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005

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CAPÍTULO 005

Corações em Conflito

Os últimos três dias foram intensos. Eu simplesmente perdi as contas de quantas garrafas de café eu consumi nas últimas 72 horas para me manter acordada o máximo que eu conseguia. Em apenas três dias eu praticamente de
vorei a coleção de livros que tinham as informações sobre a espada do arcanjo. Cada uma das edições me revelando cada vez mais sobre as tais armas angelicais e como elas acabaram na terra. Me deixando cada vez mais intrigada com as pistas.

Algo que chamou bastante a minha atenção nas minhas pesquisas de hoje, foram algumas breves referências sobre uma organização chamada "Ordem de Sangue" em um documento preso as folhas do livro. Mas por serem informações totalmente vagas, não pude me aprofundar muito em minhas pesquisas. Tudo o que consegui foram índices que apontam para um grupo que mistura crenças sobrenaturais e um poder oculto que influenciou a história por séculos. A minha conclusão temporária é que, talvez, a tal Ordem tenha sido extinta.

É claro que algo sobre ela ainda me deixa intrigada, mas em nenhum dos livros que consultei na biblioteca me deram alguma resposta que de fato fosse correta. Procurei Zyon, mas a moça que estava em seu lugar disse-me que ele precisou viajar para cuidar de algum problema particular, o que me deixou na estaca zero outra vez.

Meus dedos batiam suavemente sobre a madeira da mesa do pequeno escritório que me pertencia, meus olhos totalmente focados em um manuscrito que acabara de terminar de decodificar, mais uma página do grimório traduzida. O livro que Zyon me emprestou está sendo a resposta para quase todas as minhas perguntas, praticamente já estou memorizando seus principais códigos e conseguindo avançar mais rapidamente em minhas pesquisas.

Com a ausência dos meus pais, eu dispensei alguns funcionários para que tivessem uma folga. As faxineiras vinham apenas pela manhã para manterem a casa limpa e organizada e Núbia deixou um grande estoque de comida pré-pronta – contra sua vontade, – para mim por insistência de minha parte. O que significa que eu passo toda a tarde e à noite sozinha e em paz para conseguir avançar ferozmente em minhas pesquisas.

Esta noite, em específico, eu resolvi revisar algumas anotações e continuar trabalhando em decifrar o que está escrito no grimório. Deixando a minha paranoia pela tal ordem de lado. Um baque seco sobre as portas principais da casa me fizera sobressaltar, assustada. Levei uma das mãos até o meu peito e respirei fundo, talvez tenha sido algum animal. Voltei a dar atenção para o meu arquivo que estava quase totalmente disponível para leitura quando outro barulho ecoou em meus ouvidos. Engolindo a bile que se formou em minha garganta, me levantei e segui até a porta principal, não acho que seja alguém tentando invadir, principalmente pela porta da frente, mas por precaução peguei uma barra de ferro e caminhei lentamente como uma gata até a maçaneta. Um leve arrastar seguido de um ruido pesado me deixaram nervosa.

— Q-quem está aí? — Minha voz mais carregada de nervosismo do que eu gostaria de admitir.

— Lilly... — O som daquela voz rouca praticamente sussurrando me deixou levemente irritada. Levei minha mão trêmula até a parte gélida e girei, abrindo-a finalmente.

Com um rápido movimento de reflexo, larguei a barra no chão e cambaleei para trás em busca de apoio, minhas mãos apoiadas sobre ombros largos de um corpo que se recusava a permanecer de pé. Meus olhos estavam sobressaltados, minha respiração totalmente fora de controle, principalmente quando notei aqueles inconfundíveis fios loiros, mas agora estavam em um vermelho vivo, manchados de sangue.

— Scorpius! — Ele tentou afastar-se quando meus braços envolveram seus ombros, tentando trazer equilíbrio para nós dois. Seu corpo coberto de sangue, sua camisa social branca totalmente manchada. Sua mão esquerda segurando em suas costelas, tentando estancar um sangramento.

Com muito esforço e certa relutância dele ao meu toque, consegui trazer seu corpo até o sofá, sem me importar se sujaria o móvel.

Seus olhos cinzas estavam cansados, carregados de dor e culpa.

— Me perdoe... eu só não sabia para onde ir. Pensei que você... Mas já vou embora... — Coloquei minhas mãos em seus ombros, o impedindo de se mexer e piorar ainda mais o seu estado.

— O que aconteceu? Quem te machucou assim? — Meu tom soou mais preocupado do que eu gostaria. Seus olhos fecharam e ele pareceu engolir pesado. — Tudo bem, vamos cuidar de você primeiro e fazer perguntas depois. Vem.

Coloquei um de seus braços ao redor do meu pescoço e o forcei a ficar de pé, ele tentou tirar forças de seu interior para me ajudar a arrastá-lo escada acima. Ao chegarmos em meu quarto, segui diretamente até o banheiro, preciso fazer algo para estancar o sangue ou ele pode ter uma hemorragia ou algo desse tipo.

— Tudo bem, tenta não se mexer demais, vou pegar as coisas de primeiros socorros e vamos estancar esse sangue. Está bem? — Seus olhos totalmente cinzas, pareceram voltar ao seu tom azulado por fragmentos de segundos antes de um gemido escapar entre seus lábios. Corri até uma das gavetas do meu armário, pegando uma grande caixa de medicamentos e outros itens de higiene pessoal e primeiros socorros. Ao voltar, ele havia arrancado sua camisa, tentando examinar sozinho um ferimento profundo em seu abdômen, mas suas mãos trêmulas o impediam.

— Pare com isso — disse, firme, ajoelhando-me ao seu lado. — Vai piorar ainda mais as coisas.

— Não era para eu estar aqui... — murmurou ele. — Não quero te colocar em perigo.

— Seja lá no que se meteu, já me colocou em perigo aparentemente. – Retruquei, abrindo o kit. — Agora cale a boca e fique quieto para que eu consiga te ajudar.

Umedeci um pedaço de algodão com um antisséptico e comecei com os ferimentos mais leves, limpando os cortes em seu rosto e pescoço primeiro. Mesmo assim, ele não conseguiu disfarçar muito bem seus gemidos de dor quando pressionei o algodão em alguns ferimentos mais profundos.

— Isso vai arder — avisei, antes de pegar outro algodão com o medicamento e tratar de seu corte sobre o abdômen.

— Ótimo — respondeu ele com um sorriso fraco. — Porque o resto não está ardendo nada.

Olhei em seus olhos com um olhar severo.

— Isso não é hora para piadas, Scorpius.

Ele se calou enquanto me observava limpar e pressionar o sangramento que não queria parar por nada. Respirei fundo antes de pegar uma agulha e uma linha própria para esse tipo de situação. Meus dedos trêmulos se obrigaram a ficar firmes quando a ponta afiada cruzou sua pele, um rosnado escapando entre seus lábios. Senti quando seu olhar intenso caiu sobre mim.

— Você já fez isso antes? — perguntou, tentando quebrar o silêncio entre nós.

— Não em outra pessoa. Minha mãe me ensinou — respondi, sem olhá-lo. — Ela sempre disse que a gente nunca sabe quando vai precisar se salvar ou salvar a vida de alguém.

Minha última frase pairou no ar, me fazendo perceber do quanto aquilo era de fato verdade.

Quando terminei, levantei e lavei minhas mãos cobertas de sangue, minha mente ainda tentando organizar os pensamentos.

— Agora, vai me contar o que aconteceu? — perguntei de maneira direta, sem rodeios.

Scorpius suspirou, olhando seu ferimento costurado a ponto cru. Preciso admitir que ele é bem mais forte do que eu esperava. Ele apoiou as costas sobre a parede, o cansaço parecia mais emocional do que físico.

— Eu não posso te dizer tudo... ainda não — começou, seus olhos fixos no chão. — Mas existe... uma organização. A Ordem de Sangue.

Aquele nome me fez congelar, mal escondendo minha surpresa. Precisei me controlar para não lhe encher de perguntas.

— Eles controlam tudo. Pessoas, segredos, até as leis que você acha que regem o mundo. Minha família está envolvida desde o início.

— E por que eles fizeram isso com você?

Ele hesitou, seus olhos observando qualquer outra coisa que não fossem os meus olhos.

— Eu desobedeci, recusei uma ordem direta da líder. Esse foi o preço.

O encarei, minha mente correndo em círculos com todas essas informações.

— Por quê? Por que desobedeceu?

Scorpius finalmente ergueu sua cabeça, levantou os olhos para me encara. Observei-os, recuando um pouco.

— Porque era a coisa certa a fazer — respondeu, com a voz carregada de algo que não consegui definir.

Scorpius se recostou sobre a parede mais uma vez, seu corpo com manchas de sangue. Recolhi os materiais espalhados pelo banheiro, evitando olhar para ele tentando ajeitar sua camisa ensanguentada sobre o corpo. Agora que a situação já estava devidamente sob controle, meus olhos se perderam em detalhes dele que eu não havia notado antes, principalmente em suas tatuagens.

As linhas definidas dos seus músculos contrastavam com a brutalidade das cicatrizes que marcavam suas costas. Eram várias, algumas antigas e já esbranquiçadas, outras mais recente, ainda avermelhadas, indicando torturas que ele devia ter sofrido há pouco tempo. No ombro esquerdo, uma tatuagem singular me chamou a atenção: a silhueta de uma asa angelical solitária, com traços delicados, mas carregada por uma aura melancólica.

Pisquei algumas vezes, tentando afastar o calor repentino que subiu ao meu rosto.

— Concentre-se, Lilly — sussurrei para mim. — Eu vou... buscar algo para você vestir — murmurei, levantando-me abruptamente.

— Não precisa — ele respondeu, a voz baixa, mas ainda carregada por um tom rouco que fez minha espinha arrepiar.

— Sim, precisa. Você está coberto de sangue e suor, tome um banho e eu trarei algo que possa vestir. — Insisti, sem encará-lo. Sai do quarto, seguindo para a sala, onde limpei algumas manchas de sangue que haviam manchado o chão, por sorte não sujaram o sofá. No armário do meu pai, procurei por algo que pudesse servir no corpo de Scorpius, levando em consideração que ele é bem mais alto e mais musculoso que o meu pai.

Quando voltei com as roupas limpas, ele estava sentado na ponta da minha cama com minha toalha enrolada sobre a cintura, algumas gotas de água escorrendo de seus cabelos pelo seu maxilar e abdômen, seus braços apoiados nos joelhos.

— Aqui — disse, entregando os itens sem jeito.

Ele ergueu uma sobrancelha, um pequeno sorriso no canto da boca.

— Estou deixando você desconfortável, Ly?

Bufei, tentando parecer indiferente a sua forte presença.

— Estou preocupada com a quantidade de sangue que ainda vou precisar limpar dos meus moveis e no chão.

Virei-me de costas, fingindo organizar os meus livros perfeitamente organizados em suas prateleiras. A tensão entre nós estava palpável. Podia sentir o olhar dele queimando em minhas costas.

— Olha, eu tenho perguntas — disse, voltando-me para ele.

— É claro que tem — riu inalado, seus olhos agora novamente em um tom de azul acinzentado e não inteiramente cinzas. — Pode perguntar, Ma Belle.

- Encontrei referências à Ordem de Sangue enquanto fazia algumas pesquisas. Mas tudo que tenho são fragmentos. Cheguei a achar que não se passava de uma lenda, mas aí você chegou daquele jeito e me disse que eles haviam feito isso com você. Quero entender o que estamos enfrentando.

Scorpius me observou atentamente, parecendo ponderar minhas palavras, mas permaneceu em silêncio.

— Você mencionou que a Ordem te puniu por desobedecer. Isso significa que eles ainda estão atrás de você?

Ele suspirou, desviando seus olhos do meu rosto.

— Eles nunca param, Lilly. Mas não vão me matar, ao menos não enquanto eu servir para obedecer a suas ordens e realizar seus trabalhos. E não são apenas pessoas. Existem coisas... forças maiores que eles controlam.

Caminhei até ele, sentando-me ao lado dele.

— Forças? Como o quê?

Ele hesitou passando as mãos por sua nuca, atraindo meu olhar para aquela parte de seu corpo.

— Eu não sei até onde você acredita nesse tipo de coisa, mas... o que eles fazem está além do que você chamaria de "normal". O mundo que você conhece não é tudo o que existe.

Franzi o cenho, tentando conectar as palavras dele às poucas informações que eu já tinha.

— Por que você faz parte da Ordem? Escolheu isso? — Ele ergueu os olhos outra vez, cheios de culpa.

— Acha que eu escolheria passar por isso? — ele riu inalado. — Lilly, eles me torturam desde que eu... — fechou os olhos com força. — Ouça, eu não tive escolha. Minha família sempre esteve envolvida com a Ordem, desde a fundação. Eu sou o que eles chamam de sangue dourado, sangue limpo. Quando obrigaram os meus pais a me tornarem um deles, ninguém teve escolha. Era isso ou eles nos matariam.

Engoli a bile em minha garganta, como ele pode ter passado por tudo isso sem nunca falar para ninguém?

— Acha que eles virão atrás de mim por ter ajudado você?

— Não, eles me largaram no meio da estrada. Eu não fugi, mas eles vão ficar de olho em tudo o que eu fizer, então, a menos que você tenha algo que seja do interesse deles, não corre tanto perigo.

Mordi os lábios, meus olhos se deixando levar para minha pesquisa e minha posse sobre a espada do arcanjo. Por acaso algo assim seria do interesse da Ordem?

— O que exatamente seria do interesse deles?

Scorpius pareceu pensar um pouco, seu maxilar mexendo inconscientemente.

— Não sei ao certo, mas eles têm interesse por objetos antigos. Alguns documentos, livros; coisas que acreditam ter um poder além do conhecimento humano.

Minha mente gritou em relação a espada. Com toda certeza eles devem ter interesse por um objeto desses se tiverem ideia de que ele existe.

— Quer me dizer alguma coisa, Lilly? — Olhei para ele, seus olhos me estudando.

— É... eles não teriam nem um tipo de interesse por uma adaga angelical, teriam?

Scorpius me olhou, surpreso com minha pergunta.

— Você tem a adaga?

Fechei os olhos, minha mente me fuzilando por ter deixado isso escapar.

— E se eu tiver?

Ele se inclinou para mais perto, o calor de seu corpo perigosamente perto de mim.

— Então você estaria mais envolvida nisso do que imagina. Essa adaga... ela é importante para a Ordem. Não deveria estar com você.

— Não cabe a você decidir o que deveria ou não estar comigo. E eu não confirmei se realmente está. — Ele sorriu. Um sorriso carregado de arrogância.

— Não minta para mim, ma belle. Eu sei que está com você, não me perguntaria especificamente sobre isso se não estivesse em posse dela.

O vento de suas palavras batera sobre o meu rosto, um arrepio percorrendo todo o meu corpo. Levantei-me em um pulo, me afastando dele. Olhei rapidamente, encontrando sua cabeça baixa enquanto ele parecia pensar. Então me retirei do quarto, deixando-o sozinho mais uma vez.

Alguns minutos depois retornei ao meu quarto, trazendo uma manta limpa e uma bandeja com água, um sanduiche e um comprimido para dores. Scorpius permanecia no mesmo lugar, mas agora com a calça do meu pai, permanecendo sem camisa. Seus olhos semicerrados, mas não parecia estar dormindo, apenas pensando. Hesitei por um instante, observando-o com mais atenção.

Mesmo estando exausto, ele tem uma presença forte que parece dominar todo o ambiente. O contorno forte dos músculos e as marcas que cruzam sua pele são uma mistura de força e fragilidade, algo que acabou mexendo comigo. A tatuagem da asa solitária em seu ombro esquerdo parecia quase viva à luz fraca do quarto, como se contasse uma história que ele nunca compartilharia com ninguém, não por completo.

Aproximei-me devagar, sentando-me próxima.

— Aqui, beba — disse, estendendo o copo.

Ele abriu os olhos e me encarou por um momento antes de aceitar. Seus dedos roçaram sobre os meus brevemente, enviando um arrepio inesperado por todo o meu corpo. Prendi a respiração, sentindo meu rosto corar.

Enquanto ele tomava a água em pequenos goles, tentei desviar o olhar, estendi o comprimido e o sanduiche na bandeja, sem olhar para ele diretamente. Mas os meus olhos se voltaram para as cicatrizes em seu peito e ombro. Cada marca parecia ter sido feita com uma crueldade calculada, mas o que mais me deixa perturbada é o fato dele as carregar em silêncio, sem nunca pedir ajuda.

— Você devia me odiar, não me ajudar — murmurou ele de repente, interrompendo meus pensamentos.

Pisquei, confusa.

— O quê?

Ele colocou o copo sobre a mesa da cabeceira com um gesto lento.

— Depois de tudo o que eu fiz quando éramos mais novos. Eu era um idiota, Lilly. E agora você está aqui, cuidando de mim.

Senti um nó se formar em minha garganta. Por mais que tivesse tentado odiá-lo, a realidade à minha volta era totalmente diferente. O garoto arrogante que me provocava na adolescência não é o mesmo homem ferido que está diante de mim agora.

— É, eu realmente deveria — admiti, minha voz mais suave do que esperava. — Acredite, eu passei os últimos 10 anos tentando te odiar, mas eu nunca consegui realmente.

Scorpius me encarou, seu olhar sombrio suavizando por um momento.

— Não mereço isso — sussurrou.

Me inclinei um pouco para perto, como se um imã invisível me puxasse.

— Não cabe a você decidir o que merece, Scorpius.

A distância entre nós dois parecia diminuir sem que eu a menos me desse conta. O perfume discreto que ele exalava invadindo meus sentidos. Percebi meu olhar se perder sobre a linha do seu maxilar, a forma como seus lábios se moviam ligeiramente enquanto ele respirava.

Sem me dar conta, meus dedos se moveram involuntariamente para a tatuagem em seu ombro.

— Essa asa... — comecei, minha voz quase um sussurro. — Tem algum significado?

Scorpius tremeu ao sentir meu toque sobre sua pele, ficando tenso, mas não se afastou.

— É uma lembrança — disse ele, com a voz baixa, quase hesitante. — Do que eu perdi... e do que ainda me resta.

Tracei a borda da tatuagem com cuidado, como se fosse capaz de decifrar o que ele realmente quis dizer. Os olhos dele completamente fixos aos meus. Senti meu coração disparar.

Havia algo neste momento que parecia muito mais íntimo que qualquer palavra dita. A tensão entre nós era palpável, pude notar, com a mistura do nervosismo e desejo, que estou me deixando levar.

— Você não precisa carregar tudo sozinho — disse-lhe, quase sem pensar, minha voz carregada de preocupação.

Scorpius inclinou-se ligeiramente para mais perto, prendi a respiração. Minha mão ainda em seu ombro, meus dedos deslizando sobre a tatuagem.

— Lilly... — ele murmurou, o tom grave e cheio de algo que não sei definir.

Por um instante, nossas respirações se misturaram uma na outra, parecia que ele ia dizer algo mais ou talvez... fazer algo mais. Mas então, como se se desse conta do que estava acontecendo, Scorpius recuou ligeiramente, rompendo o momento.

— Eu devia ir embora — balbuciou, desviando o olhar.

Balancei a cabeça, ainda confusa com o turbilhão de emoções em conflito dentro de mim.

— Você precisa descansar — insisti, minha voz um pouco mais firme. — Fique. Pelo menos por esta noite.

Ele hesitou, mas acabou assentindo. Caminhamos até o quarto de hospedes que fica ao lado do meu, em silêncio e com ele mancando ao ter que caminhar até o local e sentindo dor onde estava ferido no abdômen. Ao se recostar na cama, suas tatuagens ficaram mais visíveis aos meus olhos. Um pouco abaixo da tatuagem da asa, pude notar uma cicatriz longa que ia das costas até a lateral do tórax.

— Quem fez isso? — perguntei, sem conseguir evitar.

Scorpius seguiu o meu olhar e suspirou.

— Isso? A Ordem. É o preço de não obedecer.

Senti meu estomago revirar. Cada uma das marcas pelo seu corpo é como uma história que ele parece carregar sozinho. E, por mais que não queira admitir, havia algo fascinante na força e resiliência dele — algo que mexeu simbolicamente com o meu peito.

— Você não pode continuar sozinho nisso. — Seus olhos fixaram nos meus, ele deu um sorriso triste.

— Sempre fui sozinho, Ly. É mais seguro assim.

Segurei meu olhar ao dele por mais alguns segundos antes de me levantar do seu lado bruscamente.

— Vamos descobrir o que fazer. Mas, primeiro, você vai descansar.

Scorpius me observou desaparecer de seu quarto. Meu peito confuso, mas minha mente mais suave ao pensar nele.

O silêncio entre nós dois me incomodava gradualmente. O sol já estava no meio do céu quando ele acordou, seus olhos tranquilos e duas grandes olheiras sobre tais. Pedi a uma das empregadas que preparasse comida para nós dois, um almoço simples e que vá ajudá-lo a se recuperar mais rápido.

Observei seus lábios passarem pelo garfo quando levou um pedaço de batata com carne até sua boca.

— Tudo bem, eu tenho perguntas. — Seus olhos se ergueram para mim, engolindo a comida em sua boca antes de me responder.

— Não acho que seja hora para mais perguntas, Lilly. — deu um gole em sua taça de suco.

Ignorando completamente sua resposta, comecei a fazer as perguntas que fiquei a manhã inteira repassando em minha mente.

— O que realmente está acontecendo, digo, acontecendo em relação a Ordem? — perguntei, cruzando os braços.

Scorpius desviou o olhar, um suspiro pesado escapando de seus lábios.

— Já te disse o suficiente ontem.

— Não, não disse — retruquei, inclinando meu corpo em sua direção. — Você mencionou a Ordem de Sangue, mas não explicou o que ela realmente é. Nem o que você fez para eles te punirem assim.

Ele deslizou a mão pelo cabelo, bagunçando-os.

— Não é tão simples, Lilly. Eu nem devia ter te contado nada. Saber demais pode te colocar em perigo.

Olhei para ele sem desviar o olhar, meus olhos faiscando em determinação.

— Perigo? Eu já estou em perigo, Scorpius! Eu encontrei a porcaria da espada do arcanjo que, segundo você, é importante para essa Ordem. Eu já estou no radar deles, não estou?

Ele não respondeu imediatamente, mas o seu silêncio foi mais que o suficiente para confirmar o que eu temia.

— É por isso que você precisa me ajudar — continuei, um pouco mais séria. —Não posso simplesmente ignorar isso. Quero saber o que irei enfrentar.

Scorpius se levantou devagar, o movimento revelando um desconforto por causa dos ferimentos, mas sua expressão permanecia sombria.

— A Ordem de Sangue não é algo que você enfrenta, Lilly. É algo que você sobrevive.

— Então, me ensine a sobreviver — insisti.

Ele riu, mas o som estava carregado de amargura.

— Você não entende, não é? Eles controlam tudo. Governos, instituições, pessoas... Eles veem o mundo como um jogo, e cada um de nós é só uma peça descartável.

Fiquei de pé, me aproximando mais dele, ficando a alguns passos de seu corpo.

— Você acha que eu vou ficar sentada, esperando que eles venham atrás de mim? Não, Scorpius. Se isso é tão grande quanto você diz, então preciso de respostas. Preciso da sua ajuda.

Scorpius fechou os olhos por um momento, respirando fundo. Quando os abriu, havia algo diferente em sua expressão.

— Você é teimosa, sabia? — murmurou.

— Só quando preciso — respondi, sem desviar o olhar. — E agora é um desses momentos. — Ele balançou a cabeça, resignado, e voltou a sentar-se na cadeira. Sentei-me ao seu lado, tentando ignorar a proximidade que fazia meu coração acelerar.

— Tudo bem, eu te ajudo — disse ele finalmente, sua voz mais baixa, porém firme. — Mas você tem que me prometer que vai me ouvir. Sem impulsos, sem correr riscos desnecessários.

Franzi o cenho, se para conseguir descobrir melhor sobre essa tal Ordem eu preciso me submeter a ordens dele, acho que posso fazer um pequeno sacrifício.

— Prometo... dentro do possível.

Scorpius lançou-me um olhar, claramente cético, mas decidiu não opinar.

— A Ordem... Eles acreditam que o sangue das pessoas é capaz de ditar se podem ou não viver, ou se são dignos de terem poder, riquezas. Eles usam isso para controlar e dar poder. Eles buscam pessoas com habilidades únicas, linhagens especiais e objetos que considerem... valiosos.

— Como a espada? — perguntei. Ele assentiu lentamente.

— Exatamente. A espada que você encontrou não é só um artefato qualquer. É parte de algo maior. E se eles souberem que está com você... — Ele parou, sua mandíbula visualmente tensa.

— O que acontece?

— Há menos que você seja importante sobre o poder da espada, eles farão o que for preciso para tomá-la de você. E se acharem que você é uma ameaça, Ly, eles não vão hesitar em acabar com você.

Engoli a bile em minha garganta, tentando manter minha voz firme.

— Então, precisamos descobrir o que a adaga faz antes que eles descubram e tentem pegá-la.

— Lilly... — Scorpius rosnou, mas o interrompi.

— Não vai me convencer a recuar, Scorpius. Já tomei minha decisão e sei que estou nisso até o pescoço. A diferença é que agora você vai me ajudar.

Ele me observou por um momento, os olhos analisando cada detalhe em minhas expressões. Finalmente, balançou a cabeça com um pequeno sorriso se formando em seus lábios.

— Você é doida, sabia?

Ergui uma sobrancelha.

— Não é o tipo de coisa que eu normalmente costumo ouvir com frequência.

Apesar do peso da situação, Scorpius riu baixo, o som leve, mas genuíno. Ele sabe que isso vai nos aproximar mais do que deveria, mas também sabe que não tem como voltar atrás uma vez que já me deu algumas informações.

— Bom, vamos começar com o básico. Onde está a espada agora?

O encarei, ainda não confio nele para lhe contar tudo o que sei. O que pode me garantir que ele não apanhou de proposito apenas para se aproximar e pegar a espada?

— Escondida no museu. Ninguém além de mim, e agora você sabe que está lá.

Scorpius pareceu ponderar minha resposta, mas seus olhos indicavam que ele não estava convencido.

— Vamos até lá. Vou precisar vê-la.

— O que? Você não pode se mexer até seu ferimento cicatrizar. Vamos lá quando estiver melhor. Até isso acontecer, você vai me explicar cada detalhe sobre A Ordem. 

O Scorpius sendo o típico engraçadinho sarcástico que não importa a situação sempre vai fazer uma piadinha. E então, o que estão achando da história? Eu realmente estou confiante de que teremos muitas leituras, mesmo que agora no início esteja muito devagar com poucas visualizações e poucos votos, tenho certeza que aos poucos vamos conseguir alcançar um bom público. 

Bem, não esqueçam de votar e deixar seus comentários durante a leitura. Espero muito que gostem e, até o próximo capítulo!

Beijos de luz,

Kalisa.

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