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Capítulo 5



"When you turn away is when we really play"_ Dollhouse, Melanie Martinez

Oferecemos chá e biscoitos para o fotógrafo, mas ele não aceitou. Agradeceu meu padrasto e as meninas, assinou algum papel e pediu que Garfield o fizesse também antes de entrar em seu carro e ir embora. Assim que o carro desapareceu na estrada, a bagunça voltou ao normal. As meninas começaram a conversar sobre seu dia umas com as outras e Garfield decidiu brigar comigo.

-Nem para as fotos! Não sabe largar essa pelúcia imunda nem para as fotos! –Ele tentou tocar Brenda, mas eu afastei-a de suas mãos. Arregalei meus olhos para sua atitude. Quem era ele para encostar em meu cachorro de pelúcia? –Você é incorrigível, Nisseny. Sua mãe não lhe disse nada sobre...

-Pai, chega –Stel disse, muito calmamente.

-Garfield, eu ia dizer para ela... –Minha mãe falou ao mesmo tempo.

Garfield começou a gritar e cortou a fala de minha mãe. Ela tentava acalmar sus gritos de fúria. As meninas falavam alto e alguma discução iniciou-se entre elas também. Uma gritava para a outra ficar longe de suas coisas e seus rapazes na escola. A outra rebatia xingando a primeira de vários nomes que não ousaria repetir. Logo elas se dividiram em dois lados e a gritaria apenas aumentou. Em minha cabeça, o Tic Tac ficava mais forte a cada voz que se adicionava à gritaria. "Faça parar, por favor, faça parar". Eu queria tapar os ouvidos e pedir que todos se calassem aos berros, mas a discução entre Stel, Garfield e mamãe já era demais. Meu meio-irmão estava vermelho e Garfield cuspia não só palavras com um tom autoritário forçado, mas também perdigotos nojentos no rosto de seu filho e sua esposa.

O barulho era tanto que estava me deixando tonta. Eu não sabia o que fazer. Apertei Brenda contra meu peito e fechei os olhos. Tudo parecia estar acontecendo em câmera lenta. Os gritos agudos das meninas discutindo. O som da palma da mão de Garfield afastando o ombro de mamãe com raiva. Os pedidos baixos de calma dela. O Tic Tac mesclou-se à uma nota aguda que viajou de um ouvido ao outro parecendo querer estourar meus tímpanos e danificar meu cérebro. Não podia mais aguentar. Coloquei as mãos nas orelhas para tentar amenizar a nota irritante e caí de joelhos na grama. Tomei ar e gritei a plenos pulmões. O som de minha voz desesperada calou a todas as outras e acalmou o Tic Tac. Algumas lágrimas escorreram por meu rosto devido a força que eu fazia para manter os olhos fechados e concentrar-me em cala-los.

Assim que meu ar acabou e antes de eu poder abrir os olhos, um punho forte fechou-se em meu pulso e puxou-me para cima. Fui forçada a levantar e olhar diretamente para a fúria que habitava os olhos de meu padrasto. Por entre os dentes, ele mandou que mamãe entrasse com as meninas.

-Você vem comigo –ele disse para mim.

Destravou seu carro e jogou-me no banco de trás, fechando a porta logo em seguida. Stel caminhava em seu encalço, com passos bravos e determinados. Seus punhos caminhavam fechados, mas não estavam preparados para uma briga, estavam contendo sua raiva.

-Para onde vai leva-la? –ele perguntoiu.

-Serena! –Garfield entrou no banco do motorista e deu partida no carro, ignorando completamente araiva do filho. Mamãe aproximou-se e pareceu não me notar no banco de trás. Ou apenas fingia. –Entre e peça a Dafne que me espere em seu quarto. E que ela tenha uma boa explicação para essa briga.

Tive que pensar um pouco para me lembrar quem era Dafne. A garota era a única com os cabelos pintados e brincos de argola na mesa do jantar. Stel havia me dito que parecia ser a preferida de Garfield, e era a mais velha das meninas. Completaria dezoito anos em breve e se mudaria do casarão se ninguém a adotasse antes.

-Eu não vou dar recados...

-Cale a boca e me obedeça –Garfield a interrompeu. Pisou no acelerador e começou a dirigir.

Ajoelhei-me no banco e encarei os olhos bravos de Stel e cançados de mamãe até não poder enxerga-los mais. Virei-me para frente.

-Para onde estamos indo?

-Um lugar onde você ficará quieta, assim espero. Quantas vezes vou ter que dizer para você agir como uma pessoa normal no Orfanato?

Garfield continuou a fazer um discurso do como odiava quando eu fazia esse tipo de coisa, sobre como eu traria publicidade negativa e espantaria os doadores e mais outras coisas que não me dei ao trabalho de prestar atenção. Achei que ele havia mencionado minha mãe e dito algo sobre as menias do orfanato, mas não me dei ao trabalho de ouvi-lo.

"Esse homem não presta." Brenda comentou. "Odeio tudo nele. E fique atenta Niss. Não sabe para onde está indo, tente lembrar-se do caminho".

Essa seria uma tarefa bem difícil. A Casa de Bonecas de meu padrasto era um tanto afastada da cidade, então percorremos alguns quilometros antes de passarmos por uma placa de rua. Nesse caminho todo havia apenas uma casa memorável, a casa luxuosa de nosso vizinho mais próximo, a menos de um quilometro do casarão. Felizmente, o caminho era parecido com o que havia feito de manhã com mamãe, mas me perdi na terceira curva à direita. Após o que pareceram horas de tortura auricular vindo da boca de Garfield, nós paramos em frente a uma construção antiga com uma grande escada na frente e uns cartazes onde lia-se "Feira do Livro: 50% de desconto".

-Uma biblioteca? –eu saí do carro quando ele destravou a porta, ainda admirando o local.

Esperava que estivesse me levando para algum lugar ruim, mas aquilo era muito legal. As pessoas paravam seus caminhos para ler os cartazes e os mais interessados adentravam o prédio com determinação. Crianças insistiam para que os pais comprassem livros com desenhos e adolescentes perdiam-se em seus próprios mundos com a leitura e a música de seus fones de ouvido. Quando virei-me para questionar o porque de uma biblioteca, Garfield já não estava mais ali. Seu carro virava a esquina, abandonando-me em um paraíso de cultura.

-De uma forma ou de outra ele estava certo –sussurrei para Brenda, sendo cautelosa para que ninguém me visse conversando com a pelúcia. –Não podemos fazer barulho na biblioteca.

Adentrei o local com um sorriso enorme. As prateleiras estavam cheias de palavras em capa dura, as mesas repletas de cérebros se alimentando e o silêncio gritava prazeres e imaginações vindas de cada leitor. Saltitei pelo carpete vermelho passando o dedo por toda aquela cultura impressa em papel. Deixei Brenda escolher alguns títulos e optei por ler algumas histórias de Arthur Connan Doyle num livro enorme de capa dourada pelo qual me apaixonei antes mesmo de saber que continha as aventuras de meu detetive predileto.

Sentei-me afastada dos outros próxima a janela e fui transportada para o número 221b da Baker Street. As palavras me acalmavam e o silêncio era confortável. O Tic Tac estava numa altura boa e cronometrava minha velocidade de leitura. Alguns capítulos livro a dentro e eu me obriguei a baixar o livro por um instante, quando notei que mais alguém estava sentado à minha mesa. Sobressaltei-me, mas sorri para cumprimentá-lo.

-Olá! Meu nome é Nisseny.

O homem assentiu para mostrar que entendeu. Ele vestia roupas pretas, seu cabelo escorria por seu rosto e seu tom de pele não podia ser descrito como claro. Ele era quase transparente. Era como um vidro embaçado com cabelos e olhos negros. Ele passava os dedos da mão esquerda nas costas da outra mão parecendo nervoso. Olhou para os lados antes de afastar seus finos lábios secos e soltar sua voz rouca nas seguintes palavras:

-Você deveria voltar logo para a Casa de Bonecas.

-Por que?

"Você sempre faz as perguntas erradas, Niss." Brenda avisou. "Começe com: como sabe de onde venho e porque sabe quem sou." Mas ai já era tarde demais e o homem estava tomando ar para responder a mim.

-Garfield é ruim, pior do que você imagina. Posso apostar que nesse momento ele está fazendo algo de errado –ele balançava-se levemente para frente e para trás enquanto coçava a mão direita com mais intensidade.

Olhei para a parede atrás de mim e o relógio silêncioso marcava quase oito horas da noite. Eu nem havia almoçado ainda. Meu dedo marcava uma página do livro grosso e só então percebi que já havia lido mais de trezentas páginas de Sherlock Holmes. De uma maneira ou de outra, eu não saberia voltar para casa. Esperava que alguém viesse me buscar de carro.

-Mas o que eu poderia fazer? Ninguém nunca dá ouvidos a mim. E acho que todos sabem o quão ruim Garfield é –falei para o homem estranho.

-Não, não sabem. Coisas ruins estão acontecendo, ou vão acontecer. Você deve voltar.

Nesse mesmo instante, ouvi uma única voz elevar-se no meio do silêncio intelectual da biblioteca pública, e ela chamava por meu nome.

-Eu finalmente te achei –era Stel, caminhando em minha direção. Deixei Brenda com meu companheiro de mesa e levantei-me para abraça-lo. Ele parecia preocupado. –O que está fazendo aqui?

-Foi para onde Garfield me trouxe. Disse que assim ficaria quieta.

-Meu pai não vale nada –Stel grunhiu. Ele colocou alguns fios rebeldes de meu cabelo para trás de minhas orelhas. –Pode sempre ligar para mim, ok? Eu te encontro. Agora vamos, você está sem comer desde o café da manhã. Sua mãe está a, procurando por você.

-Sim, mas eu me diverti lendo... –Olhei ara trás para apontar o livro do Arthur Connan Doyle e percebi que o homem branco vestido de negro não estava mais ali. –Para onde foi o homem de preto?

-Homem? –Stel perguntou. –Não havia ninguém ali quando te vi.

Franzi as sobrancelhas. "Então era isso." Brenda concluiu. "Ele era outra de suas figuras, Niss. Acho mesmo que deve voltar para casa."

Além de preocupado Stel estava exausto. Ele ficou em silêncio no banco de trás e foi muito gentil em ouvir tudo sobre meu dia. Ele preferiu não fazer nenhum comentário sobre o que se passara com ele, e Brenda fez-me ficar de boca calada sobre a figura da biblioteca. Mamãe não parecia nada bem e apenas concordava com tudo o que eu dizia. Haviam poucas luzes acessas quando entramos no casarão, embora a noite estivesse mais escura do que o normal. Mamãe não saiu do carro e Stel e eu entramos sozinhos.

-Suba e tome um banho –Stel sugeriu. –Vou pedir que preparem alguma coisa para você comer e depois vou lá para fora... Tomar um ar.

-Certo –abracei-o e seguimos por caminhos diferentes.

As palavras da figura da biblioteca ecoavam em meu cérebro e me deixavam atenta. Risadas vinham por detrás das portas dos quartos das meninas, e encarei isso como um bom sinal. Pelo menos não estavam chorando.

"Pense bem: se Garfield fosse fazer algo de ruim, esse seria o momento perfeito. Uma noite escura logo após um repórter sair de casa." Tive que concordar com Brenda. Eu andava devagar, esperando ouvir alguma risada dele ao telefone, ou gritos para com alguma das meninas, até que ouvi algo muito pior: o ranger de uma porta mal fechada. Era a última porta antes da escada que subia para o andar de meu quarto. Cautelosamente coloquei a cabeça próxima a peuqena fresta que se abrira, arregalei meus olhos e corri para meu quarto na sequência.

Meu padrasto estava sentado em uma cama com os braços estendidos para a frente, esperando que o corpo seminu de Dafne viesse a seu encontro.


Olá Crybabies!

Gente, alguém mais segue a Yungelita no insta e não sabe mito bem como se sente sobre isso? 

Enfim, Obrigada por lerem mais um capítulo! Eu adicionei a tag do Wattys nessa história por motivos de why not... Não que isso mude alguma coisa na vida de vocês mas senti vontade de falar isso.

Hoje, a história recomendada é Mad Hatter, da Morweena_Bloom. O mistério/suspense da Nina trata de doenças psicológicas, assim como minha Dollhouse! Até agora ela tem só o prólogo postado, mas com uma estrutura bem diferente e uma escrita muito agradável, vão lá conferir!

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