Ela olhou para a adaga nas mãos de Helena e respirou fundo antes de pegar o metal brilhante e afiado. Lilly ergueu o braço até estar sob a direção exata do cálice. Senti meu peito rasgar quando a lâmina deslizou vagarosamente em sua pele, rasgando-a e fazendo seu sangue escorrer para o vinho.

— Hora, não seja gentil — e então Helena segurou o pulso de Lilly, empurrando a lâmina mais fundo e com crueldade pela pele dela. Ela mordeu o lábio inferior com força, permanecendo impenetrável, mesmo quando eu conseguia ver a dor em seus olhos.

Seu sangue escorreu rapidamente para dentro da taça, os olhos de todos estavam atentos ao próximo passo do show de horrores que Helena a faria passar.

— Ótimo, agora pegue o cálice e brinde conosco. — todos ergueram suas taças de vinho, apenas esperando que ela erguesse a sua para brindarem. O sangue em seu braço ainda escorria, deslizando por sua pele e pingando sob o chão de mármore. Seus lábios entre abertos deixavam claro que ela estava se controlando para não choramingar de dor. Com relutância, ela esticou o braço cortado e segurou o cálice, o erguendo logo em seguida, em forma de brindar. — Agora tome o primeiro gole, meu bem.

Desta vez ela não hesitou. Lilly levou a borda do cálice até seus lábios e deu um gole grande, engolindo o vinho que agora tinha parte de seu próprio sangue como se não fosse nada. Os membros pareceram satisfeitos quando ela virou o cálice outra vez, bebendo todo o líquido que havia no recipiente.

— Satisfeita? — a chama em seus olhos brilhavam enquanto ela olhava para Helena. A criada trouxe um tecido e a ajudou a enrolar o pulso onde havia sido ferida, o encharcando de sangue em poucos segundos.

— Muito. Você é de fato uma Winckler. Seu avô estaria orgulhoso de você, querida. — os dedos da grã sacerdotisa deslizaram pelo pescoço de Lilly, passeando vagarosamente pelo colar dourado que reluzia em seu pescoço. — Mas sabe, talvez você seja apenas uma garotinha querendo brincar de poderosa com as pessoas erradas. Não considera essa possibilidade?

O pescoço de Lilly foi puxado sutilmente para trás, o colar estava entre sua via respiratória e os dedos de Helena que o apertavam por trás, sufocando-a.

— Nos sentimos honrados por ser de fato uma puro sangue, que sua linhagem seja composta por Membros fiéis a nossa sociedade, do contrário, seria uma pena que tivéssemos perdido uma moça tão... ousada e bela como você.

Cada vez mais o aperto se intensificava, Lilly abriu a boca de forma natural, sem parecer que estava sendo asfixiada por Helena. A pressão era exata — não o suficiente para fazê-la sufocar completamente, mas o bastante para que Lilly sentisse a impotência que Helena queria que tomasse conta de si.

— Respire, querida — ela sussurrou, deslizando os dedos lentamente antes de soltar o colar como se nada tivesse acontecido.

Meus olhos estavam fixos em Lilly, captando cada detalhe da tensão em seu corpo. Ela levou as mãos até o pescoço sutilmente, disfarçando a tosse que lhe fora causada pela falta de ar.

O gosto amargo do Whisky queimava por minha garganta, mas não tanto quanto o ódio fervendo dentro de mim. Helena está indo longe demais.

— Victor — Helena chamou, voltando-se para o filho mais velho. — O que você acha de nossa Lilly?

Victor Monroe sorriu, um sorriso que eu sempre odiei. Ele se ergueu, seus passos firmes enquanto caminhava até Helena e Lilly.

— Ela é de fato encantadora. — ele disse.

Victor se inclinou para Lilly, pegando sua mão como se tivesse algum direito sobre ela. Lilly tentou puxar a mão, mas ele segurou em seu queixo, forçando-a a olhá-lo nos olhos.

— Bom, todos sabem que para o pacto do brinde a linhagem puro sangue deve ser selada por um jovem de linhagem pura. — senti meu coração palpitar quando os olhos frios de Helena pousaram em mim, um sorriso venenoso formado em seus lábios. — Victor, dê a senhorita Winckler o que ela precisa para que esse pacto seja enfim selado.

Antes que eu ou ela pudéssemos reagir, Victor a puxou, beijando-a com brutalidade. Ele era rude. Dominador. Sujo.

Lilly tentou afastá-lo, mas ele segurou sua nuca, aprofundando o beijo.

E foi nesse instante que algo se quebrou dentro de mim.

Meu punho se fechou com tanta força ao redor do copo de Whisky que acabou explodindo em minha mão, os cacos rasgando minha pele. O líquido âmbar escorreu misturado com o sangue, mas eu apenas não conseguia sentir a ardência em minha pele.

O salão ficou em silêncio.

Victor soltou Lilly devagar, passando o polegar por seu lábio inferior, como se a marcasse.

— Doce, como havia imaginado. — murmurou.

Eu conseguia ver o nojo e o ódio em seu corpo rígido.

Então, antes que ela pudesse reagir, eu me levantei.

O barulho de minha cadeira encontrando o chão ecoou pelo salão. Caminhei devagar, sem desviar o olhar de Lilly.

Ela ainda estava imóvel, os lábios inchados da força do beijo de Victor. Parei diante dela, meus olhos queimavam com algo que eu sei que ninguém ousaria desafiar.

E, num movimento que fez o salão inteiro prender a respiração, ergui minha mão e limpei os lábios dela com o polegar, apagando qualquer traço de Victor.

— Ele não tinha esse direito — disse, minha voz era baixa, perigosa. — Você foi longe demais, Helena. O pacto deve ser feito pelo herdeiro legítimo — declarei, minha voz em um tom abaixo do normal, mas com um peso que ressoou no salão. — E apenas com sangue. Não desejos carnais.

Levei minha palma ensanguentada para o pulso de Lilly, nossos sangues se misturando, mas ela não tentou se afastar. No fundo ela sabe que não estou aqui para machucá-la.

A tensão na sala atingiu um nível sufocante. Helena ergueu uma sobrancelha, estudando-me.

— Oh, Scorpius... — Sua voz era doce, quase maternal. — Você parece irritado.

Antes de responder alguma coisa, segurei o rosto de Lilly e a beijei.

Diferente de Victor, meu beijo era possessivo. Um lembrete, não apenas para ela, mas para todos naquela maldita sala de quem realmente a dominava.

Se Victor tentou tomá-la à força, eu a reivindicava com uma intensidade que não deixava espaço para dúvidas. Seu corpo estava sendo pressionado contra o meu e uma parte da mesa, minhas mãos deslizando por sua cintura como se assim eu pudesse lhe marcar bem ali, na frente de todos.

E Lilly não resistiu.

Eu sei que ela queria, queria me afastar, mas senti quando meu toque a fez tremer, sua respiração vacilou, e ela se entregou.

O silêncio na sala era sufocante.

Quando finalmente me afastei, meus olhos permaneceram fixos nos dela, podia sentir sua respiração pesada contra meus lábios. Então virei-me para Victor, e pela primeira vez na noite, o filho mais velho de Helena pareceu hesitar. Meus olhos passearam por todos os Membros da Ordem, o que quero falar para eles é algo que espero de verdade que Helena entenda, pois parece que meu último aviso não pareceu claro suficiente.

— Se ousarem encostar na minha mulher, eu não só vou caçá-los, vou destruí-los de dentro pra fora. Vou arrancar tudo o que vocês amam, despedaçar cada parte da existência medíocre de vocês até que só reste o pavor cada vez que escutarem o meu nome. E quando estiverem de joelhos, implorando, não será por misericórdia. Será pelo fim. Lilly é minha. Meu sangue corre nas mãos dela, assim como o dela corre nas minhas. — Olhei diretamente nos olhos de Victor, o medo estava evidente em seu olhar. — Não tente tocá-la, não tente sequer olhá-la do jeito errado, porque eu não sou um homem paciente. E se você for estúpido o bastante para testar isso... vai descobrir que existem coisas piores que a morte.

O silêncio ainda pairava no salão quando Helena inclinou a cabeça ligeiramente, observando-me como um cientista analisa uma criatura intrigante.

— Que reação exagerada, Scorpius — ela comentou, com a voz carregada de uma falsa tranquilidade. — Por que isso tudo? Você e Lilly não passam de colegas de trabalho, não é?

Vire-me lentamente para encará-la, meu olhar era mais gélido que nunca. Não hesitei, não pestanejei.

— E somos — respondi, minha voz fria como gelo. — Mas mesmo sendo apenas isso, eu ainda a tenho para mim. E ninguém toma o que é meu.

Helena sorriu. Um sorriso lento, afiado, satisfeito.

Ela se recostou na cadeira, tamborilando os dedos contra o braço de madeira.

— Entendo... — murmurou. — É isso, então.

Seu olhar dançou de Lilly para mim, analisando cada detalhe. E então ela soltou um riso baixo, quase divertido.

— Sabe, querido... por um momento, pensei que houvesse algo mais profundo aqui. Algo sentimental. Mas vejo que estava errada — concluiu. — Não passa de uma obsessão. Doentia, intensa e previsível.

Ela pegou sua taça de vinho e deu um gole antes de sorrir.

— Isso pode ser útil.

Cerrei a mandíbula, mantendo-me imóvel. Eu sei que havia jogado exatamente no jogo dela, mas não me importava. Porque o que importa para mim agora era que Lilly estava bem, seus olhos ainda estavam cravados em mim. E eu sei que, no fundo, ela entende que tudo isso não é apenas uma mera obsessão.

O sangue ainda escorria por seu pulso, o tecido que a serva lhe trouxera mais cedo já havia sido descartado, eu podia ver a mistura de dor, humilhação e ódio queimando em seu olhar. Vi o quanto ela tentava ignorar, manter-se impassível, mas eu não.

Avancei sobre ela outra vez antes que ela pudesse reagir, pegando seu braço com um aperto firme. Meu toque era forte, possessivo, um contraste gritante com a forma como Victor a segurava antes.

Antes que qualquer um pudesse entender o que eu faria, ergui o pulso dela até a minha boca.

Lilly arfou, mas não teve tempo de se afastar. Meus lábios pressionaram o corte aberto, minha língua deslizava sobre sua pele ferida. O gesto era tão brutal quanto íntimo, um ato de domínio disfarçado de cuidado.

Os membros da Ordem observavam, alguns com sorrisos divertidos, outros com expressão de desdém. Helena apenas ergueu uma sobrancelha, interessada.

Mas nem um deles me importava.

Mantive o contato por segundos a mais do que realmente necessário, minha respiração quente contra a pele de Lilly. Só então, lentamente, afastei minha boca, meus olhos fixando nos dela com algo perigoso brilhando ali.

Sem dizer nada, rasguei um pedaço de tecido da minha própria camisa, sem hesitação, e envolvi o pulso dela com movimentos rápidos e precisos. Meus dedos apertavam o curativo improvisado com força, quase como um aviso, o que a fez soltar um leve gemido.

— Não quero ver você sangrando de novo — murmurei, minha voz baixa e com um toque de suavidade, carregada de algo que ela não poderia nomear.

E então, sem soltar o pulso dela, virei o rosto lentamente para Victor.

Meu olhar estava sombrio, frio. Letal.

Victor apenas sorriu, provocador, mas eu não precisava de palavras para deixar meu aviso claro.

Lilly pertence a mim.

Mesmo que ela não quisesse, ela é minha.

— Tão territorial, Scorpius. — Ele comentou em um tom leve, mas recatado. — Mas me diga... será que ela quer ser sua?

Ele se inclinou ligeiramente em sua cadeira, avaliando a expressão de Lilly, buscando qualquer indício de desconforto que pudesse usar contra mim.

— Se ela for mesmo sua, deveria parecer menos... relutante.

Eu sei que a intenção de Victor não é tentar roubar Lilly de mim, ele sabe que não conseguiria. Tudo o que ele quer é me desestabilizar, testar o meu autocontrole. Se eu avançar mais, perderia o jogo.

Helena sorriu, um sorriso satisfeito em seus lábios. Ela girava sua taça de vinho devagar, deixando o silêncio pairar antes de falar.

— Ah, meninos... — seu tom era quase suave, mas carregada de ironia. — Vamos manter a compostura, sim? Isso não é uma briga de rua.

Ela então olhou diretamente para mim, seus olhos avaliando cada detalhe de minha expressão.

— Mas devo admitir... — Ela inclinou a cabeça ligeiramente. — Seja lá o que você sente por essa garota, Scorpius, está se tornando muito... inconveniente.

Ela não precisou me dizer mais nada. A ameaça estava subentendida. Se o meu apego por Lilly se tornar um problema aos olhos da Ordem, eles não hesitarão em intervir.

Mas, por enquanto, ela está satisfeita.

Porque, aos olhos dela, eu nunca estaria apaixonado. Eu estou apenas obcecado. Doente, possessivo, incapaz de controlar meus próprios impulsos. E isso significa que ela ainda pode me usar como bem entender.

O salão ainda pesava sobre os meus ombros como um pesadelo que eu não conseguia acordar. Eu sabia que Helena testaria os limites de Lilly, mas aquilo... aquilo foi demais até para alguém como ela. Lilly estalava a língua, muito provavelmente tentando se livrar do gosto amargo do vinho e do toque indesejado de Victor.

Eu sentia a relutância dela enquanto eu a puxava para fora da mansão. Ela não queria estar ali; eu não queria que ela estivesse ali. E eu sabia que, mais do que tudo, ela não queria estar comigo.

— Me solta, Scorpius.

Sua voz saiu áspera, carregada de ódio contido, mas eu não parei. Sequer hesitei.

Meu aperto em seu pulso aumentou enquanto nos guiava pelos corredores escuros da mansão da Ordem, Lilly insistia tanto em se soltar que eu praticamente tinha que arrastá-la comigo, parecia um peso morto que eu era obrigado a carregar. Cada passo ecoava no mármore frio, e a relutância de Lilly em se soltar aumentava cada vez mais.

— Eu disse para me soltar! — Ela tentou se desvencilhar, mas meu aperto apenas se intensificou.

— E eu digo que você vai comigo, porra.

Minha voz soou quase como uma ameaça, carregada de algo perigoso. Lilly parou de relutar no mesmo segundo.

Ela sabe que estou possuído de raiva. Não apenas com Victor. Não apenas com Helena. Com ela também. Por ter me convencido a trazê-la para este maldito jantar quando eu deveria tê-la escondido deles.

Quando finalmente saímos da mansão e entramos no carro, percebi quando ela tentou abrir a porta, mas falhando por estar travada. Ela sabe que tentar fugir é inútil. Eu a caçaria dentro dessa floresta e a pegaria antes mesmo que desse mais de dois passos.

Percebendo que tentar fugir era inútil, ela usou as armas que tinha.

Ela me atacou com palavras.

— Você não é nem um pouco melhor que eles.

Eu mal pisquei. Não quero perder o controle, não com ela.

— Não começa, Lilly.

— Você lambeu meu sangue na frente de todos como um maldito animal! Como se eu fosse uma propriedade sua!

Pisei no acelerador com força, Lilly foi jogada contra o banco e notei quando suas unhas cravaram sobre o estofado de couro do meu Mercedes.

— Você é estupida ou só gosta de tentar se matar? — Disparei, sem desviar os olhos do caminho.

Ela estreitou os olhos, um pouco fraca pela perda de sangue de momentos atrás.

— Você acha que eu queria que aquilo acontecesse?

Ri, mas não havia humor em minha voz.

— Não sei. Você parece ter um talento natural para se meter em merda.

O silêncio se instaurou por um instante, apenas o som do motor preenchia o interior do carro.

— Ao menos tem ideia do que eu tive que fazer para te manter viva? — Minha voz estava baixa, mas carregada de uma fúria contida.

Lilly virou o rosto para mim, seu senho franzido.

— O que você quer dizer com isso?

Soltei uma risada amarga.

— Você estava sangrando demais. O corte que Helena fez em você não fecharia sem ajuda. Eu fiz o que fiz para fazer a merda da ferida estancar.

— Você... o que?

Desviei os olhos da estrada, lançando lhe um olhar gélido e frustrado.

— Não vou repetir.

Ela abriu a boca, mas nada saiu. Podia ver em sua expressão que não era de apenas choque, mas de algo mais profundo, mais íntimo. Vi quando suas bochechas coraram.

— Eu... eu não sabia que isso era possível... — murmurou.

Bufei, meus dedos apertando o volante com tanta força que senti uma dor momentânea no corte em minha palma.

— Eu também não sabia, mas adivinha? Agora eu sei. Você acha que foi divertido? Ficar com a porcaria do seu sangue na boca, sentindo o gosto de ferro enquanto tentava te impedir de sangrar até a morte?

— Você acha que fez diferente de Helena ou de Victor?!

Ela notou a tensão na minha mandíbula, minhas mãos se apertando ao volante com tanta força que os nós dos meus dedos estavam cada vez mais brancos. Mas eu não a respondi.

E, de alguma forma, isso pareceu irritá-la ainda mais.

— Não vai dizer nada agora, Scorpius? Vai fingir que o que fez foi certo?

Nada. Eu não quero perder o controle, mas se ela continuar insistindo...

— Você é exatamente o que Helena disse. Doente. Obcecado.

Tudo foi rápido. Rápido demais.

O carro freou bruscamente, os pneus cantando no asfalto. Lilly foi jogada para frente, seu peito colidindo com o cinto de segurança.

Antes que pudesse recuperar o fôlego, meu corpo se impôs sobre o dela.

Uma mão estava espalmada contra o encosto de seu banco, a outra agarrando seu queixo, forçando-a a me encarar.

Meus olhos eram como um abismo, prendendo-a neles.

— Você acha que eu gosto disso? Acha que eu queria ter feito aquilo na frente deles?

Meu hálito roçou contra a pele dela, pude sentir quando seu corpo arrepiou.

— Se você não gostasse, não teria feito.

Sorri predatório. Mas não havia nenhum tipo de humor em meu sorriso.

— Deus, você nunca entende nada, não é?

Lilly tentou se soltar do meu aperto, mas eu a segurei com mais força, meus dedos se afundando em suas bochechas.

— Se eu não tivesse agido daquela forma, você nem seria capaz de imaginar os piores tipos de testes e torturas muito piores que Helena teria te feito passar. O vinho com seu próprio sangue e esse corte não são nada comparados aos níveis de tortura que eles obrigam as pessoas a aguentarem. E se não forem capaz de suportar, são castigados de maneiras que você se quer ousaria imaginar. Quer saber o que ela poderia ter mandado Victor fazer com você se eu não tivesse feito aquilo?

O silêncio foi sua resposta.

Soltei suas bochechas, mas deslizei minha mão para o seu queixo, meus dedos pareciam queimar contra sua pele.

— Eu fiz o que precisava para te manter viva. E você me odeia por isso?

Ela engoliu em seco.

Eu sei que ela quer dizer algo. Retrucar. Quer cuspir cada gota de raiva e nojo que consigo ver em seus olhos.

Mas não disse nada.

Porque, no fundo, ela sabe que não estou errado.

Afastei-me lentamente, soltando um suspiro pesado antes de voltar ao volante.

Seus olhos seguiram fixos na estrada, eu a levaria até Zyon para que ele pudesse ajudar na cicatrização do corte que Helena lhe causou ou de qualquer substância que pudesse existir naquele vinho.

O carro estacionou abruptamente, os pneus rangendo no asfalto escuro. Ao abrir a minha porta, o som de uma noite silenciosa invadiu o interior do Mercedes. Lilly estava imóvel, apenas podia ver seu peito se movimentando graças a sua respiração, ela apenas evitava me olhar. Não olhei para ela também. Apenas sai do carro, batendo a porta com força e caminhando até a entrada da casa de Zyon.

Ao virar-me para encontrá-la, notei que ela não havia se movido, ainda estava presa pelo cinto de segurança e sentada, respirando de forma ofegante. Eu era capaz de ver a confusão em seu semblante, estava incomodada, com medo, ela sabe que está à mercê de algo que não está em seu controle. E isso a incomoda.

Enquanto caminhava até ela, podia sentir que ela sabia que estava me aproximando novamente. Ela está mais do que ciente de que eu quero mais. Sabe que preciso dela de uma forma visceral. E sei que ela não sabe o que fazer com isso. O que fazer comigo.

Abri sua porta repentinamente, o som fez seu corpo tencionar, como se enfim notasse minha presença ali.

O motorista do inferno.

Abri a porta totalmente e me agachei ao seu lado, não disse nada. Apenas destravei seu cinto e segurei em seu pulso que não estava ferido, forçando-a a sair do carro.

— Vamos. — Minha voz soou baixa, carregada de algo sombrio.

Lilly tentou se soltar, se debateu contra mim e tentou me empurrar, afastar-se, mas a cada tentativa sua eu apertava mais minha mão ao redor de seu pulso. Eu estava lhe segurando com firmeza demais, e antes que ela pudesse dizer uma palavra, eu a puxei para mim.

Eu não tinha intensão de beijá-la, mas nossos lábios acabaram se tocando, fazendo o beijo ser instantâneo.

Violento.

Quando me dei conta, estava a beijando com uma necessidade crua e sem controle. Minha língua invadiu sua boca, exigente, não queria apenas tê-la perto de mim, eu quero possui-la. As mãos dela se aferraram em meu peito, tentando me empurrar, mas meu aperto em seu corpo apenas aumentou. Ao contrário do que ela estava esperando, seu gesto a atraiu mais para mim, esmagando-a contra meu corpo com força.

Minha respiração ficou pesada e cálida, e sei que ela sentiu o peso da raiva, do meu ódio em cada movimento. Eu quero que ela entenda, mas que eu não precise dizer em palavras, que não tenha que gritar aos sete cantos, quero que ela entenda o meu aviso silencioso.

Ela é minha. Mesmo que não queira. Mesmo que odiasse essa ideia. Ela me pertence.

Afastei meus lábios, mas mantive minha mão em seu rosto, a outra fixa em sua cintura, ela mal conseguia respirar direito. Sentia seu coração bater descompensado contra meu peito, suas pernas tremiam levemente.

Mas não desviei meu olhar, ela precisa entender de uma vez por todas que me pertence. Eu sei que devo estar lhe observando com possessividade, como se ela fosse minha "propriedade", como se tivesse direito a cada pedaço dela, mesmo sabendo que ela odeia tudo isso. Eu quero saber até onde ela é capaz de ir.

Com um suspiro controlado, limpei a boca dela com meu polegar, como se fosse capaz de apagar qualquer vestígio do que havia acabado de fazer.

— Não fuja de mim, Lilly. Eu te caçaria até no inferno se fosse preciso.

Ela ficou paralisada, incapaz de reagir. Podia ver o ódio em seu rosto. E eu sabia disso. Ela sabe que eu sei. O que ela não sabe é o quanto eu gosto disso. E não vou deixar que ela vá embora.

Agarrei seu pulso outra vez, caminhando rápido até a porta de Zyon, não quero que ela proteste sobre nada e muito menos que tente relutar.

— Me solta! — tentou se desvencilhar outra vez, mas eu sequer hesitei.

— Fica quieta — foi tudo o que lhe disse, minha voz estava mais baixa agora, controlada, mas carregada de algo que a fez ficar quieta e parar de tentar se soltar.

Ela não sabe onde estamos, mas pelas suas expressões, sei que a dor não está tão intensa quanto antes, podia sentir o formigamento em seus dedos. Mesmo que estivesse apertando seu pulso com firmeza, não era mais agressivo, eu só quero que ela fique bem, e rápido.

Quando finalmente paramos, ela olhou ao redor, tentando entender onde estávamos ou o que estava acontecendo. Bati na porta, e em poucos segundos Zyon apareceu, deixando Lilly surpresa.

— De novo? — ele suspirou, lançando um olhar rápido para mim antes de notar Lilly ao meu lado.

Não lhe respondi, apenas a empurrei para dentro. E então, sem aviso, a soltei.

Ela cambaleou, sendo segurada por Zyon que revirou os olhos e me encarou como um pai encara um filho ao fazer algo errado. Dei de ombros e fiz um gesto para que ele olhasse para o braço dela, assim que o fez, arrastou-a até seu pequeno santuário. Ele a fez se sentar em uma poltrona, ficando de joelhos e desamarrando o tecido que havia colocado para pressionar o corte.

— Não é tão profundo — eu murmurei, recebendo o olhar de incredulidade de Lilly. Zyon analisou enquanto seus dedos deslizavam levemente sobre a pele ferida.

Lilly me olhou, me encontrando encostado na parede a poucos passos de distância, meu rosto oculto pelas sombras da noite. Eu não disse mais nada, apenas a observava. Ela estava confusa.

— Não é grave, Lilly. Em pouco tempo estará cicatrizado. Vou apenas limpar e fazer um curativo, tudo bem?

— Claro... — sua voz saiu em um fio, como se não estivesse processando o que havia acontecido.

Zyon ergue-se, saindo do santuário e seguindo para a cozinha, ele me chamou discretamente quando Lilly olhou para o próprio pulso, os dedos deslizando sobre sua pele quase intacta com o olhar completamente confuso.

— O que você fez? — Zyon murmurou quando estávamos a uma distância segura. Seus braços cruzados e os olhos azuis carregados de suspeita.

Dei de ombros, fingindo desinteresse enquanto começava a entender o que havia acontecido.

— Nada demais. Apenas suguei um pouco o corte para estancar o sangue.

Zyon bufou, lançando um olhar discreto para Lilly, que ainda mexia no pulso, os lábios franzidos.

— Você sabe que não foi só isso — sua voz veio baixa, mas firme. — Parece que você não entende o que é capaz de fazer, mesmo depois desse tempo todo.

Soltei um suspiro, sentindo o peso de suas palavras. Sei bem o que fiz, mas não estava pensando em nada dessa merda toda quando aconteceu.

— Foi um reflexo. Helena cortou a veia arterial do pulso dela, ela iria morrer e... eu não pensei.

— Esse é o problema — Zyon rebateu. — Você nunca pensa e mesmo assim insiste em esconder a verdade dela.

Permaneci em silêncio.

Lancei um olhar breve para Lilly, que ainda estava sentada, alheia ao que acontecia a poucos metros de distância.

— Um gesto pequeno como esse, e olha o que aconteceu — ele continuou, a voz um pouco mais grave. — O corte dela já deveria estar inflamado, sangrando ainda. Ela deveria estar fraca e a beira da morte. Mas você...

Ele não terminou a frase. Não precisou.

Eu sabia o que ele queria dizer.

Eu sei o que sou.

Apenas desviei o olhar, pressionando os dedos contra meu próprio antebraço, como se pudesse sentir ou conter algo invisível ali.

— Foi só um corte, Zyon. Ela não vai desconfiar — murmurei.

— Da próxima vez, pode não ser apenas um corte. — Zyon respondeu, e então se afastou, pegando o antisséptico e voltando até Lilly, me deixando apenas com o peso de suas palavras e de uma verdade que eu tanto tentava esconder.

Mas com ela aqui, com ela estando em perigo, era simplesmente impossível controlar o que eu sou de verdade.

Bonjuor!? Divas, eu simplesmente perdi a noção essa semana e esqueci de postar o capítulo segunda. Juro, qualquer dia desses eu enlouqueço.

Enfim, o que diacho o Scorpius tanto esconde da Lilly e por que ele não podia encostar no corte dela? Será que o Zyon sabe mais do que aparenta ou foi só uma coincidência no fim das contas?

Eu não gosto de fofoca, mas um passarinho verde me contou que os próximos capítulos serão eita atrás de vixe. 

Espero que estejam gostando da história, não deixem de votar, comentar e compartilhar com outros leitores que também irão gostar de Dominion.

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Beijos de luz,

Kalisa.

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