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29 - Linhagem de sangue


Actualmente

Depois de perceber que possivelmente o homem com mais mau carácter e criminoso que procurara em todos os seus anos de profissão era na verdade alguém do seu sangue, Melinda sentiu o seu coração sofrer um solavanco. Ou então fôra o chão abaixo de si que abanara. Então era aquela a sensação que fazia as pessoas dizer que lhes haviam puxado o tapete por baixo dos pés.

Com qual problema lidar primeiro? Pois, porque actualmente dois problemas tinham a porta aberta convidando-a a entrar. Por um lado queria correr para o apartamento onde Maurício e o Dr. Raúl estavam a morar, porque precisava muito de um ponto de vista importante que apenas o cientista podia esclarecer; por outro tinha Lavínia ali, bem na sua frente, pedindo a explicação sobre algo que não sabia como explicar. Não a ela que não estava ciente sobre a realidade que havia feito escala na sua vida e ficara desde então. Tratava-se de Lavínia, a irmãzinha que queria proteger. No máximo das vezes, agradecia os céus por Lavínia estar em Coimbra, longe de seus dramas, longe dos criminosos que perseguia e longe das mortes que Señior era capaz de provocar com o seu Impulsionador.

Percebeu nos olhos de Luana, que ela estava entendendo as dobras que sua mente estava tentando desdobrar. A escritora percebeu que no meio de sua aflição falara o que não devia à frente de uma simples civil. Lavínia estava longe de ser uma autoridade policial responsável pela protecção dos civis, era ela quem deviam proteger.

- Lavínia, senta-te! - Melinda pediu.

Lavínia cedeu apenas por um motivo: Melinda tinha pronunciado o seu nome tal e qual como ele era, e Melinda nunca fazia isso. Podia contar pelos dedos as raras vezes que isso acontecera, uma delas foi quando era muito pequena e perdera seus pais, os dois de uma vez. Seu pai morrera e sua mãe fôra para a prisão. Ironicamente não sabia mais o que Melinda lhe dissera, ela apenas conseguia se lembrar que Melinda a chamara Lavínia. Toda a vida, Melinda a chamara apenas de Vi, assim como ela chamava a irmã de Mel, mas naquele momento, duro de vivenciar, Melinda optara por a chamar por o seu nome de registro.

- Desculpa, mas eu não te posso explicar o que se passa aqui e eu sei que este dia deveria ser nosso, mas tenho assuntos de trabalho importantes.

Lavínia estava habituada a ter os seus momentos com Melinda roubados. O trabalho não a deixava em paz nem aos fins-de-semana. A questão que se levantava no entanto, era que ela por muito ingênua que fosse, não era surda ou burra e ela ouvira bem. Sabia que aquele albúm de fotos mostrara algo que fez Luana e Melinda ficarem diferentes. Por isso pegou no álbum de fotografias e olhou a fotografia de casamento de sua avó.

- Andarilho? O meu avô aparece nos teus sonhos? - perguntou Lavínia, olhando Luana e depois virou-se novamente para a irmã - Explica-me! Não penses que eu vou ficar calada e sem perguntas quando eu acabei de ver a Luana desmaiar depois de ver a fotografia do meu avô.

- Espera... - disse Ernesto - O quê? O que tem o meu pai?

Todos olhavam Melinda, alguns esperando respostas, alguns apenas receando o que viria a seguir, metendo nos ombros de Melinda a responsabilidade de os tirar daquela enrascada.

- Mel - Pedro disse ao ouvido de Melinda - Ela não deveria saber sobre... tu sabes.

- Eu sei - disse Melinda.

- Vi - disse Pedro - eu... vou te explicar uma coisa...

- Nem penses em inventar uma história, Pêpe. Eu estou à espera da verdade!

O silêncio naquela sala tornou-se sepulcral.

Melinda pressionou os lábios, deu as mãos uma na outra, pressionando, o calor invadindo-a e quase escapando pelos seus dedos.

Lavínia levantou-se, estar sentada oferecia-lhe uma posição de inferioridade, porque só Luana e Melinda se haviam sentado também.

- Vamos lá, é o quê? Luana... tu sonhas com mortos, ajudas-os a fazer a passagem, tipo Allison Dubois da série Médium?

- Eu... - Luana ficou espantada com a observação. Lavínia estivera tão perto da verdade, tão perto de seu verdadeiro dom. Sim, ela sonhava com futuras mortes ou crimes sobrenaturais, ela era uma Allison Dubois da vida. Seria médium o nome de sua condição mágica?

- Caramba, porque está tão difícil de me dizerem a verdade?

Melinda lembrou-se de Lavínia em seus tenros oito anos de idade, implorando teimosamente para saber porque a mãe tinha de ficar na prisão se não matara o seu pai. Aquela lembrança matava-a por dentro.

- Vai ser assim? Eu sei que médiuns existem, ok? Eu sei que as pessoas depois de mortas tentam resolvar coisas inacabadas.

Melinda chegou à conclusão que talvez não conhecesse tão bem Lavínia quanto pensava, porque tanto quanto sabia, Lavínia não acreditava em bruxas, nem em suas ramificações. Claramente era mais crente que ela, que não acreditava em Deus, nem nada do tipo, mas não a sabia tão crente.

Pedro encolheu os ombros quando Melinda o olhou. Maurício tentou barrar o pensamento de séries como Ghost Whisperer da cabeça, pois Lavínia acabara de fazer uma espécie de sinopse da série e Ernesto estava borbulhando de palavras não ditas dentro de si.

- Que conversa é essa, Vi? - questionou Melinda.

- Vamos meter as coisas deste jeito: eu conheço alguém que fala com mortos, portanto estou muito aberta a que essa pessoa que eu conheço não seja a única com esse dom. O avô deixou assuntos inacabados? É isso?

Melinda sentia-se prestes a explodir. Se o que Lavínia estava a falar era verdade, então ela já estava em contacto com a outra linha tênue que separava a realidade que todos conhecem daquela que apenas alguns podem saber.

- Prontos. Tu tens razão, Vi. Quero dizer, não é nada disso que se passa aqui, mas sim, a Luana é uma espécie de médium e sim, tem assuntos aqui no estilo Pushing daisies, mas não o que estás a pensar, porém eu mesma tenho que perceber certas coisas. Depois de descobrir a verdade, eu prometo que te conto. É por isso que eu vou ter de sair.

- Vamos até minha casa, não é? - indagou Maurício.

- Exatamente - respondeu Melinda - A gente precisa levar o álbum de fotografias da minha avó e o meu tio vem connosco, claro.

- Eu não gosto desse homem - lançou Ernesto.

- Olha, tio, se a minha intuição estiver certa, não tens razão nenhuma para ser hostil com o Dr. Raúl Travassos.

- Eu posso ir? - perguntou Lavínia.

- Não, Vi, mas não precisas te sentir de fora, na verdade podias ir ter com a avó e perguntar-lhe se...

- Se...?

Melinda suspirou. Na verdade vinha pensando naquele assunto há um tempo e ela própria teria perguntado à sua avó, não fosse pelo medo de a ofender. Tinha a noção que sua frontalidade por vezes provocava esse efeito nas pessoas.

- Se temos mais um tio que ela nunca nos tenha falado.

- Temos o tio Erni - respondeu Lavínia, olhando para este com algum carinho. Ela quisera tanto conhecê-lo toda a sua vida!

- Eu sei, mas pergunta se não há outro. Quero dizer... nós nunca tinhamos visto o tio Erni até agora e a tia Ester continua sendo uma desconhecida total, portanto, sei lá, se calhar há mais alguém.

- Não há - disse Ernesto - Porque haveria?

- Porque... - Melinda pressionou mais uma vez os lábios, ela não queria ter que dizer aquilo, por alguma razão aquilo lhe custava horrores, mas mesmo assim ela concluiu a sua frase, apesar da pausa rodeada de suspense - Normalmente se tem um Señior, é porque há um Júnior que lhe prossegue. E tio, tenho a certeza que o Júnior não és tu.

🔥🔥🔥

Diante das possibilidades que haviam sido jogadas na sua cara de maneira tão frontal, Ernesto não teve escolha senão seguir Melinda até à casa de Maurício e do Dr. Raúl. Custava-lhe crer nas crenças de Melinda e mal sabia ele que antes de ter sido recrutada para a DOM, Melinda era descrente de tanta coisa. Atrás deles seguia o carro de Pedro que acreditava na intuição de Melinda cegamente, consequência de trabalhar com ela há tantos anos e saber do que aquela mulher era capaz.

Lavínia, um pouco mais calma, alcançou o próprio carro e seguiu até o apartamento da avó, onde da maneira mais suave que conseguiria, abordaria o sujeito em questão. Sentia-se a fazer parte de alguma coisa da vida da irmã, por uma vez. Normalmente Melinda era muito mais reservada e orgulhosa. Obviamente ainda queria entender o que se estava a passar e porque o seu avô era chamado ao assunto, mas confiou quando Melinda lhe prometeu a verdade. Melinda nunca falhava uma promessa.

Antes de estacionar o carro, Melinda olhou para o banco de trás e viu a expressão pensativa de seu tio. Era bom ver o seu lado humano, o homem ficava demasiado tempo na pele de animais. Será que se se transformasse numa cobra lançaria tanto veneno quanto Estela? Abanou a cabeça, os seus pensamentos sempre encontravam maneira de divagar quando estava prestes a fazer uma descoberta bombástica.

A cada passo, sentia a pressão de sua descoberta. Maurício utilisou as suas chaves para abrir a porta e encontraram uma sala revirada. Livros espalhados, assim como outros papéis e coisas decorativas.

- Tio! - chamou Maurício.

O Dr. Raúl respondeu. Estava sentado no chão, com as costas encostadas ao sofá.

- Que é isto?

- Fomos saqueados.

- Só espero que não tenham sido as Artemísias. Elas estão muito...

- Não - o tio interrompeu-o - Foi aquele homem vil, acompanhado de um surdo, de uma caveira e de um tigre. Disseram que queriam os meus encantos. Os meus encantos - deu um risinho - Loucos! Todos loucos!

Melinda não conseguiu deixar de pensar que na verdade era o cientista quem estava parecendo louco naquele exato momento, as suas palavras pareciam desconexas e sem sentido. Os seus sentidos estavam mais distantes que o normal. Olhou para Maurício que retribuiu o pensamento. Anuiu com a cabeça e alcançou o tio.

Depois de lhe dar uma caneca de cappucino, Maurício sentou o Dr. Raúl no sofá.

- Um tigre - sussurou Melinda - Ele falou num tigre.

Tirou aquele colar que lhe fazia lembrar a morte do pai do bolso de seu casaco. Ultimamente andava mais vezes com ele, como se algo lhe dissesse que lhe ía dar jeito. Que aquele colar teria a capacidade de trilhar caminho até ao assassino de seu pai e ao raptor de seu irmão.

- É - disse Ernesto ao seu lado - Isso mais um monte de maluquices.

- Dá um desconto, tio. Ele passou mais de uma quinzena na psiquiatria. O resultado não foi bom.

- Isso é estranho - disse Pedro - Normalmente não deveria ter ficado mais são?

- Também falou numa caveira - disse Luana - E num surdo. Nossa! Nem sei o que pensar.

Ninguém ali sabia como lidar com o Dr. Raúl em seu estado psicótico, porém as palavras do cientista eram bem menos desconexas e sem sentido do que eram levadas a crer. Maurício no entanto começava a saber lidar com a situação. Sentou-se ao lado do tio e começou a fazer perguntas importantes que exigiam respostas mais importantes ainda.

- Tio, como sabes que um deles era surdo?

- Porque lia os lábios dos outros em vez de os ouvir. Pensas que sou parvo porque sou velho?

- Claro que não, tio. Tu és... - engoliu em seco - um génio - nunca havia pensado dizer aquilo em voz alta.

- E os outros?

- As máscaras deles. Era assim que se chamavam uns aos outros.

- O que vieram cá buscar?

- O meu encanto. Mas eu não tenho. Eu não sou encantado.

- Ele quer dizer que não é um Encantador - disse Ernesto.

- É. Isso aí. Para mim isso sempre foi babuseiras do meu pai, do meu avô... diziam eles que eu herdaria um fio de sangue por causa disso.

- Como é que dá para roubar um poder a alguém? - perguntou Pedro - Isso não é possível. Até eu sei isso.

- Eu tenho a certeza que o Señior também sabe, porém, isso não significa que aceite - falou Melinda, olhando em volta - Eles levaram alguma coisa?

- Levaram - respondeu Raúl - A minha dignidade. Juntamente com uma receita que eu concluí há dois dias. Juro que não entendo como é que ele soube.

- Tioo, não me diga que tem alguma coisa a ver com a desprogeria.

- E se tiver?

- Tio?

- Na verdade deu certo no ratinho e...

- Você experimentou na Gina? - perguntou Melinda quase gritando. Ela nem percebeu no volume precipitado de seu tom de voz.

- Não, eu experimentei em mim.

- Mas você está igual - disse Pedro.

- Exatamente. Portanto, acho que a dedução evidente é que os efeitos demoram ou então que não há efeitos a menos...

- Tio... o que fizeste?

- Nada, só ía dizer: a menos que só dê resultado com animais.

Melinda sentou-se do outro lado do cientista, com o álbum de fotografias de sua avó na mão. Abriu na página em que estivera outrora na sua casa, que fizera com que Luana desmaiasse e com que ela mesma percebesse a realidade e mostrou ao homem que parecia insano.

- Quero que me diga uma coisa, Dr. - pediu o mais doce que podia - Esta cara - apontou para a cara de seu avô - diz-lhe alguma coisa?

Os olhos de Raúl arregalaram-se, a cor de seu rosto mudou drásticamente. Nem precisava dizer nada, porque o seu comportamento já deixara a resposta clara, porém ainda assim ele respondeu.

- É ele - olhou Melinda em choque, querendo uma explicação.

- É o Señior, não é? - perguntou Melinda.

- Sim, o Señior Hernandez.

- Eu conheço como Senhor Aires - respondeu Melinda - Ou melhor, conheceria, se ele fosse vivo.

- Ele é vivo - respondeu Raúl, o mais seriamente possível.

- Não - lançou Ernesto - Ele morreu por causa de si - o tom acusatório era evidente, agressivo.

- Tio - Melinda pediu - Calma! Sem acusações bestas.

- Melinda, teu avô morreu quando eu tinha por volta de vinte e três anos. Achas que ele teria a mesma cara hoje em dia?

- Tio, a desprogeria, invenção do Dr. Raúl tem como objectivo retardar o envelhecimento, não matar.

- Melinda. Existe uma campa com o nome Óscar dos Aires. Eu fui ao funeral. Escondido, mas fui. Ele morreu.

- Viste o corpo?

- Não, mas...

- Mas nada. Tu só confirmas o que eu estou a constatar desde o momento que pus os olhos nesta fotografia. Não viste o corpo, porque ele não estava lá. Ele fingiu a própria morte. Ainda descobriremos o porquê, mas não me parece que seja importante para já. Psicopatas não precisam de razões para ser psicopatas, eles apenas são.

- Ele olhou-me nos olhos - disse Raúl - Perguntou-me por os outros livros. Perguntei do que estava a falar e eles fizeram isso - fez um gesto com as mãos que abranjiam toda a sala - Acho que vou telefonar à agente Alves. Eu gosto dela.

- Ai, homem. Deixe a Inês em paz. É sábado - falou Pedro.

- Olha quem fala - Luana revirou os olhos.

- Eu vou dizer o que penso - disse Melinda - A Luana diz que ele aparece consecutivamente nos sonhos dela. O que tem lógica - pensar nisso fazia-a lembrar da mula sem cabeça dos seus sonhos - Porquê? Perguntam vocês. Porque há muito tempo que ele tem causado morte e é nisso que se baseiam as premonições da Luana.

Luana assentiu.

- Eu reconheci-o na festa, porque me era familiar. Claro que é. Vocês já viram a minha... - engoliu em seco - a Estela e a Lavínia?

Pedro aproximou-se do álbum e olhou a fotografia.

- Realmente. Elas são iguais ao teu avô. É incrível!

- Elas são sim. Não têm como negar a linhagem de sangue. Então tem todos os pontos em comum que não se podem descartar, a vaidade do Señior, a vaidade do meu avô; a morte de um, o aparecimento do outro; a renda vinda não se sabe de onde no caso dos dois, a busca por uma cura misteriosa. Até o nome de criminoso que ele escolheu mostra o ego inflado e tanto quanto me pude aperceber pelos relatos da minha avó, o meu avô achavasse um Senhor digno de prestígio. E ele estava no baile filantrópico da Estantin com a mesma juventude com que esteve há trinta anos na festa em que o Dr. Raúl esteve na sua lua de mel. Uma coisa é certa, de algum modo, ele conseguiu mesmo retardar o envelhecimento.

- E para quê isto? - perguntou Luana, também ela mostrando a sala com um gesto de mãos.

Melinda pensou um pouco e então falou com firmesa e dicção.

- O Dr. Raúl possuía o livro Dom de fogo, porque pertence a uma linhagem de Encantadores de Elementais de fogo. Na busca da sua cura misteriosa, o Senhor meu avô roubou-lhe o livro, mais tarde deve ter pensado que se calhar o Dr. Raúl tinha os outros.

- Outros? - perguntou Pedro.

- Claro. Se tem de fogo, tem de água, de ar e de terra. São os elementos da natureza.

- Mas tem mais - disse Ernesto.

- Tipo o quê? - perguntou Melinda.

- Tem um livro chamado Dom do tempo.

- Do tempo? - indagaram quase todos.

- Sim, eu fui agraciado pela Deusa do Destino com a minha metamorfose. Sei de coisas, mas não digo mais nada a não ser que me custa acreditar que o meu pai é esse homem.

- Quer dizer monstro - disse Pedro.

- Eu só precisava da confirmação do Dr. Raúl. E agora... vamos saltar um muro, ou uma cerca. O que for. Ou sobrevoar...

Maurício arregalou os olhos a Melinda. Ela não estava a pensar em abrir seu par de asas, estava? Estava maluca?

- Tudo bem. Eu ajudo-vos. Quero ver com os meus próprios olhos - disse Ernesto.

- Nem pedimos - comentou Pedro.

- Não precisaram. Vocês já tinham dito que precisavam de mim. Tudo bem, a minha única questão é no animal que me transformarei. É que não basta pensar que um animal pequenino entra e prontos. Animais são mortos todos os dias só porque sim.

- Um camaleão - disse Melinda - que tal? Usas os poderes naturais de camuflagem da espécie e acho que não correrás perigo.

- E quem nos abre a porta? - perguntou Pedro.

🔥🔥🔥

Enquanto o plano era mantido em prática, de um outro lado da cidade, Inês olhava o seu computador extremamente focada. Estava nos cantos mais reconditos da Deep web e encontrara enfim algo que procurara e ainda assim se chocou. Era ali que homens e mulheres por trás de um perfil de nome falso sem fotografia encomendavam e compravam a um tal de Señior seres sobrenaturais.

Inês deu por si a chorar. Como era possível haver tanta maldade no mundo?

O chat do site abriu-se no lado direito do ecrã e pôde ver aquelas conversas que na simplicidade eram tenebrosas. Eles vendiam seres vivos, como se vendessem objetos numa forma completamente obscena.

"Quero uma criatura que possa deixar a minha piscina sempre cheia e de água limpa" Escrevera uma mulher de seu user @filantropa090.

Alguém lhe respondia casualmente, como se dissesse a marca de uma televisão e seu preço.

"Você quer uma ninfa de água doce. O preço é 20 000€"

Inês abriu a boca em choque. Nossa, era assim que o negócio acontecia. Vinte mil euros por uma pessoa? Como se ela fosse um carro?

Contudo, havia ali algo a prestar mais que uma breve atenção: o nome do user da mulher. Aquilo mostrava-lhe que o Señior não era o único a esconder-se por trás de uma imagem de filantropo nobre, aqueles que compravam também eram. Claro! Quem mais daria esse valor para abastecer uma piscina de forma limpinha permanentemente? Só uma snob sociopata igual ao monstro do Señior, ao monstro que fizera com que seu pai morrera, com que Sara Craveiro morrera levando junto mais quarenta pessoas. Era muita morte na conta de um homem só.

O site chamava-se ARede. Básico. Bem básico. Era privado, o que queria dizer que Inês hackeara imensos sistemas e cometera quase uma dúzia de crimes e delitos para chegar ali.

Ela nem se dera ao trabalho de raciocinar. A pressa e a voz de justiça em seu coração a venceram. Apenas colocou o traço do mouse no chat e começara a escrever. Depois daquela frase, era tarde demais, ela já estava dentro, não podia voltar atrás. Ela própria se tornara uma infiltrada virtual naquele mundo de tráfico. Ela não estava à espera do que aconteceria a seguir, apenas conseguia pensar que quando o "depois" chegasse ela agiria à altura da situação.

🔥🔥🔥

Não consigo ainda dizer quantos capítulos faltam para o fim, mas está próximo.

Até à próxima!

Deixem o vosso feedback, ele importa muito. 😉

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