13: Não vou mentir
Acho que eu vou ter que ficar um mês sem postar capítulo pra' vocês comentarem essa bagaça...

Você sempre sai do seu caminho
Para me mostrar que sou a sua prioridade
Descubro como é deixar tudo de lado e ser livre
Quando você está aqui comigo
Kali Uchis, em Moonlight.
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• ALEXA LEBLANC •
Dou uma mordida enorme no sanduíche e engulo um gole igualmente grande de água, tudo às pressas, pois, o meu tempo hoje está mais curto do que nunca e tenho muitas tarefas a cumprir e trabalhos para entregar.
Não tenho conseguido conciliar tudo, como antes fazia, e eu não sei se isso se deve à súbita mudança de moradia, ou se tem algum outro motivo.
Minha ausência nas redes sociais tem sido notada por todos, e houveram até especulações de que eu posso estar com problemas emocionais depois do término com Pierre.
Sendo que não podia passar por um livramento melhor do que o nosso término.
O problema da mídia é que eles mal se importam com o que você vai achar, dizer ou sentir, ou com o que realmente aconteceu. O que lhes importa mesmo são os acessos e o quanto as fofocas que criam vão repercutir.
Por isso me neguei a fazer qualquer entrevista até agora, pois, preciso dar um tempo para organizar tudo por dentro, e só depois mandar para fora.
— Precisamos de mais fotos sorrindo, Lexi — minha agente nova-iorquina pede, se aproximando de mim sem tirar os olhos do celular — Eles precisam saber que você está bem e feliz com a nova vida.
— Hm...— me esforço para engolir o bolo na minha boca — Se eu pudesse...— dou uma pausa, passando por ela para me posicionar no cenário branco —...mandaria todo mundo tomar no cu, Bella.
— Pois, mas você não pode — insiste, parando ao lado do fotógrafo — Sorria, isso, mostre esse sorriso lindo.
Eu ensaio um sorriso, fazendo questão de parecer o mais genuína que posso, e esboço algumas poses, trajando uns jeans básicos e uma camisa branca simples.
Depois de mais alguns flashes, a sessão de fotos para atualizar as minhas redes sociais termina, e eu posto um pouco de como foi nas story's.
Quando vou arrumar a minha bolsa para abandonar o estúdio e ir me arrumar para um baile beneficente que maman, minhas tias e suas amigas organizaram para esta noite, o meu celular começa a vibrar e tocar no bolso traseiro da minha calça e eu sou obrigada a olhar quem é.
Um número desconhecido, tanto para o celular, quanto para mim. Então não perco tempo para atender. Apenas me despeço e corro para fora do estúdio, pegando o estacionamento para ser levada por um dos motoristas do meu pai.
Me acomodo no furgão, respirando pesado, e aproveito para responder as perguntas da caixinha que coloquei há mais ou menos uma hora. Porém, sou interrompida novamente pelo toque do celular, o mesmo número desconhecido de há pouco.
Com um suspiro, eu atendo e levo o aparelho à orelha, esperando que a pessoa do outro lado diga alguma coisa.
— Eu não sou adivinha e não tenho todo tempo do mundo — cuspo, vendo que a pessoa não vai dizer nada.
Até me arrependo de ter soado ríspida, mas logo o sentimento de arrependimento passa e dá lugar à aflição.
— Lex...mon chouchou...
Fico em estado de catatonia por longos dez segundos, tentando assimilar que porra está acontecendo e por que raios Pierre decidiu ligar para mim depois de tantos dias separados, eu aqui e ele ali, mesmo após eu ter deixado bem claro que não quero mais saber dele.
Um sentimento de vazio me invade. Como se um buraco enorme estivesse alojado no meu peito e eu não soubesse como preencher.
— Pierre? — minha voz fraqueja — O que você quer? Por que está me ligando?
— Como pode me perguntar isso, mon amour? Eu estou com saudades. Você se foi sem se despedir e nós temos um assunto pendente...
As lembranças do dia em que descobri a sua traição me invadem, e com elas, vem a raiva por ele falar sobre isso como um mero "assunto" que temos a tratar.
— Nós não temos assunto algum pendente, Pierre. Nem mais existe um "nós" — determino, indignada — Por favor, não volte a me ligar. Eu não quero ter mais nada a ver contigo.
— Espera, Lex! — ele guincha, me impedindo de desligar — Eu consegui, fiz o que você queria...não tem mais ninguém entre a gente...
Faço uma careta, confusa com o significado das suas palavras. Nunca houve nada entre eu e ele além das suas mentiras e dissimulação. A traição dele me afastou, não uma pessoa.
— De que porra você está falando? — pergunto, completamente impaciente.
— Eu vou te buscar, mon chouchou. Vamos voltar juntos para a nossa casa. Vai ficar tudo bem — noto o desespero e a esperança na sua voz e fico assustada.
Eu fui bem clara em dizer que não mais queria vê-lo, e na altura ele me pareceu entender. Agora essa conversa de que vai ficar tudo bem e que ele já fez "o que eu queria", além de incômoda, é sinistra ao extremo, e eu não quero ouvir mais.
— Eu não sei o que você tem cheirado nos últimos dias, mas vê se acorda e me deixa em paz! — tento parecer o mais decidida possível, e não lhe dou espaço para resposta.
Encerro a ligação, olhando para o nada por alguns minutos, sem entender o que acabou de acontecer e que conversa estranha eu e meu ex tivemos agora há pouco.
Não vou mentir. Ainda dói ter que pensar em Pierre. Mas a dor não é sobre perdê-lo, e sim, sobre ter me perdido no caminho, sobre ter desperdiçado anos da minha vida com ele, sobre ter acreditado cegamente, porque ele me cegou, ele furou os meus olhos da forma mais cruel e vil que eu podia imaginar.
E isso me deixa enraivecida.
Rapidamente, bloqueio o número com o qual me ligou, assim como bloqueei o seu número antigo quando nos separamos. Só espero não ter que fazer isso de novo.
— Chegamos, senhorita — o motorista abre a porta para mim, e eu nem tinha me dado conta de que já estávamos em casa.
Pego a minha mala e desço do veículo com um sorriso forçado, obrigando os meus pés a marcarem passos para dentro de casa.
No hall, Paulina me recebe, a governanta da casa e a mulher que me viu crescer e ajudou a minha mãe a cuidar de mim. Ela já não é mais a mesma mulher cheia de energia de antes, mas o amor ainda continua ali.
— Lexi, seja bem-vinda, minha menina — ela sorri para mim — Está pálida...foi por ter saído sem tomar o café.
— Estou bem, Paulina — asseguro, sorrindo pequeno para esconder a agonia que a curta conversa com Pierre me causou — Só preciso de um suco de laranja para me refrescar.
— Suco não enche a barriga — reprova, mas sempre sorrindo — Vou preparar uma salada de frutas completa com iogurte. Está bom assim?
— Está perfeito, Paulina — sorrio genuinamente, mesmo que seja fraco.
Paulina dá duas batidinhas nas minhas costas e eu me dirijo às escadas, subindo rápido para ocupar a mente com coisas mais produtivas, e não com alguém que nunca valeu a pena.
Um banho refrescante me ajuda a despertar do transe, e logo já estou terminando de elaborar o plano de marketing para a Agathe que Lucca solicitou, e comendo a salada de frutas com iogurte que Paulina preparou.
Digito furiosamente no computador, seguindo as etapas essenciais para elaborar um bom plano de segmentação.
Outra vibração e melodia ecoam do meu celular disposto no canto da escrivaninha. Fico parada, olhando o ecrã de longe, receando que seja Pierre de novo, mas quando me aproximo, vejo que é o meu chefinho.
Um solavanco atinge o meu peito, fazendo o meu coração começar a bater forte. Dou um sorriso de gato de Cheschire e logo o meu corpo inteiro se acende, aquecendo diante das lembranças e da necessidade fogosa que ainda tenho dele.
Fazem três dias desde que transamos e temos escondido muito bem o rolo entre nós. Bom, pelo menos ele tem escondido muito bem, pois, eu admito que sempre que ele está por perto, não consigo tirar os olhos de cima.
Achei que quando finalmente transássemos, a vontade iria passar, mas não, ela ainda está aqui, mais acesa do que nunca.
Pego o aparelho e atendo em tempo recorde, me recostando na cadeira para dedicar a minha atenção e tempo a ele.
— Tempo demais sem atender — me avisa, mas as vozes de fundo chamam mais a minha atenção — Vocês podem fazer menos barulho?!
Espero que as vozes cessem do outro lado e de repente ouço passos e depois, um clique de porta. Parece que ele teve que sair de onde estava para evitar o barulho.
— Não me diga que começou um voluntariado em uma creche. Aww, que amoroso — brinco, encenando um beicinho.
— São só os meus primos — ele explica, desinteressado — Tudo bem por aí?
— Esse é o chefe, o dominador, ou só o Lucca falando? — continuo com humor, mesmo que ele nunca esteja apto para brincadeiras.
— Depende de como você vai se comportar. E já posso ver que está muito bem humorada hoje.
Eu não estou. Melhor, eu não estava. Mas falar com ele melhorou o meu humor a cem por cento.
Não preciso de muito, só ouvir um pouco a voz dele, nem que seja me dando ordens.
— E ser uma emo depressiva como você? Deixa estar.
— Anteontem chegou um convite aqui em casa — muda de assunto, suspirando — "A sociedade Dauphin lhe convida para o baile beneficente do ano..." Não sabia que o seu pai ajuda criancinhas desfavorecidas.
Ignoro o jeito desdenhoso que Lucca fala do meu pai, mesmo que não seja assim que amigos e até mesmo sócios devam falar uns dos outros. Talvez ele esteja só de mau humor, como sempre.
— Dauphin é a minha mãe, não o meu pai, chefinho — explico — Quem convidou você foi ela.
— E você vai? — pergunta, subitamente interessado demais.
— Eu tenho que ir. Todo ano ela dá um baile beneficente e eu fiquei cinco anos sem prestigiá-la — digo com certa melancolia.
— Então eu também vou.
O meu sorriso, que já ocupava as minhas bochechas inteiras, agora se abre mais, quase chegando perto dos olhos.
Saber que ele vai é uma coisa, agora saber que ele vai por mim, é algo totalmente diferente e muito, muito melhor.
— Não consegue mais ficar longe de mim? — murmuro, brincando, mas com um fio de esperança.
— Eu consigo — ele me dá um tapa-olho fortíssimo — Mas o tal Durant não. E aposto que Brigitte o convidou.
No entanto, a sua possessividade e necessidade de demarcar território me deixam mais acesa. Ele vai porque não quer outro homem perto de mim, e eu me lembro das suas palavras no box do banheiro. Não poderia me sentir mais satisfeita, mas decido não dizer nada quanto a isso, para que ele não arruine o meu bom humor com seus tapões ácidos.
— Gosto do seu sotaque francês, parece nativo — apoio o queixo na mão sobre a escrivaninha — Mas confesso que prefiro te ouvir falando italiano.
— Você fala italiano?
— Bem pouco, sei quase nada — encolho os ombros — O que você disse no outro dia?
Um silêncio breve se instaura na linha e eu apenas ouço a sua respiração ruidosa.
— Que você é uma filha da puta por me engolir tão bem — ele chuta, como se não fosse nada, e eu engasgo com a minha própria saliva — Como está a sua buceta? Melhorou?
— Lucca! — guincho, em tom de repreensão.
— A mini Fadinha — corrige, sem se importar em parecer um pervertido desbocado — Continua com dor?
— Não — minto, cruzando as pernas, sentindo as minhas bochechas aquecerem — E não me pergunte sobre essas coisas, é...constrangedor.
— Eu me preocupo com o seu bem-estar, porque sou eu quem acaba com ele — diz, baixo e grave — Se eu perguntar sobre a sua buceta, você responde, porque é isso que boas submissas fazem. Entendeu?
Engulo em seco, começando uma pequena fricção nas minhas coxas.
— Sim, entendi — digo num fio fino de voz.
— Ótimo, Fadinha. Coloque um vestido com fenda mais tarde.
— Por quê? — lambo os lábios, que ficaram subitamente secos.
— Porque eu quero e estou mandando — solta, impaciente — Sem questionar, menina.
— Tudo bem. Eu vou...usar um vestido do seu agrado, senhor — solto, baixo e complacente como eu sei que devo fazer.
Sem dar mais alguma resposta, Lucca encerra a ligação e apenas os bips finais ecoam no meu ouvido, me despertando do meu estado de submissa para um de aflição e alerta.
Rapidamente me levanto da cadeira e corro em direção ao closet, que é do outro lado do quarto e fica colado ao banheiro.
— Vestido com fenda pra' ontem — digo para mim mesma, antes de começar a revirar os armários para achar o ideal — Este!

Como todos os outro bailes que Brigitte Dauphin LeBlanc já organizou, este está perfeito. É claro que teve ajuda das amigas e outras mulheres da família, mas é nítido que cada detalhe tem o seu toque mágico, e que ela teve participação em tudo.
Sorrio, adentrando o local, trajando um vestido de veludo preto, tomara que caia, com uma fenda gritante na perna esquerda. Os saltos são scarpin prateados e um casaco de pêlos, que eu deixo na portaria para me sentir mais à vontade, circulando entre as pessoas no salão.
Meus braços e ombros estão descobertos, e meu busto é enfeitado com um colar de diamantes delicado, que combina com a presilha de prata no meu penteado elaborado.
Papa larga o meu braço e se despede, indo cumprimentar alguns de seus conhecidos em algum canto da festa.
Olho em volta, passando o olhar por cada rosto nas inúmeras mesas, e nenhum deles é quem eu procuro.
Avisto inclusive Bryan Durant, como Lucca bem disse, mas ele não me vê, o que eu agradeço com toda a minha alma.
Um garçom passa por mim com uma bandeja de canapés em uma mão e uma de champanhe na outra. Eu pego uma taça e um canapé, que rapidamente levo à boca, mastigando para ver se engano o estômago. Não comi como deveria hoje, minha esteticista e nutricionista francesa teria puxado a minha orelha fora se soubesse.
Dou um pequeno gole no champanhe e sorrio, antes de ser interpelada por um pequeno grupo seleto midiático, ao qual foi autorizada a entrada, e que com certeza tem a confiança dos meus pais, senão, nem estariam na porta.
— Senhorita Alexa, após cinco anos longe de casa, finalmente retorna para o seio da família. Nos conte, como se sente? — um deles começa, espetando o microfone na minha frente.
— Não podia me sentir melhor. A França é a minha terra natal, eu não posso negar, mas a minha verdadeira casa é onde está a minha família — respondo, educada.
— E sobre os negócios do seu pai? Ouvimos dizer que tem estado mais próxima do que nunca — outro intervém, roubando a minha atenção.
— Com certeza. Está chegando o dia em que tomarei a frente de tudo, então tenho que me preparar.
Vejo uma mulher espremida entre os homens afobados e tagarelas, tentando chegar até mim. Eu aponto para ela e eles se afastam, deixando que venha até mim.
— Acho que agora é a sua vez — sorrio, gentil.
— Obrigada, senhorita Alexa — ela agradece, respirando fundo — O meu nome é Linda Brown. Tenho muitas perguntas, mas gostaria que me dissesse quais são os seus planos agora que está iniciando uma nova carreira e enveredando por novos caminhos. Vai deixar as redes sociais para trás?
— Nunca, longe de mim — rio baixinho — Graças a Deus, eu tenho como conciliar tudo, a LeBlanc e as redes sociais. Não quero que...
Sou interrompida por uma figura que passa ao meu lado, deixando para trás o perfume ao qual eu me afeiçoei tanto, e que agora eu já não consigo parar de pensar.
Lucca se dirige ao grupo do meu pai, cumprimentando-os e mantendo uma certa distância.
Noto que ele sabia que era eu ali sendo entrevistada, quando olha para trás, diretamente para mim, e pisca um olho cúmplice, fazendo as minhas pernas bambearem.
Puxo o ar e deito.
— Disse que tem muitas perguntas, certo? — pergunto à ela, que acena em confirmação — Vamos agendar uma entrevista para a próxima semana, ok? Contacte a minha agente, por favor.
Dito isso, me afasto do grupo midiático, fazendo questão de passar bem perto de onde Lucca está, e lhe lançando um olhar, pois, eu não consigo parar de olhar.
Está tão lindo no seu smoking negro e o cabelo penteado para trás. Me acompanhando com o olhar, o maxilar cerrado, uma mão num dos bolsos e a outra cerrada em punho rente ao corpo. Superando todas as expectativas que antes tinha sobre um homem.
— Boa noite, senhores — cumprimento quando chego perto dos cinco homens — Lucca? Me daria o prazer de uma dança?
Meu pai arregala os olhos ao meu lado e solta um suspiro de surpresa, me fitando como se eu fosse uma alienígena.
Provavelmente ele acha que a princesinha dele não seria capaz de convidar um cavalheiro para dançar, sendo ela uma dama.
— Não poderia dizer que não — ele responde, olhando para o meu pai com um brilho de diversão nas íris.
O ogro estende uma mão na minha direção e eu pouso a minha na dele, deixando que me puxe para a pista, e comece a me guiar ao som da música.
Imediatamente me lembro da nossa primeira dança, e que ele se sentiu tão incomodado em estar perto de mim, que se afastou como se eu fosse uma praga.
Sinto uma tristeza súbita, algo tão grande, que é como um buraco no meu peito. Nunca me importei com o que acham ou deixam de achar sobre mim, mas com Lucca é diferente.
Eu me importo porque me esforço para agradá-lo.
Mesmo inconscientemente, quero que o seu olhar pousado em mim reflita muito mais do que apenas a sua autoridade de dom.
— O tempo passa e as coisas mudam, não é mesmo? — comento, à medida que nos movemos pela pista, numa valsa graciosa.
Ele dança lindamente, nem parece o cara travado do outro dia. O que só me deixa mais curiosa sobre o motivo dele parecer me odiar tanto antes.
— O que quer dizer com isso, Fadinha? — responde, pressionando a palma na minha cintura.
— Lembra de quando dançamos na minha festa de boas-vindas? — relembro, unindo mais o meu corpo ao dele — Você mal queria me tocar...
— Não estava num bom dia...— responde vagamente. Não me sinto satisfeita.
— Está mentindo — pontuo — Disse que não era bom em alguma coisa. Em quê?
— Em relacionamentos — determina — Achei que era isso que queria. Interpretei mal as suas intenções.
Suas palavras me deixam momentaneamente calada, e me obrigam a desviar o olhar, avistando maman e a tia Françoise ao longe, cochichando alguma coisa.
— Por que abomina tanto se relacionar seriamente com alguém? — solto, sem pensar — Ou o problema está em mim?
Um bufo pouco elegante escapa da boca de Lucca, que solta a minha cintura e com a mão na minha, me faz dar um giro na pista, depois me puxando de volta para perto.
Arfo diante da forma como me agarra e do seu olhar penetrante em mim.
Deveria me importar com o que acontece à nossa volta, mas para mim, só Lucca tem a minha atenção agora.
— Saiba que se o problema estivesse em você, eu nem mesmo estaria aqui agora.
Travo a respiração e um sorriso bobo ameaça surgir no meu rosto quando ele sobe a mão pelas minhas costas e toca os fios de cabelo na minha nunca, dando um leve puxão.
— A música acabou — ele avisa, piscando um olho para mim.
Com muita relutância, eu me afasto, pigarreando para recobrar os sentidos.
As luzes do salão se tornam mais brandas e apenas o palco tem uma luz forte.
Noto que as pessoas vão ocupando os seus lugares, e enquanto eu estava em transe, Lucca já tomou uma cadeira em um mesa ocupada por Manon, tia Françoise e algumas poucas pessoas que não conheço. Três lugares estão vagos.
Parada como uma burra no meio da pista, me obrigo a caminhar até a mesa, e me pergunto que raios acabou de acontecer. Balbucio coisas desconexas, me sentindo estranhamente mole e com um formigueiro intenso nos pés.
É estranho, isso nunca aconteceu comigo.
Quando me sento, ao lado de Lucca, suspiro inúmeras vezes para acalmar as reações estranhas que o meu corpo está tendo.
— Está tudo bem? — sinto a mão grande que reconheceria até de olhos vendados, tocar a minha coxa descoberta pela fenda.
Olho para ele, repentinamente me sentindo melhor e esboço um sorriso fraco, lambendo os lábios com batom depois.
— Huhum — assinto — Foi só uma pequena baixa de pressão.
Ele me analisa por mais alguns segundos, seus olhos brilhando com algo que não sei distinguir. Até que o homem dos lances sobe ao palco e introduz o baile, com minha mãe dizendo algumas palavras de agradecimento depois.
— Não sabia que se conheciam — Manon fala ao meu lado, olhando para mim e para Lucca com curiosidade.
— Erh...hm...— pigarreio, tentando não prestar atenção às carícias lentas de Lucca em baixo da mesa — Ele é sócio do meu pai e estamos trabalhando juntos em uma campanha...
— Fiquei sabendo da sociedade do Lucca com o tio Maurice, mas não sabia que vocês dois estão trabalhando juntos — seu sorriso morre e um brilho enciumado surge nos seus olhos — Qual é a marca da campanha mesmo? Lucca deve ter me contado, mas a conversa foi tão longa e agradável, que eu não me lembro de tudo...
Rapidamente minha cabeça se vira para o safado sem vergonha ao meu lado, que trilha um caminho com os dedos até a minha calcinha de renda e brinca com as pontas ali.
Já nem preciso dizer que a minha excitação nesse momento poderia ser equiparada com um rio corrente.
— Agathe — ele responde, olhando para mim, centrado.
— Eu amo essa marca, os perfumes são maravilhosos...
Manon começa a tagarelar incessantemente, enquanto Lucca apenas acena para ela, fingindo que está prestando atenção, e os lances começam a ser dados para um artigo sendo leiloado, que eu não sei o que é, nem quero saber.
Dois dedos de Lucca procuram caminho até a minha entrada e deslizam facilmente para dentro, se acomodando entre as minhas paredes quentes, molhadas e necessitadas. Reprimo um gemido doloroso, sugando o ar com força e fincando as unhas na tolha da mesa.
—...você não acha, prima? — Manon pousa a mão no meu ombro, e eu me sobressalto de susto.
— Com certeza — sorrio amarelo, quase derretendo na cadeira quando os dedos de Lucca começam um vai e vem ritmado.
Filho da puta esperto que me fez usar um vestido com fenda!
Agradeço a Deus pelo ambiente estar escuro, impossibilitando que alguém veja as minhas feições de tesão.
Mas tudo fica mais difícil quando Manon volta a atenção para o palco e Lucca se inclina na minha direção, bem perto do meu ouvido.
— Olhe para o seu pai, dando lances, despreocupado...e para Brigitte, distraída, satisfeita com o baile que organizou...até Manon, sua prima, bem perto de nós...— eu olho para todos, suspirando de prazer — Ninguém aqui presente imagina o que eu estou fazendo com você em baixo dessa mesa, o que eu fiz no outro dia...Ninguém tem ideia que você é a minha putinha...
Meus músculos íntimos se reviram, enquanto Lucca arregaça a minha buceta com os dedos e esfrega o meu clítoris com selvageria, sussurrando obscenidades no meu ouvido.
— Lucca...— gemo baixinho, mordendo o lábio depois.
— Shh, cale a boca — ordena, ríspido, enfiando até o fim, o que me faz empertigar a coluna para não gritar — Você vai gozar nos meus dedos como a boa putinha que é, sem soltar um só ruído. Não vai?
Prontamente aceno em confirmação, passando os olhos lacrimejantes pelo salão, para me certificar de que ninguém está olhando.
Bryan Durant está me fitando da outra mesa e eu sou obrigada a sorrir e depois desviar os olhos, com medo de que ele esteja a olhar para cá há tempo suficiente para ter visto mais do que deveria.
Lucca não vacila em momento algum, seus dedos entram e saem, apertam e largam, estimulam a minha carne e se dobram dentro de mim, buscando pelo meu ponto de prazer lá dentro, e me fazendo estremecer quando o encontra, como um botão que é só acenar e o meu gozo chega como um enxurrada.
— Ótimo — ele murmura, satisfeito, olhando para o palco para disfarçar — Isso...
— Disse alguma coisa, Lucca? — Manon pergunta com uma intimidade que me incomodaria se eu não estivesse lutando para não gemer em meio ao gozo frenético.
— Disse que a oferta é ótima, mas acho que posso sobrepôr...— mente, retirando os dedos da minha buceta.
— Um fim-de-semana no chalé do meu tio é uma bela ideia para relaxar e fugir da agitação da cidade.
— Concordo — ele devolve, pegando a placa numerada em cima da mesa para dar um lance — Trinta mil.
Todos os olhares se voltam para a nossa mesa, e eu sou obrigada a colocar a mão no rosto, já que um holofote ilumina Lucca, e consequentemente eu, que estou ao seu lado.
Tenho a certeza de que estou com cara de quem acabou de ser fodida e gozou forte.
— Trinta mil — o homem no palco anuncia, sorrindo abertamente — Quem dá mais? Um fim de semana num chalé em Aspen, oferecido por Maurice LeBlanc...quem dá mais?
— Trinta e cinco mil!
O meu olhar, os olhares de todo mundo, e o holofote se voltam para outra mesa, onde Bryan Durant está sentado, erguendo uma placa.
— Ótimo, trinta e cinco mil pratas! — o homem quase grita.
— Quarenta mil — Lucca retruca, duro, fuzilando Bryan, que devolve o olhar.
— Lucca! — guincho, em tom de repreensão, mas ele sequer me olha.
— Cinquenta — Bryan devolve.
Os dois continuam nesse impasse por mais alguns segundos, arrancando suspiros e murmúrios de surpresa de todos os presentes, até que Lucca comete uma loucura.
O chalé do meu pai é lindo e espaçoso, mas um fim-de-semana não vale tudo isso.
— Cem mil!
— Cem mil pratas! Dou-lhe uma...dou-lhe duas...— Bryan se mantém calado, respirando como touro enfurecido — Dou-lhe três...vendido! O fim-de-semana no chalé em Aspen acaba de ser vendido para o senhor à esquerda...
Uma sombra de um sorriso convencido perpassa pelo rosto de Lucca quando seu rosto se ilumina de novo pelo holofote.
Eu juro que lhe daria um tapa se ele não fosse tão absurdamente lindo.
Sei que sou rica e gasto isso e muito mais em poucos dias, mas me irrita saber que Lucca só chegou ao extremo de oferecer cem mil de bandeja para satisfazer o seu fodido ego masculino.
— Eu não acredito no que...— minha fala é interrompida pelo toque do meu celular.
Sou obrigada a me levantar da mesa para não incomodar o silêncio no salão, e quase corro em direção às traseiras do local, para atender a ligação.
Afobada, mal reparo em quem me liga, apenas clico no ícone verde.
— Mon chouchou?

Diz o que achou. :)
Pierre precisa de um choque de realidade, né'?
Me segue e vota aqui, vadia!

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