Capitulo 17 Parte I
Cristal
Corro o mais rápido que posso para chegar ao quarto. Algo dentro do meu coração dói, minha cabeça lateja. Quando estou finalmente no quarto me tranco e caio na porta, o choro que eu evito sempre vem rápido e doloroso.
Ainda não consigo processar tudo que Leon me disse. Eu sempre soube que Marina me odiava, mas jamais pensei que em seu ódio fosse capaz de cometer tamanha atrocidade. Junto com Takki, Marina me fez passar um inferno.
O que me assusta mais é o fato de Takki estar vivo, o meu casamento com ele foi um grande erro. Eu estava ferida e queria machucar Leon, como ele me machucou. Takki na época era um bom amigo, apesar de saber do interesse dele por mim, eu nuncao havia iludido que nós teríamos algo. Pra ele eu não passava da namorada do irmão. Mais quando eu e Leon terminamos, ele continuou do meu lado, foi quando ele fez a proposta de casamento. eu estava cega de ódio por Leon e não enxerguei o grande erro.
Nosso casamento no começo foi ate bem , apesar de eu nunca engana -lo a quem meu coração pertencia, Quando eu disse que fiquei grávida, me lembro de que ele fez questão de anunciar em frente a toda família, mesmo sabendo de tudo . o rosto triste e magoado de Leon não me passou despercebido, naquela noite quando eu olhei para Takki, ele ostentava um sorriso sombrio e satisfeito. com o tempo a coisa foi de mal a pior, Takki já havia tirado a máscara e mostrado a verdadeira face. Eram brigas e mais brigas tudo por causa de Leon. Foi então que eu percebi duas coisas; Takki sentia inveja de Leon, não uma inveja que todo mundo sente, não. Era quase uma obsessão.
Sou tirada das memórias sombrias pelas batidas na porta e a voz angustiada de Leon. Se eu fechar os olhos ainda posso ver, o rosto em choque quando eu comecei a jogar todas as acusações e verdades nele, o que mais me surpreendeu foi o choque de suas feições quando eu o culpei pela surra e seguida pela morte do nosso bebê. O que me leva a crer que Leon não é responsável pela surra, ninguém consegue ser ator o tempo todo e fingir as emoções que transmitiu. Então como uma avalanche o pensamento me bate, se não foi Leon só existe uma pessoa que me odeia ao ponto de mandar me dar uma surra; Marina. Levando em conta que ela e Takki roubaram a empresa e me incriminaram.
_ Cristal, nos precisamos conversar. Por favor, abre a porta - Leon pedi.
_ Eu não quero conversar com você Leon, o que eu tinha que dizer já foi dito. Quando eu precisei que você acreditasse em mim, você virou as costas - Digo tentando arduamente não chorar.
Eu escuto quando ele engole em seco e quando ele volta a falar sua voz está embargada.
_ Eu quis acreditar em você Cristal, eu quis muito, mesmo quando todas as provas estavam contra você, eu quis te ajudar. Porque eu te amava, e a mulher que eu conheci não seria capaz de fazer tamanha atrocidade, mas as provas começaram a parecer e tudo te incriminava. Eu estava decepcionado, e no fundo eu me senti traído. Quando eu fui falar com você, você também não ajudava. - Ele diz quase tão baixo que e difícil escutar.
Sua confissão me choca, mais nada que ele diga agora vai mudar o fato que eu passei anos presa por um crime que eu não cometi, que por maldade de pessoas, eu perdi dois anos longe da minha filha, e isso e que mas dói. Eu não vi Beatriz crescer, ela nem sabe quem eu sou. Estou cansada e emocionante exausta. Eu não quero ter uma conversa agora com Leon.
_ Eu não quero conversar agora Leon, não quando eu estou machucada demais, para se quer querer ouvi o que você tem a dizer - Digo sinceramente.
_Tudo bem Cristal, eu vou respeitar seu espaço, mas saiba que nos temos que conversar. Agora eu vou e te deixarei descansar, mas nos precisamos conversar - Diz.
Eu escuto ele se afastar da porta. Quando eu acho seguro o bastante e sei que ele não me ouvirá eu volto a chorar copiosamente. Leon está certo nos precisamos conversar mas não agora. Agora a única pessoa que sou capaz de falar é Jud, ela esteve lá para mim quando eu mais precisei, ela sempre escuta sem fazer julgamentos e esse é uma dos motivos de me fazer ama -lá tanto.
Saio do chão e corro para o banheiro me arrumar pra ir ver Jud.
****
Arrumada vou a caminho da cozinha avisar a Bah, que sairei, não quero deixar ninguém preocupado com minha saída. Chegando lá eu encontro B, perdido em seus pensamentos, passo a estuda -lo, ah algo sobre ele que me faz pensar que eu já o conheço. Eu não sei o que é, é familiar, me trás paz e me faz sentir segura. E como se já o conhecesse de algum lugar, B pode até parecer assustador com sua altura e cara de poucos amigos, mas quando ele está com Bia eu só vejo um cara doce. Percebendo que está sendo observado ele vira e me dá um sorriso de covinhas adoráveis, mas que morre logo que ve minha expressão.
_ Qual o problema Cristal, você esteve chorando? - Ele se aproxima e toca meu rosto com carinho, não é nada sexual é como dois amigos que se cuidam
_ Não é nada B, só a vida mostrando que ela pode ser uma cadela do mal quando quer - Digo uma meia verdade.
_ Tudo bem, se você não quer contar eu vou respeitar. Eu sei que sou apenas seu segurança, mas você pode contar comigo quando precisar Cristal - Diz com sinceridade nos olhos, que eu acredito.
_ Isso também serve para você B. não sei o que é mais eu sinto essa conexão com você. Você também pode contar comigo quando precisar. Agora será que você poderia me levar a casa do meu tio? – Digo sorrindo.
- Claro- Sorrir em resposta.
Antes de saíamos eu escrevo um bilhete e colo na porta da geladeira informando onde estou indo.
***
O caminho para casa do meu tio foi feito comigo e B. conversando, quer dizer, eu conversando ele apenas me ouve e quando precisa responde. B. é muito misterioso, ele fala pouco de sua vida a única coisa que eu consegui arrancar dele foi sobre seu amigo Ray, pelo que vi eles são bastantes amigos. Chegamos ao apartamento e B. Olha estranho para casa por alguns minutos..
_ É um prédio bonito - Diz
_ Sim, meu tio tem bom gosto. Apesar de acha - ló muito grande para apenas duas pessoas. Mas acho que meu tio, só o mantenha por ter sido a casa que o filho dele foi criado - Eu não sei o motivo de falar isso pra B. ele nem ao menos conhece meu tio. Mais antes que percebo estou desatando a falar.
_ Onde está o filho dele? - Me pergunta de repente.
_ Morto, ele morreu em um acidente junto ao meu pai - Engulo em seco, apesar de não conhecer meu pai eu só ouvir coisa maravilhosas sobre ele.
_ Sinto muito Cristal. - Ele diz com pesar na voz.
_Tudo bem - Querendo sair desse assunto triste eu mudo de assunto - Você não quer subir e conhecer a Jud. Você ainda não a conhece, ela morava na mansão junto conosco. - Algo me diz que a Jud gostará de B.
_ Eu tenho que voltar e pegar a Bah no mercado. Quando você quiser voltar só precisa me ligar e eu venho te pegar – Diz, percebo que ele ficou estranho, mais deve ser coisa da minha cabeça.
_Tudo bem, tchau B.- Me despeço.
***
Chegando a porta do apartamento do meu tio estranho o fato que ela está destrancada, apesar de ser um bairro nobre ninguém está a salvo de assaltos. Quando entro paro espantada na porta mesmo, com a cena que eu vejo. Era para supostamente meu tio estar trabalhando já que não estou la, levando em conta o horário. eu quero rir do fato que sempre que eu chego nessa casa os pego em uma cena constrangedora.
_ Hummm... Isso ursinho - Jud geme. Acredito que Jud e a única pessoa que pode chamar meu tio pelo apelido de ursinho e não ter o rabo cortado. Os dois estão deitados no grande sofá da sala. Meu tio está por cima de Judith completamente vestido de um terno italiano. De Jud só se pode ver as pernas que estão enroladas na cintura de Luiz. Mas pelos movimentos que meu tio faz com o quadril eu sei que eles estão transando. Não me aguentando eu grito acabando com a festa do casal de pombinhos.
_ Mas que merda, isso virou moda, sempre que chego vocês dois estão transando. Sério, tenho que procurar um psicólogo urgentemente e tirar as cenas depravadas da minha mente - Digo num falso tom chocado, com o som da minha voz, meu tio pula longe de Jud tentando fechar as calças e Jud esconde o rosto em um travesseiro. Resolvendo da um pouco de privacidade a eles eu fico de costa.
- Sinto muito Cristal, não sabíamos que viria se não estaríamos te esperando completamente vestidos. Eu juro com todo meu coração - Meu tio diz meio envergonhado.
Eu sorrio, e quando me viro não posso conter a gargalhada que escapa da minha boca quando vejo no que Jud esta vestida.
_ No que diabos você está vestida Jud? - Ela está vestida em uma saia plissada com passadores e camisa branca com um no na cintura. Os cabelos trançados em duas chuquinhas. Quando enfim chego à conclusão do que é a fantasia Jud fala.
_ Colegial sexy - Diz com um sorriso e olha para o meu tio que está arrumado segurando uma pasta, ele atira um olhar sujo de volta pra ela.
_ Judith - Meu tio a repreende e vira pra falar comigo - Eu realmente sinto muito Cristal, você pode vim sempre que quiser. Agora eu tenho que voltar para o trabalho, tenho uma porrada de trabalho para fazer.
Ele se aproxima de Jud a beija castamente e cochicha algo no ouvido dela arrancando um sorriso, quando ele vem na minha direção me dá uma abraço e beija na minha testa, curiosamente me pergunta se está tudo bem comigo e com Bia. Meu tio tem um fraquinho por minha princesa sempre que pode ele e Jud ficam com ela. Nem preciso dizer que Bia os adora.
Depois que meu tio saiu eu olho mais uma vez pra Jud e gargalho, ela me mostra o dedo do meio e soube dizendo que vai se trocar.
***
CONTINUA.....
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