5 - Mentalmente instável
Atualmente
Melinda pensara em quase tudo, quando pegara no carro pela manhã e rumara directo a Lisboa, prevenindo claramente seu chefe que estava indo buscar um de seus mais importantes colaboradores, senão o mais importante, mas esquecera-se de um pormenor, o seu distintivo não lhe dáva poder de dar alta a um doente instável mentalmente.
Sem contar as verdadeiras razões, ligou a Pedro e pediu o favor de cruzar dados e encontrar o familiar mais próximo de Raúl Travassos dos Santos. O agente ficara curioso com o pedido, mas conhecia Melinda suficientemente bem para saber que ela não lhe diria nada.
Trinta e cinco minutos depois, sentada na sala de espera do hospital, Melinda recebeu a ligação que queria. O parente mais próximo e provavelmente o único, que o homem tinha, era um sobrinho que se chamava Maurício. Porém, havia um senão, ele não se encontrava em Portugal. Segundo as pesquisas de Pedro, Maurício tinha um QI elevado, assim como o seu tio, mas não o usara da maneira certa. Falsificara documentos para entrar na Universidade de Coimbra, e viajava o mundo comentendo acções duvidosas e ilícitas. E neste momento, Pedro rastreara-o em Arzila, em Marrocos.
- Se eu fosse a ti, despachava-me para chegar ao aeroporto - disse Pedro ao telemóvel - Porque eu acabo de te comprar um bilhete de viagem com destino no aeroporto Tanger-Ibn- Batouta. Desculpa, mas era a viagem mais rápida que encontrei. Eu utilizei os fundos da PSP.
Quando Pedro dissera "aeroporto", Melinda não esperara que ele acabasse a frase para se levantar e correr para fora do hospital. Felizmente tinha reforçado o estômago de manhã, antes de sair.
- Eu envio-te os documentos da viagem por telemóvel. O teu vôo parte daqui a 55 minutos.
O destino estava a favor dela naquele dia, pois mal saiu pela porta do Hospital, um uber chegara com um passageiro. Correu antes que o uber fosse embora e levou as mãos ao distintivo. Aquele objeto tornava sempre tudo mais fácil, acompanhado do pedido ou pergunta que queria fazer. Não precisava de implorar ou insistir, só precisava mostrar.
- Você pode me levar até ao aeroporto? - perguntou para o homem.
- Claro, entre - Melinda sentou-se no banco passageiro - Não precisava ter mostrado o distintivo.
Melinda gargalhou.
- Desculpe, sempre uso para ser persuasiva.
- É sério? O seu sorriso já persuade qualquer um - disse o homem sorrindo, mas não de uma maneira maliciosa, o que agradou Melinda - Urgência policial?
- Eu diria que sim.
- Posso perguntar o seu nome ou é confidencial?
- Melinda Torres.
O motorista parou num sinal vermelho e olhou para ela na cara. Os olhos iluminados em admiração.
- Não brinca? Melinda Torres, a campeã de tiro ao alvo por seis anos consecutivos? A melhor no nosso país e talvez do mundo?
Ela sorriu. Era maravilhoso alguém que não fazia parte da polícia a reconhecer.
- Sou eu.
O sinal vermelho ainda não tinha mudado e o motorista mostrou a sua mão para que ela lhe desse a sua em sinal de cumprimento. Melinda não hesitou.
- É um prazer, menina Torres. Faço-lhe a corrida de graça se você me fizer três favores.
Enfim o sinal mudara a meio de seu diálogo e seguiram viagem.
- Você dá-me um autógrafo, faz uma selfie ou duas comigo e dá um comentário sobre mim na aplicação.
- Claro que sim - disse Melinda - mas não precisa fazer a corrida de graça.
- Tem certeza?
- Claro que tenho, senhor... - leu o cartão que ele tinha acima do rádio - Franco. A PSP paga.
- Francamente grato - disse o homem, obviamente brincando com seu próprio nome - Quando chegarmos ao aeroporto, eu dar-lhe-ei o meu cartão. Quando vier a Lisboa, é só ligar.
- Obrigada - disse com imensa gratidão. Acredite, vou precisar e com certeza vou ligar.
O homem estacionara face ao aeroporto dois minutos e três segundos depois. As estradas de Lisboa não eram muito diferentes das do Porto, lotadas fosse a que horas fosse.
Como ainda tinha quase trinta minutos, Melinda fez as selfies com o motorista, autografou a sua agenda e prometeu comentar em como ele era bom motorista na aplicação.
🔥🔥🔥
Não foi difícil encontrar Maurício. Não tanto quanto ele pensava. Ela entrou no bar que ele frequentava com regularidade viu-o de longe negociando com alguém. Vira a cara dele na ficha da Universidade. Quando percebeu que uma briga ía explodir e que Maurício estava prestes a ser espancado, jogou o conteúdo do copo de um cliente aleatório na cara do mafioso e agarrara no braço de Maurício que a deixara guiá-lo correndo para fora do bar. Só pararam por trás de uns contentores do lixo de cor metálica.
Melinda riu porque há muito não fazia nada do gênero. A adrenalina ainda agia em seu corpo. Maurício sentia o mesmo.
- Shakar - disse Maurício - Shukraan lakum.
Melinda tentou manter a postura.
- Ai, não tens de quê.
- Devia ter adivinhado que és portuguesa. Por aqui não existem beldades assim. Como posso agradecer?
Melinda deu um enorme sorriso.
- Essa é fácil - num segundo o sorriso diminuiu de intensidade, porém manteve-se presente - Vens comigo tirar o teu tio do hospício.
Maurício recuou de três grandes passadas.
- Quem és tu? - a desconfiança era notória, sobretudo porque o sorriso anterior se tornara um ritus de sobrancelha muito delinear.
Melinda mostrou o distintivo.
- Melinda Torres, agente da PSP e pertencente de um quadro de jurisdição um pouco diferente, no qual precisamos de pessoas com o QI como o do teu tio.
- Não é como se ele tivesse usado o QI das maneiras mais ortodoxas e moralmente correctas.
- Estamos de acordo. Isso mostra o quanto vocês dois têm em comum, não é mesmo, falsicador de documentos? Isso, é moralmente correcto?
- É diferente. Nunca matei ninguém.
- E acreditas que o teu tio matou...
- Ele foi acusado.
- Como PSP não deveria dizer isto, mas o sistema nem sempre funciona. Escuta, estamos com um caso em mãos. Setenta e uma pessoas morreram queimados pelas veias e isto dentro de um hospital, onde supostamente não deveriam haver esse tipo de coisas.
- Combustão intravenosa - constatou Maurício, o que fez Melinda ficar surpresa e ficar novamente surpresa por ficar surpresa, afinal de contas, Pedro informara-a que Maurício tinha um QI elevado assim como o seu tio.
- É exactamente isso. Sabes alguma coisa sobre isso?
- Não, mas é esse o termo para o que você acabou de explicar.
Era sempre assim, a partir do momento que mostrava o distintivo deixavam de a tratar por tu, para a tratar por você, como se o distintivo a envelhecesse de alguns anos.
- Fazemos assim, tu vens comigo, ajudas-me a tirar o teu tio do hospício e acho que te posso conceder proteção policial.
- Eu sei me proteger.
- Claro, acabei de ver isso agora mesmo.
Pouca gente tinha o poder de o deixar sem argumentos, mas Melinda estava-se saíndo muito bem nesse quesito. Ela tinha qualquer coisa que o instigava a dizer sim e nem era por o seu tio, era por voltar ao seu país. Fazia um tempo que não falava português. Já nem sabia do quanto sentia falta disso.
- E o meu cadastro fica limpo? - perguntou esperançoso e curioso. Seria assim tão importante a esse ponto?
- De quantos crimes estamos a falar, exatamente? - Melinda ergueu as sobrancelhas.
- Mmm, você não abriu o meu dossier criminal?
A luz dos olhos de Melinda mostravam que continuava sorrindo.
- Eu não, mas o meu parceiro em Portugal viu, senhor Luís Liras.
Ele entendeu ao que ela se referia.
- Você sabe que teoricamente isso não é uma falsificação, certo? O meu nome é Maurício Luís Liras dos Santos.
- Eu sei como tu te chamas e é uma falsificação sim, porque tu não és nenhum empregado do registro civil.
- Mas eu podia ser.
Melinda começou a andar em direção a um caminho que levava até à estrada.
- A gente discute mais tarde sobre o quanto tu não usas-te o teu potencial da maneira certa. Para já, temos um avião para apanhar.
- Opa opa opa - disse Maurício parado no mesmo sítio - Eu não concordei com isso.
- Tu concordas-te, sim. Sei quando uma pessoa aceita as minhas propostas pelo comportamento corporal.
Maurício seguiu os passos dela correndo. Ela tinha razão e isso irritava-o um pouco. A sacana da agente era talvez tão esperta e inteligente quanto ele.
Melinda conseguira aceder directamente à pista de táxis e Maurício admirou esse poder dela de encontrar exactamente o que queria. Estava observando a agente, quando se apercebeu que do outro lado dela, a passos apressados, os capangas que o procuravam e dos quais fugiu pouco tempo antes, estavam a vir. Ainda não o tinham visto. Apressou-se a entrar no táxi e chamou Melinda que entrou a correr. Falou em arabe para o taxista seguir até ao aeroporto Tanger-Ibn-Batouta a cerca de duas horas dali, talvez mais e o taxista o olhou com má cara.
- Diga a ele que eu pago o dobro da viagem - pediu Melinda.
Mas o taxista não aceitou. Nem se deu ao trabalho de explicar o que iria fazer, apenas percorreu três quilômetros, obrigou-os a sair do carro e pediu o pagamento justo por aqueles quilómetros. Maurício passou-lhe o dinheiro sorrindo. Ele sabia como algumas pessoas daquele país tinham um feitio arrojado.
- Que mal educado - disse Melinda, que inclusive usara seu distintivo, mas não surtira nenhum efeito.
- Não faz mal. Na verdade até foi bom ele vir para aqui.
- Estás a brincar? - indagou Melinda.
- Não, estou a morar naquela pensão ali - ele apontou para o outro lado da rua - Vamos buscar as minhas roupas.
Mal meteu o pé dentro da pensão, dois homens grandes o pegaram pelo braço.
- Parem com isso - Melinda gritou em português. Mostrou o distintivo.
Uma empregada da pensão, dirigiu-se a ela e disse em francês que o jovem Aziz Al-Rashidi estava sendo expulso porque não pagava o que devia.
Ela não se admirou com a identidade falsa de Maurício e disse que pagava a estadia dele.
- Tem a certeza? - perguntou a mulher.
- Claro - respondeu Melinda - mas larguem-no. Se a ideia é expulsarem-no porque o agarraram e levaram para dentro? Não era suposto levarem para fora?
A mulher olhou para a agente, pensando claramente que Melinda não sabia como as coisas funcionavam ali. Não demorou para dar o recado aos homens bombados e ao seu superior, mas quando Maurício reapareceu tinha um olho todo negro e gemia, por causa de um ombro deslocado.
- Estás bem? - perguntou Melinda.
- Agora estou melhor. Eles eram muito feios, lá dentro.
Melinda sorriu, mas soube perfeitamente que a piada de Maurício era um refúgio para a dor física que sentia. Se antes Maurício não queria ir embora, agora estava achando que Melinda não podia ter aparecido em melhor altura.
- Os meus pertences ficaram todos lá em cima - informou Maurício.
Enquanto Melinda pagava a estadia dele, que ficara bem mais cara do que esperava, Maurício subiu, sob o olhar de um empregado. Só esperava que os seus superiores não se chateassem muito com o financiamento que ela estava retirando dos fundos policiais.
Ficou surpresa quando viu que todos os seus pertences se resumiam a uma mala de desporto cheia. Isso. Apenas isso.
- O que foi? - perguntou sobre o olhar inquiridor da agente - Eu sou prático. Viajo muito.
- Isso eu fiquei sabendo.
- Vamos para o aeroporto, então - disse Maurício apressado.
- Agora tens pressa. Interessante, mas queres saber algo mais interessante- olhou o seu relógio de pulso - São cinco horas da tarde e a minha última refeição foi de manhã. Admito que me abasteci bem, mas quero comer, pois corremos o risco de demorar.
- De acordo, mas não tem que ser em Arzila, pois não?
- Não.
- Então jantamos em Tânger. Conheço um sítio óptimo e não é caro.
- Tudo bem.
Apanharam um taxi até á estação de comboios. De Arzila até Tânger demoraram duas horas e cinco minutos. Eram 7h32 da noite. Melinda nem queria acreditar que fizera tanto e que viajara tanto num dia. Enfim, exigências do ofício.
Naquela cidade, Maurício estava muito mais descontraído que em Arzila. Guiara-os até ao restaurante a pé. Não era longe da estação de comboios. Não era muito diferente da restauração portuguesa. Ao menos Melinda não gastara a sua viagem em vão. Pudera desfrutar de uma boa refeição e mesmo que não admitisse, a companhia não era de deitar fora. E nem era pela beleza evidente do indivíduo em questão, era pelo seu bom humor, pela ligeireza que ele tinha com a vida. Para si nada era tão leve, toda a sua vida transportara consigo o seu passado às costas. Maurício só transportava consigo o presente, metaforicamente e literalmente, bastava olhar para a sua bagagem.
Só de manhã é que teriam vôo para Lisboa, a menos que quizessem ir de barco até Sevilha, na Espanha.
Melinda deixou Maurício escolher um motel. Ele falava a língua, ela apenas compreendia algumas palavras dispersas como as primeiras que ele lhe dirigira quando a vira.
A manhã acontecera sem precalços. Estava ansiosa para chegar em casa e lavar os dentes. Maldito Maurício Santos que tinha que estar em Marrocos. Marrocos! Pelo menos tomara um banho, apesar de ter que recolocar a mesma roupa interior, o que para si foi constrangedor, mas não mais que ficar no mesmo quarto com Maurício que fôra um cavalheiro e dormira no chão. Não tinha sido uma escolha. O motel só tinha aquele quarto vago.
O avião saiu do aeroporto de Tânger às 8h15 e chegara a Lisboa às 10h30.
Enfim, Portugal, pensou Melinda.
Mal saiu do avião, Melinda pegou no telemóvel e no cartão que Franco, o motorista de uber, lhe deixara e marcou o contacto dele. O homem atendeu ao terceiro toque e disse que ía directo para o aeroporto, com entusiasmo. Aquilo fizera Melinda rir.
No entanto, enquanto o humor da agente Torres melhorava, o humor de Maurício decaía.
- O que se passa? - perguntou Melinda - Não tinhas saudades do teu país?
- Nem por isso - respondeu Maurício.
- Não é esse o problema, não é?
Melinda era esperta.
- Não, estar em Portugal não é definitivamente o meu problema. É reencontrar o meu tio desde... sei lá, eu devia ter...
- Quatorze anos. Eu fiz as contas.
- Irritantemente inteligente! - Maurício bufou.
- As pessoas deviam entender que falarem isso não me afecta. Na verdade sinto-me lisonjeada por ouvir tal coisa. Quer dizer que eu as afecto.
- Isso quer dizer que não sou o único que pensa isto? - Maurício levou as mãos à cabeça e quase tropeçou no tapete rolante - Que ideia a minha, claro que não sou o único.
- Não és definitivamente o único.
Mal chegaram à rua, na parte de taxis e ubers, parou um último acenando para Melinda.
- Senhor Franco - gritou Melinda - A gente já vai.
- Franco? - inquiriu Maurício.
- Exactamente. Sê educado.
Ele deixou-se ficar para trás, olhou-a com incredulidade e respondeu quando ela já não podia ouvir:
- Eu sou sempre educado.
A viagem até ao hospital Júlio de Matos, desta vez parecera que demorara ainda menos tempo. Nenhum semáforo estava vermelho e o tráfego parecia estar a favor deles.
🔥🔥🔥
Por fim estava de volta ao hospital psiquiátrico. Maurício não quisera ver o seu tio e Melinda não insistira. Ela queria falar com o cientista, ter um vislumbre da pessoa que ele era e do que o tempo fizera com ele. Queria poder olhar nos olhos dele e perceptar a maldade ou a bondade. Ela sabia que ía perceptar a sua essência olhando em seus olhos. Confiava no seu instinto, ele nunca a deixara ficar mal.
Depois de Maurício assinar a autorização devida, Melinda encheu o peito de ar. O homem que queria ver estava sentado a uma mesa jogando xadrez sozinho, esperando por ela, mas sem a olhar.
Estava a um metro dele quando apareceu uma mulher vestida de branco, como todos os outros ali. Ela pegou no tabuleiro de xadrez e jogou tudo ao chão, frustando Raúl.
- Aiii, sua louca! - insultou-a - Bruxa!
Melinda quis rir, mas conseguiu controlar-se.
Enfermeiros correram até ela, pedindo calma.
- Tu sabes onde está o meu Totem. Eu sei que tu sabes - gritava a mulher se gesticulando, o que dificultava o trabalho dos enfermeiros.
- Sua louca, eu estava quase a fazer xeque-mate.
Melinda deu uma pequena gargalhada controlada.
- Acalme-se, Vimana! - pediu gentilmente um dos auxiliares.
A mulher os olhou com uma repulsa vulcânica no olhar.
- Vocês são seres consporcados pelo Satã. Hereges! - lançou-lhes, enquanto aparecia mais um - Deviam ser queimados nas fogueiras da Inquisição.
Seu olhar foi parar em Melinda.
- Você - a mulher tentava aproximar-se de Melinda, mas rapidamente foi sedada, no entanto ainda conseguiu dizer, olhando Melinda assustadoramente nos olhos - É um deles.
Os enfermeiros e auxiliares levaram-na dali.
Melinda pegou no tabuleiro de Raúl e colocou as peças como estavam antes.
- Ai, que maravilha - disse o homem - como você sabia a posição das peças?
- Eu vi-as antes da...
- Vimana, a louca - colocou o dedo na testa e o girou, dando ênfase na sua frase - Chegou à dois mêses aqui e está sempre a dizer que devia voltar ao convento para encontrar seu totem de barro. Diz que é freira.
- É, vi antes dela as ter virado.
Sorriu sentando-se na cadeira à sua frente.
- Embora seja uma história interessante...
- Interessante é dizer pouco. Ela diz que Homens do tempo a colocaram aqui. Que vem de outro século e civilização. Dá para acreditar?
Melinda girou os olhos para os lados.
- Notoriamente interessante, mas venho aqui por outro assunto. Sou uma agente da PSP da preventiva, fui estipulada para uma segunda aérea de actuação policial que lida com assuntos que... saiem do padrão normal. Vim para recrutá-lo. A gente precisa muito de si, dos seus conhecimentos científicos...
- Quero muito sair daqui, mas apenas se o Maurício vier e ... - calou-se reflexivo.
- Diga...
- Quero um laboratório.
- É claro, não poderia ser de outra maneira. O seu laboratório está situado na cave da Universidade do Porto. Tem tudo que você precisa e se não tiver é só pedir. Não lhe faltará nada, só quero ouvir que posso contar consigo.
- Agente. O que aconteceu?
Melinda inspirou fundo pelo nariz.
- Setenta e uma pessoas morreram no hospital. As veias arderam.
- Combustão intravenosa. Que espantoso - parecia entusiamado com o assunto - Eu posso ver?
- É exactamente aquilo que espero de si. Se você vier comigo verá isso e muito mais.
- Posso fazer autópsias? - perguntou entusiasmado.
- Você não pode, você deve. A polícia pagará um bom salário e encontrará instalações habitacionais, para si e para o seu sobrinho.
Raúl sorriu e aceitou.
Depois de se vestir com uma roupa adequada e pegar numa mala de mão pequena, sorriu para os auxiliares e enfermeiros e informou com orgulho que iria embora. Nem todos ficaram contentes com aquilo, inclusive Vimana que despertara do turpor, se levantou da cadeira e pediu para sair também.
- Vocês não entendem. Ele é inteligente, os homens do tempo nunca o vão achar. Preciso voltar ao meu tempo. Ele... ele sabe viajar no tempo - disse apontando para Raúl.
Raúl olhou para trás quando ouviu aquela última frase e sussurou algo inaudível. Os seus olhos ficaram sombrios por um bocado, como se a mulher lhe tivesse tocado num ponto fraco.
Melinda deu por si perguntado-se se era possível que a ciência permitisse tal coisa, mas rapidamente afastou a ideia da cabeça. Concentrou-se no facto de voltar para casa, desta vez no seu carro e poder tomar um banho e aproveitar o calor da água em seu corpo.
Só esperava que Maurício aceitasse o acordo, porque caso contrário, ela já havia aceite por ele e ele ainda nem sabia para o que ía.
Traduções árabe-português
Shakar - Obrigada
Shukraan lakum - Muito obrigada
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Oi, brasinhas. Este capítulo contém crossovers de futuros livros da saga DOM.
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