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14 - Metamorfose

Antes

Óscar e Ema foram pais de três filhos. Óscar ofereceu à mulher a honra de escolher os nomes e aceitou que todos eles tivessem a inicial da mãe. Seu nome era a única coisa certa e segura que Ema sabia sobre suas origens. Para ela aquilo era importante. À primeira filha chamou de Ester, ao segundo de Ernesto e à terceira de Estela. O nascimento da última filha provocara estragos em seu corpo, o que resultou na extração do útero. Ema não teria mais filhos.

Os três irmãos tinham uma diferença de três anos de idade entre mais velho e mais novo. Todos tinham uma personalidade própria, consuante sua posição no seio familiar e a forma diferencial com que eram tratados. Ester aprendeu desde cedo a cuidar da casa, dos irmãos e a ser devota a Deus. A verdade é que todos os três filhos foram educados para seguirem as passadas de Cristo e seguirem a bíblia, mas é impossível incutir uma crença a alguém, muito menos com base na obrigação. Porém, nenhum dos três era capaz de questionar a mãe e a vida seguia, mas não da mesma maneira para todos.

Ernesto sentia-se extremamente feliz, porque claramente a sua posição naquela família o rebaixava bastante. O seu pai não o tratava mal, mas não lhe dava atenção nenhuma e a mãe, ainda que não fizesse propositalmente, fazia descaso. Acabava por se ver na companhia da irmã mais nova que vivia armando situações nas quais ele era o único prejudicado e na companhia da solidão. Muito melhor companhia que sua irmã, por sinal.

- Quando eu puder, eu sairei daqui. Ninguém vê, mas eu vejo - Ernesto estava sentado na soleira da janela do sotão. Falando com as estrelas.

- Tu sairás, mas o passado nalgum momento acordará em ti - disse uma voz que não conseguiu enxergar em lado nenhum.

- Quem és tu?

A voz calou-se. Ernesto voltou a fazer a mesma pergunta.

- Sou o destino.

Ernesto lembrou-se de algumas histórias que ouvira os mais velhos contar. Ele não acreditava em pai natal, fada do dente, nem mesmo em Deus, mas seria a Deusa do destino real?

- Ezlíria? - questionou, sem realmente esperar uma resposta.

- Olha, Sorte, ele sabe quem eu sou.

A mulher de cabelos longos e um vestido preto esverdeado apareceu à sua frente flutuando no ar. Um corvo estava pousado em seu ombro.

- Como? - ele indagou.

- Estás a sonhar, Ernesto, mas eu sou real - colocou a mão em seu ombro, era uma sensação tão realista - Outrora eu conheci alguém na tua situação. Alguém com uma irmã venenosa, capaz de espalhar o ódio, capaz de causar muita dor e passar despercebida.

- Como a Estela?

- É. Queres saber o que lhe aconteceu?

Ernesto anuiu com a cabeça.

- Seus pecados transformaram-na numa criatura sem cabeça pela eternidade, podendo apenas ser salva por alguém semelhante a quem ela fez mal.

Ernesto suspirou e até fechou os olhos durante uns segundos. Ele estava a sonhar e estava consciente disso. Aquilo não era real. Não podia ser. A sua mãe acabaria por o acordar e ele continuaria sendo torturado por a princesinha que na verdade era como uma rosa, aparentemente bela, mas ao toque, plena de espinhos.

- A Estela nunca se transformará numa criatura sem cabeça. Isso não existe.

- Ela tem o poder que os outros lhe proporcionam ter.

O corvo grasnou.

- Calma, Sorte - a deusa afagou as penas de seu corvo.

- Ela tem é o poder de inventar histórias. Ela sempre inventará histórias e sempre fará de mim o mau da fita. Eu só quero desaparecer. Eu gosto muito da minha mãe e da Ester, mas elas não acreditam em mim. Você pode-me ajudar? Mesmo que seja apenas em meus sonhos? Pelo menos os sonhos ninguém me pode tirar.

- Eu já disse, meu rapaz. Estás a sonhar, mas eu sou real. Não é, Sorte?

O corvo grasnou.

- O seu corvo chama-se Sorte?

- Sim - o rosto dela abriu-se num sorriso terno e alegre. Queria ter vontade de sorrir assim.

A mulher era incrivelmente bela, pensou enquanto analisava seus traços prefeitos. Só mesmo uma deusa poderia ser possuidora de tamanha beleza. Até a sua silhueta parecia ter sido desenhada a pincel por o mais talentoso dos pintores.

- O seu corvo chama-se sorte. Porquê?

- Ela é a Sorte.

- Como assim?

- A Sorte. Ela é a sorte.

Se estivesse a compreender bem, tratava-se antes de mais de uma fêmea e a corva não só se chamava Sorte, como era uma espécie de personificação  da sorte. Não seria louco reflectir na possibilidade de Ezlíria ter um outro corvo chamado Azar.

Bom, ele estava sonhando. Sonhando! Era o sonho mais doido e real que tinha nos últimos tempos, mas gostava de estar nele. Sentia por fim que alguém prestava atenção em si.

- Então, queres ser como a minha corva? - perguntou Ezlíria.

- Eu, eu não falei.

- Mas pensas-te. Isso para mim chega.

Ernesto olhou para as suas próprias  mãos.

- Gostava de ter asas e voar para longe daqui. Gostava de poder ser como a Sorte a qualquer hora.

Ezliria, a deusa do destino sorriu ao ouvir aquilo. Passou seus dedos suaves por o queixo do rapaz, numa carícia suave e doce.

- Normalmente eu não faço exceções, mas de vez em quando, conheço pessoas especiais que nem tu, que brilham mesmo quando só querem ser invisíveis. Esse brilho incomoda gente má. Como divindade cósmica, não deveria tomar partidos e na teoria, não tomo, mas na prática... bem, querido Erni, eu te concedo o poder de vestires a pele do animal que bem entenderes, seja ele um corvo, um esquilo ou mesmo um tubarão. És livre para ires embora, basta perceberes que este não é um sonho comum e que estas não são apenas palavras.

A deusa estalou os dedos e Ernesto acordou. Ao seu lado encontrava-se Ester.

- Acordas-te?

- Hmm, sim.

- Porque é que partiste o vaso chinês que o pai trouxe da última viagem que fez?

- Eu... o quê?

- O vaso, Erni. A Ela disse que te viu partires o vaso e esconder debaixo do sofá.

- Quando?

- Hoje de manhã. É claro.

Ernesto ainda não estava totalmente desperto, mas o seu cérebro estava a funcionar correctamente.

- Intrigante - comentou irónico - Como é que parti o vaso hoje de manhã, se só acordei agora?

Ester ficou pensativa. Abanou a cabeça e disse, como para se convencer:

- A Ela viu.

- E tu viste-me acordar, Ester. Acreditas mais no que ela te diz do que nos teus próprios olhos?

Depois daquele momento de verdade e reflexão, Ester ficou sem saber o que pensar, pois aquilo levara a sua mente a viajar a muitas outras ocasiões, ocasiões em que acreditara na palavra da irmã e atacara Ernesto sem sequer lhe dar a oportunidade de se defender. Numa questão de segundos, Ester pôs em causa tudo aquilo que acreditava sobre o carácter de sua irmã. Depois daquela primeira falha, Ester ficou com a pulga atrás da orelha, então armara uma cena que lhe mostraria aquilo que temera encontrar. Sim, a sua irmã era um pequeno lobo em pele de cordeiro e Ernesto tinha vindo a arcar com as culpas do que ela fazia propositalmente com essa intenção durante anos a fio.

A vontade de fugir que Ernesto sentia não desapareceu, mas amenizou depois de Ester perceber a verdade e acreditar mais na palavra dele, antes de acusar só porque Estela testemunhava contra ele. No entanto, Ester não conseguia expôr a verdadeira Estela para a sua mãe, calava-se e seguia a vida como se nada fosse, era o seu jeito de ser. Naquele andar, Ernesto nunca seria visto de outra maneira. Aos olhos de sua mãe seria sempre o rebelde sem causa, o provocador da família. Ela nunca abriria os olhos, muito menos sendo Ernesto a falar.

No dia de seus dezoito anos, quando Estela tinha quinze anos e já estava uma mestre na arte da manipulação, Ernesto decidiu que não conseguia suportar mais. Tinha aturado bastante, calado bastante e sido humilhado muito além da conta. Estava farto de ser um saco de pancada e ter as costas largas para levar com as culpas de tudo. Ele só viveria em paz quando largasse aquela casa na rua da Agra. Queria partir para bem longe, para não correr o risco de encarar a sua irmã mais nova.

Um dia decidiu abrir asas e percebeu que era capaz de o fazer, que tinha penas pretas e conseguia grasnar. Não precisava de muito para viver, só a sabedoria de se metamorfosear no animal que bem entedesse e nunca se deixar caçar. O Luxemburgo era um óptimo país para um corvo viver e um humano sobreviver. Então ele partira na pele de um corvo negro e não voltara mais a Portugal. Todo o seu passado era apenas isso, passado.

🔥🔥🔥

Todas as manhãs sem exceção, Melinda abria as janelas de casa para trás para a casa arejar. Foi assim que seu tio entrou, voando silenciosamente.


Na sua secretária estavam espalhadas folhas de jornal e outros documentos sobre casos investigativos. Foi assim que Ernesto descobriu qual era a profissão da sobrinha. Ele nunca imaginaria. Imaginava que ela não era muito diferente de si, sendo a irmã do meio, talvez tivesse sido desprezada por não ser a mais velha, nem a mais nova. Talvez tivesse vivido sob a sombra de um irmão levado contra a sua vontade na calada da noite e sobre a responsabilidade de olhar por a sua irmã mais nova. Provavelmente Lavínia tinha sido a filha dourada e Melinda o bode expiatório. Como ele havia sido um dia.

Vários relatórios contavam os pormenores do decorrer do caso que ela vinha resolvendo. Alguma máquina vinha potencializando os poderes das criaturas sobrenaturais. Ernesto mal acreditara em seus olhos quando compreendera que Melinda estava a par da existência de criaturas como ele. É, ele tinha percebido que seus poderes de metamorfo estavam mais fortes que nunca. Isso não era bom, porque não conseguia mais ficar muito tempo na forma humana, então andava se escondendo o tempo todo com medo de que de repente sua forma humana fosse substituída por a de um animal na frente de qualquer pessoa. Se por breves instantes, se transformara no homem que era, foi porque estava numa casa vazia e era de tarde. A sua sobrinha com certeza estava em pleno trabalho. Se ao menos soubesse onde ela trabalhava, seguiria-a até lá, mas isso não seria um problema. Bastava ter um pouco de paciência. Ela voltaria para casa e partiria no dia seguinte e quando o momento chegasse ele seguiria-a e descobriria mais sobre o "Impulsionador", o nome que estava no título do relatório. Era um relato e tanto. Os detalhes eram explícitos, a ortografia era de espantar, a narrativa digna de uma nota excelente. Com certeza aquilo, quer Melinda quizesse ou não, herdara da mãe. Ou talvez não. Talvez o seu pai também fosse um óptimo escritor, Ernesto não sabia, ele apenas conhecera Rogério de vista, antes de ele se apaixonar por Estela perdidamente e cegamente. Rogério se apaixonara pela sua aparência de rosa, sem saber que ela tinha uma personalidade de espinhos.

Todos os seus planos cairam ralo abaixo, quando Melinda abriu a porta a meio da tarde e se deparou com o tio desconhecido todo nuo sentado à sua secretária lendo suas confidencialidades.

Rapidamente a mão de Melinda atingiu a arma em seu coldre e a manejou na direção do homem despido à sua frente. Com o pé fechou a porta de seu apartamento.

- Mãos ao alto. Quem é você? O que quer? O que está aqui a fazer?

O rosto de Ernesto empalideceu de imediato. Não previra ter uma arma apontada contra si.

- Calma, Mel, eu posso explicar.

- Só os meus familiares e amigos mais chegados me chamam assim. Com que direi...

- Eu sou teu tio.

As sobrancelhas de Melinda se arquearam.

- O quê?

- Eu sou teu tio, do Xavier e da Lavínia.

O arrependimento atingiu Ernesto rapidamente por ter mencionado Xavier. A expressão de Melinda mostrava o quanto a mencão daquele nome era dolorosa para si. Era compreensível.

- Espera, tio Erni? - indagou fazendo uma careta.

- Conheces-me?

- Bom... - ainda com a arma apontada ao homem, caminhou de lado e de costas até o armário da sala e pegou um grande album de fotos. Apenas com uma mão, folheou e então encontrou o que queria. Olhou a foto, o homem, a foto, o homem... - És mesmo tu.

Voltou a colocar a arma no coldre e então a sua consciência analisou a nudez, fazendo-a corar e virar a cara.

- Caramba. Invadir a casa da sobrinha policial que nunca viste já é ousadia, mas estar todo núo, isso passa os limites, não achas? És algum tarado? Onde estão as tuas roupas?

Provavelmente num galho de árvore de uma floresta. Não andava usando muito roupas ultimamente.

- Não sou um tarado. Isto também tem uma explicação. E as minhas roupas não estão aqui.

- Valha-me a Santa! Espera um pouco - pediu Melinda - Tenho algumas peças de homem que te devem servir. Eu já venho.

De facto, quando colocara as coisas de seu ex numa mala à porta, não pensara nas roupas no cesto de roupa suja, então acabara por lavar juntamente com as suas e guardara algures onde não teria que as ver a cada vez que fosse ao seu armário. Funcionara, pois não teria lembrado da existência delas se seu tio que nunca conhecera, não tivesse aparecido em sua casa como viera ao mundo.

- Veste essas roupas - por outras palavras: esses boxers e meias da adidas, essa t-shirt branca que não tivera tempo sequer de desbotar a cor e essas bermudas verde tropa. A roupa usual num dia de trabalho de Edgar. Aquela tshirt deixava seu abdômen trincado transparecer de tão colocado que lhe ficava, mas em Ernesto ficava um pouco mais que ligeiramente largo. As calças também lhe ficavam um pouco largas, mas estavam perfeitas, bem melhor que estar de genitália à frente de sua sobrinha.

Melinda cruzou os braços, com um olhar duro, olhou o tio já vestido e voltou a pedir explicações.

- Eu li esses relatórios.

- Mesmo a propósito. Eu vinha buscá-los, o meu dia de trabalho ainda não acabou e visto que o tempo urge, vê lá se desbobinas.

- Claro. Só queria dizer que fiquei surpreso ao saber que sabes sobre o mundo sobrenatural, que fazes parte da DOM.

Melinda sentou-se em seu sofá num baque, não largando seu tio dos olhos.

- Quer dizer que tu sabes? Caramba, para uma unidade secreta, tenho encontrado muita gente que sabe da existência - e com muita gente queria dizer: Inês, Luana Almirante, agora seu tio que acabara de conhecer... Quantos mais apareceriam dizendo "ei, eu sei que a DOM existe"?

- Ah - Ernesto entoou, quase num suspiro - Há uma forte razão para eu saber que a DOM existe.

- Que é?

- Eu sou um DOM.

- Uma criatura Do Outro Mundo? Como assim? Disseste que és o meu tio Erni. E, eu vi a foto, tu és o meu tio Erni.

- De facto, eu sou o teu tio Ernesto. E eu sou um metamorfo.

- Como?

- Acho que não interessa para agora, só interessa que eu sou. Só mudo para a forma animal, é por isso que eu estava...

- Núo.

- Eu ía dizer sem roupas. Enfim, eu entrei aqui na forma de um corvo, a forma da Sorte.

- Como é?

- Não interessa.

- Foi de manhã, n'é? Quando abri as janelas para a casa arejar?

- Sim - respondeu Ernesto - Estava curioso para te conhecer e porque o destino... Não interessa. Enfim, agora eu entendo, eu precisava de vir. Agora entendo porque o meu poder de metamorfo está fora do controle.

- Pois, lês-te no meu relatório.

Melinda ainda estava chateada. Não ía esquecer tão cedo ter tido a sua privacidade invadida.

- Bem - Melinda deslocou-se até a sua escrivaninha, pegou nos relatórios, organizou rapidamente batendo-os contra a madeira e colocou numa pasta preta que estava ao lado da escrivaninha - Eu vou ter que ir para o trabalho. Vens?

- Para o teu trabalho? É perigoso.

- Como assim?

- Era disso que eu estava a falar, não estou na inteira posse do controlo do meu poder. De repente posso transformar-me num guaxinim à frente de qualquer um.

Melinda ergueu as sobrancelhas, mas logo sorriu. Aquele pensamento fez ela se libertar de alguma raiva.

- Eu gostava muito de ver isso, ainda mais sendo um de meus animais prediletos, mas tenho uma ideia. Vais deitado no banco de trás do carro, pelo sim, pelo não.

Ernesto aceitou a proposta.

🔥🔥🔥

- Gostava de conhecer a tua irmã.

- Como sabes da nossa existência se desapareces-te antes de nós nascer-mos?

- Eu manti o contacto com a Ester.

- Interessante, é que eu também não conheço essa minha tia. Devo tê-la visto quando era tão pequena, que nem consigo recordar. A minha avó às vezes fala nela.

- É que a Ester sempre teve contacto com a nossa mãe.

- E porque tu não?

Estar deitado nos bancos detrás do carro permitiam-lhe deitar-se sobre o assunto, literalmente. Não se queria lembrar de como a sua mãe o olhava. Sabia que sua mãe o amava, mas tinha uma ideia de si tão distorcida, que preferira cortar laços para não ter que viver com feridas e abri-las a cada vez que ela mencionasse o quanto ele sempre fôra travesso e descuidado com as coisas em casa. Ele nunca fôra essa pessoa. Talvez fosse demais tentar explicar isso à sua sobrinha. Era a mãe dela, à parte todas as suposições que fizera, ela podia ter sido uma boa mãe. Afinal das contas, tanto quanto sabia, Estela tinha ido para a prisão para a proteger, mas pouco sabia sobre o assunto.

- Já que ainda não chegamos, podes-me dizer se ser metamorfo está no nosso sangue?

Ernesto riu-se.

- Não, sou metamorfo porque fui acariciado pelo destino - e foi, literalmente - Não é algo hereditário.

- Portanto não há DOMs na família, à parte tu?

- Tanto quanto eu sei, não.

- Então, como tu és um metamorfo?

- Mulher insistente.

- Com certeza.

No fundo de seu coração, sentia que não era verdade que seu tio fosse a única criatura sobrenatural da família, no entanto seu radar de mentiras detetava que ele acreditava no que falava. Afinal das contas, ele não sabia tanto da família como deveria. Tinha partido para o mundo com dezoito anos , mas a família aumentara depois disso. Talvez Xavier também tivesse sido acariciado pelo destino, como Ernesto tão poeticamente explicara. Nem ela poderia saber isso, pois Xavier também desaparecera, só que ele, ao contrário de seu tio, nunca mais voltara, nem vestido, nem núo, nem vivo, nem morto. Outra vez aquele calor ardente que assolava seu corpo se apoderou de si. Bastara pensar em Xavier. Se seu tio não fosse deitado no banco detrás, tinha visto uns olhos flamejarem como o fogo pelo espelho retrovisor frontal. E se Melinda não estivesse a estacionar o carro, teria perdido o controle do mesmo. Suas perdas de controle por causa daquele calor assolador se tornavam cada vez mais frequentes. Aquilo assustava-a.

- Vamos - avisou seu tio que se levantou ligeiramente atordoado - O que foi?

- Quase me transformei numa cotovia?

- A sério? - perguntou Melinda tracando o carro e prosseguindo.

- Muito sério. Eu disse que esses poderes estão descontrolados.

"Como o calor que sinto, como esses sonhos bizarros da mula sem cabeça", pensou.

🔥🔥🔥

Oi, brasinhas. Não deixei recado no último capítulo, mas aqui vou pedir um pequeno favor para quem acompanhou o livro até agora. Confirmem se meteram like em todos os capítulos, please. Não querendo estar a mendigar, claro, nem a obrigar-vos a nada, mas é que o feedback é tão importante que um like a menos ou a mais faz diferença.

Obrigada, desde já e até o próximo capítulo.

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