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Capítulo 6

-Ah meu Deus, lá vem você falando mal do rapaz novamente. Os ouvidos dele irão pegar fogo desse jeito, Esme. Então o nome dele é Miguel? -diz Mad me olhando de forma sugestiva e colocando os discos em ordem...

25 de setembro de 2020

-Vovó espera. O que são discos? -pergunta a pequena Sara, olhando com curiosidade para a sua avó que sorria com a interrupção da pequena.

-Discos eram objetos finos e redondos mais ou menos desse tamanho. -diz Esmeralda, fazendo com as mãos o sinal de tamanho para a neta. -Eles serviam para ouvirmos música meu pequeno favo de mel.

-Ué, pra quê comprar um negócio desse tamanho se podia ouvir no Spotisy do celular?

-É Spotify filha. -grita Maria da cozinha.

-Oh minha netinha, não havia celular naquela época. -explica a senhora gentilmente. A pequena Sara arregala os olhos em um susto tão grande, que parecia que a sua avó havia falado a coisa mais absurda de todo o universo.

-COMO ASSIM NÃO TINHA CELULAR? -ela diz abismada.

-Não tínhamos meu amor.

-E como a senhora vivia vozinha? E se precisasse conversar com alguma amiguinha? -pergunta a garotinha ainda em choque eminente.

-Tínhamos telefone fixo mocinha. Agora podemos voltar para a história? -pergunta dona Esmeralda, sorrindo e acariciado as bochechas gordinhas da neta.

-Sim sim vovó perdoa eu. Continua. -ele diz soltando um sorriso aquecido e alegre.

Novembro de 1982

Estávamos no horário de trabalho e eu ficava na parte do caixa, enquanto Mad atendia os clientes de forma simpática e animada como sempre.

A loja era dos pais dela, e após um ano do ocorrido com minhas pernas, a antiga funcionária se demitiu e eu recebi o convite de emprego como uma forma terapêutica de sair de casa e tentar mais uma vez seguir em frente.

Era incrível como essa frase me perseguia. No entanto, passar metade do dia com a minha melhor amiga não era um trabalho tão ruim assim.

-Eu só estou lhe contando o quanto é inconcebível meus pais terem convidado ele para trabalhar lá em casa. Não percebe como isso será a minha tortura diária Mad? Aquele homem me dá nos nervos sorrindo toda hora e sendo simpático o tempo inteiro. Afe, quem é feliz assim o tempo todo? -pergunto indignada organizando as moedas no caixa.

-Céus Esmeralda. Você é tão rabugenta! Parece até uma bruxa má dos desenhos animados que não consegue conviver com pessoas alegres. -diz Mad revirando os olhos e mudando a postura automaticamente quando vê um cliente entrar.

Uma senhora de cabelos grisalhos e um chapéu rosa com flores entra toda sorridente procurando um disco de músicas românticas.

Madeline com todo carisma a encaminha para a área de músicas internacionais e depois testa no tocador de discos. Vejo a senhora suspirar e sorrir satisfeita finalizando a compra.

-Ah, o amor. Vocês jovens devem aproveitar a vida enquanto não sentem dores nas costas e em lugares que vocês nem sabiam que existiam. A vida passa rápido demais mocinhas. -diz a velhinha sorrindo pra mim e pra Mad, me entregando o dinheiro no caixa.

-Ouviremos seu conselho dona Aparecida. Eu mesmo sou louca pra viver uma grande história de amor. -diz Mad colocando as mãos no peito e suspirando de olhos fechados. Sinto a ânsia de vômito querer me invadir.

Quanta bobagem e ilusão!

-Não revire os olhos garota de franjinha. Sou velha, mas não sou cega. Não pense que você está imune a esse sentimento. Depois eu ficarei sabendo que você se apaixonou, e eu farei questão de dizer que eu avisei. -ela diz batendo a bengala no balcão do caixa e eu me assusto com a atitude da senhora astuta.

Mas era só o que me faltava!

-Não ligue para ela dona Aparecida. Vem, não se estresse por causa da sua pressão alta. Te acompanharei até a porta. -diz Madeline sorridente e gentil, bajulando a idosa intrometida até a porta.

Ora essa, eu nem disse nada!

Madeline volta discutindo comigo novamente sobre como o amor é lindo e importante e todas essas baboseiras. As palavras da minha amiga loira de sardinhas entram por um ouvido e saem pelo outro enquanto eu aceno com a cabeça fingindo escutar.

-Eu sei que você não está me escutando Esmeralda, não pense que sou burra. -diz Mad com a cara emburrada e os braços cruzados. Sorrio ao ser pega no flagra.

-Poxa era mais legal quando você era mais bobinha Mad. -digo em pirraça e ela dá a volta no balcão começando a me bater.

-Sua...sua...-ela gagueja tentando me xingar sem conseguir.

-Amiga maravilhosa. Olha lá, chegou mais um cliente, vai trabalhar. -digo em ironia e ela dá pulinhos de raiva tentando se conter. Sorrio ao ver minha doce amiga estressada e pisco em sua direção a encorajando a ir atender o rapaz de camisa azul marinho que olhava incessantemente para a ala dos discos de rock.

-Você ainda me paga Esme. Aliás, coitado do Miguel. Coitado daquele pobre rapaz que terá de lhe aturar enquanto estiver na sua casa. Tente não quebrar de novo o pé dele antes que ele te processe. -ela diz saindo com a cabeça levantada.

Mas que abuso!

Fecho e abro a boca tentando associar o que escutei, e respiro fundo olhando para o relógio da parede. Acalme-se Esmeralda, você ainda tem 3 horas antes de vê-lo novamente, e elas irão demorar bastante a passar.


Não demoraram a passar. Aqui estava eu, da janela do meu quarto, vendo Miguel passar de um lado pro outro no jardim da minha casa conversando e sorrindo com o meu irmão.

Quanta audácia! Até o Fred virou amigo dele?

Suspiro frustrada e tento passar no porquê de eu estar agindo dessa forma. Ora essa, ele era apenas um homem normal com bíceps demais e um sorriso bonito.

Fecho os olhos e sinto um aperto no peito, me lembrando do estrago que um homem com sorriso bonito pode fazer.

Tento afastar minhas lembranças do passado e resolvo ir na cozinha buscar uma água pra beber. Como sempre, encontro minha mãe no fogão sorrindo e terminando o almoço, cantando uma música de Roberto Carlos.

-Eu tenho tantooooo pra lhe falar, mas com palaaaaavras não sei dizeeeer...

-Como é grandeee, o meu amooor, por você. -completo sorrindo e assustando a minha mãe, que estava de costas e se vira derrubando a colher de pau no chão. Ela sorri segundos depois, fingindo uma cara de brava.

-Assim você me mata do coração mocinha! -ela diz pegando a colher no chão e colocando na pia.

-Desculpe mamãe, vim pegar uma água. -digo e ela semicerra os olhos.

-Garota manipuladora. Sabe que se me chamar de mamãe eu não irei brigar com você pelo susto que me deu. Continua a mesma espertinha de sempre!

-Eeeeeeu? Quê isso mamãe! Como pensas algo assim de uma filha que te ama tanto? -digo fechando a porta da geladeira e bebendo a minha água.

-Aham, sei. Vou aproveitar do seu bom humor hoje e da sua dose de moça carinhosa para pedir que leve também uma água para o pobre do Miguel. Ele está trabalhando desde cedo e eu preciso terminar logo este almoço. -ela diz e eu quase entro em um ataque de tosse engasgando com a água.

-Ah dona Teresa, isso não! -digo rápido passando a mão pela minha blusa que tinha derramado água e vejo minha mãe colocar as mãos na cintura.

-Aaaaaaah então agora eu voltei a ser a dona Teresa. Onde está o doce e o carinhoso mamãe?

-Mamãe linda, doce, maravilhosa e apaixonada pelas músicas de Roberto Carlos. Pode pedir o Fred pra levar? Sabe, eu estou super ocupada agora e...

-Vá agora Esmeralda! Chega de bajulações, isto é uma ordem. Da onde já se viu? Não criei filha mal educada. Mesmo que ele seja um trabalhador temos que tratar bem as pessoas. Leve logo esta garrafa e depois aproveite e convide-o para almoçar. Pastor Ed não ficará nada satisfeito em saber que deixamos o sobrinho dele com fome. -ela diz e coloca a garrafa entre as minhas mãos contra a minha vontade.

Frederico era um inútil mesmo, conversar ele sabe, levar água não. Tinha que sobrar pra mim.

-Tudo bem tudo bem. -digo rendida e me encaminho para o jardim contrariada.

Ao me aproximar da varanda meus olhos encontram Miguel rápido demais. Ele estava de costas cerrando um pedaço de madeira com tanta força que era possível destacar cada veia do seu braço. Não obstante, sua camisa azul colada ao seu corpo só ressaltava os traços daquele homem.

Mas que indecência! Como pode ele vir trabalhar aqui assim?

Ignoro meus pensamentos e quebro a distância que havia entre nós. O barulho da cadeira como sempre chama atenção da minha presença, e vejo ele se virar em minha direção com o seu clássico sorriso no rosto.

-Bom dia senhorita. -ele diz e acena a cabeça, limpando uma gota de suor que descia pela sua testa.

-Minha mãe me obrigou a trazer-lhe esta água. -digo entendendo a garrafa e mantendo meu olhar e postura rígidos. Não funcionou como eu esperava, porque como sempre, seu sorriso bonito continuou ali.

-Eu lhe agradeço então por este tremendo esforço. -ele diz pegando a garrafa e tomando um pouco do líquido. Cerro o olhar em indignação e solto um sorriso irônico.

-Ela também mandou que eu te convidasse para almoçar, mas agradeceria se me poupasse de ter que lhe aturar por mais algumas horas.

-Porque você tem que ser tão grossa sempre? Eu até recusaria normalmente, mas depois da sua fala, aceitarei só para vê-la frustrada.

-Eu não sou grossa, sou realista.

-Toda pessoa deve estar pronta para ouvir, mas tardio para falar e lento para se irar.

-Tiago 1:19. Eu conheço a bíblia, imbecil.

-Apenas conhece, pelo visto.

-O que você quer dizer com isso?

-Nada demais. A pouparei do incômodo da minha companhia, senhorita. Não se preocupe, não estou com fome. -ele diz e por incrível que pareça, senti uma pontada de decepção e bem no fundo, um quê de culpa.

-Tudo bem, foi rude da minha parte, admito. Pode almoçar conosco, minha mãe ficaria feliz.

-Senhorita, és extremamente confusa. -ele diz cruzando os braços.

-Já perdi a conta de quantas vezes tentou me decifrar. Não sou uma música, e não estou disposta a fazer com que me conheça.

-E quem lhe informou que estou disposto a conhecê-la? Nunca esqueci do nosso primeiro e desastroso encontro, em que questionaste sobre a minha masculinidade. -ele diz e se abaixa, apoiando os braços na minha cadeira e ficando próximo ao meu ouvido. -Pois fique sabendo moça, que toda a minha virilidade está muito bem guardada para a minha futura esposa.

-Quem é a louca que iria querer casar-se com você? -pergunto afastando a cadeira um pouco nervosa pela proximidade.

-Olha quem fala. Coitado do homem que a quiser como esposa.

-E quem disse que eu quero me casar? Eu não me apaixono, não se preocupe.

-Ora bolas. Por que eu me preocuparia com você?

-Digo o mesmo. Retiro o convite de novo, vá almoçar na sua casa.

-Você é impossível.

-Você é irritante.

-Ei ei ei o que tá acontecendo aqui? -pergunta Fred interrompendo nossos olhares mortais. Respiro com raiva e viro a minha cadeira, me dirigindo para dentro de casa.

-Nada Frederico. Vá pastar.

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