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30: Let me love you

Eu posso sumir por trinta anos, mas nunca definitivamente. Eu não sou tão má assim...acho eu.

Enfim, espero que gostem e aproveitem enquanto podem. ;)

Não desista
Eu não vou desistir
Me deixe te amar

Justin Bieber, em Let me love you.

• • •

ALEXA LEBLANC

De todas as coisas que eu imaginei viver desde que eu comecei a me relacionar com Damiano, definitivamente, um relacionamento "normal" não era uma delas.
Andar de mãos dadas, ir ao restaurante da esquina no horário de almoço, dar escapulidas para uma rapidinha no banheiro do escritório, ter jantares românticos todas as sextas-feiras, sorrir um para o outro discretamente no meio de uma reunião entediante, e até beijar!

Eu verdadeiramente não imaginava que eu poderia beijar ele, a esse ponto. E menos ainda, que seria ele a dar a iniciativa. Agora parece que não consegue desgrudar os lábios dos meus. Damiano é como um bebê que acabou de provar a primeira guloseima na vida.

E melhor que isso, é o brilho no olhar e os sons de prazer que solta cada vez que me beija.
Ele parece tão mudado, e conquista cada vez mais aquele lugar especial no meu coração e na minha vida.

Eu me sinto tão idiota porque tudo nele me encanta, cada momento está infinitamente gravado na minha memória.

A forma como ele afunda o rosto no meu pescoço para sentir o meu cheiro e como ele parece revitalizado após isso. O jeito que eu tenho que ficar no bico dos pés para beijá-lo e o quanto isso me faz sentir protegida. O som do seu cinto sendo arrancado e a fodida antecipação de uma foda melhor que a outra. O jeito que ele conduz com apenas uma mão, enquanto a outra desliza pela minha perna. A sua agressividade e força que contrasta com a gentileza com que me trata quando não estamos na cama. Quando ele abre o meu sutiã no meio de um abraço e ri disso de forma inocente. Quando eu grito e ele me puxa pelo pescoço e me beija para abafar os meus gemidos estrondosos. Quando sinto dor na manhã seguinte e depois solto um sorriso ao lembrar o motivo. Dormir com a camiseta dele. O cheiro da colónia dele. As íris verdes e quentes em mim. Fadinha. Pequena...

- Eu acho que estou apaixonada - digo, com as bochechas apoiadas,uma em cada mão, e um Louis me fitando atentamente.

- Oh, você acha? - ele responde com um tom zombeteiro.

- Huhum - suspiro - É tudo tão incrível, que parece loucura. É isso, eu estou oficialmente louca!

Abro os braços no ar e sinto o sorriso espremer as minhas bochechas até deixá-las doloridas.

- Você nem pra' me contar! - atira, com um olhar que julga até a minha roupa interior - Eu estava moribundo no meu quarto, enquanto você se esgueirava pelas paredes para foder o sócio do tio Maurice.

- Eu estou contando agora - dou de ombros - E que bom que está melhor, Lou. Eu sentia falta dessas nossas conversas.

Estico as mãos para alcançar as suas no outro lado da secretária.

- E eu sentia falta de te ver realmente feliz. Parece que ele está suprindo as expectativas. Não que você precise de um homem para ser feliz - sinto o seu olhar carinhoso em mim.

Fico calada por um momento. Digerindo as suas palavras com um pequeno sorriso de gratidão.

- Claro - meu sorriso vacila por um mísero segundo - Mas ainda acho que eu não estaria tão feliz se não fosse por ele.

Acabo de falar e me levanto, indo até a parede de vidro que dá vista para a cidade. Um silêncio meio incómodo se faz presente, Louis pigarreia para quebrá-lo a medida que se levanta e caminha até mim, se posicionando ao meu lado para observar a vista do meu escritório.

- Você está feliz, é isso que importa - cutuca o meu ombro com o braço engessado - E se está feliz, vamos aproveitar e sair juntos. Faz tempo que não fazemos isso.

- Com o braço nesse estado, Lou? - ergo a sobrancelha na sua direção.

- É um braço, não uma perna ou o pescoço. Podia ser pior - revira os olhos - Vamos, Lexi, por favor.

- Você sabe que tenho estado muito ocupada com a campanha e...

- E o seu namoro maravilha e blá blá blá, eu sei - bufa, pousando as mãos nos meus ombros descobertos pelo vestido de alças grossas - Mas e eu? Não conto mais na equação? Esqueceu que fui eu que corri para você aprender a andar?

- Idiota - dou um tapa leve no seu braço bom, já impelida a dar o braço a torcer e ir curtir com o meu melhor amigo - Quando?

- Hoje! - guincha, me fazendo engasgar - A boate vai receber um Dj internacional.

- Muito em cima da hora. Eu tenho uma reunião mais tarde e algumas planilhas pra' entregar, sem falar no...

Sou interrompida pela porta sendo aberta e o foco da conversa anterior, e bom, de toda a minha atenção na última semana, entrar na minha sala.

- Vamos pedir o almoço ou ir para o restaurante? - ele pergunta, atento ao celular, provavelmente na busca do contacto do restaurante.

Eu pigarreio para chamar a sua atenção, e ele ergue a cabeça. Um pequeno sorriso, quase imperceptível, desponta nos seus lábios.

- Vejo que já tem uma companhia para almoçar - ele diz, enfiando o celular no bolso da calça.

- Oh, não, não. Eu vim só cumprimentar a minha prima - Lou imediatamente corrige, igualmente hipnotizado pelo olhar e andar de pantera de Damiano - E então, Lexi, não vai me apresentar?

Dou um passo a frente e puxo Damiano pelo pulso quando ele chega perto.

- Louis, esse é o Lucca. Lucca, esse é o Louis - apresento os dois, que trocam um aperto de mãos rápido.

- Sou o primo mais bonito e estiloso dela. Sei cada detalhe da vida dela, até o tamanho do sutiã - Louis, desbocada, solta a centésima pérola do dia.

- Louis! - repreendo, esbugalhando os olhos na sua direção.

- Esses detalhes podem ser bem úteis para mim no futuro - Damiano diz, reprimindo um sorriso maior - Eu sou o namorado, não tão bonito e estiloso talvez.

De tudo o que Damiano acabou de falar, apenas uma única coisa paira pela minha cabeça. A palavra "namorado". Nós nunca fomos de rotular o que temos, porque de um tempo para cá tudo tem sido tão natural. E é incrível, de um sentimento indescritível, ouvir Damiano dizer que é meu namorado com uma naturalidade avassaladora, que até me impede de falar uma palavra sequer.
Ouço ruídos ao fundo, deles dois conversando. Ou melhor, do Louis tagarelando coisas sem sentido.

Meu olhar repousa no Damiano, com certo fascínio. Seu grandes braços cruzam-se na frente do peito e os olhos imigrantes de Louis para mim de vez em quando, nunca me permitindo me sentir esquecida.

É extasiante o jeito que eu sinto tudo de uma só vez quando o assunto é ele.

- ...Não seja modesto, querido. Onde é que já se viu? Um Adónis desse dizer que não é bonito nem estiloso.

As últimas palavras de Louis me capturam e me lembram que devo salvar Damiano dele antes que piore. Meu primo não tem freio, e perto de alguém tão introspectivo quanto o meu namorado, pode representar uma grande ameaça à sanidade mental.

- Lou, nos vemos mais tarde? - Coloco as mãos nos seus ombros e começo a empurrá-lo em direção à saída.

Ele pisca o olho para mim de forma cúmplice antes de sair, e eu já sei que Damiano vai continuar sendo o tópico principal das nossas conversas futuras por um bom tempo.

Fecho a porta e levo alguns segundos para me virar e ver Damiano para do com as mãos enfiadas nos bolsos, a cabeça ligeiramente inclina para o lado e uma sobrancelha erguida na minha direção.
Fecho os punhos. Borboletas bailam na minha barriga, agitadas. Mal ele sabe o quão rápido o meu coração bate nesse momento e as minhas pernas querem colapsar em direção ao chão.

- Restaurante? A nossa mesa de sempre está livre.

- Acho que prefiro pedir hoje - murmuro, evitando contacto visual.

- Ótimo. Vou pedir - diz e pega o celular no bolso - Meu escritório ou o seu?

- Já estamos aqui, não é? - abro os braços para gesticular e tentar dissipar os nervos, mas não funciona muito bem.

Damiano me observa enquanto cruzo a sala para me sentar na cadeira giratória. Suspiro, deitando tanto ar, que eu podia encher um balão só com uma lufada.

- Nós podemos...- ele começa, mas eu o interrompe.

- Namorado? - chuto, sem mais, e faça cara feia de mim mesma.

- É esse o apelido carinhoso que criou pra' mim? Confesso que prefiro "ogro".

Tento sorrir, mas falho miseravelmente. A ansiedade toma conta de mim a medida que ele se aproxima e se apoia na secretária, bem na minha frente.

- Tem alguma coisa incomodando você, pequena? - leva a mão ao meu queixo e o ergue delicadamente - Espero que essa vermelhidão no seu rosto não signifique que você vai chorar.

Sem aviso, sinto uma pressão crescer no peito, uma mistura de medo e algo mais que eu não consigo identificar. Meus olhos começam a arder e, antes que eu pudesse me controlar, lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.

- Pequena...- ele arfa, um vinco de preocupação se formando na sua testa - O que é isso? O que foi? Eu falei alguma coisa que não devia?

Eu tento responder, mas um soluço escapa, seguido por mais lágrimas. A surpresa em seus olhos só aumenta minha sensação de desamparo. Eu não consigo entender por que estou reagindo assim. Tudo parecia estar bem, mas algo dentro de mim parece estar quebrando.

- Eu... eu não sei - consigo balbuciar entre os soluços - Eu... só... não sei por que estou chorando.

Ele se aproxima e se agacha na minha frente, colocando a mão no meu colo.

- Ei, tudo bem. Você não precisa se explicar. Está tudo bem, princesa.

Mas não parece estar tudo bem. As lágrimas continuam a cair, e a confusão em minha mente é esmagadora. Eu não sei de onde vem essa emoção intensa. Só sei que preciso deixar sair.

E ele ainda me chama de princesa para piorar o meu estado.

- Ai, Damiano...- choramingo, me inclinando para afundar o rosto no seu peito.

- Eu sei, pequena, eu sei...- murmura e afaga as minhas mãos.

- É só... é muita coisa - eu digo, tentando encontrar palavras no meio da tempestade emocional - Tudo está mudando tão rápido, e eu me sinto tão... tão perdida.

- Huhum, eu entendo...

Ele me puxa para um abraço apertado, seu calor trazendo um pouco de consolo.

- Eu estou aqui. Nós vamos passar por isso juntos, está bem? Seja lá o que for, você não está sozinha.

Suas palavras, ao invés de me acalmarem, só aumentam o meu desespero. Como ele pode entender? Eu mesma não entendo. Mas, apesar de tudo, há uma parte de mim que se agarra à sua presença, tentando encontrar um ponto de estabilidade no meio do caos.

- Damiano, eu não sei o que está acontecendo comigo - confesso, minha voz tremendo - Eu me sinto tão... fora de controle.

de lidar com tudo que estou sentindo.

Ele segura meu rosto com as mãos, forçando-me a olhar nos seus olhos.

- Alexa, olhe para mim. Você é forte, e vamos superar isso. Eu não vou te deixar sozinha, entendeu?

A intensidade em sua voz, a firmeza de suas mãos, trazem um alívio momentâneo. Continuo chorando, mas a presença dominante de Damiano ao meu lado me ajuda a sentir que posso enfrentar o que quer que esteja acontecendo dentro de mim.

- Eu estou aqui, e não vou a lugar nenhum - ele diz, acariciando meu rosto - Vamos descobrir isso juntos. Agora respire fundo, por favor.

Eu respiro fundo, tentando me acalmar, enquanto ele me segura. Mesmo em meio ao meu choro descontrolado, a força de Damiano é um farol, guiando-me através da tempestade.

Aos poucos, eu vou me acalmando, e tão rápido quanto essa avalanche de emoções chegou, ela se vai.

- Eu sou uma idiota, chorando por nada - reviro os olhos enquanto ele enxuga as minhas lágrimas.

- Ei, não chame a minha Fadinha de idiota! - ele diz, com humor - Você é só sensitiva, e isso implica que as emoções em você predominam mais do que nos outros, e está tudo bem.

- Você não me acha maluca? - mordo o lábio inferior.

- Um pouco, talvez.

- Damiano! - guincho, fingindo estar chateada.

- Pode ser maluca, mas é a minha maluca - assegura e deposita um beijo na minha testa - Japonês ou tailandês?

- Tailandês - sorrio, já sentindo a minha barriga roncar - Com mu...

- Com muito picante - ele digita no celular, já sabendo como eu gosto - E leite, porque você acaba sempre por chorar pelo picante.

- Eles colocam picante demais! - guincho.

- Você pede muito picante - retruca e me pega pelo pulso para me ajudar a levantar - Pronto, chega em quinze minutos.

Dentro do tempo de espera, Damiano atende uma ligação enquanto eu vou pro banheiro retocar a maquiagem que arruinei com com as lágrimas. Agradeço internamente por ter optado pelo rímel transparente em vez do preto. É nesses momentos oportunos que eu valorizo ainda mais a inovação.

Ao sair do banheiro com as mãos enroladas em uma toalha pequena, observo as costas largas de Damiano fletidas contra o tecido liso do blazer. A visão é deleitosa, e teria prazer em continuar observando-o, se a conversa que ele tem com quem quer que seja no outro lado da linha, não me chamasse a atenção.

- Eu guardei esse dossiê num lugar seguro...sim, sim...eu estou ocupado agora, não tem como nos encontrarmos ao almoço - franzo o cenho, confusa - Só quero ter acesso ao falsificado...ótimo, ao jantar então...

Ele desliga a chamada, e ainda sem se vira, enfia no bolso do blazer.

Nos entreolhamos brevemente. Ele parece ter muito a dizer, assim como eu tenho muito a perguntar.

- Problemas no trabalho? - tento parecer pouco interessada, quando cada poro da minha pele quer saber do que se tratava aquela ligação.

- Não - respondeu, sucinto - Está tudo bem.

- Hmm...- aceno lentamente, indo me sentar no sofá. Ele continua em pé, o que eu acho estranho - Senta aqui.

Dou duas batidinhas no lugar ao meu lado e Damiano se aproxima prontamente para ocupá-lo.

- Se não era trabalho, com quem estava falando então? - pergunto, esperando não parecer controladora.

Aproveito a proximidade e pouso a mão na sua coxa. Ele a pega e leva aos lábios, depositando um beijo casto nos nós dos meus dedos.

- Com Giada. Precisava de uns documentos, nada importante - explica.

- Ela trabalha com você?

Ficando mais interessada, me mantenho atenta à cada palavra que ele diz. Não confio muito na Giada e, apesar de serem primos, ela parece sentir ciúmes.

- Digamos que sim, pequena.

Sem mais para perguntar, fico calada. Penso em questionar sobre o que ela faz, mas não dá tempo, pois, duas batidas na porta interrompem os meus pensamentos.

- Deve ser o almoço - Damiano avisa, se levantando para ir até à porta.

Espero por ele e já aproveito para afastar as decorações da mesinha de centro, que nós temos usado quando almoçamos no escritório.
Ele retorna com as embalagens de comida e dispõe tudo no tampo de vidro da mesa. Nos sentamos no tapete felpudo, e Damiano se encarrega de servir a minha comida.

Observo ele, calada, vendo o quão sereno e normal ele parece. Nem parece que, ainda há algumas semanas, nós estávamos arrancando o couro um do outro com as nossas brigas acaloradas.

- Você parece bem - eu verbalizo, vendo ele franzir o sobrolho.

- Mas é exatamente como eu estou - ri, me passando os talheres de plástico.

- Não é isso. É que você parece mesmo bem - sorrio, me inclinando para beijá‐lo quando o vejo fazer um bico fofo e confuso.

Em vez de ser apenas um selinho, o beijo evolui, pois, Damiano me pega pela nuca e enfia a língua na minha boca, chupa o meu lábio inferior e agarra um tufo de cabelo para guiar a minha cabeça.

Para quem se recusava a me beijar há um tempo atrás, a isso é o que eu chamo "progresso".

- O que foi isso? - digo com humor, quando separamos as nossas bocas.

- Um beijo. Quer outro pra' confirmar? - responde, levando um pouco de comida à boca.

- Você se tornou um Beija-Flor, sabia? Não consegue ficar um minuto sem beijar.

- Nem quero experimentar - dá de ombros com a boca cheia - Eu não sei...nunca pensei que beijar fosse tão prazeroso assim.

Eu estranho e franzo o sobrolho. Eu entendi bem?

- Tenho a certeza de que já beijou muitas mulheres - digo, camuflando o ciúme - Como pode dizer que não sabia quão prazeroso o beijo pode ser?

Sem responder, Damiano simplesmente encolhe os ombros novamente e pega um guardanapo para limpar o canto da boca.

Eu não estou entendendo porra nenhuma, mas desconfio. Mas não pode ser...

- Meu amor, você já beijou outras pessoas, certo?

- Isso está picante demais. Me passa o leite, por favor? - muda de assunto, evitando olhar para mim.

Minhas suspeitas só crescem, porém, nunca vou saber se ele não confirmar.

- Por que decidiu quebrar a regra do beijo? Por que, de um dia para o outro, você mudou de ideia e quis me beijar?

Damiano suspira e finalmente me olha. O que eu encontro nas suas íris é apreensão, o que eu tento mudar com um leve aperto no seu joelho.

- Você já beijou alguém, não já? - eu pergunto, subitamente emocionada, mas me contendo porque não quero perder a sua resposta por outra sessão de choradeira sem fundamento.

Ele ri, mas seus olhos carregam uma seriedade inesperada.

- Alexa, eu...preciso te contar uma coisa - se ele me chama pelo nome é porque a coisa é séria.

Minha curiosidade é despertada.

- O que foi? Pode falar.

Ele respira fundo, hesitando por um momento antes de começar.

- Eu nunca...beijei ninguém antes de você.

Meu sangue pára no meio do caminho, congelado, e eu olho para ele, surpresa.

- Como assim? Nunca beijou ninguém? - por mais desconfiada que eu estivesse, acho que não estava pronta para ouvir ele falar.

Ele balança a cabeça lentamente, os olhos fixos nos meus.

- Não. Nunca. Eu... depois que meus pais morreram, o meu coração se fechou a qualquer tipo de...amor - ele começa, posso ver a emoção estampada na sua expressão - Para mim, um beijo sempre simbolizou uma conexão de almas, algo muito além do contato sexual. Eu podia me envolver sexualmente com outras mulheres, mas nunca beijei nenhuma delas. Via os meus pais se beijando e sabia que aquilo era uma expressão de amor verdadeiro, algo que eu não podia compartilhar com ninguém.

Sinto um nó na garganta, uma mistura de surpresa e emoção. Ver Damiano se abrindo comigo e contando coisas que vêm do seu íntimo me traz um sentimento inexplicável. É tudo que eu sempre quis e nem sabia que queria, até agora.

- E por que eu, Damiano? Por que agora?

Ele segura minha mão por cima da mesa, seus olhos brilhando com uma intensidade que nunca vi antes.

- Porque você, Alexa...você foi a única que despertou em mim a vontade de partilhar esse tipo de contato. Muito além do sexo, você se tornou alguém especial. No início, a nossa relação era conturbada. Eu propus que fosse apenas algo físico, mas, aos poucos, você foi abrindo caminho pelo meu coração, um coração cheio de arbustos secos e ervas daninhas.

Sinto as lágrimas se formarem nos meus olhos, mas são lágrimas de felicidade. Eu não vou ter um treco de novo, não vou!

- Damiano, eu...eu não sabia. Estou tão lisonjeada e feliz por ser essa pessoa para você.

Ele sorri, seus olhos suavizando com ternura.

- E eu sou o homem mais sortudo do mundo por ter encontrado você - ele responde, sorrindo pequeno - Posso continuar sendo seu beija-flor?

Sorrio, apertando sua mão com força.

- Sim, Damiano. Pode me beijar sempre que quiser.

E com isso, ele se inclina mais uma vez, seus lábios encontrando os meus, cada beijo carregado de uma profundidade e sinceridade que nunca antes experimentei. É tudo tão...irreal.
Eu sinto que estou num sonho que nunca estarei pronta para despertar. Seus lábios nos meus são poesia que eu não canso de declamar, águas nas quais eu sempre vou querer nadar, terras estrangeiras onde eu sempre vou me aventurar...

De repente, a porta do escritório se abre com um baque, e eu me afasto de Damiano rapidamente, o coração disparado. Meus pais, Maurice e Brigitte, estão parados na entrada, os olhos arregalados ao nos verem juntos.

- Alexa! - Maurice exclama, a voz carregada de incredulidade e fúria.

- Mama, Papa... - Minha voz treme enquanto tento encontrar palavras para explicar, mas elas fogem de mim.

Brigitte leva a mão à boca, tentando conter a surpresa, mas é Maurice quem avança, seu rosto vermelho de raiva.

- O que diabos está acontecendo aqui?

Nos últimos meses, os tablóides e sites de fofoca ficaram obcecados com a ideia de um possível relacionamento entre nós dois. Fotos de momentos íntimos surgiram na internet, alimentando as especulações. Como herdeira de um império da publicidade e uma influenciadora famosa, minha vida sempre esteve sob os holofotes. E Damiano, o novo sócio da empresa do meu pai, um mistério para todo mundo, era um prato cheio para as manchetes sensacionalistas. As pessoas estavam alvoroçadas com nosso suposto romance, imaginando histórias e criando teorias sobre a nossa relação.

Meus pais sabiam, era impossível não saberem, mas parece que ter a confirmação disso ao me ver beijar Damiano, é muito pior para eles.

Damiano se levanta, colocando-se entre meu pai e eu.

- Maurice, por favor, não vamos fazer um escândalo na empresa quando podemos agir como adultos e conversar.

Maurice ignora a tentativa de Damiano de acalmar a situação.

- Você está se aproveitando da minha filha! Eu sabia que você não era confiável desde o início! - berra, o dedo em riste, quase tocando no rosto dele.

Damiano respira fundo, tentando manter a calma.

- Eu nunca me aproveitaria da Alexa, o que temos é consensual e é a vontade dos dois - Damiano diz, sua expressão dura - Eu não quero fazer nada além de cuidar dela.

- Cuidar? - Maurice ri, mas é um som frio, sem humor - Você acha que pode simplesmente entrar na vida dela, beijá-la no escritório e dizer que quer cuidar dela? Isso é um ultraje!

Eu sinto meu corpo tremer enquanto tento falar.

- Papa, por favor, você está entendendo tudo errado. Eu...eu amo o Damiano.

- Cale a boca, Alexa. Você não sabe do que fala! - Maurice berra, me lançando um olhar que eu nunca recebi antes dele, o que não deixa Damiano nem um pouco feliz.

Ele avança para frente e eu sinto medo do que pode acontecer a seguir.

- Ok, já chega. Alexa pode ser sua filha, mas eu não vou permitir que a desrespeite na minha frente. É melhor começar a medir as suas palavras agora mesmo!

Brigitte tenta intervir, colocando a mão no braço do meu pai.

- Maurice, por favor, vamos nos acalmar e conversar como adultos.

Maurice se desvencilha do toque da minha mãe, seu olhar ainda fixo em Damiano.

- Eu não vou permitir isso. Você está despedido, e quero que saia da minha empresa agora mesmo!

- Eu assinei um acordo de sociedade. Não sei se lembra, mas eu não sou seu funcionário, sou seu sócio, e antes que me despeça, eu vou fazer questão de deitar abaixo esse edifício!

Eu e minha mãe suspiramos e nos entreolhamos, partilhando o mesmo sentimento: medo.

Damiano dá um passo à frente, seus olhos firmes nos de Maurice.

- Não vou a lugar nenhum. Eu me importo demais com a Alexa para simplesmente desistir dela - ele diz, o tom baixo e controlado - E se você está tão empenhado em acabar com a felicidade dela, passando por cima do que ela quer, vá em frente. Só tenha consciência de que vai ter que passar por cima do meu cadáver.

O escritório fica em um silêncio tenso, o ar pesado com as palavras ditas e não ditas e as emoções contidas. Meu coração está disparado, e sinto como se estivesse à beira de um colapso. A visão de Damiano me defendendo, mesmo contra a fúria do meu pai, me enche de um misto de orgulho e medo.

Maurice respira pesadamente, suas mãos tremendo de raiva.

- Você...você acha que sabe o que é melhor para minha filha? Você, que mal a conhece?

Damiano mantém o olhar firme.

- Eu a conheço bem o suficiente para saber que ela merece ser feliz. E se você não consegue ver isso, então talvez não seja eu quem precisa sair daqui.

Brigitte finalmente consegue intervir, puxando Maurice suavemente para trás.

- Maurice, precisamos conversar sobre isso com calma. Vamos ouvir o que eles têm a dizer.

Maurice hesita, seu olhar alternando entre mim e Damiano, antes de finalmente dar um passo atrás.

- Isso não acabou - ele murmura, a raiva ainda evidente em sua voz.

Observo meus pais saírem da minha sala, com papa pisando duro, com raiva expelida em seus poros, e mama lutando para alcançá-lo.

Damiano me puxa para perto, seu braço protetor ao redor dos meus ombros.

- Já passou, respire - ele pede, depositando um beijo casto no topo da minha cabeça.

Olho para ele, sentindo uma onda de gratidão e amor.

E assim, com a ideia dos meus pais ainda chocados e a tensão no ar, eu sei que a luta por nós os dois está apenas começando.

Gostaru? Já sabe o que fazeeeer.

Wattpad me odeia, então ignorem os travessões que se tornarem hífens do nada.

Me segue no insta, porque é lá onde vocês sabem tudo em primeira mão e ainda podem bater um papinho comigo! xoxo.

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