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36: Eventos Cacófonos

O Wattpad adotou a mania de transformar todos os travessões em hífens! Estou com raiva :(

Mas é a dor mais doce
Queimando nas minhas veias
O amor é tortura
Me faz ter mais certeza de que o amor pode magoar desse jeito

Paloma Faith, em Only love can hurt like this.

• • •

- Então, finalmente vamos conversar - Giada começa, seu tom carregado de sarcasmo, enquanto avança lentamente na minha direção, os saltos de suas botas ecoando no chão de madeira. Cada passo dela é deliberado, como se quisesse que eu sentisse o peso da sua presença - Ouvi dizer que você tem uma incrível capacidade de ficar encantada com brinquedos novos. É assim que você descreve Damiano? Um brinquedo novo?

Sinto o meu coração acelerar, a raiva crescendo dentro de mim. Tento manter a compostura, mas a provocação dela atinge um ponto sensível.

- Eu...não sei do que fala - respondo, confundida, enquanto cruzo os braços na frente do corpo, uma tentativa instintiva de me proteger.

Giada ri com desdém, a sua expressão repleta de raiva.

- Ah, por favor, não me faça de tola. Damiano é mais do que um simples interesse passageiro para você, não é? Ele é a sua nova obsessão. Mas, diga-me, o que você realmente sabe sobre ele? Seus desejos, suas manias, o que ele gosta e não gosta?

Sinto meu sangue ferver. A acusação de Giada parece injusta e cruel, e a minha paciência começa a se esgotar.

- Eu conheço Damiano o suficiente para saber que ele não é alguém que você possa simplesmente rotular - eu digo, a voz trêmula de raiva - E se você tem algum problema com ele, deveria ter coragem de falar diretamente com ele, não vir aqui despejar o seu veneno em mim.

Giada se inclina um pouco mais perto, os olhos brilhando de uma intensidade quase predatória.

- Mas é exatamente isso que me incomoda - ela diz, o sorriso dela se alargando, como se estivesse desfrutando do meu desconforto - Você não tem ideia do que ele realmente é. E eu não estou falando apenas do que você vê. Você realmente acha que ele é esse príncipe encantado, a quem você pode conquistar com o seu charme de menina mimada?

Ela se afasta um pouco, como se estivesse me avaliando, e eu sinto um frio na barriga. A maneira como ela fala faz com que eu questione tudo o que sei sobre o Damiano, e o medo começa a se infiltrar em minha mente.

- O que você quer dizer com isso? - eu desafio, a raiva pulsando em minhas veias.

Giada avança, a expressão dela se tornando mais sombria

- Ele é intenso, possessivo, manipulador, e não hesita em usar os outros para conseguir o que quer. Você realmente acha que ele não está apenas se divertindo com você? Que você não é só mais um brinquedo na coleção dele?

A cada palavra, sinto meu mundo desmoronar. As lembranças da noite passada, os momentos compartilhados, começam a se misturar com a dúvida.

- E você? O que você é para ele? - eu pergunto, forçando-me a manter a voz firme, apesar do turbilhão dentro de mim.

Giada sorri de maneira amarga, e seus olhos brilham com um tipo de intensidade que eu nunca vi antes.

- Eu sou uma amiga de longa data dele. E, por acaso, já estivemos juntos... fisicamente. Não que isso seja algo novo para você. Afinal, você está com ele agora, não é mesmo?

A revelação me atinge como um soco no estômago, e a minha mente começa a girar em torno das implicações disso.

- Então, o que você está tentando dizer? - pergunto, a voz cheia de tensão, sentindo a adrenalina disparar.

- O que estou dizendo é que você deve tomar cuidado. Damiano não é alguém em quem você pode confiar plenamente. Ele tem os seus segredos - Giada responde, se aproximando ainda mais, quase como se estivesse tentando me envolver na sua teia de incertezas.

- Você é só uma ciumenta! - grito, a raiva explodindo em mim - Está tentando me manipular porque está obcecada por ele!

Ela ri, um som baixo e ameaçador.

- Obcecada? Você realmente acha que eu sou a única que percebeu a intensidade dele? Você está tão focada em ser a escolhida que não vê os perigos à sua volta. Não é apenas ciúme, é proteção, querida.

O ambiente pesa com a tensão, e sinto como se a sala estivesse se fechando ao nosso redor. A postura dela é agressiva, e eu posso sentir o desafio nas suas palavras. Não há cordialidade, apenas um jogo de poder.

- Você não sabe de nada! - eu grito, dando um passo à frente, decidida a não recuar - Damiano me ama, e eu confio nele!

Giada se aproxima ainda mais, quase colando os corpos. O calor entre nós é palpável, e por um momento, a raiva se transforma em algo mais.

- Ah, Alexa, você está tão segura de si. Mas a verdade é que ele é um homem que gosta de controlar. E uma vez que você se entrega, não há como voltar atrás. Acredite, eu já estive lá - ela murmura, seus olhos fixos nos meus, como se estivesse tentando ver além da minha superfície.

Eu a encaro, sentindo a adrenalina pulsar em minhas veias. Sua proximidade é desestabilizadora, mas eu não posso me deixar intimidar.

- Você não pode me ameaçar - respondo, minha voz baixa e firme, embora eu sinta a insegurança roendo por dentro.

- Não estou ameaçando, querida - Giada diz, seu tom mais suave, quase sedutor - Estou apenas te alertando. O que você quer para si mesma? Ser apenas mais uma na lista dele?

Ela dá um passo para trás, permitindo que o ar entre novamente entre nós, mas a tensão continua a vibrar.

- Você não sabe o que ele quer de mim - eu digo, minha voz hesitante, enquanto as palavras ecoam em minha mente.

- E você acha que sabe? Você não conhece os desejos dele, não como eu conheço. A paixão que ele sente por mim é uma chama que nunca se apagará - A risada de Giada é sombria, cheia de um conhecimento que eu não possuo.

- Você está apenas tentando me desestabilizar - eu afirmo, mas a dúvida começa a se infiltrar em minha mente.

- O que eu realmente estou tentando fazer é abrir os seus olhos. Você nem sabe o quer!

- Eu sei o que quero e sei muito bem o que você quer- me imponho, recebendo uma descarga súbita de coragem - Você quer foder com ele. Eu quero consumi-lo - digo com uma voz trêmula, a necessidade quase animalesca evidente em cada palavra.

Meus olhos estão fixos em Giada, mas a imagem de Damiano é o que realmente vejo. Meu coração acelera, e sinto o peso da minha possessividade como uma carga insuportável. Minha respiração fica irregular, e o meu corpo parece balançar levemente com a intensidade dos meus sentimentos. Dou um passo na direção de Giada, minha presença carregada de uma urgência desesperada.

Giada me observa com uma mistura de desdém e uma leve surpresa. Seus lábios se curvam em uma expressão sarcástica, enquanto ela tenta manter uma postura fria e controlada. Ela cruza os braços, a expressão de raiva e desconforto evidentes em seu rosto.

- Quero viver dentro da pele dele, como uma besta nas paredes da sua casa. Quero ser o seu nascimento e a sua morte, o seu começo e o seu fim - continuo, a voz começando a falhar, o peso das minhas palavras quase me esmagando.

Meu corpo está tenso, as mãos apertadas em punhos ao meu lado, lutando para controlar a tempestade interna.

Giada dá um passo para trás, sua postura se tornando defensiva, seus olhos se arregalando um pouco com a intensidade do meu desespero. Ela tenta manter a calma, mas a inquietação é visível.

- Quero comê-lo inteiro. Quero que ele me ame, me ame e me ame como os adoradores amam o templo, e como o templo ama o cordeiro, e como o cordeiro ama a faca. Quero ser o seu vampiro, quero ser a sua vida!

Eu sinto um tremor percorrer o meu corpo, a necessidade de Damiano me consumindo a cada segundo. Meu olhar está fixo em um ponto além de Giada, como se visse Damiano em minha mente, e a minha voz sai num sussurro desesperado.

- Quero que ele me despedace. Quero criar mundos a partir dele e destruí-los, destruir ele, e que ele acorde pela manhã ao meu lado. Quero chamá-lo de lindo, quero pentear o seu cabelo...

Giada parece confusa e perturbada, seu rosto se tornando uma máscara de raiva e um reconhecimento doloroso da intensidade das minhas emoções. Ela começa a se mover de forma agitada, como se estivesse tentando processar o peso das minhas palavras.

- Quero quebrá-lo, quero sufocá-lo, quero fazê-lo sangrar, quero beijar o sangue da sua pele.

Sinto uma onda de calor e desespero, meus olhos se enchendo de lágrimas, e o meu corpo tremendo com a força dos meus sentimentos. Giada cruza os braços mais fortemente, a sua postura se tornando defensiva. Ela tenta manter o controle, mas a tensão entre nós é palpável.

- Quero que ele esteja enterrado bem profundo na ferida do meu desejo. Quero que ele seja o meu melhor amigo. Quero que ele me despreze, quero que ele lute comigo até a morte!

A expressão de Giada se torna mais fria, e a sua postura é uma mistura de raiva e um desconforto evidente. Ela parece lutar para manter a compostura, enquanto eu sinto que estou à beira de um colapso.

- Quero ser a sua mocinha favorita e a sua vilã favorita. Quero ser o seu maior medo. Quero os seus dedos na minha boca e meus dedos na dele.

Meu corpo está agora quase desmoronando sob o peso das minhas emoções, minhas mãos tremendo visivelmente enquanto eu falo. Giada parece estar cada vez mais perturbada.

- Quero a minha boca na jugular dele. Quero ser a única coisa entre ele e a morte eterna. Quero os meus dentes nele.

Sussurro com uma intensidade desesperada, minha respiração ofegante e as palavras saindo quase como um grito. Sinto que estou prestes a desmoronar, o peso dos meus sentimentos me esmagando. Giada está claramente abalada, sua expressão é uma combinação de raiva, frustração e um reconhecimento da profundidade do que eu digo.

- Eu sei o que eu quero. Quero ele, quero ele, quero ele! - termino com uma explosão emocional, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto e o corpo tremendo, enquanto a tensão e o desespero atingem o ápice.

Giada observa com uma mistura de raiva e um reconhecimento desconfortável, claramente perturbada pela profundidade e intensidade da minha possessividade e desespero.

As palavras pairam no ar como um eco, e sinto a pressão crescente em meu peito. Cada frase que saíra dos meus lábios pareceu ter carregado uma fracção da minha alma, revelando a vulnerabilidade que tentei esconder. Giada ri, mas é um riso seco, cortante, que só aumenta a agitação dentro de mim.

- Você realmente acha que ele é seu? - Ela provoca, o olhar desafiador e um sorriso sardônico nos lábios.

Eu hesito, buscando palavras que possam contrabalançar a sua hostilidade, mas tudo que sinto é a verdade ardendo no meu íntimo. Meus olhos se fixam no vazio, como se Damiano estivesse ali, me olhando, me chamando.

- Eu sou dele - respondo, a voz tremendo, um sussurro carregado de certeza - Ele é tudo que eu quero.

- Não seja ingênua, Alexa. Você não conhece o verdadeiro Damiano. Ele é um homem perigoso, e você é apenas mais uma distração.

Meu coração dispara, e a menção do nome dele provoca uma onda de possessividade.

- Você não sabe nada sobre o que somos! - grito, me aproximando dela. O espaço entre nós se estreita, a tensão quase palpável - Ele me vê! Ele me entende de uma forma que ninguém mais consegue.

Giada dá um passo à frente, seus olhos ardendo com uma mistura de ciúmes e desdém.

- Você realmente acredita nisso? Que é a única que pode tê-lo? Ele teve outras antes de você, e vai ter outras depois que você desaparecer.

As palavras dela cortam como lâminas, mas em vez de recuar, sinto um calor crescente dentro de mim.

- Ele não pode viver sem mim! - grito, o desespero se transformando em raiva - Eu sou a única que pode preencher o vazio que ele tem!

- Então, você prefere se enganar a enfrentar a realidade? - ela desafia, seu olhar fixo em mim, como se estivesse tentando desvendar os meus segredos mais profundos.

Nossos rostos estão tão perto que posso sentir a sua respiração quente. Olhando em seus olhos, percebo que não é apenas raiva que ela sente, é uma luta interna entre o amor e o ódio.

- Eu não estou me enganando! - retruco, minha voz um sussurro intenso - Eu sou dele, e nada vai mudar isso.

Giada dá um passo para trás, sua expressão endurecendo enquanto ela se recompõe.

- Veremos - ela responde, o tom desdenhoso, mas há uma ameaça subjacente nas suas palavras - Mas não diga que eu não te avisei.

E então, resignada e como se tivesse terminado tudo o que veio dizer, ela se vira e abre a porta para sair. O estrondo da madeira sendo fechada me sobressalta, e o eco da batida parece ressoar em meu interior.

Minhas pernas tremem, o peso no meu peito se torna quase insuportável. A cabeça lateja com uma intensidade que me entorpece, como se um martelo estivesse batendo em meu crânio. O corpo todo parece se desestabilizar, e eu me apoio à parede com uma força desesperada para não desabar no chão.

Cada passo que dou em direção ao sofá é uma luta, as pernas vacilantes e os pensamentos confusos. Ao me sentar, sinto um alívio momentâneo, mas é breve, substituído por uma sensação esmagadora de derrota e desorientação.

O ar ao meu redor está pesado, a atmosfera carregada com a tensão do confronto. Sinto que o espaço ao meu redor está diminuindo, os pensamentos girando como uma tempestade em minha mente. O desespero me envolve como uma névoa, e a consciência da verdade dolorosa de Damiano e Giada me deixa quase sem fôlego.

Eles fizeram sexo, talvez mais de uma vez. Talvez em algum momento da minha relação com ele. Giada não diria uma coisa dessas sabendo que eu poderia muito bem perguntar ao Damiano. Mas e se ele mentir novamente? Se eu perguntar e ele, manipulador como Giada disse, me fizer acreditar que toda a paranóia é fruto da minha imaginação?

Não me dou conta de quando adormeço no sofá, entre toda a confusão e ansiedade da volta dele, meu coração deixado na porta de casa, só à sua espera.

Desperto com o som da campainha, e por mais que eu tivesse desejado que Damiano chegasse logo, agora eu não sei mais se quero ele por perto. Não sei se quero ouvi-lo, não depois de tudo o que ouvi e presenciei, a forma íntima com que Giada se referia a ele, a revelação de que não só não são primos, mas também, já foram íntimos. E Damiano mentiu para mim sobre isso! Sobre o que mais ele tem mentido?

Caminho de um jeito vacilante até à porta e respiro antes de abri-la.

Damiano entra, o ar ao seu redor carregado da sua habitual confiança. Ele fecha a porta atrás de si com um movimento firme, o som ecoando pela sala silenciosa. O olhar que ele me lança é penetrante, mas há algo sutilmente errado, como se ele também tivesse que lidar com um peso invisível.

Eu o observo em silêncio por um momento, o estômago revira de ansiedade, mas me forço a manter uma expressão neutra. Não posso deixar transparecer tudo o que sei...ainda não.

- Onde você esteve? - pergunto, a voz firme, mas não acusadora.

Eu caminho lentamente até o sofá, sentando-me de maneira calculada, as mãos repousando no colo. Ele me segue com o olhar, hesitando antes de responder.

- Fui resolver o problema com o Lorenzo, como disse antes de sair - ele responde, sem qualquer inflexão na voz.

Dou um sorriso breve, vazio de emoção, e cruzo as pernas, inclinando a cabeça ligeiramente.

- É mesmo? - lanço a pergunta de forma casual, como se estivesse simplesmente interessada - Que problema era esse, exatamente?

Damiano franze o cenho, a tensão nos ombros aumentando. Ele não esperava tantas perguntas.

- Um problema pessoal. Nada que precise te preocupar, pequena - diz ele, desviando os olhos por um momento, antes de me encarar novamente.

Eu solto uma pequena risada, sarcástica.

- Claro, porque você sempre me mantém informada de tudo, não é? - minhas palavras saem carregadas de veneno.

Ele estreita os olhos, percebendo o sarcasmo, mas não responde. Eu me levanto lentamente, passando a caminhar pela sala, como se estivesse ponderando algo importante, sem pressa.

- Eu me lembrei de algo interessante hoje - continuo, jogando com as minhas palavras, minha voz soando despreocupada - Você e a Giada...moraram juntos, não é?

Damiano permanece quieto por um segundo a mais, claramente desconfortável com o rumo da conversa, mas mantém a pose.

- Sim, nós moramos juntos por um tempo. Você sabe disso - ele responde com frieza.

Eu paro de caminhar e viro para encará-lo, os olhos fixos nos dele.

- Você mencionou, vagamente. Mas nunca entrou em detalhes, não é? Sempre me disse que era apenas uma questão de família - Minha voz começa a ficar levemente cortante - Mas agora, me pergunto...foi realmente só isso?

Damiano dá um passo à frente, sua postura ainda dominante, mas há algo nos seus olhos que parece vacilar. Ele não gosta do rumo da conversa, e isso é visível.

- O que você está tentando dizer, Alexa? - Sua voz é baixa, quase ameaçadora. Mas eu não vou parar agora.

Eu levanto uma sobrancelha, mantendo o meu tom de voz casual, ainda que por dentro o meu coração esteja disparado.

- Estou apenas lembrando de como a Giada sempre me tratou...Como se soubesse algo que eu não sabia. Como se tivesse algum tipo de poder sobre mim. Você nunca achou isso estranho?

Ele aperta os lábios, claramente incomodado com o rumo da conversa, mas tenta manter o controle.

- Giada sempre foi complicada, Alexa. Eu já te disse isso.

Dou outro sorriso sarcástico.

- Complicada? É isso que você chama de tratá-la como se fosse uma parente próxima, quando na verdade...- Pauso por um momento, sentindo o amargor de cada palavra que estou prestes a lançar - Ela foi mais do que isso, não foi? Vocês não são primos. Vocês eram...íntimos.

Damiano me encara por um longo segundo, seus olhos escurecem. O silêncio entre nós se estende, pesado. Eu posso sentir a tensão crescendo no ar, o conflito interno dele refletido na rigidez da sua postura, nos punhos cerrados ao lado do corpo.

- Alexa... - ele começa, mas eu o interrompo, incapaz de controlar a raiva crescente.

- Não finja que não sabe do que estou falando, Damiano! - grito, as palavras finalmente explodindo de mim - Você mentiu para mim sobre ela! Sobre tudo! E o pior é que você acha que pode continuar me manipulando, que eu vou acreditar em qualquer coisa que você diga!

Damiano dá outro passo à frente, sua voz baixa, mas cheia de autoridade.

- Eu fiz o que era necessário para te proteger dessa merda toda, Alexa. Não queria te envolver em algo que não faz mais diferença.

- Não faz diferença? - repito, minha voz alta e trêmula de raiva - Como você pode dizer isso? Como pode achar que mentir para mim sobre ela não faria diferença? Eu sou sua mulher, Damiano! Eu merecia saber a verdade!

Ele passa a mão pelo rosto, claramente frustrado, os seus olhos voltam a me encarar com uma intensidade que me faz estremecer.

- Não significa nada agora, Alexa. O que tivemos, Giada e eu...foi antes de você. Não importa mais.

Eu dou uma risada curta, amarga.

- Ah, claro, não importa mais...A menos que, claro, ela decida aparecer aqui e esfregar na minha cara o que vocês tiveram, certo?

Damiano aperta o maxilar, claramente incomodado.

- O que você quer de mim? Que eu me ajoelhe e peça desculpas por algo que aconteceu antes de você? Eu não menti para te machucar. Eu menti porque achei que isso não tinha importância mais!

- Importância? - grito novamente, sentindo minha cabeça latejar - Tudo isso tem importância! Cada mentira que você contou, cada segredo que escondeu de mim! Eu estou sufocada por essa...essa teia de mentiras e segredos, Damiano!

Ele se aproxima mais, estendendo a mão como se quisesse me tocar, mas eu dou um passo atrás, o corpo trêmulo de emoção.
Eu respiro fundo, tentando estabilizar meus nervos, e encaro os seus olhos. Tudo o que quero é uma resposta, uma prova de que ele se importa de verdade, de que não foi tudo uma mentira.

- Diz que me ama, Damiano - minhas palavras saem afiadas, carregadas de desafio - Diz que, pelo menos, isso foi real.

Ele franze o cenho, como se não estivesse preparado para aquelas palavras. Sua boca se move, mas nenhum som sai. O silêncio que se segue é ensurdecedor, como se o mundo inteiro tivesse parado para ouvir a resposta que nunca chega.

Eu dou um passo à frente, o meu corpo tremendo, os olhos fixos nos dele.

- Vamos, Damiano! - minha voz se eleva, desafiadora - Você mente tão bem. Por que não consegue mentir sobre isso também? Ou...ou é porque você realmente não sente nada?

Damiano continua parado, sua expressão endurecida, o maxilar travado, enquanto luta internamente. Ele é sempre tão seguro de si, tão dominante, mas agora, nesse momento, ele parece incapaz de dizer o que eu mais preciso ouvir. Eu vejo em seus olhos que ele não consegue. Algo o impede.

A falta de resposta é como um golpe no estômago, me tirando o fôlego. Meu coração dispara, e a dor da decepção atravessa o meu peito como uma faca.

- Isso é tudo que você tem? - minha voz é baixa agora, quase um sussurro, a amargura transparecendo em cada palavra - Depois de tudo, você nem sequer consegue dizer que me ama? Isso é o que sou para você? Apenas uma peça no seu jogo?

Ele abre a boca para responder, mas fecha logo em seguida, os olhos fixos em mim, cheios de uma mistura de frustração e algo que parece...culpa.

Meu corpo começa a ceder ao cansaço, ao peso emocional da situação. A pressão que venho sentindo há tanto tempo parece transbordar de uma só vez, e a tontura toma conta de mim.

- Você...- começo a dizer, mas a minha voz falha, a visão ainda mais embaçada.

A tontura bate forte, como uma onda que me arrasta para baixo, e sinto o chão balançar sob os meus pés. Tento me manter firme, mas a sensação de fraqueza é esmagadora. Meu corpo não responde direito, e o ar parece denso demais para puxar para os pulmões. Instintivamente, coloco a mão no peito, tentando acalmar a respiração, mas tudo parece fora de controle.

Damiano está perto, seus olhos fixos em mim, e, pela primeira vez, vejo o pânico genuíno nos seus olhos. Ele estica a mão para me segurar, mas eu me afasto, erguendo a mão para afastá-lo.

- Não encosta em mim! - minha voz sai mais fraca do que eu gostaria, um sussurro desesperado, mas com a força da raiva ainda presente.

Damiano para, a mão pairando no ar, incerto do que fazer. Ele está claramente dividido entre me respeitar e ignorar a minha ordem para cuidar de mim.

- Alexa, você não está bem - A voz dele está rouca, desesperada, mas eu me recuso a ceder. Não posso ceder. Não agora, não depois de tudo.

- Eu...eu não preciso de você...- digo, tentando me afastar novamente, mas as minhas pernas falham. A tontura aumenta e me vejo obrigada a me apoiar no sofá para não cair. Damiano dá um passo em minha direção, mas não ousa me tocar.

- Para de ser teimosa! - Ele soa frustrado, mas a sua voz está carregada de uma preocupação tão intensa que eu quase desmorono ali mesmo.

Tento respirar fundo, mas sinto o peito apertar, a cabeça latejar e as mãos ficarem frias. Minha visão começa a escurecer nas bordas, e por mais que eu tente afastá-lo, meu corpo cede à fraqueza.

Damiano me segura nos braços, a voz dele baixa e carregada de urgência.

- Você precisa de ajuda, Alexa. Deixa eu cuidar de você - a súplica na sua voz é inconfundível.

Eu ainda estou furiosa com ele, com Giada, com tudo o que ele não disse, com todas as mentiras e omissões. Mas o meu corpo não me dá escolha. A pressão no peito, a tontura, o cansaço...Eu estou exausta de lutar contra.

- Eu... - tento protestar, mas o mundo ao meu redor gira, e acabo cedendo, deixando que ele me apoie.

Ele me conduz até o sofá com cuidado, os olhos fixos em mim, cheios de uma preocupação que ele não consegue disfarçar. Vejo as suas mãos trêmulas enquanto ele corre para pegar um copo de água e um pano molhado. Eu observo cada movimento dele na cozinha, com a cabeça latejando, tentando manter a postura de distância, mas estou completamente à mercê da situação.

Ele volta com o copo e segura a minha cabeça para me ajudar a beber. Eu tento resistir, mas acabo cedendo, tomando pequenos goles, sentindo a fraqueza aos poucos diminuindo, embora a raiva e o ressentimento ainda estejam lá, presentes e pulsantes.

Damiano se ajoelha ao meu lado, os seus olhos desesperados, a voz trêmula.

- Você vai ficar bem. Só...só deixa eu cuidar de você, por favor.

Eu não consigo olhar para ele, não sem sentir o peso de tudo o que foi dito e o que ficou por dizer. A imagem da Giada ainda está fresca na minha mente, suas palavras ecoam, e o fato de Damiano não ter conseguido dizer que me ama ainda me rasga por dentro. Mas, nesse momento, com o meu corpo fraco e a pressão baixa, eu não tenho forças para lutar contra ele.

Damiano pega o pano molhado e o coloca suavemente na minha testa, sua mão acariciando minha bochecha de leve, um gesto tão delicado que quase me faz esquecer a raiva. Quase.

- Respira fundo - ele murmura, os olhos fixos em mim, cheios de uma dor que eu sei que ele não consegue esconder.

Eu respiro, lenta e profundamente, tentando recuperar o controle. Ele continua ali, ao meu lado, cuidando de mim com uma ternura que eu não esperava. Mesmo assim, eu não consigo afastar o ressentimento.

- Não pense que isso muda alguma coisa - digo, com a voz fraca, mas firme. Ele balança a cabeça, como se entendesse.

- Eu sei. Mas, por agora, só quero que você fique bem.

Depois de alguns minutos, a tontura diminui, mas a fraqueza ainda está presente. Damiano, com um cuidado silencioso, me pega nos braços, ignorando a minha tentativa de protesto, e me leva para o quarto.

Ele me deita na cama com cuidado, os olhos nunca saindo de mim, a preocupação ainda ali, marcando cada linha do seu rosto.

- Eu vou cuidar de você - ele sussurra, como se fosse uma promessa. E, mesmo que eu queira odiá-lo agora, algo no jeito como ele me olha me faz acreditar que, pelo menos por enquanto, ele está sendo sincero.

Com o tempo, a minha respiração começa a se estabilizar, e a pressão no peito diminui gradualmente. Ainda sinto uma fraqueza nas pernas, mas o pior parece ter passado. Damiano está sentado ao meu lado, me observando como se a qualquer momento eu pudesse desabar novamente. O cuidado nos olhos dele é quase insuportável.

- Eu estou bem agora - digo, minha voz mais firme, mas ainda suave - Você pode ir.

Ele franze o cenho, sem se mover.

- Alexa...eu não quero deixar você sozinha - ele responde, a preocupação evidente no tom - E se acontecer de novo?

Respiro fundo, tentando me recompor completamente. A raiva ainda arde no meu peito, junto com a frustração de tudo o que ele não conseguiu dizer, e de tudo o que aconteceu antes.

- Eu vou ficar bem, Damiano. Já passou - Tento ser mais firme desta vez - Eu preciso ficar sozinha, preciso...pensar.

Ele hesita, os seus olhos buscando os meus como se tentasse encontrar uma maneira de continuar ali. O seu rosto reflete um conflito interno, como se lutar contra o meu pedido fosse necessário para garantir a minha segurança.

- Por favor - insisto, baixando o olhar - Me deixa descansar.

Damiano se levanta lentamente, visivelmente relutante. Ele não quer ir. Eu sei que não quer, mas no fim, suspira e assente com a cabeça, a preocupação ainda estampada em seu rosto.

- Tudo bem - diz ele, embora o seu tom demonstre que ele não concorda completamente - Mas se você precisar de qualquer coisa, me chama. Qualquer coisa, Alexa. Eu vou estar aqui.

Eu apenas aceno com a cabeça, sem conseguir responder. Ele me dá um último olhar, antes de sair do quarto, fechando a porta com suavidade. Quando a porta se fecha, finalmente sinto a tensão diminuir.

Damiano saiu do quarto, fechando a porta com cuidado, mas o peso do silêncio logo tomou conta de mim. A fraqueza ainda pairava no meu corpo, mas o cansaço começou a se transformar em algo mais suportável. Com o tempo, meus olhos se fecharam, e, por um breve momento, sucumbi ao sono. O cansaço emocional e físico era grande demais para resistir.

Acordo com uma voz suave e familiar chamando meu nome.

- Alexa...Alexa, prima, acorda.

Abro os olhos devagar, piscando enquanto a névoa do sono vai se dissipando. Lá está ela, sentada ao meu lado, com uma expressão preocupada, mas também com aquele ar tranquilo que sempre carregou. Me viro, confusa, piscando para afastar a sonolência.

- Manon? O que faz aqui? - minha voz sai rouca, surpresa.

Manon sorri de leve, mas há uma sombra de preocupação no olhar. Ela ajeita o cobertor sobre mim antes de responder.

- Damiano me chamou - ela explica calmamente, sentando-se mais próxima de mim - Ele ficou muito preocupado depois do que aconteceu. Não queria te deixar sozinha, então ligou para o Lorenzo, e eu vim para ficar aqui. Ele achou que precisaria de alguém para cuidar de você enquanto descansa.

Por um instante, sinto um misto de emoções. Uma parte de mim está agradecida por Manon estar aqui, apesar das nossas diferenças, mas a outra parte se irrita com a insistência de Damiano em nunca me deixar em paz, em sempre precisar tomar conta de tudo.

- Ele...chamou você? - murmuro, tentando processar - Eu disse que estava bem. Não precisava disso.

Manon dá de ombros, com um sorriso gentil.

- Eu sei, mas ele estava preocupado. Acho que você sabe melhor do que eu como ele é, Alexa. Ele ligou para o Lorenzo assim que saiu daqui e pediu para que eu viesse. Não quis te acordar antes, achei melhor você descansar um pouco.

Suspiro, o cansaço ainda pesando sobre mim, mas as palavras de Manon fazem sentido. Damiano estava apenas sendo ele mesmo, sempre controlador, sempre preocupado demais. Isso deveria me irritar mais, mas, de certa forma, me conforta saber que ele se importa tanto.

- Tudo bem, Manon - digo, tentando sorrir, embora o meu corpo ainda doa e o cansaço persista - Obrigada por vir.

Manon se acomoda ao meu lado, com um olhar atencioso.

- Então, o que quer fazer para se distrair? Está com fome? Posso fazer algo para comermos - ela sugere, ajeitando-se ao meu lado.

- Você? Cozinhar? - ironizo, um pequeno sorriso dançando nos meus lábios.

Ela solta uma pequena gargalhada e abre os braços em rendição.

- Tudo bem, você me pegou - sorri, mas logo a expressão divertida se desfaz - Pensei em ligar pro Louis antes. Não sabia como você reagiria à minha presença, por tudo o que... aconteceu...

Eu a observo, o cansaço me fazendo ouvir as suas palavras com uma atenção redobrada. Manon continua, a sua voz carregada de um tom melancólico e um pouco de ressentimento.

- Lembra das nossas brigas, quando éramos mais novas? Eu...às vezes me sinto mal por tudo isso. Era tudo tão bobo, agora que penso. Eu era...bem, eu não entendi na época. Só via que você tinha tudo, e eu...eu era só a prima esquecida, sei lá. Eu achava que você era a queridinha da família, a que tinha tudo o que eu não tinha.

A voz dela tremula um pouco, e ela evita meu olhar, fixando-se em algum ponto distante. Eu a escuto, sentindo uma mistura de compaixão e desconforto. As memórias das nossas brigas surgem na minha mente: as discussões infantis, as lutas físicas, e a vez em que ela trancou-se comigo no quarto e me feriu. A intensidade dessas lembranças ainda me assusta um pouco.

- Manon, era tudo tão infantil. Não vale a pena se preocupar com isso agora - digo, tentando suavizar a tensão.

Ela levanta os olhos, um brilho de arrependimento e uma pitada de ressentimento ainda visível neles.

- Eu sei, Alexa. E sinto muito por isso. Olhando para você agora, com tudo que conquistou, eu vejo que foi uma grande bobagem minha. É fácil pensar que os outros têm uma vida perfeita e se esquecer de ver além disso.

- Eu entendo, Manon. E eu também sinto falta de como éramos antes. Mas não precisamos deixar o passado nos prender. Vamos tentar fazer as coisas funcionarem de novo, se você quiser.

Manon sorri, mas é uma expressão um pouco forçada, carregada de uma melancolia não completamente disfarçada. Ela se aproxima para me dar um abraço leve, e eu sinto a sua hesitação, como se ainda houvesse algo não resolvido entre nós.

- Eu gostaria muito disso. E agora, vamos cuidar de você. Vou pedir algo para comer e garantir que você esteja confortável.

Assinto, o cansaço me fazendo aceitar a sua presença, mesmo com o resquício de desconfiança. Manon se levanta para preparar algo, e eu a sigo com o olhar, sentindo que, apesar das feridas do passado, talvez possamos encontrar um jeito de seguir em frente.

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Gostou? sabe o que fazer. Deixa a estrela e diz o que achou?

Até o próximo capítulo, vadia. Beijocas!

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